domingo, 31 de março de 2013

As razões para a tranquilidade do governador Eduardo Campos diante do desafio de 2014



O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), passeia mais ou menos tranquilo sua candidatura a presidente em 2014 por três razões:
1. Seu partido, apesar das resistências dos renitentes irmãos cearenses Ciro e Cid Gomes, está vendo na candidatura do pernambucano para aumentar sua representatividade nacional e seu poder de barganha federal e nos Estados.
Com o “carro-chefe Campos”, o PSB acredita que em 2014 poderá eleger mais governadores do que tem hoje e aumentar suas bancadas na Câmara, no Senado e nas Assembleias Legislativas.
Mesmo não ganhando o Palácio do Planalto, Campos e o PSB poderiam sair credenciados para 2018 com um excelente cacife.
2. Para os tucanos, a presença de Eduardo Campos na disputa seria a garantia já de um segundo turno, ainda mais se Marina Silva também confirmar sua presença.
O PSDB acredita que Campos tirará mais votos de Dilma do que de Aécio, principalmente no Nordeste.
Além disso, mesmo governista no momento, o governador de Pernambuco será um candidato de oposição ao Palácio do Planalto, mais um do qual Dilma, o PT e os aliados precisarão se defender.
3. Para o PT, pelo menos nesta primeira fase, a presença de Campos no grid de largada presidencial é tida como útil porque, segundo os petistas, ele disputa uma faixa do eleitorado com Aécio Neves – e tiraria votos do tucano e até possíveis aliados do mineiro, com o PPS e os rebeldes do PMDB.
Racha inclusive em Minas, onde o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, é do PSB, mas foi eleito com a ajuda de Aécio. E pode rachar até em São Paulo, onde os socialistas se dão muito bem com o governador Geraldo Alckmin.
Em principio, pelo menos, não é interesse de Lula e Dilma que Eduardo Campos saia da raia. Lá na frente se verá.
A rifa de Lula
A melhor prova disso é que Lula já está rifando a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Rio, pelo PT.
Ele prometeu ao PMDB fluminense e ao governador Sérgio Cabral que não pisará no Estado durante a eleição.
Do blog Política & Economia Na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros.

O constrangimento do PSDB com Serra


Em surpreendente entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o senador Cássio Cunha Lima declarou publicamente a sua preferência pelo senador/presidenciável Aécio Neves (MG), como candidato do partido a Presidência da República em 2014.
Cássio disse que “há um constrangimento quase generalizado dentro do PSDB com a postura recente do ex-governador e ex-presidenciável José Serra, que discordância da postulação do senador/presidenciável Aécio Neves (MG) e ameaça deixar a legenda.
O senador tucano disse que José Serra sempre teve espaço importantes dentro do PSDB, tendo inclusive o aval do partido para disputar a Presidência da República. “O partido sempre esteve ao lado do Serra em suas candidaturas à Presidência, ao governo (SP), à prefeitura (SP) e ao ministério (Saúde). Agora é hora de ele estar ao lado do PSDB", disse Cássio. Para Cássio "não é momento de projetos pessoais, e esse movimento que Serra tem feito não engrandece o currículo que ele tem".
Blog do Serra

Boneco Judas representando Feliciano é pendurado em frente ao Congresso


Manifestantes penduraram na tarde deste sábado (30), em frente ao Congresso Nacional, um boneco do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, representando a tradicional malhação de Judas.

O boneco foi confeccionado pela Federação de Umbanda e Candomblé do Distrito Federal e da região do Entorno de Brasília. Ele carregava cartazes com dizeres contra a "intolerância religiosa, racial e sexista", além de cópias de cédulas de real e de cartões de crédito nas mãos.

Em seu perfil em uma rede social, Luiz Alves, um dos organizadores do protesto, disse que a malhação de Judas é manifestação cultural brasileira e que também é usada para “mostrar o descontentamento com os políticos”.

Alves disse ainda que a intenção não é promover a violência contra Feliciano, "mas sim um repúdio às suas posições em relação aos negros, afrorreligiosos e homossexuais.

Marco Feliciano também foi lembrado como Judas pelos moradores da Vila Planalto, bairro de Brasília próximo à Esplanada dos Ministérios.

Governo Federal gasta mais com carros pipas do que com obras estruturais contra a seca

O governo federal gastou efetivamente em 2012, 62% do dinheiro que havia reservado no Orçamento da União para ações de Enfrentamento a Desastres Naturais, que englobam verba destinada à seca e às enchentes. Levantamento da ONG Contas Abertas aponta que dos pouco mais de R$ 12,4 bilhões que havia reservado, foram pagos, incluindo o gasto com restos a pagar, R$ 7,7 bilhões. 

“No que está diretamente ligado à seca, vimos que o governo gasta às vezes mais com carro pipa e Bolsa Estiagem, por exemplo, do que com obras estruturais. Então, a execução do que remedia é melhor do que a do que vai eliminar o problema”, criticou o fundador do Contas Abertas, Gil Castello Branco. Segundo a entidade, o programa “Oferta de Água”, que inclui construções de barragens, adutoras e até obras da transposição do Rio São Francisco, tinha no ano passado R$ 3,4 bilhões previstos no orçamento. No entanto, foi empenhado R$ 1,9 bilhão. E pago, efetivamente, R$ 406,9 milhões. “As obras caminham lentamente e essa dificuldade já é histórica. Sabemos que muito atraso se dá por falta de capacidade técnica dos gestores nos níveis municipais e estaduais, e que isso não acontece só nessa área”, lamentou. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o governo federal está investindo R$ 7,402 bilhões em ações de enfrentamento à estiagem. Os programas se dividem em “ações emergenciais (R$ 2,36 bilhões), linhas emergenciais de crédito (R$ 2,24 bilhões) e ações estruturantes (R$ 2, 8 bilhões)". "Claro que minimizar o efeito da seca é importante, mas o que mudaria a vida de tantas pessoas são as ações estruturais. O governo investe, mas é muito ruim não executar o orçamento todo numa área tão necessitada. Mesmo que chegue a 60%, 70% de execução, é pouco, porque essa área deveria ser extremamente prioritária", disse Castello Branco.

Por Dilma, PT deve apoiar Eunício Oliveira para governador em 2014


Além da reeleição da presidente Dilma Rousseff, que, obviamente, é prioridade máxima, a meta do PT para as eleições do ano que vem é eleger mais de cem deputados federais — hoje são 88 — e aumentar a bancada de senadores de 12 para 20. Quanto aos governos estaduais, a orientação é abrir mão de candidatura própria para apoiar aliados, onde o partido não tiver nomes fortes, em troca de apoio na eleição presidencial.
Como disse o ex-presidente Lula em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, publicada quarta-feira, “a prioridade em todos os estados é reeleger Dilma”. Ou seja, o partido dará continuidade à estratégia adotada desde 2006, na campanha da reeleição de Lula no rastro do escândalo do mensalão: priorizar a disputa presidencial e deixar as eleições estaduais em segundo plano. Isso deve acontecer, por exemplo, no Ceará, onde o PT pretende apoiar o senador Eunício Oliveira (PMDB) para governador; e no Amazonas, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB).
Mas para não ficar totalmente dependente dos mesmos aliados no plano nacional, no Congresso, o PT investirá na campanha de deputados e senadores, para dar uma sustentação mais folgada a um eventual segundo mandato de Dilma. Para diminuir essa dependência dos aliados, o objetivo é manter-se como a maior bancada na Câmara e tornar-se a maior no Senado. Se for bem-sucedido, o PT poderia, então, ter a presidência das duas Casas a partir de 2015.
Além de passar em revista os cenários estaduais, em reunião na última segunda-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, e os presidentes regionais do partido discutiram a conjuntura nacional. Apesar de estarem preocupados com a movimentação do candidato virtual do PSB, governador Eduardo Campos (PE), e com a simpatia do empresariado por ele, a avaliação no PT é que ele não deverá ter palanques fortes nos principais colégios eleitorais: São Paulo, Belo Horizonte e Rio.
Quanto ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), os petistas apostam que, considerando o cenário atual, ele não conseguirá unir seu partido, o que, na avaliação deles, prejudicará sua campanha. E se deleitam com as “cotoveladas” trocadas entre o mineiro e o ex-governador de São Paulo José Serra.
Já a análise feita sobre a ex-senadora Marina Silva é que seu projeto de criar um novo partido, o Rede, está pouco consolidado. Na avaliação dos petistas, sua organização é “muito frágil”. Eles atribuem o segundo lugar de Marina nas pesquisas ao recall das eleições de 2010, quando ela teve cerca de 20 milhões de votos para presidente. A ex-senadora aparece com 16% em pesquisa Datafolha divulgada no último dia 23.
Nos estados, há preocupação no PT com governos comandados atualmente pelo partido. É o caso, por exemplo, do Rio Grande do Sul, onde o governador Tarso Genro (PT) disputará a reeleição. Sua administração tem sido mal avaliada devido a problemas nas finanças do estado, de segurança pública e desgaste com os professores, que não estão recebendo o piso nacional do magistério.
Também há desgaste nas administrações petistas de Jaques Wagner, na Bahia, que não pode mais disputar a reeleição, e Agnelo Queiroz, que está no primeiro mandato no governo do Distrito Federal, e tem uma reeleição difícil. Nesses lugares, a preocupação maior é montar um palanque para Dilma, mesmo que não haja chance real de vitória local para o partido.

O Globo

PT planeja explorar "ingratidão" de Eduardo Campos


Na avaliação dos petistas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), mostrou "ingratidão" ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff, que contribuíram com recursos federais para seu Estado em níveis inéditos no País. De acordo com a coluna de Claudio Humberto, a estratégia do PT agora é trabalhar este tratamento dado pelo presidente do PSB. De qualquer forma, a instrução de Lula é desmerecer sua candidatura.
Leia abaixo as notas sobre o assunto:
PT vai explorar 'ingratidão' de Campos a Lula
Instruída pelo próprio Lula, a direção do Partido dos Trabalhadores não acredita na candidatura presidencial do governador Eduardo Campos (PSB), mas, em todo caso, a estratégia está definida. Os petistas planejam explorar o que chamam de "ingratidão" de Campos ao ex-presidente, que drenou recursos para Pernambuco em níveis nunca antes vistos na história deste País. O PT-PE inspirou a estratégia.
Barriga cheia
Os petistas alegam que Eduardo Campos tampouco pode se queixar de Dilma, que deu sequência ao tratamento privilegiado de Lula.
Visão petista
Lula desdenha das chances do candidato a presidente do PSB. Ele está convencido de que Eduardo Campos tira votos do PSDB.
Visão tucana
O pré-candidato tucano a presidente, Aécio Neves, acha o contrário de Lula. Para ele, Campos tira votos preciosos de Dilma no Nordeste.
Crédito de Lula
Para ajudar o candidato de Eduardo Campos à prefeitura de Recife, em 2012, Lula sacrificou a candidatura do senador Humberto Costa, do PT.

Pedido de Ivo Gomes à CGU e aos Tribunais de Contas


No Governo municipal de Fortaleza, hoje, tem gente admitindo ter havido escândalo na área da Merenda Escolar na gestão anterior, como aquele registrado na administração do ex-prefeito Juraci Magalhães, cujo ponto alto foi a cassação do mandato do, à época, deputado estadual Sérgio Benevides, reconhecido como o principal envolvido no caso.

Fac-símile do dia 28 de março, quando a SME solicitou a órgãos de controle a instauração de tomada de contas especial para investigar atos da gestão passada

Exageros à parte. Mas a decisão do secretário municipal de Educação, Ivo Gomes, de pedir oficialmente a instauração de uma Tomada de Contas Especial (TCE) pelos Tribunais de Contas da União (TCU), de Contas dos Municípios (TCM) e pela Controladoria Geral da União (CGU), para apuração de irregularidades na aplicação de recursos liberados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, sinaliza para a existência de algo realmente grave.

Com a sua formação acadêmica, Ivo, embora conhecido também por fazer algumas declarações fortes, deixou implícito, no documento encaminhado aos órgãos de controle da administração pública, estar buscando resguardo, com tais investigações, para não sofrer "eventual responsabilização solidária, bem como de reprimendas civis, penais e administrativas", punições aplicadas, inclusive a responsáveis por crimes de Improbidade Administrativa.

Provocação

E mais, pelas relações pessoais existentes, tanto com a ex-secretária municipal de Educação, Ana Maria Fontenele, quanto com seus familiares, dentre os quais o atual secretário de Infraestrutura do Estado, Adahil Fontenele, só o vislumbrar de gravidade no caso o teria levado a fazer tal provocação aos dois órgãos da esfera federal e ao Tribunal de Contas dos Municípios, aliás, este, com competência distinta daqueles outros.

Ana Maria, como está registrado na matéria publicada pelo Diário do Nordeste da última quinta-feira, achou "estranho" o fato de Ivo ter levado o caso à imprensa antes de tê-la procurado para obter informações sobre os questionamentos feitos à secretaria.

O relatório 223/2012, do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, motivador da manifestação do secretário, é referente à gestão dela na Secretaria de Educação. Elmano de Freitas, o candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza, no ano passado, foi seu sucessor alguns meses antes da eleição e após ter sido derrotado, ficando no cargo até o último dia da administração Luizianne Lins.

Exceção

A Tomada de Contas Especial, no entendimento da Controladoria Geral da União (CGU), responsável pelo controle interno das ações do Governo Federal, "é uma medida de exceção" e antes de ser aberta, "é condição imprescindível que a autoridade competente do órgão ou entidade esgote todas as medidas administrativas internas objetivando a obtenção do ressarcimento pretendido".

Por sua vez, o Tribunal de Contas da União (TCU), além dos pressupostos básicos para a instauração da TCE, recomenda a observação de alguns aspectos, dentre os quais a "Comprovação efetiva de dano ao erário e não apenas indício ou suspeita ds sua ocorrência, e a existência de pessoa física ou jurídica responsável pelo dano, não sendo admitida, igualmente, a simples suspeita quanto à responsabilidade do agente".

Esses detalhes, extraídos de instruções e procedimentos do TCU e da CGU, do conhecimento do secretário Ivo Gomes, se respeitados foram no pedido da investigação, explicitam mais ainda a relevância do problema com o qual se deparou e está a reclamar esclarecimentos não só aos entes públicos responsáveis pela fiscalização e controle de gastos dos governantes, mas para todos os fortalezenses, tanto na questão da merenda escolar, um dos pontos enfaticamente destacados pela administração anterior, quanto a qualquer outro, como sinaliza Ivo ao se dirigir ao TCM.

Recursos

O volume de recursos destinados à Educação, por suas várias fontes de despesas, permite ao administrador implementar gastos, algumas vezes, dissociado da finalidade precípua, com o objetivo de atender conveniências e interesses políticos. Há notícias de a Secretaria de Educação municipal ter custeado algumas várias publicações por pura conveniência.

Esse gesto do secretário Ivo Gomes pode ser a partida para investidas de outros auxiliares do prefeito Roberto Cláudio, embora se saiba que logo no início da administração, o atual prefeito tenha estado no Tribunal de Contas dos Municípios, advertindo sobre a falta de informações da gestão anterior, no momento da transição, além de seus contatos na esfera federal, principalmente nos ministérios da Educação, da Saúde, do Turismo e das Cidades, este, em razão dos financiamentos de obras para a Copa do Mundo, em 2014.

Em todos esses ministérios e mais na Caixa Econômica Federal, ficaram pendências da administração anterior. Algumas, aliás, já acordadas. Outras, no entanto, reclamam esclarecimentos mais detalhados para garantir a adimplência da Prefeitura de Fortaleza.


Diário do Nordeste

A cada três dias, um juiz sofre ameaças no Brasil


Em 24 de março de 2003, o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, de 32 anos, foi assassinado com três tiros quando estava em uma academia de ginástica de Itapõa, bairro de classe média alta Vila Velha (ES). Dez anos depois, os acusados pelo crime - o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira, o coronel da reserva da Polícia Militar Walter Gomes Ferreira, e o ex-policial civil Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calu - continuam soltos e ainda não foram à júri popular graças a inúmeras medidas protelatórias da Justiça.
O medo dos magistrados por causa do exercício da profissão vem crescendo, principalmente após a execução da juíza Patricia Acioli, morta em agosto de 2011, assassinada por policiais militares, no Rio de Janeiro. Três PM’s foram condenados em janeiro deste ano .

Esses dois casos mostram que a magistratura é uma profissão de risco no Brasil. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que 199 juízes no Brasil sofreram algum tipo de ameaça no Brasil desde julho de 2011. Isso significa uma média de uma ameaça a cada três dias em todo o território nacional. As ameaças mais constantes são de morte e contra a família dos juízes brasileiros.

Pelos números do CNJ, os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro são aqueles com o maior número de ameaças registradas nos últimos 20 meses. Incluindo os registros contra os juízes de base (Tribunais de Justiça) e Justiça eleitoral (Tribunal Regional Eleitoral), foram registradas 30 ameaças contra juízes mineiros e 27 contra cariocas. Os juízes baianos sofreram 14 ameaças e os alagoanos, 12.

Se de um lado aumentou também a segurança nos Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais (TRF’s) e Tribunais Regionais Eleitorais (TRE’s), do outro, juízes estão cada vez mais preocupados com a segurança a ponto de serem obrigados a até fazer cursos de tiro. Há aproximadamente um mês, por exemplo, juízes do Maranhão preocupados com a segurança realizaram curso de tiro orientados pela Companhia de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar do Maranhão.

Essa sensação de insegurança em vários juizados também tem provocado uma espécie de debandada na carreira da magistratura em todo o País. Conforme dados da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), 538 juízes abandonaram a carreira somente no ano passado. Um dos principais motivos para essa debandada foi a insegurança da magistratura brasileira.

O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, afirmou que, apesar dos avanços, ainda causa perplexidade na classe existirem ameaças contra juízes no país. “Não há como não ficar perplexo em um País que quer ser uma verdadeira República, mas onde juízes precisam levar uma vida segregada”, declarou Calandra.

De forma contraditória, um dos fatores que especialistas apontam como primordial para esse clima de insegurança na magistratura é o próprio Código Penal, classificado pela comunidade jurídica como arcaico e leniente. Hoje, o Código Penal está sendo reformado e possivelmente será aprovado apenas em 2014 , conforme especialistas.

Além disso, os benefícios concedidos pelo Código Penal facilitam que pessoas condenadas por crimes de homicídio, por exemplo, deixem a prisão após cumprir 1/6 da pena. Na reforma do novo Código Penal, essa progressão de pena ocorreria após o condenado cumprir pelo menos um terço da pena. “O Código Penal protege mais o patrimônio que a vida humana. O modelo mais indicado é o norte-americano. Se banaliza a vida, todo o sistema é fragilizado”, afirmou o presidente da AMB.

Ameaças de morte nos TJ’s e TRE’s*

Estados Casos de ameça
Acre 2
Alagoas 12
Amapá 1
Amazonas 10
Bahia 14
Ceará 2
Distrito Federal 10
Espírito Santo 1
Goiás 7
Mato Grosso 4
Mato Grosso do Sul 1
Minas Gerais 30
Pará 9
Paraíba 3
Paraná 3
Piauí 4
Rio de Janeiro 29
Rio Grande do Norte 9
Rio Grande do Sul 1
Rondônia 8
São Paulo 2
Sergipe 4
Tocantins 5
Casos de ameaças de morte a juízes federais: 5

Casos de ameaças de morte a juízes do trabalho: 23

*Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Dilma Rousseff e o DNOCS


A presidenta Dilma Rousseff chega a Fortaleza justamente quando, mais uma vez – e diziam que era coisa de tucano – o Governo Federal manobra para esvaziar de vez o já debilitado Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A ideia de levar o comando para Brasília é a demonstração clara do quão desatencioso tem sido a Era petista com a região.

Ainda está viva na memória da região a imagem do então presidente Lula, pouco depois da posse, em 28 de julho de 2003, posando ao lado de Celso Furtado no Passaré, sede do BNB, em Fortaleza. Naquele momento, o discurso era revolucionário. Passados dois governos Lula e mais da metade do mandato de Dilma, vê-se a mesmice.

Jocélio Leal/O Povo

sábado, 30 de março de 2013

Salas vips em aeroporto de Brasília para parlamentares custam R$ 142 mil por ano


Os senadores e deputados federais possuem atendimento especial no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília. Ao todo, os aluguéis das salas vips somam R$ 142,4 mil ao ano. Os locais permitem a realização de check in e, quando necessário, resolução de problemas de embarque e extravio de malas dos parlamentares.
Do total, R$ 90,8 mil são referentes à Câmara dos Deputados. Além de apoio para o embarque e desembarque de deputados, a sala atende representantes de entidades civis, empresariais e sindicais que venham participar de audiência pública nas comissões permanentes da Casa, comitivas internacionais e servidores em viagem a trabalho. O valor mensal do aluguel é de R$ 7.569,33.
O aluguel da sala de atendimento vip dos senadores custa R$ 51,6 mil ao ano. No Senado Federal, segundo a assessoria da Casa, a sala se faz necessária em razão de a base política da maioria dos senadores não estar em Brasília, e sim nos seus estados de origem. Além dos parlamentares, a grande quantidade de pessoas, servidores e outros estados que vão à Casa também pode utilizar o local como ponto de contato.
Os ambientes reservados para as autoridades ficam em locais discretos, em geral, pouco visíveis aos passageiros comuns que esperam por vôos nos corredores do aeroporto. A sala usada pelos deputados, que tem 43 metros quadrados, e a sala do Senado, ficam localizadas atrás do balcão de atendimento da companhia aérea TAM.  Na área, normalmente, só transitam os funcionários da companhia e do próprio aeroporto.
Ao todo, o Senado possui 81 parlamentares e apenas três são provenientes do Distrito Federal. Dos 513 deputados federais, somente oito são do distrito brasileiro. O Senado representa os Estados e possui três senadores para cada unidade federativa do Brasil. Na Câmara dos Deputados, o número de cadeiras por Estado é proporcional à sua população, com o piso mínimo de oito e o teto máximo de 70 deputados.
Dessa forma, também é objetivo das salas de apoio garantir a permanência dos parlamentares por mais tempo no Congresso durante as votações ou debates mais longos nos plenários. No entanto, as principais companhias aéreas mantêm no Senado e na Câmara guichês para vendas de passagens e realização de check-in antecipado.
Além disso, até pela grande frequência com que viajam, parlamentares já são tratados pelas companhias aéreas como clientes preferenciais, o que lhes garante uma espécie de fila exclusiva nos aeroportos e atendimento diferenciado na hora de embarque.
Os montantes são pagos ao consórcio Inframerica, que desde o início de março atua sozinho na operação do Aeroporto Internacional de Brasília. O grupo foi o vencedor do leilão que definiu o responsável por ampliar e operar o local. Desde dezembro, o Inframerica vinha operando, mas sob supervisão da estatal Infraero, que até então era a responsável pelos serviços.
Vale ressaltar que o valor encontrado nas notas de empenho é referente somente ao preço do aluguel das salas. A conta é ainda maior porque deve considerar o pagamento dos funcionários responsáveis pelo serviço de atendimento e as despesas com materiais de consumo. Além disso, também sai dos cofres públicos o próprio valor da passagem de deputados e senadores, já que os parlamentares têm direito de reembolso para gastos com atividade parlamentar. O salário dos congressistas é de R$ 26,7 mil.

Contas Abertas

Eduardo Campos, Aldo Rebelo e as tabelinhas políticas

Eduardo e Aldo Rebelo em evento no Recife, após a visita da presidente Dilma

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Na mesma semana em que a presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Pernambuco e não foi recepcionada por nenhum representante do PCdoB no Estado, o governador Eduardo Campos (PSB) recebeu a visita do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PCdoB), uma das principais lideranças nacionais do partido.
O ministro veio ao Recife, na terça-feira (26), para participar de uma reunião sobre a Copa das Confederações. Enquanto no dia anterior a presidente não mediu esforços para mostrar o carimbo do governo federal nas principais obras em execução no Estado e cobrar o “comprometimento” dos aliados, Aldo “mimou” Eduardo.
Além de elogiar o andamento das obras na Arena da Copa, o comunista disse que Pernambuco tem condições de tornar a Copa do Mundo um acontecimento de “referência” para o Brasil. Sua relação política com o governador-presidenciável, no entanto, é antiga. Ambos atuaram juntos como parlamentares na CPI que investigou a relação entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Nike, entre 2000 e 2001.
Os dois também integraram, simultaneamente, a equipe ministerial no primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT). Aldo comandou a secretaria de Coordenação Política - que, na época, tinha status de ministério – enquanto Eduardo estava à frente da pasta de Ciência e Tecnologia.
Por pressão do PT, os dois foram “convidados” a deixar a equipe do governo, em julho de 2005, e voltar a exercer seus respectivos mandatos como deputados federal. Na Câmara, receberam a missão de defender os interesses do governo Lula em meio ao desgaste ocasionado pelas denúncias sobre o “mensalão”. O socialista ainda foi um dos principais articuladores da eleição de Aldo à presidência da Câmara, cargo em que ocupou entre 2005 e 2007.
Seis anos depois, os dois vieram a se estranhar. O motivo foi a disputa para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCE). A indicação para o cargo cabia à Câmara Federal. Diante das negativas de Aldo para entrar na disputa, o governador enxergou, ali, uma oportunidade para lançar a candidatura de sua mãe, Ana Arraes (PSB), na época, deputada federal.
O desgaste se aprofundou quando Aldo resolveu ingressar na corrida pela vaga do TCU e terminou sendo derrotado pela mãe de Eduardo, que atraiu o apoio de membros da base do governo e da oposição, além de ter contado com um cabo eleitoral de peso, exatamente o ex-presidente Lula. Passado o incômodo, Aldo é tido, hoje, entre alguns comunistas do Estado, como um potencial interlocutor para levar o PCdoB ao “barco” socialista na eleição presidencial do próximo ano. Mas, contra essa aposta, pesa o fato de ele estar no comando das pasta de Esportes, que terá uma função estratégica em 2014, ano da Copa.

Jornal do Comercio

Político: profissão perigo


Em janeiro deste ano, o vereador Valdomiro do Nascimento (PTB), de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi assassinado a tiros. Na sexta-feira, 22, a Polícia Civil prendeu quatro suspeitos de envolvimento no crime. Entre eles, Cleodon Costa (PSDC), acusado de ser o mandante. Cleodon era suplente de Valdomiro e herdou a vaga na Câmara Municipal com a morte do vereador. 

“Pelo que a gente sabe, foi por puro interesse no mandato”, diz o presidente da União dos Vereadores Cearenses (UVC), Deuzinho Filho (PMN). O caso, se confirmado, é mais um exemplo de uma triste e intrigante realidade que persiste em várias partes do Brasil: quando os interesses e rivalidades políticas descambam para a violência, não raro resultando em morte. Tal qual uma tela impressionista, são vários os pontos que compõem o problema. Heranças históricas, fragilidades do sistema político-partidário e impunidade são alguns deles. 

“Antigamente, a política aqui era feita na base da bala”, afirma o deputado estadual Ely Aguiar (PSDC). Apesar do “antigamente”, ele reconhece que essas práticas ainda ocorrem com frequência em várias áreas do País, inclusive no Ceará, onde, historicamente, o uso da violência é empregado nas disputas de poder. 

Principalmente no interior dos estados nordestinos, permanecem algumas características que se assemelham à política de séculos atrás. Nessas áreas, a figura do antigo “coronel”, mesmo não possuindo poder coercitivo tão explícito quanto na época da República Velha, conserva traços marcantes que hoje parecem sedimentados na forma como se lida com a política. O jagunço do começo do século deu lugar ao pistoleiro de décadas atrás. Ele continua a existir, mas mudou, assim como a face urbana das cidades e hoje é o chamado assassino profissional. 

“O coronelismo é uma cultura que se formou na ausência do Estado e que continua existindo”, define Jackson Alves, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC). Para ele, a relação entre essa cultura e os atuais casos de violência na política está sobretudo no fato de pessoas com influência local se acharem acima da própria democracia, “resolvendo” seus conflitos políticos da forma como julgam conveniente.

Outros fatores
Junte-se a isso a fragilidade dos partidos políticos enquanto organização nas áreas mais longínquas. As siglas não adotam critérios rígidos na hora de escolher seus candidatos. A percepção geral é de que quem pratica esse tipo de ato já é criminoso antes de entrar na política. A impunidade que se verifica na maioria dos casos ajuda a formar o panorama da questão.


Pensar que essa realidade é exclusividade das áreas interioranas do Norte e Nordeste é engano. Em outras partes do País, como São Paulo e Rio de Janeiro, casos como o de Pacatuba também são frequentes, com peculiaridades no cenário político de cada área. Em todos, porém, fica sempre evidente a disputa sanguinária por poder.


ENTENDA A NOTÍCIA 

Vários fatores ajudam a explicar a realidade de crimes contra figuras da cena política, que historicamente ocorreram no Ceará, assim como em outras partes do País. Heranças históricas, fragilidade do sistema 
político e impunidade estão entre as causas.   

Para lembrar

Já no século XIX, um crime abalou a então província do Ceará. 

O vice-presidente da província, major Facundo, foi assassinado a tiros de bacamarte, em 1941, em frente à sua residência. Segundo relatos da época, ele chegou a ser avisado de que estava marcado para morrer, mas fez pouco caso do alerta.

O crime foi supostamente resultado das divergências políticas entre o major e o grupo político do então presidente da província, José Joaquim Coelho. Hoje, o major dá nome a uma rua no Centro da Capital.

O POVO