domingo, 8 de junho de 2014

O Ceará à espera do legado da Copa

Fortaleza está pronta para a Copa do Mundo? Considerando que os jogos precisam prioritariamente de um bom estádio de futebol para acontecer, a resposta é sim. O Castelão está aí, pronto e acabado para receber as seleções. Mas, teremos a cidade que foi planejada  para a Copa? Longe, muito longe, disso. 

A cidade chegará ao dia do primeiro jogo com praticamente todos os projetos inacabados. O conjunto viário, mais importante legado da Copa, está incompleto. A sonhada Via Expressa sem cruzamentos, entrecortada por túneis e viadutos, vai para um futuro incerto.

O viaduto previsto para acabar com o perigoso e engarrafado cruzamento da Raul Barbosa com Murilo Borges, nem sequer saiu do papel. Por lá, apenas a demolição de uma edificação que foi desapropriada. Não se sabe ao certo quando as obras serão iniciadas. Pelo visto, saiu da agenda.

E o Veículo Leve sobre Trilhos? Bom, essa obra ganhou conotações bastante complexas. Era ela a única obra viária sob a responsabilidade do Estado dentro do PAC Copa. O contrato com as empreiteiras foi encerrado. Até aqui, não há nova previsão para entregá-la ao distinto público.

O VLT, com todos os seus problemas, incluindo as desapropriações e a construção de novas casas para os desapropriados, vai ficar de herança para o próximo governante. Caso haja erros de projeto no que até aqui foi construído em diversos pontos diferentes, será uma herança maldita.

E a ampliação do aeroporto? Que lástima. É outra com contrato encerrado. Foi um legado do novo modelo de “licitação”, o tal de Regime Diferenciado de Contratação. Escrevam: não teremos aeroporto ampliado nos próximos dois anos e o puxadinho milionário será desmontado em dois meses.

Mesmo quando todas essas importantes obras forem finalizadas, continuaremos morando numa cidade com problemas medievais. Não devemos nos cansar de dizer: mais da metade dos domicílios de Fortaleza não é ligada ao sistema de esgotos. Esse tema está completamente fora da pauta política do Ceará.

Fábio Campos/O Povo

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