terça-feira, 8 de abril de 2014

Domingos Filho, morto em combate?

Sem batistério na Matriz e na igreja da Praça São João, e sem DNA adequado às exigências do padrão sobralense, Domingos Filho já devia suspeitar, antes de tornar-se o pomo da discórdia que determinou a derrota do Plano “A” do governador, que os seus serviços seriam dispensados se abdicasse o poder. Soldado no campo da batalha sem fuzil é candidato à morte súbita, descartado com o epíteto “morto em combate” escrito numa laje de qualquer cemitério entre a Zona Norte e o Sertão dos Inhamuns, no caso dele. 

Tudo começou com a exoneração do seu filho Domingos Neto, do secretariado municipal. O prefeito RC não chegou a exonerá-lo propriamente, mas deu ao deputado federal mais votado no ultimo pleito pá e enxada para cavar a própria sepultura. Esvaziou a pasta que ele comandava sem explicações. Isso pode acontecer com qualquer secretário politicamente órfão, mas não ao filho do vice-governador. É, no mínimo, falta de respeito. 

O episódio sinalizou como advertência do que poderia acontecer amanhã. Nunca se acreditou num rompimento do governador com o seu substituto eventual. O predomínio do primeiro foi alimentado pelo comportamento correto do segundo estimulando reconhecimento e confiança. Domingos, escolhido e indicado vice pelo próprio governador, não admitia a hipótese do seu afastamento sem aviso prévio e sem FGTS, destituído numa operação de remoção do entulho. Fez uma aposta de altos riscos ao deixar um partido onde tinha lastro próprio para ser subproduto no Pros cometendo um grave erro de avaliação. Esvaziou sua carteira em troca de um vale esperança. No PMDB, manteve surda batalha com o senador Eunício, a quem serviu e desserviu com o mesmo ânimo sob a proteção de princípios plurais que parece não ter encontrado na nova legenda. Quem o conhece, sabe que o “aventureiro” não está acabado. É homem de sete fôlegos e saberá reagir ao desconforto em que se encontra. Fernando Maia

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