quarta-feira, 29 de maio de 2013

Opinião:o cangaço moderno

A cidade de Princesa Isabel, no sertão da Paraíba, viveu momentos tensos no dia de ontem, com a chegada de um grupo de assaltantes que fizeram arrastão em bancos e loterias do município. Uma ação rápida de criminosos que sabem agir, já que cortaram até a comunicação dos moradores. Tratou-se de ato quase cinematográfico, mas não inédito, já que fatos dessa natureza acontecem quase corriqueiramente no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste do país, onde estão as pequenas cidades e falta policiamento. As autoridades olham para um lado e esquecem o outro.
Nos últimos anos, tornou-se normal nos preocuparmos com a segurança nos grandes centros. Porém, ao mesmo tempo, esquecemos de olhar para o interior. Há pelo menos cinco anos, crescem os assaltos a bancos em várias regiões, aumentando a tensão da população. A falta de policiamento atrai a bandidagem, como nos tempos do cangaço, que ainda existe na atualidade, mas se modernizou, com o uso de armas pesadas, como se viu nos últimos ataques, levando terror à sociedade.
Houve casos em que os armamentos usados eram de grande alcance, capazes até mesmo de derrubar aeronaves, conforme foi registrado no interior do Nordeste, alguns anos atrás. E o problema está avançando. No início do mês, bandidos saquearam uma agência bancária no Rio Grande do Sul, utilizando armas pesadas, numa ação tão ousada que os criminosos fizeram dois policiais militares como reféns. No assalto de ontem, em Princesa Isabel, os alvos foram moradores, levados da Paraíba para Pernambuco.
Os governos estaduais e o federal têm que repensar o assunto, antes que o cangaço moderno migre das cidades do interior de algumas regiões para ocupar todo o país. Os próximos planos de segurança pública têm que ter ações voltadas para o policiamento mais rígido nos municípios distantes. Uma das formas é policiar as estradas com mais rigor, para fiscalizar o transporte de armas e o deslocamento dos criminosos, além de aumentar os contingentes das PMs nesses locais. Seja como for, algo tem que ser feito.
Correio Braziliense

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