sábado, 30 de março de 2013

Eduardo Campos, Aldo Rebelo e as tabelinhas políticas

Eduardo e Aldo Rebelo em evento no Recife, após a visita da presidente Dilma

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Na mesma semana em que a presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Pernambuco e não foi recepcionada por nenhum representante do PCdoB no Estado, o governador Eduardo Campos (PSB) recebeu a visita do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PCdoB), uma das principais lideranças nacionais do partido.
O ministro veio ao Recife, na terça-feira (26), para participar de uma reunião sobre a Copa das Confederações. Enquanto no dia anterior a presidente não mediu esforços para mostrar o carimbo do governo federal nas principais obras em execução no Estado e cobrar o “comprometimento” dos aliados, Aldo “mimou” Eduardo.
Além de elogiar o andamento das obras na Arena da Copa, o comunista disse que Pernambuco tem condições de tornar a Copa do Mundo um acontecimento de “referência” para o Brasil. Sua relação política com o governador-presidenciável, no entanto, é antiga. Ambos atuaram juntos como parlamentares na CPI que investigou a relação entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Nike, entre 2000 e 2001.
Os dois também integraram, simultaneamente, a equipe ministerial no primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT). Aldo comandou a secretaria de Coordenação Política - que, na época, tinha status de ministério – enquanto Eduardo estava à frente da pasta de Ciência e Tecnologia.
Por pressão do PT, os dois foram “convidados” a deixar a equipe do governo, em julho de 2005, e voltar a exercer seus respectivos mandatos como deputados federal. Na Câmara, receberam a missão de defender os interesses do governo Lula em meio ao desgaste ocasionado pelas denúncias sobre o “mensalão”. O socialista ainda foi um dos principais articuladores da eleição de Aldo à presidência da Câmara, cargo em que ocupou entre 2005 e 2007.
Seis anos depois, os dois vieram a se estranhar. O motivo foi a disputa para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCE). A indicação para o cargo cabia à Câmara Federal. Diante das negativas de Aldo para entrar na disputa, o governador enxergou, ali, uma oportunidade para lançar a candidatura de sua mãe, Ana Arraes (PSB), na época, deputada federal.
O desgaste se aprofundou quando Aldo resolveu ingressar na corrida pela vaga do TCU e terminou sendo derrotado pela mãe de Eduardo, que atraiu o apoio de membros da base do governo e da oposição, além de ter contado com um cabo eleitoral de peso, exatamente o ex-presidente Lula. Passado o incômodo, Aldo é tido, hoje, entre alguns comunistas do Estado, como um potencial interlocutor para levar o PCdoB ao “barco” socialista na eleição presidencial do próximo ano. Mas, contra essa aposta, pesa o fato de ele estar no comando das pasta de Esportes, que terá uma função estratégica em 2014, ano da Copa.

Jornal do Comercio

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