quarta-feira, 25 de julho de 2012

Falta de mão de obra qualificada é um dos principais entraves para o crescimento do país

Brasil e o mundo têm enfrentado uma carência de mão de obra qualificada, desde o nível básico até o nível superior, principalmente quando se trata de executivos. Esse cenário tende a se agravar até 2020. Segundo o McKinsey Global Institute, em 2020 faltarão 40 milhões de profissionais com nível superior no mundo. No entanto, haverá um excesso de 95 milhões de profissionais com baixa qualificação.

 O jornal Valor Econômico noticiou que, nos últimos dois anos, 82% dos executivos brasileiros receberam ao menos uma oferta de emprego, enquanto 15% dos executivos receberam mais de seis ofertas. As empresas fazem o que podem para reter seus talentos, principalmente através de aumentos e promoções. Essa saída obviamente exige grandes esforços, já que a carga tributária sobre a folha de pagamentos é muito alta.

 Devido à crise na Europa, muitos projetos foram postecipados para 2013, então, ainda pode existir uma demanda reprimida, principalmente em relação aos preparativos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Se essa suspeita se confirmar, os profissionais “prontos” não serão facilmente encontrados. De acordo com Alfredo Assumpção, da Consultoria FESA, o mundo acadêmico hoje está atrasado em relação ao mercado. Na sua visão, a capacitação é um problema mais facilmente resolvível pelas empresas do que pelas Universidades.

 A solução para desatar esse nó consiste no investimento em formação de talentos sendo realizado pela própria empresa. Em alguns casos, vai ser bastante difícil explicar para os empregadores que estão contratando pessoas que ainda precisam ter seus talentos lapidados. Esse papel de convencimento precisa ser encarado pelo RH e pelas Universidades Corporativas. Os investimentos em capacitação não são incorporados ao salário, portanto, em vez de integrarem a base de encargos trabalhistas, são despesas dedutíveis dos impostos sobre a renda.

Além disso, enganam-se aqueles que acreditam que somente salário alto é fator de motivação. A felicidade de um profissional passa, sim, pelo salário, mas antes, pelo clima da empresa, pela sua capacidade de transformar e pela geração de oportunidades.

 Eric Barreto Coordenador da CINECORP e do SAINT PAUL INSTITUTE, professor da FIA e da FIPECAFI

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