terça-feira, 25 de setembro de 2012

Candidato a vereador adota apelido Mensalão e diz: 'Aqui é bom!'


No município gaúcho de Santa Rosa, a 495 quilômetros da capital Porto Alegre, há quem não tenha pudores em dizer que apoia o Mensalão. "O Mensalão sempre ajudou a população de Santa Rosa sem ter de precisar fazer isso. Agora, vai ajudar por profissão", afirma Lázaro da Silva Brum, dono de lanchonete e candidato a vereador na cidade de 60 mil habitantes quase na fronteira com a Argentina.
Lázaro, 49, abriu seu estabelecimento comercial na cidade em 2005. À época, o Brasil acompanhava pelo noticiário as denúncias de  que haveria um esquema de pagamento de propina a deputados federais em Brasília, no caso que ficou conhecido como "mensalão", e é julgado no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Era uma palavra que estava na boca do povo. Então, resolvi batizar minha lanchonete como Mensalão Lanches, mas eu não sabia o que queria dizer isso", conta Lázaro Brum, que completou apenas o ensino fundamental, e antes de abrir seu negócio era caminhoneiro.  
Desde então, o dono da lanchonete passou a ser conhecido na cidade pelo nome de seu estabelecimento. Neste ano, quando resolveu candidatar-se a vereador de Santa Rosa pelo PPS, não teve dúvidas. Escolheu Mensalão como nome para aparecer na urna eleitoral.

"Não tinha jeito, se perguntarem aqui no bairro (Vila Cruzeiro)  quem é Lázaro, ninguém vai saber. Já se perguntarem quem é o Mensalão, todo mundo sabe, é o Mensalão da lanchonete, que gosta de ajudar o povo", afirma o candidato, explicando por que ele acredita que seu apelido não irá prejudica-lo na corrida eleitoral.
Mensalão, o candidato, declarou patrimônio de R$ 28.200 à Justiça Eleitoral, sendo R$ 1.200 em dinheiro e R$ 27 mil o valor de um automóvel em seu nome. Seu carro, inclusive, é a fonte inspiradora de sua maior bandeira de campanha.
"Se eu for eleito, vou lutar para que a prefeitura compre um carro para ser o 'auto comunitário da Vila Cruzeiro'. É que o pessoal aqui não tem carro, e sempre me pedem para levar para o hospital, para rodoviária, ou qualquer emergência. Eu levo, sem problema, mas é bom que tenha um carro da prefeitura que possa levar, né?", discursa o candidato.
Mais alguma proposta? "Ah, por enquanto é isso mesmo. Eu proponho ser essa pessoa que eu sou mesmo, que ajuda as pessoas que precisam! Torce para mim que, se eu ganhar, você vai ver que o Mensalão daqui é bom para o povo."

Bol

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