quarta-feira, 29 de julho de 2015

El Niño pode ser o mais forte dos últimos 50 anos e Nordeste poderá sofrer com uma das piores secas de todos os tempos

As previsões para o El Niño deste ano começaram a mudar a medida em que o fenômeno vem ganhando força e agora, segundo informa a meteorologista sênior do instituto norte-americano AccuWeather, Kristina Pydynowski, esse pode ser o mais forte dos últimos 50 anos. As últimas previsões indicam ainda que o fênomeno poderia durar até o verão de 2016 na América do Sul e primavera do ano que vem na América do Norte. De acordo com o NOAA - departamento oficial de clima do governo dos EUA - há 80% da chance desse cenário se confirmar. A instituição afirma ainda que há uma previsão de 90% de que o fenômeno dure, pelo menos, até o próximo inverno americano, que se inicia em dezembro. 
A imagem abaixo, do NOAA, mostra as anomalias de temperaturas (em graus Celsius) no oceano Pacífico em 9 de julho deste ano. A área do retângulo branco aponta as águas da região equatorial do Pacífico acima da média, presentes também na parte leste do oceano, no oeste da Califórnia (EUA), na península de Baja, no México. Enquanto isso, temperaturas mais baixas foram observadas em partes do oeste equatorial do Pacífico. 
El Niño - NOAA
"O El Niño apresentou uma força estável ao longo do último mês e agora está se aproximando para ganhar ainda mais resistência. Há uma convicção crescente de que esse será um dos mais fortes dos últimos 50 anos, e o fenômeno atinge seu pico, normalmente, durante o período de dezembro a fevereiro", disse Brett Anderson, meteorologista também do Accuweather. "O El Niño mais forte desde o início do século 20 aconteceu entre os anos de 1997 e 1998", completou.
Para o Nordeste a situação será terrível caso se confirme as previsões, poderemos ter a pior seca consequentemente dos últimos 50 anos. Que Deus nos proteja !

Bebê de três meses fica cego após foto com flash muito próximo

Um bebê de três meses de idade ficou cego após olhar de perto para o flash de uma câmera. A foto foi feita a 25 cm dos olhos da criança, por um amigo dos pais do menino. Médicos afirmaram que o bebê teve redução parcial da visão do olho esquerdo e perda total do direito. A notícia foi publicada hoje no jornal chinês People’s Daily.

A lesão ocorreu porque a luz intensa queimou a mácula, região da retina muito sensível à luz, e responsável por distinguir cores e detalhes de objetos. Crianças estão mais expostas ao risco de perder a visão por grande incidência de luz. Até os seis anos de idade, a visão não está completamente formada e a pupila fica mais dilatada.

O ftalmologista João Pacini, que trabalha em um centro de visão em Brasília, diz que nunca viu um caso como ocorrido na China, mas presenciou muitos casos de lesões na retina de crianças por falta de cuidado dos pais com a exposição à luminosidade.

“Não se pode colocar o berço logo abaixo da luz do quarto. A criança não tem discernimento para desviar o olhar, encara a lâmpada por muito tempo e pode queimar a retina”, explicou Pacini. O especialista também alerta para outras situações corriqueiras: luz solar ou lasers usados em palestras. A recomendação é sempre a mesma: não olhar durante muito tempo para a fonte luminosa. 

Mas ninguém precisa começar a fugir dos flashs das câmeras com medo de perder a visão. Mesmo bebês podem ter contato com a luz do aparelho, basta distância adequada. Pacini recomenda no mínimo três metros de espaço entre a criança para proteger a visão.

Correio Brazilinse

Datena é candidato a prefeito de São Paulo



O apresentador de TV, José Luiz Datena, será candidato à prefeitura de São Paulo em 2016. De acordo com o site Uol, o apresentador vai para o PP – depois de ter mantido conversas com PSDB e PSB. Datena afirmou, nesta terça-feira (28) que vai compor a chapa com o deputado estadual e delegado Antonio Assunção de Olim, como seu vice, segundo ele, duas personalidades identificadas pela sociedade brasileira com a segurança pública. Consultado, Datena afirma ainda que, mesmo se for procurado, não haverá espaço para coligações com outros partidos. Sobre a responsabilidade de governar a cidade, assegura que poucos conhecem tão bem os problemas de São Paulo como ele.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Estuprador é abusado sexualmente dentro da cadeia de Icó

Um detento, acusado de estupro, foi abusado sexualmente por outro interno que dividia a cela com ele, no último domingo, 26, na Cadeia Pública de Icó. A Polícia Civil informou que o detento abusado realizou exames de corpo delito e o agressor foi transferido para a Penitenciária Industrial Regional do Cariri. 

Segundo informações da Polícia Civil de Icó, o agressor estava preso pelo crime de latrocínio. A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) informou que ele já havia sido colocado na triagem da cadeia por problemas de convivência com os demais internos, mas no mesmo dia agrediu o outro interno. 


CPI do BNDES

Dezessete partidos têm uma semana para indicar os deputados que vão começar, em agosto, a analisar denúncias envolvendo empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a empresas e empreiteiras, nos anos de 2003 a 2015. A data da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, autorizada pelo presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no último dia 17, está marcada para o dia 6 de agosto, segundo a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.


Se as legendas que terão representação no colegiado (PMDB, PP, DEM, PRB, PRTB, PSC, PTB, SD, PT, PR, PR, PSD, PROS, PSDB, PSB, PPS, PDT, PSL) não apontarem os nomes para a composição da CPI, Cunha pode indicar quais serão os membros. A maior disputa, nesta fase do processo de instalação, é em torno da presidência e relatoria da comissão. EM

Operação Lava Jato agora na Eletronuclear

Em Brasília, ninguém esperava que a Operação Lava Jato iniciasse tão cedo investigações fora dos limites da Petrobras. A expectativa inicial de políticos e autoridades era que a investigação ainda fosse se restringir durante muito tempo aos escândalos de corrupção na estatal. Mas a fase deflagrada hoje com investigação de propina em contratos da Eletronuclear para construção de Angra 3 acendeu a luz amarela no mundo político da capital. E mostra que o setor elétrico também entrou no foco da investigação.
No PMDB, o clima é de preocupação com a nova fase da Lava Jato. Avaliação feita por alguns caciques da sigla nesta manhã é que as investigações nas obras de Angra 3 terá o partido como foco. Isso porque lá atrás, o ex-presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, já indicava que a propina era direcionada ao partido.

Desde o início, os primeiros relatos da investigação já apontavam que o esquema era bem mais amplo e sinalizava para a existência de corrupção generalizada, não só nas empresas estatais, mas até mesmo em bancos públicos.

Nas palavras de um ministro, surpreso com a nova fase da operação, a investigação da Lava Jato passou a atuar ao mesmo tempo em todas as direções.

Blog do Camarotti

Deputados irão defender Lula no Congresso Nacional



“Mexer com a Dilma tudo bem, mas com o Lula não!” Um senador do PT teria dado a declaração à coluna Painel, da Folha de S. Paulo, para defender o ex-presidente da provável ofensiva orquestrada pela oposição no Congresso. Parlamentares petistas devem ir às tribunas da Câmara e do Senado para atacar tucanos como Aécio Neves e Cássio Cunha Lima. A estratégia será cobrar que a Lava Jato aprofunde investigações sobre a relação das empreiteiras com governos do PSDB em estados como São Paulo e Minas Gerais. Segundo a publicação, o ataque a Lula pode ser um dos últimos fatores que reagruparão a esquerda, que hoje está dispersa e crítica ao governo Dilma.

Municípios vão parar atividades por um dia no Ceará

Prefeituras cearenses vão fechar as portas por um dia para protestar contra a crise que tem atingido diretamente os cofres municipais. A paralisação dos servidores acontece na próxima sexta-feira, 31, e apenas a emergência dos hospitais municipais funcionará normalmente. Para discutir detalhes do movimento, a Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece) reúne-se com representantes das cidades em Assembleia Geral hoje pela manhã. 

O encontro de hoje será de mobilização e decisões importantes. Nele, Carta em Defesa dos Municípios Cearenses será assinada, para ser entregue ao Governador Camilo Santana (PT-CE) e à Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O número de municípios que vão participar do protesto também será fechado. Evanildo Simão, presidente interino da Aprece, afirma que 150 já confirmaram e que é espera aderência de 170. Roberto Cláudio (Pros-CE) ainda analisa reivindicações para decidir se Fortaleza estará entre eles.

Com o objetivo de chamar a atenção dos parlamentares, governos estadual e federal e população, o protesto, segundo, Simão é um “grito de socorro” dos prefeitos. O novo pacto federativo está no centro das reivindicações, junto com temas como saúde, educação e seca. Os prefeitos cearenses argumentam que o motivo da crise é a quantidade de programas federais injetados nas cidades, com receitas menores que as despesas, e redução dos recursos, principalmente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Dificuldade em manter postos de saúde feitos em parceria com os governos estadual e federal e falta de envio de remédios às cidades estiveram entre as principais reclamações.

Cortes em quadros, principalmente terceirizados, estão entre as formas de cortar gastos. Dentro da programação do movimento, está prevista a conversa dos prefeitos com a população, para esclarecer sobre as dificuldades enfrentadas na gestão. “É hora do prefeito justificar o que está acontecendo, esclarecer de quem realmente é a culpa. Não adianta eles carregarem isso, porque a culpa não é deles”, explica Rafaele Saraiva, coordenadora técnica da Aprece. Ela também afirma que, por causa da crise, “muitos prefeitos pensam em entregar os cargos”.
 
Paralisação
Mesmo com a sexta-feira de paralisação, a movimentação nos municípios que aderirem à greve de um dia será intensa. A programação constará de coletiva para a imprensa de cada cidade e atos para informar sobre o movimento à sociedade. Estão prevista ainda visitas às câmaras municipais para que os gestores consigam apoio dos vereadores.

Serviço

Assembleia da Aprece
Quando: 28/7
Hora: 9 horas
Local: Aprece - Rua Maria Tomásia, 230, Aldeota
Mais informações: (85) 4006-4008
O POVO

Quatro presos fogem da cadeia de Nova Russas

Simonio Rodrigues e Aílton Alves (parte superior), Diego "Satanás" e Elan Gonçalves (parte inferior) 
Quatro presos fugiram no fim da tarde deste domingo (26) da Cadeia Pública de Nova Russas, a 316 km de Fortaleza. De acordo com a administração da cadeia, os quatro detentos fugiram depois de escavarem um buraco na parede.
Segundo a Polícia Militar, uma equipe da cadeia plantonista só viu o buraco duas horas após fuga.
De acordo com a PM, três dos fugitivos respondiam por crimes de roubo e o quarto é acusado de tráfico de drogas e homicídio. Até a manhã desta segunda-feira (27), ninguém foi recapturado.
A polícia buscas os os fugitivos Aílton Alves Morais, natural de Nova Russas, de 27 anos; Diego de Lima Firmino, nascido em 1997; Elan Gonçalves do Nascimento Silva, natural de Nova Russas, de 25 anos; e Simónio Rodrigues da Silva, agricultor de 23 anos.
G1

FHC rejeita encontro com Lula


O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso rejeitou a realização de um encontro particular com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A hipótese de reunião foi divulgada pela imprensa na semana passada e teria sido uma iniciativa de Lula, preocupado com a baixa popularidade e a crise econômica que marcam o governo Dilma.

“O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo”, escreveu o tucano em seu perfil no Facebook no último sábado (25).

Outros membros do PSDB também rejeitaram o encontro reservado. “O verdadeiro diálogo capaz de ajudar o Brasil a superar a grave crise em que se encontra já está ocorrendo. Ele ocorre nas ruas, nos locais de trabalho, nos espaços familiares”, destacaram os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na Câmara, Carlos Sampaio (SP), em nota

Eunício defende que PMDB saia da aliança para construir candidatura própria


Em entrevista o Valor Econômico desta segunda-feira (27), o senador Eunício Oliveira declara que  o governo conseguirá aprovar os projetos que completam o ajuste fiscal, como o que reduz a desoneração da folha salarial de empresas, embora tenha críticas ao modelo aprovado na Câmara e o de repatriação de capital.


Cotado para suceder Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado no biênio 2017-2018, Eunício defende a responsabilidade do PMDB com a governabilidade, mas cobra a definição de ações resultantes do ajuste para beneficiar a população.

Leia a entrevista na íntegra:

Valor: O PMDB ocupa a Vice­-Presidência da República, com Michel Temer, mas o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, rompeu com o governo e o presidente do Senado, Renan Calheiros, nem sempre age como aliado. Setores do partido sonham com impeachment da presidente, que levaria Temer ao governo. Que aliado é esse? 
 
Eunício Oliveira: A crise política nasceu quando o PT criou candidatos nas eleições de 2014 em Estados onde o PMDB tinha candidaturas consolidadas. O PT uniu­-se a terceiros para derrotar o maior aliado. Isso aconteceu no Brasil inteiro. Mesmo assim, aprovamos a renovação da aliança na convenção, mas com margem muito estreita de votos. Depois, o PT resolveu disputar a presidência da Câmara com Eduardo Cunha, que venceu. Isso deixou sequelas profundas na relação congressual. Criaram outra crise ao entregar o maior orçamento da história dos ministérios [Educação] para o ex­-governador do Ceará [Cid Gomes] e outro importante ministério [Cidades] para o ex-­prefeito Gilberto Kassab, desbancando o PMDB e fazendo reforma ministerial focada na criação de uma nova força política para destruir o PMDB. 
 
Valor: O PT criou as condições para a má vontade com o governo? 
 
Eunício: O PMDB foi humilhado na reforma ministerial. Quando se esperava o Ministério da Integração ou o das Cidades, foi imposto o Ministério da Pesca ­ com todo respeito a Helder Barbalho, quadro excepcional do partido. Tudo isso gerou um caldo de crise. Um aglomerado de crises, uma atrás da outra. Depois, à crise política juntou-se a crise econômica. E não havia diálogo em relação à questão econômica. Mais tarde a presidenta Dilma Rousseff resolveu fazer a interlocução direta com os líderes. A crise econômica trouxe a presidenta para um patamar muito baixo de popularidade. Nem todo mundo se propõe a dizer isso, mas foi esse o pivô do desgaste da relação. 
 
Valor: E leva gente do partido a pensar no impeachment? 
 
Eunício: Mesmo tendo sido criadas essas questões no Ceará, no Rio e em outros Estados, eu, como líder, nunca deixei de apoiar a governabilidade. A responsabilidade do PMDB não é com o governante de plantão. É com o Brasil. Estou há 43 anos filiado a esse partido, o único da minha vida. Não temos DNA de golpismo, de oportunismo. Quiseram colocar no PMDB a pecha de partido oportunista. Nós não somos oportunistas. Não somos golpistas. Dentro do PMDB, nós não tratamos de impeachment, porque queremos chegar ao poder, queremos ter o presidente da República, mas pelo voto direto. Não por um golpe. 
 
Valor: Impeachment é golpe? 
 
Eunício: Não tem pressuposto para impeachment neste momento. O que existe, e ninguém pode esconder, é uma crise política e uma crise muito forte de popularidade da presidente. Mas popularidade sobe e desce. No regime presidencialista, popularidade não é pressuposto para derrubar presidente. Num regime parlamentarista, seria. Não há condições legais, constitucionais, para impeachment. 
 
Valor: E eventual rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU)? 
 
Eunício: Isso é previsão, especulação. O PMDB não pode, com a responsabilidade que tem, defender impeachment com base em especulação. Não queremos no Brasil a história do 'quanto pior, melhor', que se agrave a crise econômica, que se alastre o desemprego. O Brasil já teve 30% de desemprego e inflação de 80%. Não queremos que volte a isso. Inflação é o imposto mais perverso para a classe mais pobre. 
 
Valor: Renan comparou o ajuste fiscal a "cachorro correndo atrás do rabo", que "não sai do lugar". Concorda? 
 
Eunício: Justiça se faça, o ministro Joaquim Levy fez uma mudança drástica no comportamento [do governo] em relação à coisa pública, ao dinheiro público. Além do diálogo, da facilidade com que se discutem as questões econômicas hoje com ele. O PMDB aceita discutir todas as questões de interesse do Brasil e da governabilidade, para que o país possa continuar gerando renda, emprego e riqueza para as pessoas. O que temos cobrado [do governo] é que não podemos fazer um ajuste pelo ajuste. Falta dizer o que vem depois do ajuste, do arrocho, da reoneração de empresas. Qual será a contrapartida. Ajuste tem que ter começo, meio e fim, porque queremos que sirva para animar a economia logo ali na frente. Se não houver animação na economia, não vai haver investimento, crescimento, geração de emprego e de renda. E é isso que o PMDB não quer. Quer colaborar para que o processo se reverta a favor da população. Tenho que saber por que ficar aprovando medidas duras, desgastando o Parlamento. 
 
Valor: O PMDB apoia a redução da meta de superávit primário anunciada pelo governo? 
 
Eunício: Sim. Já havia uma proposta nossa, do PMDB, de reduzir para 0,4% e 0,15%. Infelizmente, é essa a realidade. "Não tem pressuposto para impeachment neste momento. Não há condições legais, constitucionais" 
 
Valor: Está no Senado projeto que reduz a desoneração da folha salarial de empresas, que faz parte do ajuste. PMDB vota a favor? 
 
Eunício: Tenho divergência de fundo, mas respeito e vou ajudar a aprovar. Mas, no momento de crise, em que é preciso incentivar as empresas, vai reonerar setores que estão em dificuldade? O momento da reoneração é inoportuno, ruim, mas é necessário fazer, porque o governo não fecha as contas se isso não acontecer. Mas temos muitas dúvidas com relação ao modelo que a Câmara aprovou. Como desonerar um setor e deixar outros onerados? Chegou­-se a discutir no governo fazer correção por meio de Medida Provisória, mas é muito ruim. Estamos sempre abrindo mão daquilo que é nossa obrigação. 
 
Valor: O Senado pode mudar o texto e devolver à Câmara? 
 
Eunício: É uma possibilidade, mas diante das dificuldades do país e da necessidade de pagamento de contas, como do programa Minha Casa Minha Vida, a gente tem que fazer entendimento. Já disse isso para o Levy. Propus uma discussão generalizada, para mexer com todos os setores que estão desonerados, onerando um pouco todos, mas não onerando tanto alguns. Cria mal estar desonerar um setor que está com resultado positivo da economia e onerar outro que tem resultado negativo. 
 
Valor: Outro projeto que o governo quer aprovar e está no Senado é o que permite a repatriação de capital, com multa e imposto. Será aprovado? 
 
Eunício: Acho que sim. Numa crise dessa, prefiro aprovar a cobrança de imposto daqueles que não pagaram do que criar imposto para pagar conta daqueles que sonegaram. 
 
Valor: O que acha da posição de Eduardo Cunha (PMDB­-RJ), que rompeu com o governo, deu sinal de levar adiante pedido de impeachment e autorizou a criação de duas CPIs ­ para investigar empréstimos do BNDES e os fundos de pensão das estatais? 
 
Eunício: A posição dele não pode ser a do presidente da Câmara ou a do PMDB. É posição do deputado Eduardo Cunha. Inteligente como é, entendo que jamais vai usar a instituição para vingança ou retaliação. Se os fatos se comprovarem diferente, lamento. Mas não acredito que faça. Uma instituição não pode brigar com a outra. O PMDB é um só. A decisão de sair de uma aliança na qual se tem o vice-­presidente tem que ser das instâncias partidárias. Michel não pode ser demitido. Foi eleito e tem mandato até o final dos quatro anos. 
 
Valor: Mas o PMDB sairá antes, para lançar candidato a presidente em 2018, segundo toda a cúpula. Quando será? 
 
Eunício: Nós vamos sair dessa aliança. O Supremo tem uma súmula dizendo que as coligações se extinguem na data da diplomação. Discordo, porque aliança tem ir até o final do mandato. Mas, pela decisão do Supremo, no dia em que Dilma se diplomou, a coligação estava extinta formalmente. O que existe é coligação política. O PMDB vai sair em algum momento, porque precisa disputar a Presidência da República. Em 2018 não vamos apoiar candidato do PT. Pelo menos a partir de janeiro do ano da eleição, o PMDB tem que sair da aliança para construir sua candidatura. 
 
Valor: A decisão de Eduardo Cunha aumenta a responsabilidade do Senado com a governabilidade? 
 
Eunício: Sim, sim, claro que sim. Mas o PMDB é um só. O Senado tem menor número de componentes, pessoas maduras, passadas por governos de Estado. É um poder moderador maior. 
 
Valor: Mas impôs derrotas importantes ao governo, como a aprovação do reajuste do Judiciário, que Dilma vetou, e a extensão da política de reajuste do salário mínimo às aposentadorias com valor superior. 
 
Eunício: O Congresso, na ânsia de afirmar-­se na opinião pública, cometeu exageros, como votar sem debater, sem discutir, aprovar de afogadilho. Por exemplo, a PEC da bengala, passando de 70 para 75 anos a idade da aposentadoria do servidor. Nem sei a quem isso contrariou ou beneficiou. 
 
Valor: Mudar a articulação política do governo ajudaria a melhorar a relação com o Congresso? Há muitas críticas ao ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). 
 
Eunício: Com a ida de Michel, a articulação melhorou muito. E vejo o Mercadante como pessoa muito esforçada, interessada em fazer com que o Brasil dê certo. É dedicado, trabalhador. Não vejo como mudança de nomes pode melhorar essa questão. 
 
Valor: O que acha das críticas à indicação do seu genro Ricardo Fenelon Júnior pela presidente para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)? 
 
Eunício: Não quero discutir isso, até porque a indicação não foi minha. Foi feita pelo ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que é do meu partido. Pode consultar. Há crítica de que é novo, mas uma pessoa de 29 anos não é tão nova mais assim. Quanto à crítica de formação, alguém que é formado e tem mestrado numa universidade importante dos Estados Unidos não se pode dizer que não tem qualificação. Mas a indicação foi do ministro Padilha. E, segundo ele, pela qualificação. Não é todo dia que se encontra um mestre disposto a trabalhar na área pública. É do processo político e é direito das pessoas fazerem as discussões que acharem conveniente.

Detenta é executada com arma artesanal dentro de presídio no Ceará

Uma presa morreu durante uma briga no Instituto Penal Auri Moura Costa, no município de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza, na tarde desta segunda-feira (27), após uma briga com outra detenta. 
De acordo com a Perícia Forense, o corpo de Joelma de Souza Silva (23) foi encontrado com várias marcas de perfurações, possivelmente feitas por um cossoco (uma espécie de arma artesanal). Entretanto, nenhum objeto foi encontrado na área de convivência onde o crime aconteceu. 
A Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) informou que a briga foi interrompida por agentes penitenciárias e as duas presas foram encaminhadas para uma enfermaria dentro da unidade. Entretanto, devido a gravidade dos ferimentos, ela não resistiu. A causa da briga será investigada. A outra detenta, identificada como Débora Araújo Dantas, foi socorrida e passa bem. 
A Perícia Forense tenta encontrar a arma utilizada pelo crime. Segundo Socorro Portela, diretora da Divisão de Homicídios, oito detentas serão escutadas ainda nesta segunda. Além delas, as agentes penitenciárias que participaram da ocorrência serão escutadas. 
Joelma estava no Auri Moura desde fevereiro deste ano. Ela respondia por homicídio.
CNEWS