Os dias 21 e 22 de abril, datas antes comemoradas pela sua importância para a História do Brasil, não passam hoje de lembranças, que aos poucos vão sendo descartadas da memória oficial, assim como da do povo. Ontem, Dia de Tiradentes, antes festejado até com pompa nas escolas e quartéis, foi marcado apenas por rápidos registros, dos que ainda têm o alferes da Polícia, Joaquim José, como o Mártir da Inconfidência. O heroico mineiro, embora tenha merecido um feriado nacional, só é lembrado por alguns poucos ufanistas, mesmo sabendo-se da sua inaudita coragem. Hoje, 22, dia registrado nos livros de História como sendo o do Descobrimento do Brasil, nem mais é feriado. Para o senador Cristóvam Buarque, o dia 22, deveria servir pelo menos para profundas reflexões, para um exame de consciência de todos os brasileiros “a respeito do que ainda não fizemos para justificar os 514 anos do descobrimento da terra que seria a nossa Pátria”.
Não vai ao caso se algumas fontes da História se preocupam em apresentar outros “descobridores” do Brasil. O que importa é que foi o alcaide-mór de Azurra e Senhor de Belmonte Pedro Álvares Cabral que aqui chegou e tornou conhecido no mundo um lugar ignoto, hoje o gigante Brasil. Mas o que realmente angustia, a cada “Dia do Descobrimento”, é em o tipo de Brasil em que nós vivemos hoje. A terra desconhecida habitada apenas por silvícolas incapazes de fazer o mal a alguém virou um país tido como evoluído, mas onde políticos inescrupulosos vivem de “se dar bem”, e onde marginais impunes põem em risco as vidas de quem apenas deseja viver em paz. Fernando Maia
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