O Ministério da Fazenda deverá apresentar até o final da semana à Presidente Dilma Roussef sua avaliação de como a aprovação do acordo fiscal pelo Congresso dos Estados Unidos, na passagem do ano, afetará o desempenho da economia internacional em 2013.
O simples fato de algum entendimento ter sido alcançado foi positivo, na medida em que reafirma a habitual capacidade do sistema político norte-americano de convergir em momentos cruciais. Mas os mercados não deixarão de perceber que o que se conseguiu foi pouco.
Na verdade, o 'imbróglio' que ameaça desequilibrar definitivamente as contas públicas dos EUA teve sua solução postergada por dois meses, período em que as classes médias foram poupadas de aumentos tributários e o governo não será obrigado a realizar cortes abruptos em suas despesas.
Esse alívio temporário será tornado possível pela arrecadação adicional de US$ 600 bilhões das classes de renda mais elevada, uma concessão dos Republicanos, feita no último momento. Obama e os Democratas queriam mais, pelo o menos o dobro disso. Em compensação, a oposição foi refreada em seu ímpeto de ceifar despesas, em particular na esfera social.
Assim, continuarão no ar as inquietações que até agora vigiam, quanto à sustentabilidade das frágeis conquistas na direção de uma recuperação, obtidas recentemente pela economia norte-americana.
No acerto, cabe notar, também não se ofereceram instrumentos para auxiliar a redução do desemprego, situação na qual hoje se encontram 12 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Mas ao mesmo tempo não se desmanchou a rede de proteção social aos desempregados.
O fulcro da questão não se modificou: como administrar a vertente tributária diante de uma dívida do setor público que cresce aceleradamente- em boa parte pressionada pelos gastos de defesa, saúde e previdência-. sem que se desvie o país da trilha da recuperação econômica?
O governo dos EUA tem ainda muito a conversar com a oposição, pois se até março o Congresso não conceder o aumento do teto do endividamento a inadimplência oficial se tornará inevitável, e para isso basta que o setor público deixe de pagar apenas uma conta. Considerando-se a dimensão da presença dos títulos oficiais americanos no mercado mundial, ondas de choque imediatamente se propagariam para a economia internacional.
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Europa
A situação na Europa para 2013 não é também muito alvissareira. Convivem no cenário europeu dados positivos e negativos, sendo difícil definir uma clara tendência de comportamento dos índices macroeconômicos e de crescimento.
Dos 17 países que integram a zona do euro, nove continuam mal das pernas. Tanto assim que chega a ser razão de júbilo o registro de que o PIB da Irlanda elevou-em em 0,2% no terceiro trimestre de 2012, comparativamente ao mesmo período do ano precedente.
Portugal,Espanha e Itália, por seu turno, não conseguiram sequer esse resultado minguado e a Grécia continua prostrada numa depressão.
Os otimistas apontam para o desempenho do comércio exterior desses países, observando que todos eles reduziram seus déficits e ampliaram suas exportações, sinalizando que estão se tornando mais competitivos nos mercados internacionais.
Pelo momento, a crise parece ter acalmado, observou o presidente do Bundesbank, o Banco Central alemão, Jens Weidmann , ao jornal Frankfurter Allgemeine, que assinalou também que suas causas subjacentes não foram ainda eliminadas.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde acha que a Europa está seguindo um rumo adequado ao priorizar a sustentabilidade fiscal, políticas monetárias orientadas para a estabilidade e perseguindo o aumento da competitividade.
Em conversa com editores do jornal alemão Die Zeit, publicad ano final do ano,, Lagarde disse considerar a consolidação fiscal é uma necessidade, mas que os países devem estabelecer metas estruturais e não necessariamente nominais, para evitar que a reação a crescentes déficits orçamentários seja automaticamente a de realizar cortes de despesas que prejudicarão o crescimento.
Nessa busca por delicados equilíbrios, propõe que as políticas monetárias devam continuar a privilegiar a sustentabilidade da recuperação econômica.
Luz brilhante, só a da China, que vem registrando crescimento em seus índices de produção industrial.
O simples fato de algum entendimento ter sido alcançado foi positivo, na medida em que reafirma a habitual capacidade do sistema político norte-americano de convergir em momentos cruciais. Mas os mercados não deixarão de perceber que o que se conseguiu foi pouco.
Na verdade, o 'imbróglio' que ameaça desequilibrar definitivamente as contas públicas dos EUA teve sua solução postergada por dois meses, período em que as classes médias foram poupadas de aumentos tributários e o governo não será obrigado a realizar cortes abruptos em suas despesas.
Esse alívio temporário será tornado possível pela arrecadação adicional de US$ 600 bilhões das classes de renda mais elevada, uma concessão dos Republicanos, feita no último momento. Obama e os Democratas queriam mais, pelo o menos o dobro disso. Em compensação, a oposição foi refreada em seu ímpeto de ceifar despesas, em particular na esfera social.
Assim, continuarão no ar as inquietações que até agora vigiam, quanto à sustentabilidade das frágeis conquistas na direção de uma recuperação, obtidas recentemente pela economia norte-americana.
No acerto, cabe notar, também não se ofereceram instrumentos para auxiliar a redução do desemprego, situação na qual hoje se encontram 12 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Mas ao mesmo tempo não se desmanchou a rede de proteção social aos desempregados.
O fulcro da questão não se modificou: como administrar a vertente tributária diante de uma dívida do setor público que cresce aceleradamente- em boa parte pressionada pelos gastos de defesa, saúde e previdência-. sem que se desvie o país da trilha da recuperação econômica?
O governo dos EUA tem ainda muito a conversar com a oposição, pois se até março o Congresso não conceder o aumento do teto do endividamento a inadimplência oficial se tornará inevitável, e para isso basta que o setor público deixe de pagar apenas uma conta. Considerando-se a dimensão da presença dos títulos oficiais americanos no mercado mundial, ondas de choque imediatamente se propagariam para a economia internacional.
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Europa
A situação na Europa para 2013 não é também muito alvissareira. Convivem no cenário europeu dados positivos e negativos, sendo difícil definir uma clara tendência de comportamento dos índices macroeconômicos e de crescimento.
Dos 17 países que integram a zona do euro, nove continuam mal das pernas. Tanto assim que chega a ser razão de júbilo o registro de que o PIB da Irlanda elevou-em em 0,2% no terceiro trimestre de 2012, comparativamente ao mesmo período do ano precedente.
Portugal,Espanha e Itália, por seu turno, não conseguiram sequer esse resultado minguado e a Grécia continua prostrada numa depressão.
Os otimistas apontam para o desempenho do comércio exterior desses países, observando que todos eles reduziram seus déficits e ampliaram suas exportações, sinalizando que estão se tornando mais competitivos nos mercados internacionais.
Pelo momento, a crise parece ter acalmado, observou o presidente do Bundesbank, o Banco Central alemão, Jens Weidmann , ao jornal Frankfurter Allgemeine, que assinalou também que suas causas subjacentes não foram ainda eliminadas.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde acha que a Europa está seguindo um rumo adequado ao priorizar a sustentabilidade fiscal, políticas monetárias orientadas para a estabilidade e perseguindo o aumento da competitividade.
Em conversa com editores do jornal alemão Die Zeit, publicad ano final do ano,, Lagarde disse considerar a consolidação fiscal é uma necessidade, mas que os países devem estabelecer metas estruturais e não necessariamente nominais, para evitar que a reação a crescentes déficits orçamentários seja automaticamente a de realizar cortes de despesas que prejudicarão o crescimento.
Nessa busca por delicados equilíbrios, propõe que as políticas monetárias devam continuar a privilegiar a sustentabilidade da recuperação econômica.
Luz brilhante, só a da China, que vem registrando crescimento em seus índices de produção industrial.
Por Pedro Luiz Rodrigues
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