quinta-feira, 23 de julho de 2015

PMDB expulsa vereador por apoio a Camilo Santana e quer tomar mandato


O Conselho de Ética do PMDB do Ceará se reuniu, nesta quinta-feira, 23, e decidiu expulsar o vereador Carlos Mesquita dos quadros do partido. O vereador, que teria cometido infidelidade partidária ao apoiar Camilo Santana (PT) na eleição passada, terá seu mandato cobrado pela sigla. Mesquita ainda pode recorrer ao PMDB nacional em Brasília.

A expulsão do parlamentar foi aprovada em relatório apresentado pelo advogado Fernando Férrer. No texto, é destacado que, no dia do 1º turno da eleição de 2015, Mesquita foi detido em um veículo portando diversos materiais de Camilo Santana (PT), Ivo Gomes (Pros), Mauro Filho (Pros) “e outros, todos candidatos contrários a candidatura do PMDB”. 
Na eleição passada, o partido apoiou Eunício Oliveira (PMDB) para o governo do Estado. “O representado (Mesquita), em seu depoimento pessoal, demonstrou ardilosidade infantil, quando indagado sobre quem teria apoiado para governador, chegando ao absurdo de zombar da inteligência alheia ao perguntar do que se trata ‘apoio’”, diz o relatório.

Infieis

Mesquita tem agora até cinco dias para recorrer da decisão na direção nacional do PMDB, em Brasília. A instância superior, no entanto, tem como um de seus principais diretores o próprio Eunício. Na pauta do Conselho de Ética, estão ainda outros “infieis” na eleição passada, como o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB). 

Mesquita reage
Em contato com o Blog do Eliomar, o vereador Carlos Mesquita lamentou a decisão do Conselho de Etica, observando que não há provas apontado para uma possível infidelidade sua na campanha de 2014.

Mesmo assim, ele se disse “aliviado” de toda essa situação, pois se define como vítima da perseguição dos “coronéis” do PMDB, no caso o senador Eunício Oliveira e o presidente interino do PMDB e vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena.

Mesquita disse que vai procurar outra legenda, mas lamentou também a forma coo foi tratado. “A prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, deixou o PMDB e nem por isso o partido questionou ou disse que ia buscar o mandato”, desabafou. Lembrou que na campanha para deputado estadual até o número que escolhera para a disputa lhe foi tomado e dado para o hoje deputado estadual Audic Mota.

Carlos Mesquita reiterou que vai procurar outro partido. Mas não quis adiantar nomes. Definiu o PMDB sob comando de Eunício como uma ditadura e até ironizou: “O presidente do Conselho de Ética é ligado a Eunício e o relator do parecer – Fernando Férrer, é  advogado das empresas dele”.

O Povo

Lula quer reunião com FHC para conter impeachment de Dilma



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer uma reunião com seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, para discutir sobre a crise política e buscar meios de evitar o impeachment da sua sucessora, Dilma Rousseff. Segundo a Folha de S. Paulo, Lula autorizou amigos a procurar FHC e disse que a conversa poderia ser por telefone, mas o tucano preferiu deixar o possível encontro para quando voltar de suas férias da Europa. O petista quer buscar um conciliador na oposição para tentar dissipar, ao menos no PSDB, os trabalhos para a queda de Dilma. Em nota, a assessoria do Instituto Lula afirmou que o ex-presidente não tem intenção de conversar com Fernando Henrique nem soube de um possível interesse dele. Já FHC disse, por e-mail, informou: "O presidente Lula tem meus telefones e não precisa de intermediários. Se desejar discutir objetivamente temas como a reforma política, sabe que estou disposto a contribuir democraticamente. Basta haver uma agenda clara e de conhecimento público”.

Em editorial, jornal americano diz que Brasil parece filme de terror sem fim e que pode piorar

O jornal Financial Times publicou um duro editorial sobre a crise política e econômica no Brasil. Com o título "Recessão e politicagem: a crescente podridão no Brasil", o texto diz que a "incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia" do País. A publicação diz que os recentes fatos levam o Brasil a ser comparado com um "filme de terror sem fim" e que, diante do risco de impeachment da presidente Dilma Rousseff, "tempos piores ainda podem estar por vir". O FT reconhece, porém, que as instituições brasileiras têm mostrado força e exalta a prisão de executivos das maiores construtoras brasileiras.

"Incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia do Brasil. Combinado com o fim do boom das commodities, tudo isso tem levado a oitava maior economia do mundo para uma recessão profunda. O escândalo de corrupção na Petrobras só agrava a podridão. Mais de 50 políticos e dezenas de empresários estão sob investigação por terem levado US$ 2,1 bilhões em propinas. Luiz Inácio Lula da Silva foi indiciado sob a acusação de tráfico de influência. Há cada vez mais rumores de que a presidente Dilma Rousseff, no sétimo mês do segundo mandato, pode ser cassada. Isso ainda parece improvável, mas a probabilidade cresce a cada dia", diz o editorial desta quinta-feira, 23, publicado ontem na internet. Diariamente, o FT publica na web os editoriais que serão veiculados na edição impressa do dia seguinte.

O editorial explica que dois motivos explicam a piora do quadro. Primeiro, o jornal cita a volta atrás de Dilma Rousseff na economia após a malsucedida experiência com a "nova matriz econômica". Com o aumento dos juros e corte de gastos, a economia sofre e o apoio político dos aliados diminui, explica o jornal. "A maior razão, no entanto, é o escândalo de corrupção. Embora ela tenha presidido o conselho da Petrobras entre 2003 e 2010, poucos acreditam que Rousseff é realmente corrupta. Isso não significa, porém, que ela esteja segura. Dilma enfrenta acusações de que seu governo quebrou regras de financiamento de campanha e adulterou contas do governo, ambos motivos para impeachment."

O editorial reconhece que, por enquanto, políticos brasileiros têm preferido que a presidente continue no poder. "Mas esse cálculo pode mudar à medida que eles tentam salvar suas peles", cita o texto que lembrar que o "chefe do Congresso" - sem citar o nome de Eduardo Cunha - migrou para a oposição e que Lula pode ser processado.

Diante do quadro, o FT diz que "não é à toa que o Brasil hoje tem sido comparado a um filme de terror sem fim". O editorial diz que a presidente Dilma tende a ter "três anos solitários como presidente". "Brasileiros são pragmáticos. Então, o pior cenário de um impeachment caótico pode ser evitado. Ainda assim, mercados começam a colocar no preço esse risco. Pode ser muito bem que tempos piores ainda estejam por vir para o Brasil", completa o texto.

Apesar do tom pesado, o editorial reconhece que o escândalo de corrupção na Petrobras tem "demonstrado a força das instituições democráticas do Brasil". "Em um país onde os poderosos dizem estar acima da lei, Marcelo Odebrecht, chefe da maior empresa de construção do Brasil, está preso. Esta semana, três executivos da Camargo Corrêa, outra construtora, receberam sentença de mais de dez anos na prisão", diz o editorial.

O texto lembra ainda que contratos de empreiteiras brasileiras estão sendo investigados em Portugal, países da América Latina e também podem ser alvo nos Estados Unidos, já que empresas como a Odebrecht têm títulos emitidos em Nova York. "Isso leva a políticos e líderes empresariais a pensarem duas vezes antes de pagar um suborno, o que é um grande avanço na luta da região contra a corrupção".

EM

Cúpula do PT quer que governo pare de financiar grandes veículos de comunicação

Membros da alta cúpula do PT cobraram, em uma reunião no Palácio do Planalto, que o governo interrompa a distribuição técnica dos recursos para publicidade – seguindo critérios de audiência e circulação. De acordo com a coluna Radar Online Gilberto Carvalho, Eleonora Menicucci e Rui Falcão – presidente nacional do partido – acreditam que investir nos grandes veículos nacionais seria “alimentar o monstro” da imprensa. Os veículos que mais recebem verba são Globo, Uol, Veja e Folha de S. Paulo, mas supostamente os petistas querem que o financiamento vá para blogs e publicações governistas. Coube a Carlos Gabas, além do próprio ministro Edinho Silva, fazer a defesa do modelo técnico atual.

Dívida externa do Brasil está estimada pelo BC é de US$ 345,199 bilhões



A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em junho é de US$ 345,199 bilhões ante US$ 350,956 de maio. Segundo a instituição, em março de 2015, último dado verificado, a dívida somava US$ 348,606 bilhões. Em dezembro de 2014, a dívida estava em US$ 352,684 bilhões e, no fim de 2013, a dívida era de US$ 312,517 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 289,112 bilhões em junho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 56,087 bilhões no fim do mês passado, segundo as estimativas do BC. De acordo com a instituição, merecem destaques na dívida externa de longo prazo os empréstimos tomados pelo setor não financeiro, de US$ 2 bilhões, as amortizações do setor financeiro, de US$ 2,1 bilhões, e o aumento em função de paridades, de US$ 485 milhões. Já no caso de curto prazo, a explicação da diferença se dá, principalmente, por conta de empréstimos de curto prazo tomados pelo setor não financeiro, de US$ 680 milhões e amortizações do setor financeiro, de US$ 3,3 bilhões.

Lúcio Alcântara alfineta Cid Gomes

O presidente do PR no Ceará, o ex-governador Lúcio Alcântara, usou sua página pessoal no Facebook para alfinetar o também ex-governador Cid Gomes – seu adversário político. “O 2º irmão muito se esforçou junto à mídia para, no governo de 8 anos, passar à história como grande gestor. O que está na imprensa sobre ISGH, AGROPOLOS e METRô basta para desmentir cabalmente essa imagem”, publicou Lúcio, em alusão a algumas denúncias feitas por parlamentares da Assembleia Legislativa contra o governo Cid, motivando comentários de alguns seguidores. Em postagem anterior, o ex-governador disse “não acreditar” que Ivo Gomes, irmão de Cid, tenha deixado o Governo “por um impulso genioso”. Para ele, “é tudo combinado na trinca. Sei disso porque já vivi esse golpe”.

Popularidade de Dilma despenca no NE e rejeição atinge 78,8%, diz pesquisa CNT/MDA

O Nordeste ainda é a região onde a aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) atinge os melhores índices em comparação com outras localidades do País. Porém, o cenário vem se invertendo e a aceitação da gestora vem despencando.
A pesquisa mais recente, divulgada nessa terça-feira (21) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT/MDA), revelou que apenas 17,7% dos entrevistados no Nordeste aprovam o desempenho pessoal de Dilma à frente do governo, enquanto outros 78,8% se dizem insatisfeitos com a gestão. O levantamento anterior, divulgado em março, trazia que a aprovação do governo era 27,1%, enquanto a rejeição atingia 69,2%.
De acordo com a sondagem, a avaliação positiva do governo – ótima e boa – caiu de 16,3% para 8,2% de março para julho, no Nordeste. Já a negativa – ruim ou péssimo – atingiu 69,7%. No âmbito nacional, o percentual negativo alcançou 70, 9%.
No Sul e Sudeste, os índices de insatisfação superam os 80%, enquanto no Centro-Oeste e Norte o percentual é de 74,4%.
O desempenho pífio pode ser justificado pelo agravamento da crise político-econômica no País e o desgaste da relação do governo com o Congresso Nacional.
Aprovação do governo Dilma por região.
Aprovação do governo Dilma por região.
De olho na insatisfação dos eleitores no principal reduto eleitoral do País, o PT já fez um movimento para recuperar a popularidade da presidente no Nordeste. Nas próximas semanas, Dilma pretende concentrar a agenda na região onde foi a mais votada. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também planeja percorrer a região, separadamente.
O roteiro traçado para Dilma prevê a visita a cinco estados até o mês que vem: Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia e Maranhão.
Em encontro recente com a correligionária, Lula defendeu que Dilma viaje pelo País, assim como seus ministros, para inaugurar obras, lançar programas e divulgar uma “agenda positiva”. O ex-presidente também aconselhou Dilma a se reaproximar dos movimentos sociais.

Terceiro maior açude do Ceará está com 1% de capacidade

O terceiro maior açude do Ceará está com apenas 1.09% de sua capacidade, é o que mostra o sistema de monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), porém, de acordo com o chefe do açude, José Ariston Queiroz, o reservatório tem apenas 1.01% de sua capacidade. A população teme um colapso geral, tendo em vista, que a água que está chegando às residências apresenta baixa qualidade.
Sobre o assunto, o prefeito municipal de Banabuiú, Veridiano Sales, soltou o verbo e acusa a Cogerh de ser a responsável por essa situação. O prefeito se diz indignado porque o órgão estadual errou os cálculos e ainda liberou água pelas comportas, acima do previsto.
“A situação é lamentável, estamos vivendo uma crise hídrica, porque houve erro no planejamento da Cogerh, mesmo sabendo que as previsões indicavam que não teríamos bons invernos”, relata o gestor, afirmando ainda, que desde 2013, a autarquia liberou 15 mil metros cúbicos de água por segundos para o rio, com destino a Tabuleiro do Norte, Russas, Morada Nova, Ibicuitinga etc. O rio chegava a ficar ponta a ponta.
Em dezembro de 2013, o município de Banabuiú entrou com um pedido de liminar na justiça, para que fosse reduzido o volume da água que estava sendo liberado, mas não houve manifestação até o momento do juiz. Naquela época, o açude Banabuiú estava com 5% e o açude soltando 6 mil m³ por segundos.
Pelos cálculos da Cogerh até o dia 30 de abril, o açude teria 70 milhões de metros cúbicos de água, “mas a Cogerh errou em 50 milhões, nessa data só tinha 20 milhões de m³, além de soltar água de forma descontrolada, ainda cometeu errou gravíssimos. Suspeitamos que a Cogerh, quis de fato nos enganar”, cita o prefeito.
Em julho, o açude tem pouco mais de 16 milhões de metros cúbicos de água, porém, em cima de um volume de lama.  “Agora, depois que a água a Companhia fechou as válvulas, causando outro grande prejuízo porque o rio era perenizado, destruindo assim um sistema ecológico. Nesse rio havia várias espécies, até pitú, consequentemente, acabou com tudo porque o rio secou e todas as espécies serão extintas”, denunciou o prefeito, alegando que os prejuízos são incalculáveis.

Riscos
Até janeiro o açude terá água suficiente para abastecer a cidade de Banabuiú, mas outra preocupação das autoridades municipais é justamente com uma contaminação. Devido o baixo volume de água e a grande quantidade de lama, poderá ocorrer uma desoxigenação, se isso acontecer causará mortalidade de peixes, deixando a água impropria para o consumo humano e a cidade totalmente desabastecida.
“O Açude Banabuiú não poderia secar, é o terceiro maior açude do Ceará, era a esperança da região. Era o Banabuiú que deveria estar pronto para abastecer os demais municípios do Sertão Central”, analisa o prefeito Veridiano Sales.
Ainda conforme o prefeito, um representante do governo do estado chegou a dizer que a prioridade era água pra produzir, ou seja, para a irrigação. “São atitudes tomadas erradas, irresponsáveis e hoje o povo está pagando um preço pelo que não comprou e pelo que não pediu. Foi desonesto não só com a gente, mas com a região.”
Mais de 1.000 famílias viviam da pesca, com essa situação, estão pedindo auxilio da Prefeitura, “retiraram a alimentação dessas famílias”, diz Sales, pedindo a ajuda do governo do Estado. (Revista Central).

Dilma Rousseff na Rede TV



A presidente Dilma Rousseff será a convidada do programa "Mariana Godoy Entrevista", exibido pela RedeTV!. A conversa será gravada no Palácio do Planalto na próxima sexta-feira (24) e vai ao ar em rede nacional a partir das 23h15 do mesmo dia. De acordo com a coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, a jornalista se reuniu com a presidente nesta terça-feira (21), em Brasília, para discutir a pauta da entrevista. "A presidenta Dilma recebeu hoje (21), no Palácio do Planalto, a jornalista Mariana Godoy. Elas conversaram sobre diversos temas, como a ditadura militar e o papel de Dilma na redemocratização do País; comunicação social; e a importância de se combater o machismo, em todas as esferas", publicou a página da presidente no Facebook.

Apresentador Datena é sondado pelo PSB


O jornalista José Luiz Datena mescla frases como "eleição armadilha é para idiotas" e "sou um cara movido a desafios" para negar e ao mesmo tempo se posicionar como um possível candidato à prefeitura de São Paulo em 2016.

O apresentador do programa Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes, confirma que foi sondado formalmente pelo PSB e que já conversou com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre o assunto. Mas, como fazem quase todos os políticos a um ano e três meses da eleição, nega uma eventual candidatura. E ressalva: "o perigo é deixar a vaidade se afastar da realidade".

Datena confirma que teve uma conversa "muito boa" com o vice-governador Márcio França, presidente estadual do PSB, quando recebeu um convite formal para se filiar ao partido. Uma nova reunião entre o jornalista e o vice-governador está marcada para a semana que vem.

Um dirigente do PSB, entretanto, afirma que na verdade foram dois encontros. Datena teria afirmado que considera o PSB um partido importante, que não carrega máculas como os partidos grandes, e que poderia acolher bem a ideia de construírem juntos uma proposta para São Paulo. Do lado do PSB, dirigentes teriam ficado bem impressionados com a articulação e preparo do jornalista.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o contato com Datena é preliminar e não prejudica as tratativas com a senadora Marta Suplicy (sem partido) que, adiou por duas vezes sua filiação ao partido e admitiu conversas com o PMDB. "O Datena pode até se filiar (ao PSB), mas não pra tirar a candidatura dela (Marta) não", disse. "Sei dessa conversa e não tem problema nenhum no Datena vir para o partido, mas há uma negociação em curso com a Marta que não foi concluída", prosseguiu o dirigente.

Marta está em viagem de férias e ficou de dar uma resposta mais clara ao PSB quando retornar, na semana que vem. Segundo a direção nacional do PSB, a princípio, a filiação de Marta segue prevista para 15 de agosto.

Questionado se o convite feito pelo PSB era um recado à senadora Marta Suplicy (sem partido), Datena diz apenas que "as pessoas não precisam temer antes do tempo".

Outros

O apresentador disse ainda que foi "sondado por outros políticos", sem dar nomes. "Esses caras ainda vão ter que se coçar muito", disse, referindo-se a um possível convencimento. "Quero que me convençam que sou necessário e importante. Até agora não fui convencido."

Sobre a conversa que teve com Alckmin, Datena relata que o governador falou sobre as agruras de um candidato e não fez qualquer convite. "Foi no Palácio dos Bandeirantes, logo após a morte de Thomaz (filho do governador, morto em um acidente de helicóptero em 1º de abril). Conversamos por umas duas horas no Palácio (dos Bandeirantes) sobre o que tinha acontecido e uns dez minutos sobre a vida política. Ele me disse 'se você entrar num negócio desse não tem nada a ganhar, só a perder", disse.

Datena nega intenção de se candidatar, mas seu discurso indica o contrário. "Nunca tive pretensão política mas como cidadão estou convencido que já chega. As opções (de candidatos) estão cada vez mais escassas", disse. "Se eu me candidatar não vou depender de marqueteiro político. Não vou permitir que me digam o que fazer. Não tenho experiência administrativa, mal sei administrar a minha casa, mas é necessário saber delegar", completa.

O jornalista também já ensaia ataque ao prefeito Fernando Haddad (PT), com quem concorreria caso se decidisse pela candidatura. "Não sou mole como o Haddad, que diz que é amigo do Lula mas que tem falado pouco com ele. Eu também sou amigo do Lula e falo pouco com ele, mas não esqueço a gratidão que tenho por ele", disse o apresentador, lembrando que, quando foi submetido a uma delicada operação no pâncreas, a primeira ligação que recebeu foi do então presidente da República.

Apesar de afirmar que "jamais ficaria contra o Lula", Datena não poupa o ex-presidente. "Fiquei triste quando Lula apertou a mão do (deputado federal do PP, Paulo) Maluf para eleger o Haddad", disse, descartando uma eventual filiação ao PP.

O vice governador e presidente estadual do PSB, Márcio França, não foi localizado pela reportagem para falar sobre o convite feito a Datena para ele se filiar ao seu partido.

EM 

Corregedoria do MP rejeita suspensão de investigação contra Lula



A Corregedoria Nacional do Ministério Público negou nesta quarta-feira (22) o pedido de suspensão do procedimento investigativo criminal aberto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O corregedor Alessandro Tramujas Assad afirmou que o pedido não poderia ser acolhido porque as atribuições da corregedoria são cuidar de deveres de funcionários e membros do MP, "exclusivamente sob a ótica disciplinar". O pedido de suspensão, segundo a assessoria da corregedoria, deve ser solicitado à Justiça Federal. Na mesma decisão, de acordo com o Estado de S. Paulo, a corregedoria acatou pedido da defesa de Lula, para que o procurador da República no Distrito Federal, Valtan Timbó Mendes Furtado, dê informações sobre as causas que levaram à abertura de um procedimento investigativo criminal contra Lula. A defesa do ex-presidente questiona as atitudes de Furtado, por "violação dos deveres funcionais", que desconsiderou prazos e instâncias do Ministério Público ao interferir na apuraçao preliminar conduzida pela procuradora titular Mirella de Carvalho Aguiar. Furtado também é acusado de ignorar a defesa de Lula. A investigação tem como objeto suposto tráfico de influência de Lula em favor da Odebrecht no exterior. A suspeita é que a empreiteira teria obtido vantagens com agentes públicos de outros países pro meio de influência do ex-presidente. Na semana passada, o Instituto Lula pediu a "nulidade de inquérito irregular à Corregedoria do Ministério Público".

Câmara recebe 12º pedido de impeachment contra Dilma

A Câmara dos Deputados recebeu na noite de terça-feira, 21, mais um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Este é o 12º requerimento apresentado desde fevereiro deste ano. Assim como os outros 11 requerimentos, este também apresentava erros de formatação e o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou que o texto seja reescrito em até dez dias.
"Representa em desfavor da presidente da República, Dilma Vana Rousseff, tendo em vista haver elementos jurídicos para que seja proposto e admitido o 'impeachment' perante a Câmara dos Deputados e Senado Federal", diz a ementa o requerimento apresentado.
O pedido de impeachment é assinado por Bruno Antônio Martins de Guimarães e Adolfo Sachsida. Nas redes sociais dos dois signatários, há textos críticos ao governo e convocações para as manifestações contrárias ao governo previstas para agosto. Sachsida aparece como signatário de um outro requerimento apresentado em maio.
Na expectativa de ter cada vez mais pedidos de impeachment protocolados, Cunha determinou que, tão logo requerimentos fora da formatação cheguem à Câmara, a Secretaria-Geral da Mesa encaminhe aos autores requerimento de adequação dos textos.
Após romper com governo, Cunha libera ofícios
Na última sexta-feira, 17, horas depois de anunciar seu rompimento com o governo, Cunha determinou que se solicitasse adequações a todos os autores. O presidente da Câmara já anunciou que o Congresso analisará no segundo semestre as contas do ano passado do governo Dilma. Cunha afirmou na semana passada que a Casa fará um julgamento "político".
Dos requerimentos apresentados até o momento, apenas um foi feito por parlamentar. Jair Bolsonaro (PP-RJ) apresentou pedido de impeachment em 13 de março. O deputado também teve que fazer adequações em seu pedido.

BOL

Campanha alertará contra desperdício de água no Cariri

O Ceará está passando por mais um ano de poucas chuvas, e o próximo ano, segundo as projeções da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. (Funceme), pode ser também de baixas precipitações. Nesse sentido, continua sendo essencial que todo cearense continue a economizar água, afinal, trata-se de recurso precioso. Tento esse mote como teme, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) leva para o Cariri a campanha “Água: Trate com Carinho”. A campanha será apresentada neste domingo (26), junto com o Passeio Ciclístico em comemoração aos 44 anos da Companhia. Na ocasião, a Cagece também vai orientar a população caririense sobre práticas como identificar problemas em casa, no trabalho e nas ruas.
“A Cagece quer chegar em todos os municípios. Queremos ampliar cada vez mais a inserção desta campanha de forma que cada cidadão cearense sinta-se motivado a adotar uma postura mais participativa”, ressalta Neurisangelo Freitas, presidente da Companhia.
Para facilitar, a Cagece disponibiliza diversos canais de comunicação e interação com a população, entre eles o aplicativo “Cagece Mobile”. Através deste instrumento, a população poderá acionar a empresa imediatamente, pelo smartphone, sempre que identificar uma ocorrência de vazamento ou fraude. O “Cagece Mobile” pode ser baixado gratuitamente e está disponível para IOS e Android. Além do aplicativo, a população também pode entrar em contato com a Cagece pelas redes sociais, ou pelo telefone 0800.275.0195. A ligação é gratuita.
O Estado CE

domingo, 12 de julho de 2015

“O PT judiou demais com o PMDB durante muitos anos”, revela Eunício sobre o afastamento dos dois partidos

O senador Eunício Oliveira, em entrevista veiculada no programa Domingo Legal deste domingo (12), do jornalista Evandro Nogueira, comentou sobre a crise política em que se encontra o Brasil atualmente, o clima em Brasília, quais alianças serão quebradas e quais os planos que o PMDB possui para 2018.
Para Eunício, há uma crise política, econômica e moral. “O clima político de Brasília está muito confuso. A crise econômica é destruidora de qualquer imagem de um governante. A crise é profunda e a presidente não consegue fazer com que o Brasil reaja com essa questão. Nós não temos uma perspectiva a curto prazo e nem a médio prazo de reação da economia. Nós temos uma preocupação de perdas nas empresas, um desemprego que se amplia, uma inflação que não se consegue controlar”, revela o senador, preocupado.
Em relação à ruptura com o PT, o senador do PMDB diz que vai existir. “Nós não temos condições de ficarmos atrelados a qualquer partido político. O PMDB terá candidatura própria em 2018 para Presidente da República, e em 2016 vai se afastar, naquilo que puder, do PT. Vai se afastar não por oportunismo político, mas por realidade política”, disserta Eunício. E completa: “o PT judiou demais com o PMDB durante muitos anos. A população está dando resposta nas ruas ao próprio PT.”
Ainda segundo o senador, o PMDB não tem envolvimento com golpes. “O PMDB não é um partido golpista. Ele tem uma preocupação institucional. O Brasil votou na Dilma. Tem que ver como vai ficar até o final do governo”.
Escute:



Verdinha

Eduardo Cunha comemora decisão que mantém votação da PEC da Maioridade

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comemorou neste sábado (11) a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que negou pedido de liminar para suspender a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Em seu perfil no Facebook, Cunha disse que a vontade da população venceu “a vontade de uma minoria política”. Eduardo Cunha tem reiterado, em entrevistas, que adotou um procedimento regular e legal durante a votação da matéria. O pedido de liminar foi levado à Corte Suprema por 102 parlamentares de 14 partidos – PMDB, PSB, PDT, PT, PC do B, PPS, PROS, PSOL, PSDB, PV, DEM, PR, PSC e PTC –, que criticaram o procedimento de Cunha durante a votação, por ter levado para apreciação uma pauta mais branda sobre redução da maioridade menos de 24 horas depois de a Casa ter rejeitado projeto semelhante. “Conforme eu já havia dito, a votação respeitou o Regimento Interno da casa de forma cristalina. Não era a mesma matéria, era uma matéria da qual foi rejeitado o substitutivo. A proposta original ficou resguardada”, reforçou Cunha na publicação feita neste sábado.

'Não vou pagar pela merda dos outros', teria dito Dilma em reunião



A presidente Dilma Rousseff teria se exaltado durante uma reunião com auxiliares na biblioteca do Palácio da Alvorada. De acordo com a Folha de S. Paulo, a presidente estaria indignada com as suspeitas lançadas pelo empresário baiano Ricardo Pessoa sobre doações à sua campanha. "Não sou eu quem vai pagar por isso. Quem fez que pague. Não devo nada para esse cara, sei da minha campanha. Eu não vou pagar pela merda dos outros", teria bradado a presidente no dia 26 de junho. Pessoa doou R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma à reeleição e o acordo teria sido feito com o ministro de Comunicação Social, Edinho Silva. O dono da UTC também teria doado, em 2010, fundos ao ministro Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, que concorreu ao governo de São Paulo. Durante a reunião com Mercadante, Edinho, o assessor especial Giles Azevedo e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a presidente teria reclamado sobre a divulgação das revelações de Pessoa, dias antes de uma visita oficial aos Estados Unidos. "Você não poderia ter pedido ao Teori [Zavascki] para aguardar quatro ou cinco dias para homolofar a delação? Isso é uma agenda nacional, Cardozo, e você fodeu a minha viagem", acrescentou Dilma.

Daniel Alves questiona trabalho da CBF com a seleção brasileira



No início da semana, em entrevista ao programa 'Bola da Vez', da ESPN Brasil, o lateral-direito Daniel Alves revelou que o treinador Pep Guardiola, antes da Copa do Mundo de 2014, teve o interesse de comandar a seleção brasileira. No entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não quis contar com o trabalho do técnico espanhol. O jogador do Barcelona encerrou a semana de entrevistas no Brasil da mesma forma: criticando os responsáveis pela gestão do futebol brasileiro. Desta vez no programa 'Altas Horas', da TV Globo, Daniel Alves colocou em dúvida o interesse da entidade em cuidar somente do futebol do país.  "Hoje em dia, acredito que a seleção brasileira é mais os jogadores do que qualquer outro poder. Fica um pouco no ar se, realmente, o futebol, os jogadores e o povo brasileiro são importantes para a CBF, às vezes, tenho um pouco de dúvida", declarou. Daniel Alves, no último mês, foi convocado pelo treinador Dunga de última hora, após lesão de Danilo, e fez parte da campanha vergonhosa da seleção brasileira na Copa América, eliminadas nas oitavas de final.

Após reduzir mortalidade infantil em 24%, ECA pode ser reinterpretado com redução



O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 25 anos nesta segunda-feira (13), mas pode passar por mudanças de interpretação após a redução da maioridade penal. Segundo a Agência Brasil, a mudança de 18 para 16 anos abre precedentes para uma reinterpretação do ECA, que pode "revogar" a proteção do estatuto para adolescentes entre 16 e 17 anos. "Vejo que seria um duro golpe contra o ECA. Pode provocar uma fragilização, porque a interpretação que pode ocorrer é que aqueles entre 16 e 17 anos, por terem a maioridade penal, não seriam mais sujeitos à proteção especial. Por exemplo, como considerar vulnerável diante da exploração sexual uma adolescente de 16 ou 17 anos que já pode responder até criminalmente por seus atos?", questionou o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos em São Paulo. Segundo ele, ainda pode haver discussão sobre a proteção do adolescente ao consumo de bebidas alcoólicas. "Como impedi-lo de consumir bebidas alcoólicas, como punir quem fornece bebidas para aquele com idade entre 16 e 17 anos se ele é considerado imputável?", diz. Após a sanção do estatuto, o Brasil conseguiu reduzir em 24% a mortalidade de crianças até um ano de idade. De acordo com um levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base em dados do Ministério da Saúde, a taxa atual é de 12 para cada mil crianças nascidas vivas. O número previsto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 10 mortes para cada mil nascimentos. "No tema mortalidade infantil, o Brasil fez um grande avanço e o [ECA] salvou a vida de muitas crianças, garantindo seu desenvolvimento", apontou Mário Volpi, coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef.

Jumentos invadem aeroporto no Ceará; veja vídeo

Dois jumentos foram flagrados no aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza (CE), na noite de sexta-feira (10). Um vídeo que circula na internet registrou o momento em que um funcionário do aeroporto tenta tirar a dupla do terminal de embarque. A Infraero de Ceará informou que os animais conseguiram ter acesso ao terminal por causa da porta automática do local, mas a permanência dos jumentos não durou mais do que um minuto.

Ibope atesta "volume morto" do lulismo


Se disputasse hoje uma eleição presidencial contra o tucano Aécio Neves, Luiz Inácio Lula da Silva venceria apenas no eleitorado de menor renda e escolaridade, e em algumas das áreas geográficas que tradicionalmente votam no PT. O lulismo, além de menor, está menos diverso: em quase duas décadas, este é o momento em que o apoio ao ex-presidente mais se concentra na população mais pobre.

Os dados são de pesquisa Ibope, realizada na segunda quinzena de junho, que mostra que Lula seria derrotado por 48% a 33% em eventual 2º turno com Aécio - em votos válidos, sem contar os indecisos e os que não optariam por nenhum dos dois, o resultado seria 59% a 41%. Se o adversário fosse o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, haveria empate técnico: 40% para o tucano e 39% para o petista - ou 51% a 49%, em votos válidos.

Na segmentação do eleitorado por sexo, idade e tamanho do município, Aécio venceria em todas as faixas. Na divisão por renda e escolaridade, Lula ficaria à frente, de forma isolada, apenas entre os eleitores que ganham até um salário mínimo e que têm até quatro anos de estudo. A geografia do voto mostra que o petista ganharia apenas na Região Nordeste.

É como se a pesquisa desse sentido numérico à citação de Lula, feita durante encontro com líderes religiosos, em junho, de que ele e o governo estão no "volume morto" - uma referência à reserva técnica de água que só é consumida em situações de crise.

O levantamento do Ibope mostra um refluxo do apoio ao petista mesmo no eleitorado de baixa renda: Aécio ganharia de Lula até entre os que ganham de um a dois salários mínimos (53% a 47% dos votos válidos). A vantagem do tucano aumenta à medida que cresce a renda, até chegar a 72% a 28% na faixa dos que ganham mais de cinco salários.

A popularidade de Lula chega ao fundo do poço em um momento em que se combinam os estragos econômicos provocados pela alta da inflação e do desemprego e as turbulências políticas decorrentes da Operação Lava Jato, que investiga corrupção e desvios em torno de obras contratadas pela Petrobras.

Essa combinação é o que o cientista político Marcus Melo, da Universidade Federal de Pernambuco, costuma chamar de "tempestade perfeita". "No Brasil, o choque informacional representado pelo escândalo do petrolão potencializou brutalmente o efeito da derrocada da economia. A experiência cotidiana da população quanto à péssima qualidade dos serviços, por exemplo, aumenta a credibilidade da informação recebida sobre corrupção."

O encolhimento da base lulista fica ainda mais evidente quando se analisa sua distribuição geográfica. No conjunto de municípios que a pesquisa do Ibope classifica como "pró-PT" - aqueles em que o partido venceu no 2º turno das três mais recentes eleições presidenciais -, Dilma colheu quase dois terços dos votos válidos em 2014. Agora, uma hipotética candidatura de Lula teria 52% nessas mesmas cidades, ante 48% para Aécio - o que configura um empate técnico.

Nas cidades consideradas volúveis, onde o PT foi derrotado em uma ou duas das três mais recentes eleições, Lula sofreria hoje uma derrota significativa para o ex-governador de Minas Gerais: 63% a 37%. Nas áreas anti-PT, onde o partido perdeu em 2006, 2010 e 2014, o tucano teria vantagem de 72% a 28%, segundo a pesquisa.

Nem no berço do PT a situação de Lula é confortável. Na conversa em que se referiu ao "volume morto", ele fez críticas à presidente Dilma Rousseff e citou pesquisa, feita a pedido do PT que mostrava 75% de rejeição ao governo em São Bernardo do Campo e Santo André, segundo reportagem do jornal O Globo.

Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope, observa que, em 2002, Lula teve votação bastante homogênea em diferentes segmentos sociais e regiões do País. Foi em 2006 que o eleitorado lulista se concentrou nas classes e regiões mais pobres. Essa clivagem se repetiu nas vitórias de Dilma, em 2010 e 2014.

Tanto em 2002 quanto em 2006, Lula venceu com cerca de 61% dos votos válidos, 20 pontos porcentuais a mais do que os obtidos na pesquisa Ibope, se descontados os indecisos e os eleitores que anulariam ou votariam em branco. "É preciso levar em conta que o número de indecisos, hoje, é muito maior do que seria se, de fato, estivéssemos perto de uma eleição", alerta a diretora do Ibope. "É fato que a base de Lula diminuiu, mas não se pode dizer que ele esteja morto, em termos políticos."

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em todo o País. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais.

Só vai ser eleito quem for muito rico, diz deputado sobre reforma política


Citado na delação premiada de Ricardo Pessoa, o deputado federal Júlio Delgado (PSB) defendeu nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, o fim do financiamento empresarial de campanha e comentou a reforma política aprovada recentemente pela Câmara.

"Votei de novo contra o financiamento de pessoa jurídica a políticos e campanhas para acabar com essa situação nefasta. A reforma política de ontem é para a acabar com a campanha eleitoral. Só vai ser eleito quem for muito rico, por exemplo, pastor que tem igreja ou policial que tem sua corporação para apoio ou até personalidades (artistas e jogadores de futebol). Quem é deputado que não é empresário ou mesmo tem causas aleatórias, serão cada vez mais escassos", declarou.

Ele confessou que está "quase desanimado", mas quando encontra um projeto ou causa real para defender, "se levanta de novo". "Estamos com ausência de liderança no País. E há uma fragilidade de poderes", falou.

Delgado falou ainda sobre as acusações de que recebeu dinheiro caixa 2 da empreiteira UTC. Em seminário sobre modernização das relações de trabalho promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham-BH), o político reafirmou que não recebeu o montante, que foi destinado à ao diretório mineiro de seu partido para a campanha eleitoral de candidatos na eleição passada.

"Eu não estou envolvido nessa história. No pinçamento para me jogar na vala comum, tentam me acusar. Nunca fui do governo, sempre fui de oposição. Como eu conseguiria serviço para alguém? O dinheiro não foi depositado na minha conta, foi na do partido. (...) Eu não seria louco de convocar alguém na CPI da Petrobras que poderia me acusar", desabafou, em participação no evento. Em delação premiada a investigadores da Operação Lava-Jato, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa teria entregado uma planilha à Procuradoria-Geral da República (PGR) com repasses de propina e caixa 2 que a UTC teria feito a campanhas e a políticos. Segundo a revista Veja, Delgado seria citado no documento como destinatário de R$ 150 mil.

Delgado reiterou que permanecerá na CPI até a ida de Pessoa no colegiado, que inclusive vai inquiri-lo e que pedirá licença da CPI para se defender e cumprir o que exigiu de outros citados na Operação Lava-Jato: a saída da comissão. Entretanto, confessou que, se o não-envolvimento dele for confirmado e ele se sentir confortável com todo o processo, ele pode voltar a continuar seu trabalho na comissão. "Não posso ser incoerente com os meus colegas parlamentares que estavam citados os quais pedi para se desligarem da CPI. Mas se nada se confirmar, vou continuar sim. Com a minha consciência tranquila, a qual já tenho", afirmou.

Eleições 2016

Sobre as movimentações do PSB-MG para as eleições de 2016, Delgado disse que não há nada definido. "Há uma insatisfação de alguns setores de como a forma como se deu a mudança aqui do partido em MG, mas estamos vendo ainda como vai ser o processo das eleições", disse, em relação à saída dele da presidência do diretório estadual e a entrada do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ele lembrou que há uma decisão da executiva nacional de que o partido tem que ter candidato próprio em municípios que mais de 100 mil eleitores, o que representa cerca de 40 cidades mineiras. "Não é porque das minhas querelas com o Marcio ou com qualquer que seja, vou deixar de atender o PSB-MG. Eu tenho um compromisso com o partido", ressaltou.

Questionado se há um interesse em se candidatar à prefeitura de Belo Horizonte, Delgado desconversou. "Eu me coloquei à disposição do partido nesse período todo, tenho esse compromisso. Se essa for a decisão do partido, estamos aí para cumprir missões partidárias", afirmou.

Estadão

Aprovação a Dilma cai no Nordeste após corte de recursos federais


A queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, região que lhe garantiu as maiores votações proporcionais nas eleições presidenciais, é um dos sinais mais eloquentes da crise política que atinge o PT e sua principal representante. Na Bahia por exemplo, reduto petista, onde a presidente obteve 70% dos votos em 2014 enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou com 30%, a rejeição à presidente cresce à medida que aumenta o desemprego.

Sob efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, do recuo nos investimentos do governo federal e de paralisia nos programas-vitrine do governo PT, como o Minha Casa Minha Vida, o Nordeste perdeu 152 mil vagas de emprego nos primeiros cinco meses do ano, a maior taxa de demissões de todas as regiões.

Na Bahia, foram fechadas 16.493 vagas a mais do que todas as contratações. Salvador é a região metropolitana com a maior taxa de desemprego, segundo o IBGE, 11,3%. A segunda maior, também está no Nordeste: Recife, com 8,5%. No País, o desemprego subiu para 6,7% em maio.

Segundo pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Região Nordeste, onde a petista tradicionalmente tinha seus melhores índices de aprovação, foi onde a popularidade da presidente mais caiu: de 18% em março para 13% em julho. No País, em média, a aprovação ficou em 9% (quando era de 12% em março) e a reprovação, em 68%.

O boom de empregos no Nordeste ocorreu no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), mas os nordestinos ainda tiveram um período próspero no primeiro governo de Dilma, entre 2011 e 2012, com incremento na renda. No início deste segundo mandato da presidente, porém, a região perdeu terreno, especialmente, em áreas intensivas em mão de obra, como a construção.

Grandes obras de infraestrutura, como a ferrovia Oeste-Leste, "joia" do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o estaleiro Enseada do Paraguaçu - sociedade de Odebrecht, OAS, UTC, empresas investigadas pela força-tarefa da Lava Jato, e o grupo japonês Kawasaki -, são responsáveis por boa parte das demissões. A ferrovia demitiu 4 mil trabalhadores e o estaleiro, mais de 5 mil operários.

Como consequência, corte de vagas em outros setores, como comércio e serviços. O desemprego atinge até mesmo o Polo Industrial de Camaçari. Inicialmente prevista para ser inaugurada este ano na área, a fábrica da JAC Motors, por enquanto, está só na promessa.

Logo após o 1.º turno da eleição do ano passado, Dilma viajou para a Bahia e subiu a escadaria da Basílica do Nosso Senhor do Bonfim para agradecer pela votação recebida - 2 milhões de votos a mais do que o adversário do PSDB. Ela chegou a se declarar "pardinha" e pediu uma vaga no Olodum, um dos mais tradicionais blocos afros de Salvador.

"A Bahia e o Nordeste todo ajudaram a empurrar o carro ladeira acima, mas a piloto nos jogou no precipício", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav), o deputado federal Bebeto Galvão (PSB). "A curva ascendente do emprego estava relacionada com os investimentos públicos federais. A crise é consequência do amadorismo com que a presidente conduziu a economia", critica.

Desde que o PT chegou ao Palácio do Planalto, a Bahia nunca tinha fechado mais vagas em maio do que aberto. Neste ano, a diferença ficou negativa em 7.419 postos de trabalho. Quase 60% deles na construção civil. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção na Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos, afirma que o setor vem demitindo pela redução drástica no número de lançamentos e pela paralisia no programa Minha Casa Minha Vida.

Na fase 1, ainda no governo Lula, foram 90 mil moradias construídas no Estado. Na fase 2, de Dilma, foram 60 mil. A fase 3 ainda é uma incógnita. As contratações para as famílias mais pobres, com subsídio de até 95% do imóvel, pararam. Os atrasos no pagamento das obras pelo governo federal complicaram a vida das empresas, que passaram a demitir os funcionários.

"As pessoas colocaram o pé no freio. Percebemos mudanças de consumo de marcas premium para intermediárias e dessas para populares", afirma João Cláudio Nunes, presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase) e do grupo Redemix. O segmento esperava crescer até 3% acima da inflação no início do ano; agora, a meta é fechar 2015 com 1% de expansão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.