quinta-feira, 28 de março de 2013

Papa Francisco pede que padres ajudem pobres e evitem carreirismo


O Papa Francisco conclamou nesta quinta-feira (28) os padres católicos a se dedicarem a ajudar os pobres e sofredores, ao invés de se preocuparem em fazer carreira como "gestores" da Igreja.
A homilia de Francisco, em sua primeira cerimônia da Quinta-Feira Santa como líder máximo dos católicos, reforça a postura adotada por ele desde sua surpreendente eleição como Papa, há duas semanas --a de que a Igreja deve se aproximar dos pobres.
"Precisamos sair, então, a fim de experimentar nossa própria unção (como padres)... até as periferias, onde há sofrimento, derramamento de sangue, a cegueira que anseia por visão, e prisioneiros servos de muitos senhores maus", disse ele em missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O argentino de 76 anos assumiu a Igreja Católica após o escândalo resultante do vazamento de documentos que mostravam casos de corrupção e disputas internas na Cúria Romana (a burocracia vaticana), e que culminou na surpreendente renúncia do agora Papa Emérito Bento XVI.
O Papa Francisco reza missa nesta quinta-feira (28) na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: AFP)O Papa Francisco reza missa nesta quinta-feira (28) na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: AFP)
Na missa, que marca o início de quatro dias de frenética atividade até a Páscoa, Francisco disse que os padres não devem se acomodar na "introspecção".
"Aqueles que não saem por si mesmos, ao invés de serem mediadores, gradualmente se tornam intermediários, gestores. Sabemos a diferença: o intermediário, o gestor não põe sua própria pele e seu próprio coração na linha de frente, nunca escuta uma palavra calorosa e compungida de agradecimento."
Dirigindo-se aos cerca de 1.600 padres de Roma presentes à missa, o Papa disse que os que não vivem em humildade, perto do povo, correm o risco de se tornar "colecionadores de antiguidades ou novidades - ao invés de serem pastores vivendo com ‘o cheiro das ovelhas'".
Depois de ser eleito papa, o cardeal Jorge Mario Bergoglio assumiu o inédito nome de Francisco como homenagem a São Francisco de Assis, associado à austeridade e à benemerência. Em outras atitudes, ele já deixou claro que pretende tornar o papado e a Igreja mais humildes.
Ainda na quinta-feira, ele lavará e beijará os pés de 12 menores infratores em um centro de detenção nos arredores de Roma, onde decidiu celebrar a cerimônia de Lavapés --repetindo o gesto de Jesus com seus apóstolos na véspera da sua morte.
Desde que se tem lembrança, todos os Papas celebraram o Lavapés nas Basílicas de São Pedro ou São João Latrão, em Roma.
G1

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