O horário de verão vai terminar em 19 de fevereiro, quando os ponteiros dos relógios serão atrasados em uma hora. Como todos os anos, desde 1985, a volta ao horário normal é comemorada por muita gente, principalmente quem tem que sair de casa para trabalhar ou estudar muito cedo. Para atender essa parcela da população, desde 2007 tramita na Câmara um projeto (projeto de lei 397/2007) que proíbe definitivamente a adoção do horário de verão. O projeto está em tramitação na Comissão de Seguridade Social e Família, mas não tem data para ser votado. A proposta é tão polêmica como o próprio horário de verão, adotado pela primeira vez no Brasil em 1931 e repetido todos os anos desde 1985, com uma duração média de 120 dias. O argumento do governo ao fazer a mudança, é que adiantar os relógios em uma hora em outubro aumenta o aproveitamento da luz do dia durante o verão, diminuindo o consumo de energia elétrica no horário de pico, entre seis da tarde e nove da noite. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, no ano passado o horário de verão acarretou uma economia de 160 milhões de reais, ao evitar o acionamento de termelétricas. Isso significa uma redução de 4,5 por cento da energia no horário de pico e de 0,5 por cento em todo o consumo. Essa economia durante os 120 dias de duração do horário de verão equivale ao gasto mensal de energia elétrica do Distrito Federal, com quase 3 milhões de habitantes.
Para o autor do projeto que acaba com o horário de verão, o deputado Valdir Colatto, do PMDB de Santa Catarina, a economia é irrisória diante dos prejuízos causados pela alteração do relógio. Segundo Valdir Colatto, o horário de verão afeta negativamente a maior parte da população, faz mal à saúde e aumenta o número de acidentes causados por fadiga, confusão de raciocínio e irritabilidade.
"A dita economia de energia não existe. Existem, sim, males para a saúde das crianças, pessoas de idade, quem tem que levantar de madrugada, os trabalhadores, e nós estamos então deixando as pessoas mais doentes. E isso faz com que, se há economia na área da energia, que não há, porque ninguém comprova isso, porque a energia, ela não armazena, existe também um grande prejuízo na área da saúde. Quem vai pagar essa conta é o SUS".
Além da Comissão de Seguridade Social e Família, o projeto precisa passar ainda por outras duas para ser aprovado: a de Minas e Energia e a de Constituição e Justiça. Se for aprovado, pode ser enviado diretamente ao Senado, sem passar pelo Plenário da Câmara.
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