domingo, 23 de setembro de 2012

Rede social é lugar para discussões políticas


Fazer política nas redes sociais não é monólogo. É interatividade. E aos candidatos às eleições que não tiverem bem clara essa premissa, talvez a melhor saída sejam rever a sua estratégia, até mesmo para protegerem a sua imagem. Guardados esses e outros cuidados básicos, eles podem pisar fundo no acelerador. Pelo menos, foi o que mostrou a pesquisa Rede social é lugar para política?, realizada pela eCRM123 (empresa especializada no gerenciamento das relações entre marcas, produtos e consumidores nas redes sociais) e divulgada na semana passada. Feito com 332 pessoas na internet, o levantamento mostrou que 85% dos participantes acreditam que as redes sociais são um meio de comunicação adequado para a discussão política.

O destaque é o Facebook, apontado por 40% dos participantes. Outros 37% acreditam que todas as redes são eficientes, enquanto 11% preferem o Twitter. “Não podemos confundir discussão politica com campanha. Os internautas têm demonstrado o seu descontentamento com o uso da rede para a divulgação dos santinhos virtuais, mas, por outro lado, estão abertos para uma discussão inteligente”, comenta José Jarbas, CEO da eCRM123. 

Entre os assuntos sobre os quais as pessoas estão mais abertas a conversar nas redes sociais, aparecem o plano de mandato (49%), temas relacionados à corrupção (26%) e esclarecimentos de boatos (14%). Ações mal conduzidas, entretanto, acabam gerando a resistência das pessoas, como quando fica evidenciado que o candidato está ali apenas para angariar votos sem se preocupar se está sendo invasivo ou pertinente. “Já vi casos de candidatos que proíbem a postagem de mensagens de seus seguidores em sua fanpage. É uma atitude que demonstra um vício antigo da política analógica, na qual o candidato fala e o eleitor escuta”, critica Jarbas.
Outro erro comum é o de comprar listas de seguidores. “Quem faz isso é porque ainda não entendeu que o importante é ter como fãs e seguidores pessoas que estão com você de fato e que podem influenciar outros eleitores”, acrescenta.
A pesquisa da eCRM123 identificou que 36% dos participantes acreditam que seus candidatos não são “interativos”, sendo que 35% acreditam que eles não sabem utilizar as redes corretamente. De acordo com o estudo, exatamente por compreenderem que a interação com seus candidatos não correspondem ao esperado, 43% afirmam ter deixado de curtir, e, portanto, de receber atualizações diretamente da fanpage de seu candidato à eleição.
O levantamento também descobriu que 45% dos participantes da pesquisa já enviaram mensagens aos seus candidatos, porém apenas 27% deste universo obtiveram uma resposta que tenha agradado.

Como fazer uma campanha com menos rejeição nas redes sociais

#A rede social, ao contrário da televisão, não aceita imposição. As pessoas não querem ser incomodadas por “santinhos virtuais”. Saiba fazer sua proposta chegar para os que querem ouvir seu conteúdo e na hora certa.

#Sair criando Facebook e Twitter sem um planejamento objetivo pode voltar-se contra o candidato.

#Tenha uma equipe preparada e, de preferência, com experiência em lidar com esse ambiente. As redes sociais são orgânicas e facilmente podem fugir do controle gerando crises.

#Crie conteúdo relevante. Não se foque nos “santinhos digitais” e sim nos canais e formatos que mostrem abertamente seu plano de governo e que permitam interatividade democrática e pública.

#Engajamento: a arte de tornar um desconhecido em amigo e um amigo em seu defensor que saberá a quem e como falar a seu favor. Parece simples, mas grandes marcas investem milhões e muitas vezes não conseguem. Vale frisar que seguidores e fãs não significam engajamento ao contrário do que dizem.

#Ferramentas: Facilitarão sua vida e podem ser uma boa vantagem. Devem possibilitar a criação de conteúdo, interação e monitoramento de várias redes sociais ao mesmo tempo.

#Pós-campanha: Ganhando ou não, continue ativo nas redes sociais.

Jornal do Comercio

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