segunda-feira, 12 de maio de 2014

Eunício Oliveira manda recado para Dilma e Lula

O encontro do PMDB, em Crateús, assinalou o desencontro do jogo do faz de contas. O candidato do PMDB, pela primeira vez falou do ex-aliado, sem declinar o nome do governador. Ateve-se aos problemas de segurança pública com crítica contundente à violência no Ceará, referindo-se também à concentração da renda estadual a cinco municípios apenas, e queixou-se de não ter recebido reciprocidade pelo apoio incondicional em todas as eleições e a todos os candidatos chancelados pelo governador, “contrariando correligionários, mas honrando um compromisso que deveria ser de mão dupla”. 

O assunto mais comentado de seu pronunciamento foi o alerta que fez ao Palácio do Planalto, ao declarar: “Eu não acredito que o meu amigo Lula ou a presidente Dilma venham ao Ceará para fazer campanha contra o PMDB”. Um recado para garantir que a sua candidatura não é pessoal nem que ele está só na disputa. Repare-se que o candidato não se referiu a ele, mas colocou, emblematicamente, o seu partido como alvo de qualquer ato de protecionismo na campanha sucessória do Ceará, deixando no ar uma advertência velada. Se isso vier a ocorrer, não será, uma desfeita a ele, mas a um partido que tem dado sustentação ao governo da presidente Dilma, no imediato e no indispensável, para que ela possa postular a reeleição mesmo diante das dificuldades que a cercam. 

O PMDB, segundo Eunício, está empenhado em construir uma plataforma nacional para lastrear o seu projeto político com vistas a 2018, quando terá candidato à Presidência da República. E para seguir esse objetivo, quer eleger o maior numero de governadores possíveis. “Iremos às ultimas conseqüências para exercitar um princípio democrático que assegura a todo cidadão brasileiro e a todo partido político, o sagrado direito de postular cargos públicos”. Com os acontecimentos dos últimos dias no “coreto” do Pros a política estadual entra em fase de apreensão com o possível desencadear de reações não previsíveis. Em Crateús, o senador Eunício Oliveira falou com a clareza de quem se preparou para disputar o governo. Se, no entanto, vier a acontecer manipulação de setores do Alvorada nas eleições do Ceará, é possível que o desespero obrigue ele e o seu partido a fazerem eco com o inconformismo de setores contrários à reeleição de Dilma Roussef.

Por Fernando Maia

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