terça-feira, 21 de junho de 2016

Servidores da Adagri apresentam reivindicações durante audiência

Na tarde desta terça-feira (21/06), a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Assembleia Legislativa realizou audiência pública para discutir os problemas enfrentados pelos fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri). Os trabalhadores estão em greve desde maio e reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Segundo eles, os fiscais da defesa agropecuária recebem o terceiro pior salário base do país: R$ 2.150,38; enquanto a média nacional é de R$ 4.700.
Autor do requerimento, o deputado Renato Roseno (Psol) informou que o governo do Estado será questionado sobre o corte do ponto dos servidores no período de greve e que dará encaminhamento às reivindicações de aumentos salariais, ascensões funcionais e condições dignas de trabalho. Ele afirmou ainda que irá pedir explicações à Adagri sobre denúncias de prática anti-sindical, perseguição e assédio moral, relatadas durante a audiência. “Vamos assinar uma representação junto ao Ministério Público que tenha investigação sobre as denúncias”, destacou Renato Roseno.
O deputado também vai pedir ao Tribunal de Contas do Estado que analise se as despesas da Adagri estão sendo superiores às despesas com atividade fim. Por último, informou que irá solicitar ao Fórum Cearense de Combate aos Impactos do Uso de Agrotóxicos, ligado ao Ministério Público Estadual, que um representante dos fiscais da defesa agropecuária participe das discussões, já que eles também fiscalizam o uso dos agrotóxicos.
O ex-secretário de Agricultura e deputado estadual, Carlos Matos (PSDB), destacou que, durante sua gestão à frente da secretaria entre 2003 e 2006, os servidores recebiam o equivalente a oito salários mínimos, e hoje recebem pouco mais de dois. Segundo ele, a agricultura e pecuária têm grande potencial econômico, mas é preciso que os servidores que fiscalizam esse setor sejam valorizados.
Uma das requerentes da audiência, deputada Fernanda Pessoa (PR), lembrou que o Ceará não estaria livre da febre aftosa se não fosse a atuação dos fiscais agropecuários.
O representante do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários, Simplício Alves, explicou que os servidores deveriam receber ainda acréscimo salarial pelos riscos biológicos aos quais se expõem durante o trabalho.
Já o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Sindagri), Dimas Oliveira, cobrou valorização dos profissionais e destacou a importância desse trabalho: “Nós cuidamos da segurança alimentar do Estado. Fazemos a inspeção de todos os produtos de origem animal e vegetal, e do uso de agrotóxicos. Os servidores têm que ter boas condições de trabalho e serem valorizados”, enfatizou.
Também estiveram presentes à audiência pública representantes da Comissão de Agropecuária da AL; do Conselho Regional de Medicina Veterinária; da Anfasindical; Crea-CE e Fuaspec.
JM/AP

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