segunda-feira, 30 de março de 2015

A frase do ministro

“A presidente Dilma tem imagem de quem dialoga e delega pouco, e isso é ruim para a imagem de um presidente na Democracia”. Reneto Janine, filósofo e professor de Ética da USP, 20 dias antes de ser nomeado ministro da Educação.

Síndrome de Down

O Dia Internacional da Síndrome de Down será lembrado amanhã, às 15 horas, na Assembleia Legislativa. A iniciativa é do líder do Governo, Evandro Leitão (PDT).

Projeto prevê plebiscito para obras do Governo

Começou a tramitar na Assembleia Legislativa, o projeto de lei do deputado Audic Mota (PMDB) que estabelece a realização de plebiscito para as obras do governo do Estado superiores a R$ 150 milhões. A consulta ocorreria nos municípios ou regiões impactados de forma direta pela obra.De acordo com Audic, a consulta seria realizada pela Assembleia, no prazo de noventa dias de antecedência do início da ação. “Obras e serviços de grande vulto que não obtiverem votos favoráveis a sua execução, não poderão ser contempladas na lei orçamentária”, diz a proposta.

Fies passa a exigir média mínima no Enem

A partir desta segunda-feira (30) o estudante que tiver média inferior a 450 pontos nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não poderá se inscrever para uma bolsa do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Além da média mínima, o candidato também não pode ter nota 0 na redação. As inscrições seguem até o dia 30 de abril.
Em fevereiro foram abertas as inscrições para novas adesões ao Fies, mas sem a obrigatoriedade da nota mínima. Era preciso apenas ter feito o Enem para solicitar o financiamento. Não estão sujeitos a essa regra os professores do quadro permanente da rede pública matriculados em cursos de licenciatura, normal superior ou pedagogia.
A regra de exigir a média mínima no Enem foi estabelecida em portaria do Ministério da Educação, publicada em dezembro de 2014, e gerou descontentamento entre estudantes e representantes de instituições privadas de ensino superior. Instituições estimam que a mudança reduzirá em pelo menos 20% o número de contratos do Fies.
A estudante Kamila Monteiro, de 18 anos, obteve média de 426 pontos no Enem e conseguiu o contrato do Fies antes da aplicação da nova regra. Ela avalia que os estudantes de escola pública como ela serão prejudicados com a mudança.
“Dizem que é para melhorar a qualidade do ensino, mas quem está em escola pública tem dificuldade para fazer a prova do Enem. Então, é preciso começar melhorando a qualidade do ensino médio e não dificultar a entrada no ensino superior”, diz Kamila que vai cursar psicologia em uma instituição de São Paulo.
O Ministério da Educação descarta a possibilidade de abrir mão da exigência defendendo que a mudança foi feita em prol da qualidade do ensino superior e que o diálogo com as entidades é permanente.
O Fies financia de 50% a 100% das mensalidades, dependendo da renda familiar mensal bruta. É destinado a alunos matriculados em cursos superiores presenciais não gratuitos, oferecidos por instituições cadastradas no programa e que tenham obtido resultados positivos nas avaliações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior.
Entre as mudanças feitas pelo ministério no Fies estão também a alteração de doze para oito nas parcelas de repasse de recursos para as instituições privadas, e percentual máximo de reajuste para mensalidades no caso de aditamentos de contratos.
Agência Brasil

A fúria de Cid Gomes

Até os aliados mais próximos acreditavam numa retratação de Cid Gomes. O que se viu foi o oposto: o ex-governador não apenas confirmou sua fala da semana anterior, ao dizer que o parlamento abriga “300 ou 400 achacadores”, mas desafiou os deputados do alto da tribuna e apontou para o próprio presidente da casa, Eduardo Cunha, intitulando-o líder desse grupo. Passado o turbilhão dos fatos e o afastamento do ministério, a questão a martelar na cabeça de muita gente é: o que teria motivado Cid Gomes nesse dia de fúria? Nessa altura do campeonato podemos apenas especular. 
Mesmo reconhecendo as dificuldades num ano de múltiplos ajustes, Cid Gomes, um político experiente e articulado, acreditava que seria o titular de um ministério forte – ledo engano. A sua pasta foi a que mais sofreu no processo de cortes, além de investimentos paralisados, alguns programas centrais da área como o Pronatec e o Fies estão enfrentando crise. Se decidisse ficar onde estava o desgaste seria maior. Somado a isso, lembramos que há pouco tempo teve frustrado a sua ideia de criar um novo partido, com o objetivo explicito de minar o poder do PMDB e ampliar a sua própria liderança.
Dessa forma, orientado pelo irmão, Ciro Gomes, a quem já confessou ser o seu conselheiro, o sobralense ousou, descumpriu a ordem da presidente e passou a construir a imagem de um antipolítico, que, ao contrário da maioria, mantém a coerência, não se apega a cargos e tem uma missão maior que seus interesses particulares. Não se trata aqui de discutir a veracidade dessa imagem, mas se questionar onde isso o levará: ao enfrentar publicamente o maior partido do país, Cid Gomes, nesse momento de crise política, pode se tornar uma referência nacional de político moderno e engajado na transformação do sistema político ou ter começado a pavimentar seu ostracismo. A depender diretamente das relações da presidente com o PMDB daqui para frente. 
Cleyton Monte
cleytonvmonte@gmail.com
Doutorando em Sociologia / UFC

Justiça obriga Ibope a abrir 'caixa-preta' da audiência para o SBT

Após 14 anos de disputa judicial, o SBT conseguiu finalmente VENCER o Ibope, e a empresa de pesquisas terá de abrir sua "caixa-preta". A Terceira Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) recusou recurso do Ibope e manteve, em decisão final, sentença de 2003 que obriga o instituto a revelar dados confidenciais de sua metodologia de aferição de audiência, principalmente da chamada "real time", em tempo real. O processo acaba de ser declarado "transitado em julgado", ou seja, não cabem mais recursos. O SBT aguarda apenas o cumprimento da sentença.
A briga começou em 2001. O SBT questionava a medição de audiência minuto a minuto, quando em 12 de agosto daquele ano foi punido pelo Ibope com a suspensão de 24 horas do serviço. Na época, o Ibope argumentou que a emissora havia violado as regras de divulgação dos números. A rede de Silvio Santos sentiu-se lesada e processou o Ibope. Além de questionar a punição, pediu acesso aos dados confidenciais da medição.
Em 2003, o SBT obteve a primeira vitória. O instituto foi condenado pela Justiça paulista a pagar R$ 30 mil por dia para a emissora caso não mostrasse a "forma, a metodologia e os elementos utilizados em todos os mecanismos para pesquisa de audiência e apuração de resultados".
O Ibope recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que manteve a sentença. O instituto, então, apelou ao STJ, em Brasília. Em dezembro, a Terceira Turma, formada por cinco ministros, rejeitou o recurso do Ibope. No dia 19 de fevereiro,o STJ declarou o processo "transitado em julgado", ou seja, não é mais possível recursos.
Enquanto brigava com o Ibope na Justiça, o SBT chegou a OFERECER DINHEIRO a quem revelasse possuir um peoplemeter, aparelho que mede a audiência em tempo real. Em São Paulo, há cerca de 930 aparelhos instalados em sigilo em domicílios escolhidos pelo Ibope. No Brasil, são cerca de 6.000. Com a sentença, o SBT espera agora ter acesso à localização dos peoplemeters para verificar se a amostra do Ibope realmente representa as classes sociais e sua distribuição geográfica.
Ainda na gurerra com o Ibope, em 2004 o SBT financiou a criação de um instituto, o Datanexus, mas cancelou seis meses depois porque os resultados eram os mesmos. Ao lado da Record, Band e RedeTV!, a rede está bancando a instalação no Brasil do instituto alemão GfK, que começa a medir audiência oficialmente em abril.
Segundo o Ibope, a medição de audiência é auditada e segue padrões e normas internacionais para garantir a qualidade do serviço. O instituto proíbe a divulgação de números em tempo real pelas emissoras para não influenciar o público.

Após 30 anos de filiação, senador ameaça sair do PT e diz que 'população se sente enganada'

Filiado há 30 anos no Partido dos Trabalhadores, o senador Paulo Paim (RS) demonstrou descontentamento com a política econômica adotada pelo governo Dilma Rousseff (PT), em entrevista ao site da revista VEJA, e disse estar disposto a deixar a legenda caso não haja negociação sobre as questões que envolvem o pacote de ajuste fiscal elaborado pelo ministérios da Fazenda e Planejamento. Recentemente, Paim apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consultas sobre regras de migração partidária e admitiu que pode se filiar ao PMDB, PDT ou PSB e até mesmo fundar uma nova sigla, caso o governo aprove, no Congresso Nacional, medidas que endurecem as regras para concessão de benefícios trabalhistas. "Eu fiquei constrangido e perplexo com as duas medidas provisórias que tiram direito dos trabalhadores. E essa não é uma reação só minha, é de todas as centrais, de todas as confederações, sindicatos, associações de trabalhadores, que não concordam com o que o governo fez", lamentou o senador. Paim avalia que o governo Dilma deve ficar "em uma situação muito difícil se não buscar uma saída negociada nessas medidas trabalhistas". "Queiramos ou não, a população se sente enganada. Essa população que tanto nos apoiou e que sempre votou no PT se sente enganada", afirmou o petista.

PT e PMDB o fim da união ?

O desgaste na relação entre PMDB e PT no cenário político nacional não promete trégua nos próximos meses. Nem mesmo a futura nomeação do peemedebista Henrique Eduardo Ales (RN), para o ministério do Turismo, deve acalmar os ânimos do partido responsável por várias derrotas do governo Dilma Rousseff, nas últimas semanas. 

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou ao O POVO que a perspectiva para os próximos meses é de distanciamento entre os partidos. “A tendência é que o PMDB se distancie do PT e se aproxime das ruas. Quem criou o problema (crise) foi o governo”, alegou. O peemedebista disparou, ainda, que “se a presidente achar que vai conquistar o PMDB com cargos está equivocada”.

A declaração do senador veio após os institutos de pesquisa Datafolha e CNT indicarem uma forte queda na aprovação de Dilma. Os números indicam o pior momento do PT à frente do governo durante os 12 anos que está no poder.
Líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT) avalia, por outro lado, que a chegada de Henrique Alves para o primeiro escalão federal pode ajudar o governo politicamente. “Ajuda a consolidar a base na Câmara. Além disso, ele é um quadro para ajudar o governo”. A indicação do ex-deputado do Rio Grande do Norte tenta apaziguar os ânimos com o presidente Cunha que é próximo a Alves. 
Derrotas
Dilma tem enfrentado dificuldades para aprovar projetos governistas nas duas casas legislativas que têm Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL) como presidentes. Medida Provisória (MP) que revê desonerações da folha de pagamento para vários setores da economia, enviada pela presidência ao Senado, foi devolvida pelo presidente Renan alegando falta de diálogo.

Em outro episódio, a Câmara aprovou, em fevereiro, a obrigatoriedade para liberação de recursos para as emendas dos parlamentares. A medida gera um custo para os cofres públicos de R$ 9,69 bilhões por ano.

Tentando evitar uma nova derrota para deputados e senadores, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem realizado reuniões com a base e oposição para contar com o apoio dos parlamentares e aprovar o pacote que reajusta os gastos do governo.
 O POVO

domingo, 29 de março de 2015

Ódio ao PT não se trata de fenômeno recente

O ódio ao PT está vivendo o seu auge, mas, não se trata de fenômeno recente. Nasceu com a fundação do partido e foi se estruturando, ganhando os diversos interstícios da sociedade, organizando-se em discurso, em manifestações claras e abertas, como as que ocorreram no último 15 de março. E quais são as bases desse ódio? Poderia dizer que há raiz histórica e uma raiz mais de superfície, gestada na própria conjuntura em que o PT se fez governo.

Falando das bases históricas desse antipetismo, diria que o partido, no seu nascedouro, encarnava a antítese da maioria dos partidos brasileiros que disputavam o poder. Açambarcava militância advinda das classes trabalhadoras, mas, apoiada pela maioria dos intelectuais de esquerda. Organizava-se em torno de um líder metalúrgico, carismático, que organizou as grandes greves do setor nos anos oitenta.

Nessa fase do PT, havia antipetismo claro, da classe política de centro e de direita, da imprensa conservadora, das classes ricas e das classes assalariadas, que historicamente sempre temeram o comunismo e seus mitos. Em 2003, inicia-se o primeiro governo petista, e, o magistral espetáculo da posse do presidente Lula gera uma curta lua de mel entre o partido, a imprensa e a opinião pública. Logo se inicia o trabalho lento mas sistemático da mídia, no sentido de construção de uma visão negativa do partido, das suas medidas de apoio aos pobres, de revitalização do poder do estado frente aos negócios e serviços essenciais, num claro distanciamento dos governos FHC, responsáveis pela instituição do neoliberalismo no país.

Os governos Lula, se conseguem vitórias surpreendentes no tocante à diminuição da pobreza e mesmo de desenvolvimento do país, o fazem a custo muito alto. Envolvem-se nos escândalos de corrupção, e, perdem bolsões significativos da militância clássica e de simpatizantes. O presidente governa sob ataque cerrado da imprensa conservadora, que vai insuflando nas camadas da sociedade, larvas de ódio novo contra o partido.

Iniciada a primeira fase da era Dilma, a mídia conservadora, colocada no centro das relações com a sociedade, como o grande partido opositor, persiste no plano de insuflar a ira e a desqualificação da gestão petista. O #VemPraRua e o #NãoVaiTerCopa, movimentos apoiados pelo discurso midiático, são exemplos flagrantes dessa guerra comunicativa contra o partido, além da cobertura sistemática do julgamento dos réus do mensalão, combustível para alimentar o ódio contra o PT nas redes sociais.

Sim, estamos vivendo o auge desse processo, e não há como prever quem ganhará esta guerra. Num flagrante descuido com sua comunicação, o PT governa sob ataque cerrado, de uma persistente campanha midiática que vem ganhando adeptos de todas as classes sociais.

Joana Belarmino
joanabelarmino00@gmail.com
Jornalista e professora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba

Grupo de Marina vai pedir registro da Rede até o final de abril

A Rede Sustentabilidade, grupo político da ex-senadora Marina Silva, pretende dar até o final de abril o último passo para se transformar oficialmente em um partido político. O comando da futura sigla programou para o próximo mês a entrega das assinaturas que faltam para ter seu registro oficializado pela Justiça Eleitoral.
Pela legislação, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem 30 dias para confirmar a criação da legenda após a solicitação.
Segundo integrantes do grupo, a Rede ainda precisa comprovar a validade de 32 mil assinaturas de um universo de cerca de 500 mil que são exigidas pela Justiça para a formação do partido.
Porta-voz da Rede, Bazileu Margarido, afirmou neste domingo (29) que serão entregues 80 mil assinaturas – uma sobra de 48 mil para evitar contratempos.
Em outubro de 2013, Rede teve o registro de criação do partido negado pelo TSE por não ter obtido reconhecimento do número mínimo de assinaturas para sua constituição. A decisão levou Marina e aliados a migrarem de última hora para o PSB, onde acabou disputando a presidência da República, ficando como terceira colocada.
Marina deve ficar filiada ao PSB até a obtenção do registro da Rede. A ideia é de que o partido já possa disputar as eleições municipais de 2016.
A direção do grupo esteve reunida neste fim de semana, em Brasília, e voltou a descartar que será atingida pela nova lei sancionada, na semana passada, pela presidente Dilma Rousseff que dificulta a criação e fusão de legendas. Pela norma, serão aceitas assinaturas de eleitores que não sejam filiados a um partido.
O porta-voz afirmou que 450 mil assinaturas já foram reconhecidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a maior parte das 80 mil do futuro lote que será repassado à Justiça também foi protocolada nos cartórios antes da nova legislação.
“A lei não pode incidir sobre essas assinaturas. A gente pode ter um problema muito pontual que a nosso ver não compromete o processo”, disse Margarido.
O entendimento jurídico da Rede, porém, não é unânime. O especialista em direito eleitoral Alberto Rollo afirma que a tramitação do pedido de registro não é garantia de que a nova lei não afetará o partido de Marina. “Teria que já ter sido concedido o registro”, disse. Para ele, o TSE ainda deve discutir se aplicará ou não a nova lei.
De acordo com o dirigente, a Rede não considera necessário questionar a lei no STF (Supremo Tribunal Federal).
Na Folhapress

Opinião: sou defensor da redução da maioridade penal

Inegavelmente, há no Brasil um clamor social em busca da redução da maioridade penal. As medidas sócio-educativas não estão surtindo efeito para retirar o adolescente do mundo do crime. Apavorada com os índices de violência e de criminalidade, quase 90% da população brasileira é favorável à redução da maioridade de 18 para 16 anos de idade. Ou até mesmo mais abaixo do que isso. Crimes bárbaros estão sendo cometidos por menores e chocando a opinião pública. A mídia a cada dia noticia fatos cada vez mais aterrorizantes na incontrolável e crescente violência urbana.
“Na verdade, o tema é bastante polêmico e deve ser profundamente discutido, porém, não tem a atenção necessária por parte do Poder Legislativo, visto que o índice de reincidência dos menores infratores é assustador e que o tipo de infrações consideradas graves cresce consideravelmente por parte dos adolescentes com mais de 14 anos, e em diversos casos, numa idade bem inferior. Portanto, é notória a necessidade de uma atitude decisiva, ou ao menos amenizadora, para dar resposta à sociedade”, diz Paulo César Ferreira, advogado e presidente da Comissão Criminal da OAB/RN.
“Contrariu sensu”, pelo menos dois ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello, são contrários à redução da maioridade penal. Defendem uma aplicação mais efetiva do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) a fim de evitar novas infrações por meio da melhoria das unidades de internação, ação que resultaria na efetivação do processo de ressocialização.

Sou defensor da redução. E justifico. Afinal, esqueçamos os discursos!
Com a polêmica estabelecida, a desinformação e a incompetência imperam na desinformação para a sociedade. Até agora não se viu um defensor da redução da maioridade penal reportar-se ao fato de que no Brasil já tivemos maioridade penal aos 09 anos de idade. Isso mesmo, aos 09 anos de idade!

Com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, o tempo exigiu uma nova legislação penal. E em 1890, o Brasil passou a ter o seu primeiro Código Penal Republicano, que disciplinou a inimputabilidade absoluta aos 09 anos completos, sendo que aqueles acima desta idade e menores de 14 anos estariam submetidos a analise do discernimento, ou seja, existia a verificação da aptidão para se chegar à conclusão se o menor tinha ou não a capacidade de distinguir o bem do mal.

A primeira legislação penal brasileira foi o Código Criminal do Império, que adotou a imputabilidade penal aos 14 anos. Nos casos em que o agente infrator não possuísse discernimento do ato criminoso, o limite não excedia o máximo de 16 anos de idade. É, portanto, a história a nos ensinar que devemos mudar de postura.

Em 1921, com a edição da Lei n. 4.242/21, iniciou-se uma verdadeira “anarquia” na legislação brasileira na questão da inimputabilidade penal, que autorizou o governo a criar um serviço de assistência ao menor desviante. Ou seja, o menor de 14 anos autor ou cúmplice de crime ou contravenção não se submetia a processo-crime, mas a processo especial. Cinco anos depois, em 1926, editou-se o Código de Menores, impondo ao menor de 14 anos internação em casa de educação ou preservação, ou ainda com a possibilidade de submeter-se à tutela de alguém idôneo até os 21 anos de idade.

Com a evolução da sociedade, no qual se insere a capacidade de discernimento das pessoas, sobretudo de crianças e adolescentes, com o desenvolvimento sócio-econômico do país, nosso parlamento ao invés de progredir na reedição de leis avançadas, fez foi regredir, quando em 1940 aprovou o atual Código Penal elevando a maioridade do brasileiro para 18 anos, tornando-o inimputável e sujeito às normas estabelecidas em legislação especial.

E pasmem! Para a justificativa dessa norma no vigente Código Penal adotou-se o sistema biológico para a responsabilização criminal do infrator. Implica isso dizer que, as crianças e adolescentes antes de 1921 e 1926 eram mais inteligentes e desenvolvidas intelectualmente do que as nascidas e criadas de 1940 até os dias atuais. Um contrasenso, claro!
Em toda a história de política criminal no Brasil o “discurso da prevenção ao crime” foi sempre considerado fajuto, demagogo. No campo do controle social, nada funciona na prática no sentido da reeducação do menor infrator. Basta se buscar na história que desde 1926 - quando foi editado o primeiro Código de Menores - que o país vive e convive com essa polêmica e que tem somente se agravado a cada ano na busca da ressocialização do preso, menor ou não, tudo porque o sistema penal brasileiro não cumpre sua tarefa, não faz sua parte.

No Império, em 1888, por exemplo, antes da República, portanto, a maioridade começava aos 09 anos. No início da República, aos 14 anos. Na época, os adolescentes somente adquiriam a capacidade de discernimento acima dessas idades. Em 1940, no entanto, os menores de 18 anos de idade ficaram penalmente inimputáveis porque o atual Código Penal presume que as pessoas, antes dessa idade, ainda não atingiram a plena capacidade de entendimento e autodeterminação. Ora, ao invés de progredir-se, regrediu-se! A lei passou a estabelecer para os adolescentes infratores medidas sócio-educativas.
Hoje, os menores são capazes de se organizar e cometer os mais diversos crimes bárbaros e cruéis, ao ponto de chocar toda uma nação. E o mundo, em muitos casos! Portanto, devem ser plenamente aptos a responder por seus atos. “Tendo o agente ciência de sua impunidade, está dando justo motivo à imperiosa mudança na idade limite da imputabilidade penal, que deve efetivamente começar aos dezesseis anos, inclusive, devido à precocidade da consciência delitual resultante dos acelerados processos de comunicação que caracterizam nosso tempo”, advoga Miguel Reale.

A grande maioria dos juristas entende que o menor, hoje, aos 16 anos, tem capacidade e discernimento para votar, amancipar-se, quando for o caso, e praticar outros atos da vida civil, entendendo-se, pois, que não é mais possível sustentar o argumento de maturidade como critério cronológico para a não redução da maioridade penal. “As leis brasileiras “in casu” são falhas e ultrapassadas. Hoje, os menores de 18 anos têm o mesmo grau de consciência de qualquer adulto, pois qualquer pessoa que comete crimes com requintes de crueldade, seja menor ou maior, sabe muito bem o que está fazendo e, portanto, merece punição a altura”, argumenta o ex-deputado federal José Luiz Clerot.

Hoje, como se sabe, a maioridade penal é fixada aos 18 anos. No entanto, ressalta Francisco de Assis Toledo, em sua obra “Princípios Básicos de Direito Penal”, nada indica que essa idade seja um marco preciso no advento da capacidade de compreensão do injusto e de autodeterminação. É, entretanto, um limite razoável de tolerância recomendado pelo Seminário Europeu de Assistência Social das Nações Unidas, de 1949, em Paris, tanto que podemos afirmar ser o limite de 18 anos praticamente regra internacional, sendo adotado pela maioria dos países, ou com pequenas variações para mais ou para menos.

por Miguel Dias Pinheiro, advogado

Início de "Babilônia" é pior resultado da Globo em 50 anos

Espera-se que "Babilônia" se recupere, mas uma comparação de audiência consolidada entre seus 10 primeiros capítulos e todas as novelas anteriores não deixa dúvidas: a atual novela das 21h da Globo vai registrando o pior desempenho desde a inauguração da emissora --embora lidere com folga o ibope em São Paulo e no país, é bom lembrar.
Do capitulo 1 ao 10 "Babilônia" tem 42,5% de share (participação nas TVs ligadas) e 27,7 pontos de média (e isso pode ainda cair mais um pouquinho, pois no último sábado marcou só 25 pontos no ibope prévio).
Cada ponto vale por 67 mil residências sintonizadas, cada uma com, em média, três pessoas diante da TV, na Grande São Paulo.
"Império", antecessora de "Babilônia", até então era dona do título de pior começo, com 49,8% de participação e 31,5 pontos no mesmo período (veja abaixo).
A novela de Aguinaldo Silva, porém, acabou tendo alguma recuperação e terminou, na média geral, não como a pior novela, mas a "vice-pior" de todos os tempos na emissora, nessa faixa.
Espera-se agora o mesmo para "Babilônia", de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga.
Veja a seguir como foi o resultado da atual e das últimas seis novelas do horário nobre:
Babilônia: 27,7 pontos (42,5%)
Império: 31,5 pontos (49,8%)
Em Família: 32,2 pontos (52,2%)
Amor à Vida: 34,5 (54,9%)
Salve Jorge: 32,2 pontos (53,3%)
Avenida Brasil: 35,5 pontos (58,4%)
Fina Estampa: 37,8 pontos  (57,4%) 

BOL