domingo, 22 de julho de 2012

A difícil tarefa de trocar o altar pelo palanque


Política é uma maneira nobre e exigente de servir ao próximo”. As palavras são do italiano que ficou conhecido como Paulo VI, papa que administrou o Vaticano entre 1963 e 1978. Por aqui, no Congresso Nacional, há atualmente quatro padres fazendo política partidária no cargo de deputado federal. Esse número representa o dobro do que a casa apresentava em 2010. O avanço estatístico, porém, mascara um retrocesso sentido pelos sacerdotes que desejam se candidatar a cargos públicos no próximo pleito, em outubro. Diferentemente do que preconizava Paulo VI, fazer política – apesar de não configurar pecado – desagrada à Santa Sé e, por tabela, aos bispos diocesanos. Esses, por sua vez, fazendo valer a possibilidade prevista no Código de Direito Canônico, o conjunto de normas que regulam a Igreja Católica no mundo, têm afastado do uso das ordens religiosas os subordinados padres que lançam uma candidatura. Na prática, isso significa o afastamento imediato de celebrações como casamentos, batizados e missas.
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RESTRIÇÕES
O deputado João Siqueira (PT-MG) só
pode fazer celebrações em capelas
Somente este ano, três foram as vezes em que párocos brasileiros se reuniram para discutir o quanto a relação deles com os bispos diocesanos se torna angustiosa no momento em que manifestam o desejo de disputar uma eleição por algum partido. Os eventos, batizados de “Encontro mineiro de padres na política”, ocorrem em Minas Gerais desde 1999. “Tem havido um endurecimento por parte da Igreja ultimamente”, afirma um dos participantes, o padre João Siqueira, 45 anos. Hoje deputado federal pelo PT, o religioso conta que entre 2002 e 2010, quando cumpria mandato de deputado estadual, d. Luciano Mendes de Almeida, então bispo da Arquidiocese de Mariana (MG), o permitia realizar celebrações e, inclusive, confiava a ele a administração de uma paróquia. Dois anos atrás, o cenário mudou ao informar o desejo de tentar a vaga de deputado federal. “O bispo me disse que, se eu não abandonasse a candidatura, sofreria restrições ao uso das ordens”, recorda. “Como não voltei atrás, o bispo só me permite fazer celebrações em capelas, hospitais ou asilos, por exemplo.”
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"Mesmo que algum padre abandone a política, 
o retorno ao posto não é garantido"

Dom Delson Pedreira, de Caicó (RN)
O argumento mais utilizado pela alta cúpula católica é o de que a política divide a comunidade religiosa. “Os padres se tornam lideranças em comunidades e a Igreja tem medo de perdê-las para a política”, opina o padre Jocimar Dantas, que tentará a reeleição a prefeito de Seridó (RN). Na diocese de Caicó (RN), o bispo d. Delson Pedreira, afirmou que, mesmo que algum padre abandonasse a política, o retorno ao antigo posto não era garantido. Há 11 anos como sacerdote em Bragança, cidade a 220 quilômetros de Belém, no Pará, Nelson Magalhães sofreu isso na pele. Perdeu a eleição à prefeitura, em 2008, e diz que só conseguiu assumir as funções religiosas que desempenhava antes da derrota nas urnas após uma intervenção do conselho presbiterial da diocese local.  
ISTO É

"Super-ricos" têm R$ 42,5 trilhões escondidos em paraísos fiscais


Em um momento em que muitas das principais economias do mundo enfrentam duras medidas de austeridade, um estudo mostra que alguns poucos cidadãos continuam se dando ao luxo de manter suas fortunas intactas, longe das garras afiadas das autoridades tributárias.
A elite global super-rica somou pelo menos US$ 21 trilhões (cerca de R$ 42,5 trilhões) escondidos em paraísos fiscais até o final de 2010, segundo o estudo The Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice Network.
A valor é equivalente ao tamanho das economias dos Estados Unidos e Japão juntas. Segundo Henry, o valor é conservador e poderia chegar a US$ 32 trilhões (cerca de R$ 64,8 trilhões).
O estudo também lista os 20 países onde há maior remessa de recursos para contas em paraísos fiscais. No topo da lista está a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida por Rússia, com US$ 798 bilhões, Coréia do Sul, com US$ 798 bilhões, e Brasil, com US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão).
Perdas enormes
James Henry usou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais.
Seu estudo trata apenas de riqueza financeira depositada em contas bancárias e de investimento, e não de outros bens, como imóveis e iates.
O relatório surge em meio à crescente preocupação pública e política sobre fraude e evasão fiscal. Algumas autoridades, inclusive na Alemanha, têm até pago para obter informações sobre supostos sonegadores de impostos.
Henry disse que o movimento de dinheiro dos super-ricos em todo o mundo é feito por "facilitadores profissionais nas áreas de private banking e nas indústrias de contabilidade, jurídica e de investimento".
"As receitas fiscais perdidas são enormes. Grandes o suficiente para fazer uma diferença significativa nas finanças de muitos países".
"Por outro lado, esse estudo é realmente uma boa notícia. O mundo acaba localizado a uma pilha enorme de riqueza financeira que pode ser chamada a contribuir para a solução dos nossos mais prementes problemas mundiais", disse ele.
Escolha política
John Christensen, diretor da Tax Justice Network, afirmou à BBC Brasil que as elites de países que hoje enfretam crises, como a Grécia, têm uma longa tradição de envio de recursos para paraísos fiscais.
Segundo ele, os tributos que poderiam ser recolhidos sobre o dinheiro em paraísos fiscais seria "mais do que suficiente para manter os serviços públicos e erradicar a pobreza nestes países".
"Eu e outros economistas vimos dizendo que austeridade é uma questão de escolha. Há muitos anos, os governos sabem que há recursos em paraísos fiscais. Nós apenas quantificamos isso. Mas muitos governantes optam por não taxar estes recursos. Até porque eles próprios estão entre os que remetem para os paraísos fiscais".
Outras descobertas do estudo incluem:
- No final de 2010, os 50 principais bancos privados movimentaram mais de US$ 12,1 trilhões entre fronteiras para clientes privados.
- Os três bancos privados que manipulam a maior parte dos ativos offshore são UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs.
- Menos de 100 mil pessoas em todo o mundo detêm cerca de US$ 9.8 trilhões em ativos offshore.
IG

Marco Maia veta protestos sobre mensalão na Câmara durante julgamento


Os deputados estão proibidos de se manifestarem sobre o mensalão no plenário da Câmara durante o julgamento do caso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com decisão do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). Segundo Maia, faixas, cartazes e qualquer outra forma de manifestação estão proibidas, para que o processo não seja "contaminado". As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Maia, por ser o presidente da Câmara, pode cortar o microfone caso ocorram ofensas ou manifestações que ultrapassem o uso da palavra em discursos dos deputados. É permitido também que ele baixe norma que impeça manifestações nas galerias do plenário. À Folha de S. Paulo, Maia declarou que "o importante é que as lideranças não transformem o debate em atos ou ações de manifestações ou protestos". Dois deputados reús do mensalão têm mandatos: Pedro Henry (PP-MT) e João Pedro Cunha (PT-SP). Maia afirma que, para ele, congressistas do PT não precisariam receber dinheiro para apoiar o Planalto.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, o ministro Joaquim Barbosa apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
Jornal do Brasil

Níveis dos oceanos sobem e consequências são visíveis em Natal


O avanço do mar em Ponta Negra, um dos maiores cartões postais de Natal, derrubou coqueiros; rompeu tubulações; e fez com que postes e boa parte do calçadão desmoronassem.

A Prefeitura decretou Estado de Calamidade Pública para tentar reparar o problema e estuda chamar o Exército para atuar em obras de recuperação.


Créditos: SBT Brasil

A imagem do dia: José Serra quase cai de skate

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, tenta andar de skate durante visita ao Parque da Juventude, zona norte da capital. Além de quase cair de skate, o candidato beijou palhaços e assistiu a um espetáculo de dança típica da Rússia.


Folha

Moroni lidera e Inácio disputa 2º lugar com Heitor


A eleição para prefeito de Fortaleza começa com um líder isolado e dois candidatos na batalha pela segunda colocação. No cenário atual, Moroni Torgan (DEM), com 27% das intenções de voto, iria para o segundo turno. Seu adversário estaria indefinido, com vaga disputada entre Inácio Arruda (PCdoB), com 14%, e Heitor Férrer (PDT), com 11%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, os candidatos do PCdoB e do PDT estão tecnicamente empatados.

Os números são da primeira pesquisa sobre a eleição na Capital após a definição dos candidatos e o início da campanha. A consulta foi realizada pelo instituto Datafolha e contratada pelo O POVO.

Renato Roseno (Psol) e Marcos Cals (PSDB) aparecem ambos com 6%. Essa primeira pesquisa O POVO/Datafolha mostra ainda que o candidato do governador Cid Gomes (PSB) e o que tem apoio da prefeita Luizianne Lins (PT) não conseguiram entrar na briga direta para chegar ao segundo turno. Com as bênçãos do Governo do Estado, Roberto Cláudio (PSB) tem 5%. Elmano de Freitas (PT), candidato da Prefeitura, tem 3%.

O professor Valdeci (PRTB) tem 1%. André Ramos (PPL) e Francisco Gonzaga (PSTU) não atingiram 1%.

Eleitores que declararam intenção de votar em branco, nulo ou em nenhum somam 6%. Chama atenção o percentual dos entrevistados pelo Datafolha que disseram não saber em quem pretendem votar: 21%. O índice fica acima da média em pesquisas estimuladas, nas quais o pesquisador apresenta ao eleitor a lista com o nome dos candidatos. Na primeira pesquisa O POVO/Datafolha realizada na eleição municipal de 2008, há quatro anos, esse índice era de 6% no fim de julho.

O Datafolha ouviu 831 eleitores de Fortaleza nos dias 18 e 19 de julho. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) com o número CE-00004/2012.


Avaliação das gestões

A TV O POVO divulga neste domingo, com exclusividade, a pesquisa O POVO/Datafolha sobre avaliação das administrações da prefeita Luizianne Lins (PT) e do governador Cid Gomes (PSB).

Você confere ainda o debate e a análise sobre os números da pesquisa com os jornalistas Fábio Campos e Erivaldo Carvalho e o cientista político Uriban Xavier.
Programa: O POVO Notícias Eleições 2012
Horário: 19h30min
TV O POVO
Canais: 48 (TV aberta), 23 (NET) e 11 (TV Show)

FONTE: pesquisa O POVO/Datafolha

Empresários transformam religião em um bom negócio




O site de relacionamentos Amor em Cristo, criado em 2003, é voltado para evangélicos




Os nichos de mercado são formados para atender necessidades específicas de determinados públicos-alvo. E atento a uma demanda que não estava sendo atendida, Carlos Vinicius Buzulim, junto com mais cinco sócios, criou em 2003 o site de relacionamento Amor em Cristo. "Este é um local para que pessoas com a mesma fé evangélica se conheçam. O objetivo é que, a partir daí, saiam casamentos pautados no que diz a religião", explica. 

Dados divulgados em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de evangélicos no País aumentou 61,45% em 10 anos. Em 2000, 26,2 milhões de pessoas se disseram evangélicos, enquanto que, em 2010, esse número saltou para 42,3 milhões. No entanto, o Brasil segue com maioria católica, religião declarada por 64,6% da população, o equivalente a 123,3 milhões de pessoas. 

Carlos, que também é evangélico e hoje é presidente do site, conta que ele e os sócios tinham o desejo de juntar duas paixões: a religião e a tecnologia. "Não que seja obrigatório, mas no geral evangélicos se relacionam com seus pares. Isso explica o motivo de eles não serem atendidos pelos sites tradicionais de relacionamento", afirma. Na época do inicio da operação, já havia portais voltados para esse público no Canadá e nos Estados Unidos. 

Hoje, o Amor em Cristo tem cerca de dois milhões de usuários cadastrados - em 2009 esse número era de 600 mil. Carlos estima que, por mês, entre 400 mil e 500 mil usuários acessem o site. O cadastro é gratuito, mas para que se consiga uma interação maior - como um bate papo exclusivo do portal - é preciso pagar. A receita do site vem do pagamento por esses produtos. 

O caráter religioso do portal fica claro na interação com os usuários. Além da equipe de tecnologia, o site também conta com a consultoria de pastores que ajudam a responder as questões enviadas por internautas. Carlos conta que não é raro receber e-mail de pessoas que reclamam porque ainda não encontraram um parceiro. "Então respondemos, pautados na Bíblia, no fato de que Deus tem planos para cada um", diz. 

No começo, a maior parte dos usurários pertencia às classes C e D, que, não coincidentemente, também era o nível socioeconômico da massa de evangélicos. "Mas hoje isso mudou. Atingimos predominantemente as classes B e C, o que também é reflexo de uma ascensão como um todo não só dos evangélicos, mas da população", aponta Carlos. 

Próximos passos
Para que o site cresça, os sócios investem em divulgação. Carlos diz que recentemente a empresa terceirizou a parte do que eles chamam de "Google". "É esse parceiro quem cuida da maneira como somos achados nos sites de busca. Ele trabalha para otimizar o uso de palavras chave, por exemplo", explica. 

Recentemente, foi criado um canal no YouTube para o Amor em Cristo com o depoimentos de cinco casais que se conheceram por meio do site e, hoje, estão casados. "Nossa maior divulgação é mostrar os casos reais", aponta Carlos.


Terra

PT de Icó é proibido de selar união com o candidato Jaime Júnior


O Partido dos Trabalhadores – PT, através de seu Diretório Municipal, enviou nota a imprensa local, ontem (20\07), comunicando, outrossim, que por Resolução da Executiva Nacional da agremiação e, também, ratificada pela Executiva Estadual, o PARTIDO SEDIADO EM ICÓ, encontra-se proibido de selar apoio e acordo com o candidato do DEM – Democratas, a prefeitura de Icó. No caso, o prefeiturável Jaime Júnior (DEM).


NOTA DE ESCLARECIMENTO

De acordo com Resolução do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores - PT, por sua Executiva Estadual, “VETOU” a Coligação do Partido dos Trabalhadores do Município de Icó com o DEM – Democratas, por entender que “ESTE” vem ao longo dos anos agindo totalmente contrário ao Projeto do Partido dos Trabalhadores – PT, que atualmente tem como “ESTRELA MAIOR: A PRESIDENTA DILMA”.

Por esse motivo, a Direção do PT do Município de Icó e, parte de seus filiados, estão neutros na Campanha para Prefeito em Icó.

Abraços,

Direção do PT Municipal de Icó – CE.

Cícero Dias Lima.

Por Fabrício Moreira

sábado, 21 de julho de 2012

Em Recife, petista fica à frente com 35%; candidato de Campos tem 7%


A primeira pesquisa Datafolha sobre a eleição para prefeito de Recife (PE) mostra que uma polarização entre os candidatos do PT e do PSB ainda está distante.
Segundo o levantamento, o petista Humberto Costa lidera a corrida sucessória, com 35% das intenções de voto, enquanto o socialista Geraldo Júlio aparece na quarta colocação, com 7%.
Mendonça (DEM) ocupa o segundo lugar, com 22%, à frente de Daniel Coelho (PSDB), com 8%, em situação de empate técnico com Geraldo.
Humberto Costa, que é senador, disputa a eleição por indicação do PT nacional, defendendo 12 anos de administração da sigla na cidade.
Sua candidatura foi imposta após o partido intervir no processo sucessório, vetando a tentativa de reeleição do prefeito João da Costa (PT).
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, aproveitou a crise para romper a aliança com o PT e lançar seu próprio candidato.
A expectativa de polarização existe porque Geraldo, apesar de desconhecido por 66% dos eleitores, ancora sua candidatura na popularidade de Campos.
Já o petista é o segundo mais rejeitado, com 24%, em empate técnico com Mendonça, citado por 26%.
A pesquisa Datafolha (PE-49/2012) foi realizada em 19 e 20 de julho com 828 eleitores. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Editoria de Arte/Folhapress

Folha

Presidentes de onze TJs recebem mais que Dilma

‎'Qual a mulher que vai querer namorar uma pessoa que ganha mal?', questiona presidente da associação de juízes. Salários de presidentes de Tribunais de Justiça chegam a R$ 60 mil, mais que o dobro de Dilma. Categoria é contra a divulgação dos valores na internet e usou a frase acima como argumento: 'Pessoas que ganham salários pequenos (...) se sentem humilhados'.


Embora mostrem forte resistência na divulgação dos salários pela internet, o Estadoconfirmou que pelo menos onze presidentes de tribunais de Justiça (TJs) de todo o País ganham mais que a presidente Dilma Rousseff, em valores brutos - o salário da presidente da República é de R$ 26.723,13.



Nove Estados (Amazonas, Bahia, Acre, Paraná, Roraima, Piauí, São Paulo, Amapá e Tocantins) encaminharam à reportagem a cópia dos contracheques dos presidentes, conforme solicitado em questionário que incluía perguntas sobre número de servidores, gastos com combustível de carros oficiais e medidas tomadas para a implantação da Lei de Acesso à Informação.
Nos casos de Sergipe, Paraíba e Maranhão, a informação foi obtida por meio da divulgação nominal na internet, nem sempre da forma mais clara. A planilha dos magistrados paraibanos, por exemplo, trocou as colunas referentes a valores líquidos e brutos.
No Maranhão o mecanismo de busca dificulta a vida do cidadão que quer ver os vencimentos publicados. Só na 17ª lista é possível chegar ao salário do presidente do tribunal.
Risco. Embora considere a lei um "avanço pleno", o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, vê com preocupação a divulgação nominal no caso de alguns servidores. "Hoje estão sequestrando por causa de R$ 2 mil, R$ 3 mil. Temos servidores que trabalham e moram em área de risco", afirmou ao Estado. O salário bruto de Sartori é de R$ 31.096,85 ou R$ 22.255,81 líquidos.
Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Henrique Nelson Calandra, a divulgação nominal pode causar constrangimentos.
"Se colocam aqui outras situações, pessoas que ganham salários pequenos e que se sentem humilhados quando se divulga. Qual a mulher que vai querer namorar uma pessoa que ganha mal?", questionou Calandra, após participar de reunião na quarta-feira, 18, com os presidentes dos TJs e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto.
Os doze salários conferidos pelo Estado variam de R$ 23,2 mil (Tocantins) a R$ 60,7 mil (Amazonas), em valores brutos. O salário do desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, presidente do TJ-AM, é turbinado pela Parcela Autônoma de Equivalência (PAE), pagamento em parcelas das diferenças salariais recebidas por juízes do trabalho de primeiro e segundo grau em relação a colegas de outras áreas que recebiam mais.
Quando se analisa o valor líquido, a margem cai de R$ 10.835,08 (Amapá) a R$ 47.617,17 mil (Amazonas) - a diferença deve-se a descontos de imposto de renda, pagamento de pensões, planos de saúde e outros.
Apenas a desembargadora Jacqueline Adorno de La Cruz Barbosa, presidente do TJ-TO, ganha menos que Dilma.
Estadão

Juíza Eleitoral de Icó se pronuncia sobre candidaturas

Juíza Eleitoral de Icó deferiu registro ontem de Marcos Nunes-Charles Peixoto e de seus candidatos ao Legislativo Municipal. Deferiu também, o registro de candidato a vice-prefeito de Diassis Pereira e de de seus candidatos a vereador(es).

Os impugnados, Jaime Júnior, Evandro Juvino, Marconier Mota, Ricardo Nunes e Flamarion Pereira, ainda se encontram pedente pra julgamento (sub-Júdice).


Fabrício Moreira

Candidato a vereador é preso em flagrante pela Polícia Federal em Palmeira dos Índios (AL)



Em uma operação conjunta, as Polícias Militar (PM) e Federal (PF) prenderam, nesta sexta-feira (20), o candidato a vereador pelo município de Palmeira dos Índios, Luiz Costa de Araújo Ferro (PSDB), o “Luiz da Oficina”, de 45 anos. Ele é acusado de corrupção eleitoral por prometer a eleitores casas do programa Minha Casa, Minha Vida em troca de votos.
Ferro foi preso em flagrante em casa, onde policiais cumpriram mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Eleitoral da 10ª Zona Eleitoral, Sandro Augusto dos Santos. No local, segundo as assessorias de comunicação das corporações, foram encontrados cadastros com nomes de eleitores, documentos timbrados da Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios e fichas de cadastros de inscrição do programa habitacional.
Também foram extraídos arquivos de mídia de um computador encontrado na residência, nos quais constam a relação de famílias cadastradas nos conjuntos residenciais Josmário Silva e João XXIII e uma relação de nomes acompanhados da nota “compareceram a reunião”. Foram recolhidos ainda materiais de campanha do candidato e cartões de apresentação de Luiz Costa de Araújo Ferro, como “Secretário Executivo Especial de Gabinete de Governo Municipal de Palmeira dos Índios”.
As investigações são coordenadas pelo delegado Polybio Brandão Rocha e apontam que o candidato se aproveitava da condição de ex-coordenador do Minha Casa, Minha Vida no município para obter vantagens nas eleições deste ano. Ele estaria orientando eleitores a comparecer à sua residência com os respectivos títulos eleitorais para trocar os votos pelas casas.
O candidato e o material apreendido foram encaminhados à sede da PF, no bairro de Jaraguá, em Maceió. Luiz Ferro vai responder por compra de votos, segundo o artigo 299 do Código Eleitoral brasileiro, cuja pena pode chegar a quatro anos de reclusão, mas é passível de fiança.
O Tudo na Hora tentou contato com o presidente estadual do PSDB, Claudionor /araújo, mas seu motorista informou, pelo telefone, que ele estava em uma reunião e retornaria mais tarde. Até as 22 horas, não houve retorno.

Tudo na Hora

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Há 43 anos, homem chegava à Lua com computador de 2 kb de RAM

O salto que a humanidade deu há exatos 43 anos ocorreu no tempo previsto pela Nasa. Mas o pequeno passo para o homem, não. Eram 23h56 de 20 de julho de 1969 quando Neil Armstrong empreendeu o derradeiro movimento que o levou do último degrau da escada do módulo para a superfície da Lua.

A transmissão das imagens do astronauta saltitando pelo satélite natural não representou apenas a soberania espacial dos Estados Unidos, a concretização da profecia de John F. Kennedy proferida oito anos antes e todos os avanços científicos resultantes do programa Apollo. Os registros daqueles momentos mostraram a todos quão longe o ser humano poderia chegar com computadores inferiores ao celular que você tem no bolso hoje. Armstrong e Buzz Aldrin sabiam disso. E não puderam nem pensar em cumprir a programação, de tão extasiados que estavam por terem pousado em segurança.

Em vez de dormirem após a aterrissagem e deixarem a nave apenas às 3h16 do dia 21, eles resolveram iniciar logo a próxima fase da missão.

Assassinado em 1963, o presidente americano John F. Kennedy não pode acompanhar a conquista da Lua. Mas todos sabiam que o impulso inicial daquela viagem partiu dele. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos estavam perdendo em importante batalha para a União Soviética: a corrida espacial.

Em 1957, os soviéticos chocaram o resto do mundo ao mandar ao espaço o primeiro satélite artificial, Sputnik 1, e a cadelinha Laika. No dia 12 de abril de 1961, mais um revés para os americanos: o cosmonauta russo Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem a orbitar a Terra. Por isso, quando Kennedy anunciou o objetivo de enviar uma missão tripulada à Lua até o fim da década de 1960, poucos acreditaram que o intento se confirmaria - e que os soviéticos não chegariam lá antes.

"A chegada do homem à Lua representou um esforço científico e tecnológico que, na época, ninguém imaginava possível", relata José Monserrat Filho, chefe de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB) e professor de Direito Espacial.

Em uma mensagem especial ao congresso americano no dia 25 de maio de 1961, Kennedy expôs a relação entre os avanços soviéticos e o novo objetivo de seu país. "Se nós queremos vencer a batalha que está acontecendo ao redor do mundo entre a liberdade e a tirania, as dramáticas conquistas no espaço nas últimas semanas devem deixar claro para todos nós, assim como o fez Sputnik em 1957, o impacto dessa aventura nas mentes de homens de todos os lugares que estão decidindo que caminho eles devem seguir", alertou o presidente.

"Eu acredito que esta nação deva se comprometer em atingir o objetivo, antes que esta década termine, de pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta a salvo para a Terra. Nenhum projeto espacial será mais impressionante para a humanidade ou mais importante para a exploração do espaço a longo termo; e nenhum será tão difícil e caro para realizar. Não será apenas um homem indo para a Lua - se isto se confirmar, será uma nação inteira. Porque todos nós precisamos trabalhar para colocar ele lá".

Oito anos depois do discurso, Armstrong fincou a bandeira americana na superfície lunar, em uma missão chamada Apollo 11. Esse desfecho só foi possível devido à disputa com os russos, que incrementou o investimento e o empenho dos EUA para alcançar tal feito. "O objetivo principal não era estudar a Lua, e sim mostrar seu poderio tecnológico e político e provar para a União Soviética a sua liderança na corrida espacial", explica Monserrat.


Calculadora científica

O poderio tecnológico dos EUA naquela época não impressionaria um soviético hoje. A chegada do homem à Lua ocorreu com uma tecnologia bastante rudimentar quando cotejada com a atual. É até difícil comparar o computador da Apollo 11, o Apollo Guidance Computer (AGC), com os PCs e Macs que qualquer criança maneja em 2012.

Um tablet ou smartphone de última geração, seja dotado de iOS ou de Android, seria tecnologia extraterrestre para aquela época. De acordo com Rui Barbosa, historiador espacial e editor do site Boletim Em Órbita, o processador 8088, concorrente mais próximo, fabricado em 1981, possuía oito vezes mais memória do que o computador utilizado na Apollo.

Lançada de um foguete Saturn V do Kennedy Space Center, na Flórida, a espaçonave Apollo tinha três partes: o módulo de comando, a única parte que voltou à Terra; o módulo de serviço, que continha propulsor, sistema elétrico, oxigênio e água; e o módulo lunar, utilizado para pousar na Lua. Apesar de ser tripulada por três astronautas, a missão foi dividida de forma que Michael Collins permanecesse no módulo de comando, na órbita lunar, enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong pousassem na Lua com o Módulo Lunar.

Esse módulo também tinha um AGC, a fim de que os astronautas pudessem se orientar e pousar no satélite. Ele pesava 32kg, tinha 2 kb de memória RAM e não ostentava disco rígido, além de oferecer um poder de processamento de 2.048 MHz (o equivalente a uma calculadora científica atual) - um iPhone 4s, por exemplo, pesa 140g e possui 64gb de armazenamento, 512 mb de memória RAM e processamento de 800 MHz dual-core.

Não por acaso, nos momentos que antecederam o pouso o computador começou a emitir sinais de erro e a reiniciar. Isso ocorreu devido a uma sobrecarga de informações computadas pelos astronautas naqueles minutos decisivos.

Assim, com a tecnologia daquela época, o fator humano contava ainda mais. Os astronautas eram submetidos a baterias intensivas de testes e simulações, nas quais se tentavam prever todos os problemas que poderiam ocorrer durante as missões. E eles de fato ocorriam. "Se hoje o treino dos astronautas é um treino intensivo, naqueles dias os astronautas eram verdadeiros super-homens; os melhores escolhidos entre os melhores", acrescenta o historiador espacial Rui Barbosa.

Avanço científico

O retorno à Terra rendeu diversos avanços científicos. Segundo Barbosa, muitas áreas se beneficiaram das tecnologias desenvolvidas para o programa Apollo. "A corrida à Lua levou a avanços tecnológicos ímpares na nossa história recente", afirma.

Um dos exemplos é a eletrônica. "Ela não era tão miniaturizada como hoje em dia. Na verdade, a eletrônica moderna nasceu juntamente com a era espacial", diz Naelton Mendes de Araújo, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. Além dela, outros avanços foram possíveis a partir da conquista da Lua. Diversos materiais modernos, como as espumas sintéticas, metais, plásticos, entre outros, foram elaborados para as missões lunares.

Áreas como a aeronáutica e a engenharia foram algumas das que se beneficiaram com os avanços tecnológicos, com novos mecanismos de propulsão de foguetes, controles mecânicos e eletrônicos na ausência de gravidade, além dos estudos sobre fisiologia humana no espaço, reciclagem de fluídos, equipamentos da manutenção física, materiais isoladores, sistemas de filtragem, refeições desidratadas, sensores de medição de gases, computação e software, comunicação a grandes distâncias etc. "A comunicação via satélite foi uma das maiores heranças da era da corrida espacial", completa Araújo.  

Missões anteriores haviam circundado a Lua, pousado nela e enviado fotografias de sua superfície. Mas, por volta de julho de 1969, a Nasa estava pronta para enviar homens ao satélite. A tripulação da missão histórica era formada pelo comandante Neil Armstrong, Michael Collins (piloto do módulo de comando) e Edwin "Buzz" Aldrin (piloto do módulo lunar). Veja a seguir como a missão transcorreu.




16 de julho de 1969 (9h32) - o foguete Saturno V, transportando a espaçonave Apollo 11, foi lançado do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Ele transportava o módulo de comando e serviço, que alojava os astronautas, e o módulo lunar que Armstrong e Aldrin utilizariam para o pouso na Lua. Depois de completar uma órbita e meia em torno da terra, o terceiro estágio do Saturno V voltou a ser acionado e colocou a Apollo 11 no caminho da Lua. Pouco depois, o módulo de comando, conhecido como Colúmbia, separou-se do foguete, reverteu sua posição e se conectou pelo nariz ao módulo lunar, o Eagle. A espaçonave combinada assim formada prosseguiu em seu percurso.

19 de julho - a Apollo 11 entrou na órbita da Lua. Depois de 24 horas em órbita e de uma verificação dos sistemas e da comunicação no módulo lunar, Armstrong e Aldrin separaram o Eagle do Colúmbia, e se prepararam para o pouso na superfície lunar. Collins ficou no Colúmbia, para servir como elo de comunicação entre o módulo lunar e o controle da missão, na Terra.

20 de julho (16h17) - 102 horas depois do lançamento, Armstrong e Aldrin pousaram no Mar da Tranqüilidade, uma planície de lava na superfície da Lua. Armstrong enviou sua famosa mensagem ao controle da missão: "Houston, aqui Base Tranqüilidade. O Eagle pousou". Pouco minutos depois, os dois astronautas começaram os procedimentos para um cancelamento de emergência da missão e retorno ao módulo de comando, para o caso de alguma emergência. Depois, desativaram os sistemas do módulo.

Seis horas e meia mais tarde. Armstrong deu seus primeiros passos na superfície da Lua.
A group of children watched the televised broadcast of the Apollo 11 moon landing from the hood of a truck in Central Park.
Tim Boxer/Getty Images
Grupo de crianças assiste à transmissão pela TV do pouso lunar da Apollo 11, no Central Park, Nova York

Assim que Aldrin se uniu a Armstrong na superfície da Lua, os dois astronautas começaram a coletar material. Enquanto trabalhavam, anotavam as diferenças entre a gravidade lunar e a terrestre. Como a gravidade da Lua equivale a 1/6 da terrestre, os astronautas tinham de se mover com passos lentos ou saltando com os dois pés, como cangurus.
Na Lua, Armstrong e Aldrin criaram uma imagem que entrou para a História, quando instalaram uma bandeira dos Estados Unidos. A tarefa foi menos fácil do que pareceu. A estaca penetrou facilmente no solo da Lua por 10 ou 15 centímetros, mas depois surgiu resistência. Os astronautas tiveram de incliná-la ligeiramente para que ficasse no chão.
Durante o período passado na Lua, eles recolheram cerca de 22 quilos de material lunar, fotografaram a área do pouso, montaram equipamentos e extraíram duas amostras do subsolo lunar. Deixaram para trás um disco com 73 mensagens de países do mundo, um distintivo da Apollo 1, medalhas de cosmonautas russos e um símbolo da águia norte-americana levando um ramo de oliveira.

Neil Armstrong, Michael Collins and Edwin Buzz Aldrin, Jr. are quarantined upon their return to Earth.
MPI/Getty Images
Ao voltar à Terra, a tripulação da Apollo 11 ficou em quarentena. Os astronautas conversaram com o presidente Nixon pela janela do veículo de quarentena.

21 de julho (1h54) - 21 horas depois do pouso, Armstrong e Aldrin decolaram da Lua, deixando o estágio inferior do módulo lunar para trás. Dentro do módulo, eles voltaram à órbita do satélite, onde se acoplaram ao módulo de comando e serviço e depois soltaram o Eagle no espaço.
24 de julho - a Apollo 11 entrou em órbita da Terra a uma velocidade de 11.031 metros por segundo e pousou no Oceano Pacífico às 12h51.


Senador agora já não tem certeza se irá mesmo demitir assessora que teve vídeo sexual vazado



Quarenta e oito horas depois de ter declarado que demitiria a advogada Denise Rocha, que o assessora na CPI do Cachoeira, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) já não exibe a mesma certeza. Ele continua incomodado com a fulminante notoriedade da auxiliar –“Preciso de uma assossora, não de uma celebridade”—, mas já soa hesitante quanto ao destino funcional de Denise, que teve vazado na web um vídeo no qual aparece em tórrida e explícita relação sexual com um parceiro.
“Ela pediu licença e, quando voltar para trabalhar, vamos tomar uma decisão se ela tem condição ou não de ficar trabalhando”, declarou nesta sexta (20), o chefe de Denise. “Não importa o vídeo, importa se ela poderá ou não trabalhar como assessora. Se eu avaliar que ela tem condições de continuar seu trabalho como assessora das comissões, ela vai continuar trabalhando. Mas se eu avaliar que não, ela sairá.”
Filha de piauienses, Denise é prima em terceiro grau de Ciro Nogueira. Acompanha-o desde os tempos em que ele era deputado. No Senado, foi contratada em fevereiro de 2011. Inaugurou-se entre os colegas do senador uma silenciosa corrente. “Se minha mulher não fosse brava, eu abriria no twitter a campanha ‘fica Denise’”, disse ao repórter um membro da CPI, receoso de perder a presença coreográfica da advogada Denise nas sessões da comissão.

Blog do Josias

Internautas acompanham evolução das obras do Hospital Regional Norte


Em fase de conclusão, com mais de 90% das obras prontas, o Hospital Regional Norte, em Sobral, receberá mais um grupo de internautas que curtem o facebook do governo do Estado (www.facebook.com/governodoceara). A segunda visita guiada está marcada para as 9 horas deste sábado (21) com o secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, mostrando a evolução das obras e quais serviços e exames a população terá acesso no hospital que será o maior do interior do Nordeste, com 57 mil metros quadrados. Da primeira visita, há dois meses, quando o HRN estava com 85% das obras concluídas, até agora, muitos detalhes da construção avançaram e foram definidos. Um exemplo: as unidades de pediatria e de obstetrícia já estão até com a iluminação instalada.

Os internautas que irão à visita guiada foram sorteados. Participam do projeto no perfil do governo da rede social Facebook, que tem como objetivo mobilizar e atrair a população para conhecer de perto as principais obras estruturantes mesmo antes de serem inauguradas. Entre as grandes obras que o governo do Estado está construindo e que já receberam a visita de internautas está o estádio Castelão. O Centro de Eventos do Ceará e a primeira etapa da Linha Sul do Metrô de Fortaleza, já entregues à população, também foram visitadas por internautas antes das inaugurações.


Exames complexos


O Hospital Regional Norte fica em Sobral, na Rua Jonh Sanford, no bairro Junco, mas vai atender a população dos 55 municípios de toda a macrorregião Norte, no total de 1,5 milhão de habitantes. Com perfil de assistência em alta complexidade, o HRN vai ampliar e facilitar o acesso aos serviços de saúde na própria região, realizando exames que na rede pública da região Norte ainda não são realizados, como a ressonância magnética. Só na aquisição de equipamentos, o Governo do Estado está investindo R$59.429.435,00. Nas obras, o investimento é de R$169.653.512,73. Somando obras e equipamentos, totaliza R$229.082.947,73.

Arruda Bastos, antes de iniciar a visita e de percorrer as mais diferentes unidades do novo hospital acompanhado dos internautas visitantes, fará uma apresentação mostrando a dimensão e o perfil de assistência. Serão 382 leitos. Desses, 70 são UTIs. Exclusivamente para a pediatria foram construídos 30 leitos semi-intensivos. Além da emergência urgência e do prédio de internação, com cinco andares, a população da região Norte terá atendimento especializado na saúde da mulher e da criança. No HRN terá ainda a Unidade de Psiquiatria, com 21 leitos.


Profissionais
Como hospital-escola, o hospital formará profissionais na unidade construída especificamente para o ensino e pesquisa. No HRN, serão ao todo 1.641 profissionais. A contratação ocorre através de seleção pública, que está com as inscrições abertas desde o dia 3 deste mês até o próximo dia 5 de agosto, através do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (www.isgh.org.br).

Rede de assistência
O Hospital Regional Norte será o segundo hospital no interior construído no governo Cid Gomes. O primeiro foi o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, que desde abril do ano passado atende a população dos 44 municípios da macrorregião do Cariri. O compromisso de expandir a assistência à saúde no interior, descentralizando o atendimento na capital, inclui ainda o Hospital e Maternidade Regional do Sertão Central, que está no início das obras, e o Hospital Regional Metropolitano, com o edital de licitação das obras previsto para ser lançado no próximo mês. A nova rede de assistência é formada também por policlínicas regionais para ampliar e facilitar o acesso a consultas e exames especializados, com sete entregues à população em Baturité, Camocim, Tauá, Pacajus, Itapipoca, Brejo Santo e Sobral. O acesso aos serviços de saúde bucal também estão sendo assegurados. Integram a rede de assistência 18 novos Centros de especialidades Odontológicas (CEOs regionais). Treze dos 18 CEOs foram concluídos e entregues em Ubajara, Baturité, Acaraú, Russas, Limoeiro do Norte, Sobral, Crato, Juazeiro do Norte, Brejo Santo, Itapipoca, Crateús, Caucaia e Camocim.

A nova rede de assistência abrange também serviços de urgência e emergência. Em Fortaleza, o Governo do Estado, com apoio do Ministério da Saúde, construiu quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24horas). Estão em funcionamento nos bairros Praia do Futuro, Autran Nunes, Messejana e Canindezinho. Na Região Metropolitana construiu UPA 24h em Maranguape, funcionando desde novembro do ano passado, e em Caucaia, há uma semana. Há mais oito prontas para serem inauguradas no Eusébio, Horizonte, Pecém - em São Gonçalo do Amarante, Canindé, São Benedito, Aracoiaba, Crateús e Pentecoste. No total, são 48 UPAs na rede de urgência e emergência.





Assessoria de Imprensa da Sesa




IX Festival Música na Ibiapaba exibe cenário musical cearense


O Ceará tem dado passos largos na formação musical, prova disso é o sucesso do Festival Música na Ibiapaba que, desde 2004, reúne centenas de jovens aprendizes e professores renomados na cidade de Viçosa do Ceará. Neste ano, o Festival acontece de 21 a 28 de julho e tem o compromisso de desenvolver jovens talentos e expandir o cenário musical cearense. Viçosa do Ceará, mais uma vez, será palco do festival que, com o apoio do Governo do Estado, tem o objetivo de acolher profissionais, educadores e estudantes de música e o público geral num evento que abre espaço para a música popular brasileira.

Essa ação tem beneficiado músicos e aprendizes em todo o Estado, em especial nos municípios da Serra da Ibiapaba. Em 2010, cerca de 300 alunos foram contemplados nos chamados “Casulinhos”, oficinas de iniciação musical. Antes do projeto, muitos não tiveram nenhum tipo de contato com a produção musical e hoje despertam interesse em aperfeiçoar suas técnicas.

Professores, instrutores e maestros de todo Brasil, especialistas em diversas áreas da música, foram convidados a ministrar as oficinas dos seis núcleos pedagógicos: Musicalização, Vocal, Instrumental, Estruturação e História, Didática Musical e Projetos Especiais. Nesse ano, dois convidados internacionais comporão o corpo docente: o produtor e pianista americano Adam Faulk, que já realizou trabalhos com nomes como Billy Paul, Terrence Howard, MC Lyte, entre outros e esteve nos palcos de cidades como Munique, Paris e Tóquio e o maestro uruguaio Pablo Trindade Roballo, diretor artístico do grupo Expresso 25 em Porto Alegre, desde outubro de 1996, e do grupo vocal “Sem Contraindicação” desde 2003.

Essas oficinas servirão como base para aguçar a criatividade, descobrir talentos e criar novas formações musicais como corais, orquestras, bandas e grupos de música instrumental. Essa edição beneficiará cerca de 1.000 inscritos em 58 oficinas, divididas em 78 turmas. As grandes atrações são as novas oficinas de Percussão Corporal e Musicalidade Instintiva, Introdução a Musicoterapia, Arranjo, Harmonia e Improvisação para Violão, Didática e Repertório Coral Adulto, Regência Coral, Regência de Corais e Grupos Vocais, Atividades Lúdicas: Brincadeiras Musicais e os projetos “Mel: música e literatura na infância” e “Música e literatura – Um abraço harmonioso”.

Programação Artística
Além das oficinas, os participantes e o público em geral poderão vivenciar a música através da diversificada programação artística. Esta edição trará apresentação inédita do trio Adam Faulk, César Machado e Miquéias dos Santos e espetáculo especial da Orquestra Sinfônica da UECE (OSUECE).

Formada por aproximadamente 50 músicos regidos pelo maestro Alfredo Barros,a OSUECE se destaca por executar, dentre as composições nacionais e clássicas, peças de cearenses, estudantes do Bacharelado em Composição da UECE.
O violonista e clarinetista paulistas Alessandro Penezzi e Alexandre Ribeiro apresentam o novo álbum “Alessandro Penezzi e Alexandre Ribeiro Gravado ao Vivo na Bimhuis – Amsterdã”, o segundo da dupla, gravado após apresentação impecável na Holanda. O álbum conta com músicas inéditas de autoria do Duo, músicas do antigo CD e interpretações de grandes gênios da música brasileira, como Sivuca, Luperce Miranda, Zequinha de Abreu, Ernesto Nazareth, entre outros.

Aulas Show
Além das apresentações artísticas, o Festival Música na Ibiapaba promove aulas shows. Elas acontecem no auditório do Patronato, sempre às 18h e são abertas a todos os participantes do Festival. No dia 23, Alessandro Penezzi e Alexandre Ribeiro são os responsáveis pela primeira aula. No dia 26, o sanfoneiro Waldonys mostra o que sabe para os alunos e públicos presentes no Patronato.


Contatos para entrevistas
Heriberto Porto, coord. pedagógico do IX Festival Música na Ibiapaba – 8823-1793 Lucile Horn, coord. pedagógica do IX Festival Música na Ibiapaba – 9987-3829




Assessoria de Comunicação e Marketing do IACC

UVA recebe inscrições de concurso público para professor efetivo


O Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), autorizou a realização de Concurso Público de Provas e Títulos para provimento de cargo de professor efetivo assistente e adjunto da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em Sobral. O Edital 09/2012, que fixa as normas do Concurso, foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 10 de julho e está disponível no site da Uva.

As inscrições serão recebidas no período de 20 de julho a 02 de agosto de 2012, exclusivamente através da Internet, no endereço eletrônico http://concursos. uvanet.br, para os Cursos de Engenharia Civil e de Letras. A titulação exigida é de Mestre e Doutor. Estão sendo ofertadas 20 vagas.

Após a conclusão do preenchimento da ficha de inscrição on-line, deverá ser impresso o boleto bancário, também disponível na Internet, para o pagamento da inscrição, no valor de R$ 100,00, em qualquer agência bancária, até o dia 03 de agosto.



O Concurso será coordenado, administrado e realizado pela Comissão Executiva de Processo Seletivo – CEPS/UVA. A aplicação das provas escrita dissertativa, didática e de títulos ocorrerá nos dias 14 e 15 de agosto, no campus CIDAO, em Sobral.

A remuneração total, incluindo vencimento base, gratificação de dedicação exclusiva, gratificação de regência de classe e gratificação de incentivo pessoal, com regime de trabalho de 40 horas semanais, será de R$ 5.310,79 para Professor Auxiliar/ Nível A; de R$ 7.016,71 para Professor Assistente/Nível D; e de R$ 9.927,81 para Professor Adjunto/Nível I.

As vagas
Das 20 vagas ofertadas, 13 são destinadas para o Curso de Engenharia Civil, para lotação no Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, nos seguintes setores de estudo: Construção Civil (04), Estrutura (02), Física na Engenharia (01), Matemática na Engenharia (01), Meio Ambiente (01), Recursos Hídricos (02) e Solos (02).

Para o Curso de Letras, do Centro de Filosofia, Letras e Educação, são sete vagas nos setores de estudo Língua Inglesa (03); Literatura da Língua Inglesa (01); Ensino de Língua Inglesa (01), Linguística e Teoria da Literatura (02).

Serviço
Comissão Executiva do Processo Seletivo – CEPS
Av. Dr. Guarany, 317 – Campus CIDAO, Derby, Sobral-CE
Fone/fax: (88) 3677-4210 – site: www.uvanet.br




Assessoria de Comunicação e Marketing Institucional da UVA

Governo do Ceará autoriza pagamento para Anistiados Políticos


As indenizações somam o valor de R$640 mil. Desses, R$ 450 mil serão pagos aos anistiados com processos deferidos em 2009, e R$ 190 mil para os casos julgados em 2008.

O Governo do Estado do Ceará autorizou o pagamento da indenização no valor de R$ 640 mil para ex-presos políticos que tiveram os processos deferidos pela Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou, vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus). Dessa verba, R$ 450 mil serão pagos a 18 anistiados cujos processos foram deferidos em 2009, e R$ 190 mil para o pagamento do lote residual para os casos julgados em 2008, que devem ser pagos no início de agosto.

Duzentos e vinte oito processos foram julgados pela Comissão Especial de Anistia, que recebe e avalia a procedência dos pedidos de indenização das pessoas detidas sob acusação de terem participado de atividades políticas entre os dias: 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979, que tenham ficado sob a guarda e responsabilidade de órgãos da estrutura administrativa do Estado do Ceará, ou em quaisquer dependências desses órgãos, e que sofreram sevícias que deixaram comprometimentos físicos e psicológicos.

Nove pagamentos foram efetuados aos anistiados ou familiares, totalizando cerca de R$ 5,5 milhões em indenizações que podem ficar entre R$ 5 mil (mínimo) e R$ 30 mil (máximo), fixados de acordo com os critérios estabelecidos no artigo 6°, da Lei 13.202/2002.

Segundo a secretária da Justiça e Cidadania, Mariana Lobo, o pagamento aos anistiados é uma vitória na luta pela defesa da democracia e direitos humanos. "Embora a retratação do Estado e a indenização não possa amenizar os efeitos e sofrimentos sofridos pelos anistiados e seus familiares, é de fundamental importância ao Governo do Estado reconhecer os erros do passado e pedir oficialmente as desculpas do Estado às vítimas de perseguição política e seus familiares", afirmou.

Serão beneficiados os seguintes anistiados: Amílcar Ximenes Pontes; Antônio Giovani Leite Sampaio; Bérgson Gurjão Farias; Cleide Vasconcelos Dantas; Expedito Nogueira; Francisco Joacir Vieira Tavares; Francisco Zamnhof de Oliveira; João
Bastos Neto; João Batista Cavalcante; João Ferreira de Vasconcelos; João Ricardo Silva; Luis Gonzaga Diógenes; Mércia Vasconcelos Pinto; Moacir Carlos de Pinho; Moises Pimentel; Paulo Emílio de Andrade Aguiar; Vicente Augusto Gondim Teixeira e Zelito Nunes Magalhães.





Assessoria de Comunicação da Secretaria da Justiça e Cidadania

Projeto torna guarda compartilhada possível mesmo sem acordo entre os pais


A professora de literatura Ghandia Brandão e o arquiteto Fábio Domingues se separaram em 2008, depois de mais de uma década juntos. Durante o relacionamento, Ghandia e Fábio tiveram uma filha, a Clara, hoje com doze anos. Após a separação, nenhum dos dois quis passar apenas fins de semanas com a filha. Ambos queriam participar ativamente da vida e da educação da filha. Por isso, como conta Fábio, optaram pela guarda compartilhada.
"Ela é muito melhor do que uma guarda unilateral, onde fica só com o pai ou com a mãe, normalmente com a mãe, e o pai acaba virando um pai de passeio, não vira um pai educador, um pai orientador."
Às segundas, quartas e sextas, Clara fica com a mãe. Às terças e quintas, com o pai. E os fins de semana são revezados. Mas nem sempre é tão fácil conseguir acordo em casos como esse. Muitas vezes, um dos pais não quer abrir mão da guarda total sobre os filhos. Atualmente, o Código Civil prevê a guarda compartilhada em casos de separação, sempre que possível. Mas, segundo a juíza da Família Ana Louzada, esse "sempre que possível" vem abrindo brecha para várias interpretações.
"Por essa locução 'sempre que possível', tem-se entendido que seria necessário que houvesse consenso entre os genitores. Eu particularmente não concordo com isso, eu entendo que realmente a guarda deve ser, na sua grande maioria, compartilhada."
Para evitar duplas interpretações, um projeto (PL 1009/11) em análise na Câmara retira do Código Civil essa expressão "sempre que possível". A ideia é que ninguém possa interpretar que a guarda compartilhada só pode ser concedida se houver acordo entre as duas partes. Basta que os pais tenham as condições e a vontade de ter a guarda da criança. O deputado e advogado Efraim Filho, do DEM da Paraíba, acredita que a guarda unilateral prejudica a criança.
"Está comprovado de forma plena que essas simples visitas são ineficientes e ineficazes para gerar um vínculo de amor, de carinho, de afeto, saudáveis e plenos para o desenvolvimento da criança."
Segundo Gandhia, mãe de Clara, os benefícios não foram apenas para a filha.
"Acho que a mãe acaba esquecendo um pouco de si, da não-mãe, que ela também é mulher, ela também desempenha vários outros papéis. Aí eu fui aprendendo a usar esses momentos pra mim."
A proposta que deixa mais clara a previsão da guarda compartilhada mesmo quando não há acordo entre os pais está na Comissão de Constituição e Justiça. Se aprovada lá, segue para o Senado.

Agência Câmara

Desinteresse do governo diante das greves sobra para os cidadãos


Do total de 59 universidades federais que existem no País, 58 estão paralisadas há dois meses em decorrência de movimento grevista.
Entre as 30 superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (ncra), 28 deixaram de operar há um mês.
Funcionários das áreas de administração, judicial, hospitalar e de outros setores também ensaiam ações grevistas.
O mesmo ocorre nas estatais. Na Eletrobrás a greve começou há três dias. Na Petrobrás, está em fase de articulação.
O que chama a atenção nesse quadro é a incapacidade do governo para prever os movimentos e a sua tolerância com as horas paradas. Parece que, nas articulações entre governo e grevistas, a importância do cidadão comum é cada vez menor.
Os servidores públicos são, de longe, os campeões em número de greves e de horas paradas no Brasil. No banco de dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) existe uma série histórica que confirma claramente essa afirmação: ela mostra que, entre 2004 e 2010, não parou de aumentar o peso do setor público nas paralisações.
Se alguém pinçar dali o ano de 2010, o último disponível, verá que do total de 446 greves registradas no Brasil naquele ano, 60,3% ocorreram no setor público. O pior é que das 44.910 horas paradas em decorrências de ações grevistas, 85% couberam aos servidores.
Outro dado que impressiona: só naquele ano foram identificados nove movimentos grevistas cuja duração se estendeu além de 90 dias. Em 2009, esse número não havia passado de três.
Em decorrência de problemas internos, o Dieese ainda não contabilizou os números de 2011, o primeiro ano do governo Dilma. Nem dos primeiros meses de 2012. Pelo andar da carruagem, não serão melhores que os do passado.

Blog de Roldão Arruda

Acidente da TAM: o crime e os culpados


Nos anos 90, no mercado de CEOs, ganharam fama os chamados “exterminadores de custos”. Em alguns casos, utilizando metodologias sofisticadas, como o “seis sigmas”, que permite mapear processos e identificar desvios mínimos. Em outros casos, os inomináveis processos de “reengenharia” ou de cortar custos com machado.
Foi o que ocorreu com a TAM, quando a gestão saiu das mãos de aviadores – como o próprio comandante Rolim – para a de açougueiros de mercado, a partir da gestão de Marco Bologna, egresso do mercado financeiro.
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A busca do resultado rápido levou a um desmonte dos padrões de qualidade da empresa. Cortou no treinamento, no atendimento ao público, no lanche de bordo. Pilotos e tripulações foram submetidos a uma pressão sem precedentes por resultados, para aproveitar ao máximo o boom de passageiros proveniente do fim da Varig e do advento das novas classes sociais.
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Os cortes eram sem rumo, sem plano de vôo, sem controle de processos.
Por exemplo, a empresa pagava uma nota preta por um sistema que permitia o controle das tripulações – evitando sobrecarga de horário. Mas não se utilizava o sistema, provocando uma balbúrdia infernal na definição das equipes de voo. Só passou a ser utilizado quando a soma de multas trabalhista tornou-se pesada.
A visão de gestão se baseava meramente nos números financeiros imediatos, sem pensar na lógica do setor, na visão de médio prazo, na perda do diferencial competitivo (que lhe permitia cobrar acima dos concorrentes) e, principalmente, na segurança dos passageiros.
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O que ocorreu no acidente da TAM em Congonhas foi um crime, cujos responsáveis maiores foram os CEOs que levaram a companhia aquela situação e os dirigentes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) que fecharam os olhos para o abuso.
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O avião estava com o reverso (a peça que permite frenar o avião no solo) avariado. Havia orientação do fabricante de que, em caso de reverso avariado, o avião deveria parar no primeiro lugar que conseguisse para consertá-lo, antes de prosseguir o voo. Mas o avião continuou voando muito tempo devido ao ritmo maluco imposto pela empresa aos pilotos
Provavelmente o avião estava com sobrepeso.
Na época, um dos comentaristas do meu blog escreveu um post detalhadíssimo, com dados impressionantes. Foi até o site da Airbus e levantou as especificações do modelo de Airbus, inclusive o peso da aeronave vazia. Depois, somou o tanque cheio – a TAM abastecia o avião em Porto Alegre, para economizar ICMS. Levantou o número de passageiros – o avião estava superlotado – estimou um peso médio per capita para passageiros e bagagens. Somando tudo, o peso final superava em muito as recomendações da fabricante.
A essas situações de risco somou-se uma terceira: a pista recém-recapeada do aeroporto. Mais que isso: uma noite de chuva intensa.
Definir um ou dois culpados não refresca a situação. No pano de fundo, a disputa desenfreada das companhias de aviação para aproveitar cada centavo da demanda de passageiros e a complacência cúmplice da ANAC para com essa prática.
Luis Nassif