sexta-feira, 1 de março de 2013

Cardeais dos EUA defendem que novo Papa deve ser brasileiro


Cardeais americanos e parte dos prelados da Europa e de países em desenvolvimento começam a promover manobras para dar força a uma candidatura do cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, na sucessão de Bento XVI.


O Estado apurou que, embora não se apresente como um concorrente ao cargo, o brasileiro é citado em conversas que vêm ocorrendo em restaurantes discretos em Roma, casas e encontros informais entre cardeais. Um dos grupos que apoiariam d. Odilo seria o dos Estados Unidos, que há anos vem destacando a necessidade de o pontificado sair da Europa para que a Igreja tenha sua força renovada.
O problema, no caso das eleições que devem começar na semana que vem, é que escândalos de abusos sexuais praticamente frearam qualquer chance de que um dos cardeais dos EUA ganhe um amplo número de votos. A escolha de vários deles, portanto, seria d. Odilo Scherer.
Em Roma, esse grupo já começou a buscar apoio de outros cardeais para que, na primeira votação no conclave, Scherer apareça com um número significativo de votos. "Isso será fundamental na primeira rodada. Depois, só Deus saberá o que vai ocorrer", disse uma fonte próxima aos cardeais americanos.
A estratégia é encontrar apoio na Europa, o que ajudaria a romper uma eventual coalizão no Velho Continente em torno de um nome local.
Perfil adequado. O brasileiro é visto como tendo vários dos elementos do perfil que a Igreja busca no futuro papa. Com 63 anos, é um dos mais jovens do grupo - e, apesar de jovem, é considerado como alguém de grande confiança pela cúpula do clero em Roma. Prova disso é que foi reconduzido ao cargo de inspetor das contas do Instituto de Obras Religiosas, o Banco do Vaticano. Isso em meio a uma profunda crise na instituição.
Scherer também serviria como um "relações públicas" para a Igreja, que mostraria que está disposta a ter um papa de fora da Europa, como críticos vêm pedindo. Outra vantagem seria o alinhamento do brasileiro ao pensamento teológico da cúpula e o fato de que uma eventual eleição não representaria uma "revolução".
O grupo de apoio a d. Odilo Scherer também espera que o brasileiro tenha chances graças à divisão cada vez mais profunda entre os cardeais italianos. Desde o anúncio da renúncia de Bento XVI, um lobby pró-italiano tem feito parte das especulações sobre o novo papa. Para muitos no Vaticano, o país precisaria recuperar o trono de Pedro, depois de mais de 30 anos de ausência.
Mas, à medida que o conclave se aproxima, os 23 cardeais italianos com poder de voto não conseguem chegar a um acordo para o lançamento de um nome único. Angelo Scola, de Milão, é o favorito de Bento XVI. Mas sofre a resistência de parte do clero italiano, que preferiria alguém com um perfil menos conservador.
Outra prova de que Scherer sabe que está sendo citado amplamente como um dos favoritos é o fato de ter evitado dar entrevistas, algo visto dentro do clero como autopromoção.
O estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário