quarta-feira, 25 de julho de 2012

Saúde é o grande problema da população

Tema central nos debates da campanha para a sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), as propostas para melhorar o sistema de saúde municipal de São Paulo deverão colocar em embate os principais candidatos que disputam essas eleições na maior capital do País. Entre as propostas, a ampliação do atual sistema de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), defendido pelo candidato do PSDB, José Serra, a aproximação com o governo federal em busca de mais recursos, proposto pelo petista Fernando Haddad e por Gabriel Chalita, do PMDB, e a reestruturação administrativa dos hospitais, pregada por Celso Russomanno (PRB). A discussão deverá ganhar o centro dos debates justamente pelo fato de que a população já deu mostras claras de sua insatisfação: em pesquisa CNI/Ibope, divulgada no fim de junho, 66% dos entrevistados desaprovam a saúde brasileira.



Para tentar ganhar a adesão do eleitorado, os candidatos Fernando Haddad e Gabriel Chalita pretendem usar o bom trânsito com o governo federal para ampliar as parcerias na área da saúde. "A cidade de São Paulo não tem uma só UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Por quê? Pela falta de cooperação e de parceria entre o município e a União. É o partidarismo falando mais alto quando deveria se subordinar ao interesse do cidadão", acusou Chalita. Em suas diretrizes para a saúde, Haddad afirma que se eleito vai "garantir recursos necessários e adequados ao financiamento do sistema municipal de saúde com a participação e compromisso dos três níveis de governo".
José Serra, que já foi prefeito entre 2005 e 2006 e ministro da Saúde de 1998 a 2002, citou realizações de sua administração na Prefeitura e de seu sucessor, Gilberto Kassab, na gestão da saúde. "Em 2005, a cidade tinha 545 equipamentos, incluindo hospitais, prontos-socorros, UBS, etc. Hoje, são 937 unidades. Uma das maiores inovações foi a criação das AMAs, as unidades de Assistência Médica Ambulatorial", defendeu o tucano. "Para fortalecer ainda mais a rede, vamos criar, em parceria com o governo estadual, mais seis AMES (Ambulatórios Médicos de Especialidades) na capital", emendou.
Uma das principais bandeiras do PSDB neste setor, contudo, é duramente criticada pelo candidato do PT à Prefeitura. Segundo Haddad, as AMAs ocupam o mesmo espaço dos postos de saúde, prejudicando o atendimento. "Visitei 30 AMAs e todas que visitei foram feitas dividindo espaço com postos de saúde. Quero saber quantas das 113 foram (realmente) construídas. São duas portas no mesmo espaço, mas não há dialogo entre elas", argumentou o petista. O PT critica também a não adesão de São Paulo às UPAs 24 horas. Ao participar de um debate promovido por Haddad, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), afirmou que as UPAs resolvem 97% dos problemas dos pacientes, conseguindo assim reduzir a demanda por hospitais nas cidades onde estão instaladas e disse ser um absurdo São Paulo não ter aderido.
Celso Russomanno (PRB) cobra atitudes rápidas e urgentes para melhorar o sistema municipal de saúde. Para ele, a demora no atendimento seria reduzida se os centros de saúde mudassem o foco de suas ações do tratamento para a prevenção. "As pessoas precisam da emergência, mas só descongestiona (o sistema) quando você trabalha a prevenção", adverte. O candidato defende o aumento das equipes do programa Saúde da Família. "Especialmente com idosos, pessoas com deficiência e crianças. Assim você diminui o fluxo e acaba com as filas". Russomanno também prega a reestruturação na administração de equipamentos de saúde.
24 horas. O candidato do PMDB promete, caso seja eleito, instalar unidades de atendimento 24 horas na Capital paulista. "Atualmente, o cidadão que precisar de uma UBS ou de uma AMA no final de semana, por exemplo, não é atendido", comentou Gabriel Chalita. "Há apenas 11 AMAs funcionando 24 horas em toda cidade", emendou.
Apesar das propostas diversas, Serra, Chalita e Haddad têm um ponto em comum: apostam no investimento em tecnologia para dar celeridade ao atendimento na rede de saúde pública de São Paulo. "É preciso usar a tecnologia para tornar mais ágil o agendamento, realização e análise de exames - incluindo serviços de diagnóstico por imagem à distância", sugeriu Serra ."Quem é atendido numa AMA, mas precisa de um exame, pode esperar meses. Quando afinal consegue, o resultado do exame fica retido ali e não vai para uma ficha digital do usuário do sistema, que poderia ser acessada em outra data ou outro local", propõe Chalita.
Estadão

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