quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mais de 56 mil mortes em um ano no Brasil

O Brasil bateu recorde no número de homicídios registrados em um ano, segundo dados divulgados no Mapa da Violência, elaborado pela Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais.Ao todo, foram 56.337 mortes no ano de 2012, o maior número desde 1980. Essa taxa de homicídios chegou a 29 casos por 100 mil habitantes.

O índice, considerado não epidêmico pela OMS (Organização Mundial da Saúde), é de dez mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.Alagoas tem a maior taxa com 64,6 mortes. Em seguida, vêm o Espírito Santo e o Ceará. Na outra ponta da lista, os dois estados com a menor taxa de homicídios do país: São Paulo, com 15,1, e Santa Catarina, com 12,8 ocorrências.Na média nacional, o número de homicídios cresceu 7% de 2011 para 2012.

O Jornal da Globo foi conversar com especialistas que explicaram o que esses números significam para o Brasil.

POR QUE AUMENTOU?

O número de homicídios no país em um ano supera o registrado em quase dois anos de conflito da Chechênia, entre 1994 e 1996, quando 25 mil pessoas morreram.O coordenador do estudo explica que, na última década, os homicídios caíram nas grandes cidades e aumentaram no interior, que têm menos estrutura de segurança pública. “Cresceu em municípios de pequeno e médio porte no interior dos estados totalmente desprotegidos sem a mínima estrutura de segurança publica”, analisa Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador de estudo da violência da Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais.

Segundo a pesquisa, na última década, a região Sudeste foi a única que conseguiu reduzir o número de homicídios, apesar das taxas continuarem altas. Já o Nordeste e o Norte registraram mais de 70% de aumento nos casos de homicídios em dez anos.Para Luciana Guimarães, especialista em segurança pública, o primeiro passo para mudar esse cenário é identificar as causas dos crimes.“Acho que a gente ainda tem baixa qualidade de diagnóstico e de esclarecimento de crimes. Isso orientaria todo um trabalho de prevenção e também de romper ciclos de impunidade”, aponta Luciana.

“Quando você tem baixo esclarecimento, você sequer entende o fenômeno e também, quer dizer, mostra que o crime mais importante, crime contra a vida, tem pouca importância para o sistema de justiça criminal. Então, a gente precisa começar a trabalhar com informação de qualidade, desagregada para que bons diagnósticos possam produzir boas políticas públicas”, reflete Luciana Guimarães, diretora do Instituto Sou da Paz. O Globo

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