quinta-feira, 23 de julho de 2015

Corregedoria do MP rejeita suspensão de investigação contra Lula



A Corregedoria Nacional do Ministério Público negou nesta quarta-feira (22) o pedido de suspensão do procedimento investigativo criminal aberto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O corregedor Alessandro Tramujas Assad afirmou que o pedido não poderia ser acolhido porque as atribuições da corregedoria são cuidar de deveres de funcionários e membros do MP, "exclusivamente sob a ótica disciplinar". O pedido de suspensão, segundo a assessoria da corregedoria, deve ser solicitado à Justiça Federal. Na mesma decisão, de acordo com o Estado de S. Paulo, a corregedoria acatou pedido da defesa de Lula, para que o procurador da República no Distrito Federal, Valtan Timbó Mendes Furtado, dê informações sobre as causas que levaram à abertura de um procedimento investigativo criminal contra Lula. A defesa do ex-presidente questiona as atitudes de Furtado, por "violação dos deveres funcionais", que desconsiderou prazos e instâncias do Ministério Público ao interferir na apuraçao preliminar conduzida pela procuradora titular Mirella de Carvalho Aguiar. Furtado também é acusado de ignorar a defesa de Lula. A investigação tem como objeto suposto tráfico de influência de Lula em favor da Odebrecht no exterior. A suspeita é que a empreiteira teria obtido vantagens com agentes públicos de outros países pro meio de influência do ex-presidente. Na semana passada, o Instituto Lula pediu a "nulidade de inquérito irregular à Corregedoria do Ministério Público".

Câmara recebe 12º pedido de impeachment contra Dilma

A Câmara dos Deputados recebeu na noite de terça-feira, 21, mais um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Este é o 12º requerimento apresentado desde fevereiro deste ano. Assim como os outros 11 requerimentos, este também apresentava erros de formatação e o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou que o texto seja reescrito em até dez dias.
"Representa em desfavor da presidente da República, Dilma Vana Rousseff, tendo em vista haver elementos jurídicos para que seja proposto e admitido o 'impeachment' perante a Câmara dos Deputados e Senado Federal", diz a ementa o requerimento apresentado.
O pedido de impeachment é assinado por Bruno Antônio Martins de Guimarães e Adolfo Sachsida. Nas redes sociais dos dois signatários, há textos críticos ao governo e convocações para as manifestações contrárias ao governo previstas para agosto. Sachsida aparece como signatário de um outro requerimento apresentado em maio.
Na expectativa de ter cada vez mais pedidos de impeachment protocolados, Cunha determinou que, tão logo requerimentos fora da formatação cheguem à Câmara, a Secretaria-Geral da Mesa encaminhe aos autores requerimento de adequação dos textos.
Após romper com governo, Cunha libera ofícios
Na última sexta-feira, 17, horas depois de anunciar seu rompimento com o governo, Cunha determinou que se solicitasse adequações a todos os autores. O presidente da Câmara já anunciou que o Congresso analisará no segundo semestre as contas do ano passado do governo Dilma. Cunha afirmou na semana passada que a Casa fará um julgamento "político".
Dos requerimentos apresentados até o momento, apenas um foi feito por parlamentar. Jair Bolsonaro (PP-RJ) apresentou pedido de impeachment em 13 de março. O deputado também teve que fazer adequações em seu pedido.

BOL

Campanha alertará contra desperdício de água no Cariri

O Ceará está passando por mais um ano de poucas chuvas, e o próximo ano, segundo as projeções da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. (Funceme), pode ser também de baixas precipitações. Nesse sentido, continua sendo essencial que todo cearense continue a economizar água, afinal, trata-se de recurso precioso. Tento esse mote como teme, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) leva para o Cariri a campanha “Água: Trate com Carinho”. A campanha será apresentada neste domingo (26), junto com o Passeio Ciclístico em comemoração aos 44 anos da Companhia. Na ocasião, a Cagece também vai orientar a população caririense sobre práticas como identificar problemas em casa, no trabalho e nas ruas.
“A Cagece quer chegar em todos os municípios. Queremos ampliar cada vez mais a inserção desta campanha de forma que cada cidadão cearense sinta-se motivado a adotar uma postura mais participativa”, ressalta Neurisangelo Freitas, presidente da Companhia.
Para facilitar, a Cagece disponibiliza diversos canais de comunicação e interação com a população, entre eles o aplicativo “Cagece Mobile”. Através deste instrumento, a população poderá acionar a empresa imediatamente, pelo smartphone, sempre que identificar uma ocorrência de vazamento ou fraude. O “Cagece Mobile” pode ser baixado gratuitamente e está disponível para IOS e Android. Além do aplicativo, a população também pode entrar em contato com a Cagece pelas redes sociais, ou pelo telefone 0800.275.0195. A ligação é gratuita.
O Estado CE

domingo, 12 de julho de 2015

“O PT judiou demais com o PMDB durante muitos anos”, revela Eunício sobre o afastamento dos dois partidos

O senador Eunício Oliveira, em entrevista veiculada no programa Domingo Legal deste domingo (12), do jornalista Evandro Nogueira, comentou sobre a crise política em que se encontra o Brasil atualmente, o clima em Brasília, quais alianças serão quebradas e quais os planos que o PMDB possui para 2018.
Para Eunício, há uma crise política, econômica e moral. “O clima político de Brasília está muito confuso. A crise econômica é destruidora de qualquer imagem de um governante. A crise é profunda e a presidente não consegue fazer com que o Brasil reaja com essa questão. Nós não temos uma perspectiva a curto prazo e nem a médio prazo de reação da economia. Nós temos uma preocupação de perdas nas empresas, um desemprego que se amplia, uma inflação que não se consegue controlar”, revela o senador, preocupado.
Em relação à ruptura com o PT, o senador do PMDB diz que vai existir. “Nós não temos condições de ficarmos atrelados a qualquer partido político. O PMDB terá candidatura própria em 2018 para Presidente da República, e em 2016 vai se afastar, naquilo que puder, do PT. Vai se afastar não por oportunismo político, mas por realidade política”, disserta Eunício. E completa: “o PT judiou demais com o PMDB durante muitos anos. A população está dando resposta nas ruas ao próprio PT.”
Ainda segundo o senador, o PMDB não tem envolvimento com golpes. “O PMDB não é um partido golpista. Ele tem uma preocupação institucional. O Brasil votou na Dilma. Tem que ver como vai ficar até o final do governo”.
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Verdinha

Eduardo Cunha comemora decisão que mantém votação da PEC da Maioridade

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comemorou neste sábado (11) a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que negou pedido de liminar para suspender a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Em seu perfil no Facebook, Cunha disse que a vontade da população venceu “a vontade de uma minoria política”. Eduardo Cunha tem reiterado, em entrevistas, que adotou um procedimento regular e legal durante a votação da matéria. O pedido de liminar foi levado à Corte Suprema por 102 parlamentares de 14 partidos – PMDB, PSB, PDT, PT, PC do B, PPS, PROS, PSOL, PSDB, PV, DEM, PR, PSC e PTC –, que criticaram o procedimento de Cunha durante a votação, por ter levado para apreciação uma pauta mais branda sobre redução da maioridade menos de 24 horas depois de a Casa ter rejeitado projeto semelhante. “Conforme eu já havia dito, a votação respeitou o Regimento Interno da casa de forma cristalina. Não era a mesma matéria, era uma matéria da qual foi rejeitado o substitutivo. A proposta original ficou resguardada”, reforçou Cunha na publicação feita neste sábado.

'Não vou pagar pela merda dos outros', teria dito Dilma em reunião



A presidente Dilma Rousseff teria se exaltado durante uma reunião com auxiliares na biblioteca do Palácio da Alvorada. De acordo com a Folha de S. Paulo, a presidente estaria indignada com as suspeitas lançadas pelo empresário baiano Ricardo Pessoa sobre doações à sua campanha. "Não sou eu quem vai pagar por isso. Quem fez que pague. Não devo nada para esse cara, sei da minha campanha. Eu não vou pagar pela merda dos outros", teria bradado a presidente no dia 26 de junho. Pessoa doou R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma à reeleição e o acordo teria sido feito com o ministro de Comunicação Social, Edinho Silva. O dono da UTC também teria doado, em 2010, fundos ao ministro Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, que concorreu ao governo de São Paulo. Durante a reunião com Mercadante, Edinho, o assessor especial Giles Azevedo e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a presidente teria reclamado sobre a divulgação das revelações de Pessoa, dias antes de uma visita oficial aos Estados Unidos. "Você não poderia ter pedido ao Teori [Zavascki] para aguardar quatro ou cinco dias para homolofar a delação? Isso é uma agenda nacional, Cardozo, e você fodeu a minha viagem", acrescentou Dilma.

Daniel Alves questiona trabalho da CBF com a seleção brasileira



No início da semana, em entrevista ao programa 'Bola da Vez', da ESPN Brasil, o lateral-direito Daniel Alves revelou que o treinador Pep Guardiola, antes da Copa do Mundo de 2014, teve o interesse de comandar a seleção brasileira. No entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não quis contar com o trabalho do técnico espanhol. O jogador do Barcelona encerrou a semana de entrevistas no Brasil da mesma forma: criticando os responsáveis pela gestão do futebol brasileiro. Desta vez no programa 'Altas Horas', da TV Globo, Daniel Alves colocou em dúvida o interesse da entidade em cuidar somente do futebol do país.  "Hoje em dia, acredito que a seleção brasileira é mais os jogadores do que qualquer outro poder. Fica um pouco no ar se, realmente, o futebol, os jogadores e o povo brasileiro são importantes para a CBF, às vezes, tenho um pouco de dúvida", declarou. Daniel Alves, no último mês, foi convocado pelo treinador Dunga de última hora, após lesão de Danilo, e fez parte da campanha vergonhosa da seleção brasileira na Copa América, eliminadas nas oitavas de final.

Após reduzir mortalidade infantil em 24%, ECA pode ser reinterpretado com redução



O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 25 anos nesta segunda-feira (13), mas pode passar por mudanças de interpretação após a redução da maioridade penal. Segundo a Agência Brasil, a mudança de 18 para 16 anos abre precedentes para uma reinterpretação do ECA, que pode "revogar" a proteção do estatuto para adolescentes entre 16 e 17 anos. "Vejo que seria um duro golpe contra o ECA. Pode provocar uma fragilização, porque a interpretação que pode ocorrer é que aqueles entre 16 e 17 anos, por terem a maioridade penal, não seriam mais sujeitos à proteção especial. Por exemplo, como considerar vulnerável diante da exploração sexual uma adolescente de 16 ou 17 anos que já pode responder até criminalmente por seus atos?", questionou o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos em São Paulo. Segundo ele, ainda pode haver discussão sobre a proteção do adolescente ao consumo de bebidas alcoólicas. "Como impedi-lo de consumir bebidas alcoólicas, como punir quem fornece bebidas para aquele com idade entre 16 e 17 anos se ele é considerado imputável?", diz. Após a sanção do estatuto, o Brasil conseguiu reduzir em 24% a mortalidade de crianças até um ano de idade. De acordo com um levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base em dados do Ministério da Saúde, a taxa atual é de 12 para cada mil crianças nascidas vivas. O número previsto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 10 mortes para cada mil nascimentos. "No tema mortalidade infantil, o Brasil fez um grande avanço e o [ECA] salvou a vida de muitas crianças, garantindo seu desenvolvimento", apontou Mário Volpi, coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef.

Jumentos invadem aeroporto no Ceará; veja vídeo

Dois jumentos foram flagrados no aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza (CE), na noite de sexta-feira (10). Um vídeo que circula na internet registrou o momento em que um funcionário do aeroporto tenta tirar a dupla do terminal de embarque. A Infraero de Ceará informou que os animais conseguiram ter acesso ao terminal por causa da porta automática do local, mas a permanência dos jumentos não durou mais do que um minuto.

Ibope atesta "volume morto" do lulismo


Se disputasse hoje uma eleição presidencial contra o tucano Aécio Neves, Luiz Inácio Lula da Silva venceria apenas no eleitorado de menor renda e escolaridade, e em algumas das áreas geográficas que tradicionalmente votam no PT. O lulismo, além de menor, está menos diverso: em quase duas décadas, este é o momento em que o apoio ao ex-presidente mais se concentra na população mais pobre.

Os dados são de pesquisa Ibope, realizada na segunda quinzena de junho, que mostra que Lula seria derrotado por 48% a 33% em eventual 2º turno com Aécio - em votos válidos, sem contar os indecisos e os que não optariam por nenhum dos dois, o resultado seria 59% a 41%. Se o adversário fosse o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, haveria empate técnico: 40% para o tucano e 39% para o petista - ou 51% a 49%, em votos válidos.

Na segmentação do eleitorado por sexo, idade e tamanho do município, Aécio venceria em todas as faixas. Na divisão por renda e escolaridade, Lula ficaria à frente, de forma isolada, apenas entre os eleitores que ganham até um salário mínimo e que têm até quatro anos de estudo. A geografia do voto mostra que o petista ganharia apenas na Região Nordeste.

É como se a pesquisa desse sentido numérico à citação de Lula, feita durante encontro com líderes religiosos, em junho, de que ele e o governo estão no "volume morto" - uma referência à reserva técnica de água que só é consumida em situações de crise.

O levantamento do Ibope mostra um refluxo do apoio ao petista mesmo no eleitorado de baixa renda: Aécio ganharia de Lula até entre os que ganham de um a dois salários mínimos (53% a 47% dos votos válidos). A vantagem do tucano aumenta à medida que cresce a renda, até chegar a 72% a 28% na faixa dos que ganham mais de cinco salários.

A popularidade de Lula chega ao fundo do poço em um momento em que se combinam os estragos econômicos provocados pela alta da inflação e do desemprego e as turbulências políticas decorrentes da Operação Lava Jato, que investiga corrupção e desvios em torno de obras contratadas pela Petrobras.

Essa combinação é o que o cientista político Marcus Melo, da Universidade Federal de Pernambuco, costuma chamar de "tempestade perfeita". "No Brasil, o choque informacional representado pelo escândalo do petrolão potencializou brutalmente o efeito da derrocada da economia. A experiência cotidiana da população quanto à péssima qualidade dos serviços, por exemplo, aumenta a credibilidade da informação recebida sobre corrupção."

O encolhimento da base lulista fica ainda mais evidente quando se analisa sua distribuição geográfica. No conjunto de municípios que a pesquisa do Ibope classifica como "pró-PT" - aqueles em que o partido venceu no 2º turno das três mais recentes eleições presidenciais -, Dilma colheu quase dois terços dos votos válidos em 2014. Agora, uma hipotética candidatura de Lula teria 52% nessas mesmas cidades, ante 48% para Aécio - o que configura um empate técnico.

Nas cidades consideradas volúveis, onde o PT foi derrotado em uma ou duas das três mais recentes eleições, Lula sofreria hoje uma derrota significativa para o ex-governador de Minas Gerais: 63% a 37%. Nas áreas anti-PT, onde o partido perdeu em 2006, 2010 e 2014, o tucano teria vantagem de 72% a 28%, segundo a pesquisa.

Nem no berço do PT a situação de Lula é confortável. Na conversa em que se referiu ao "volume morto", ele fez críticas à presidente Dilma Rousseff e citou pesquisa, feita a pedido do PT que mostrava 75% de rejeição ao governo em São Bernardo do Campo e Santo André, segundo reportagem do jornal O Globo.

Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope, observa que, em 2002, Lula teve votação bastante homogênea em diferentes segmentos sociais e regiões do País. Foi em 2006 que o eleitorado lulista se concentrou nas classes e regiões mais pobres. Essa clivagem se repetiu nas vitórias de Dilma, em 2010 e 2014.

Tanto em 2002 quanto em 2006, Lula venceu com cerca de 61% dos votos válidos, 20 pontos porcentuais a mais do que os obtidos na pesquisa Ibope, se descontados os indecisos e os eleitores que anulariam ou votariam em branco. "É preciso levar em conta que o número de indecisos, hoje, é muito maior do que seria se, de fato, estivéssemos perto de uma eleição", alerta a diretora do Ibope. "É fato que a base de Lula diminuiu, mas não se pode dizer que ele esteja morto, em termos políticos."

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em todo o País. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais.

Só vai ser eleito quem for muito rico, diz deputado sobre reforma política


Citado na delação premiada de Ricardo Pessoa, o deputado federal Júlio Delgado (PSB) defendeu nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, o fim do financiamento empresarial de campanha e comentou a reforma política aprovada recentemente pela Câmara.

"Votei de novo contra o financiamento de pessoa jurídica a políticos e campanhas para acabar com essa situação nefasta. A reforma política de ontem é para a acabar com a campanha eleitoral. Só vai ser eleito quem for muito rico, por exemplo, pastor que tem igreja ou policial que tem sua corporação para apoio ou até personalidades (artistas e jogadores de futebol). Quem é deputado que não é empresário ou mesmo tem causas aleatórias, serão cada vez mais escassos", declarou.

Ele confessou que está "quase desanimado", mas quando encontra um projeto ou causa real para defender, "se levanta de novo". "Estamos com ausência de liderança no País. E há uma fragilidade de poderes", falou.

Delgado falou ainda sobre as acusações de que recebeu dinheiro caixa 2 da empreiteira UTC. Em seminário sobre modernização das relações de trabalho promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham-BH), o político reafirmou que não recebeu o montante, que foi destinado à ao diretório mineiro de seu partido para a campanha eleitoral de candidatos na eleição passada.

"Eu não estou envolvido nessa história. No pinçamento para me jogar na vala comum, tentam me acusar. Nunca fui do governo, sempre fui de oposição. Como eu conseguiria serviço para alguém? O dinheiro não foi depositado na minha conta, foi na do partido. (...) Eu não seria louco de convocar alguém na CPI da Petrobras que poderia me acusar", desabafou, em participação no evento. Em delação premiada a investigadores da Operação Lava-Jato, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa teria entregado uma planilha à Procuradoria-Geral da República (PGR) com repasses de propina e caixa 2 que a UTC teria feito a campanhas e a políticos. Segundo a revista Veja, Delgado seria citado no documento como destinatário de R$ 150 mil.

Delgado reiterou que permanecerá na CPI até a ida de Pessoa no colegiado, que inclusive vai inquiri-lo e que pedirá licença da CPI para se defender e cumprir o que exigiu de outros citados na Operação Lava-Jato: a saída da comissão. Entretanto, confessou que, se o não-envolvimento dele for confirmado e ele se sentir confortável com todo o processo, ele pode voltar a continuar seu trabalho na comissão. "Não posso ser incoerente com os meus colegas parlamentares que estavam citados os quais pedi para se desligarem da CPI. Mas se nada se confirmar, vou continuar sim. Com a minha consciência tranquila, a qual já tenho", afirmou.

Eleições 2016

Sobre as movimentações do PSB-MG para as eleições de 2016, Delgado disse que não há nada definido. "Há uma insatisfação de alguns setores de como a forma como se deu a mudança aqui do partido em MG, mas estamos vendo ainda como vai ser o processo das eleições", disse, em relação à saída dele da presidência do diretório estadual e a entrada do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ele lembrou que há uma decisão da executiva nacional de que o partido tem que ter candidato próprio em municípios que mais de 100 mil eleitores, o que representa cerca de 40 cidades mineiras. "Não é porque das minhas querelas com o Marcio ou com qualquer que seja, vou deixar de atender o PSB-MG. Eu tenho um compromisso com o partido", ressaltou.

Questionado se há um interesse em se candidatar à prefeitura de Belo Horizonte, Delgado desconversou. "Eu me coloquei à disposição do partido nesse período todo, tenho esse compromisso. Se essa for a decisão do partido, estamos aí para cumprir missões partidárias", afirmou.

Estadão

Aprovação a Dilma cai no Nordeste após corte de recursos federais


A queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, região que lhe garantiu as maiores votações proporcionais nas eleições presidenciais, é um dos sinais mais eloquentes da crise política que atinge o PT e sua principal representante. Na Bahia por exemplo, reduto petista, onde a presidente obteve 70% dos votos em 2014 enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou com 30%, a rejeição à presidente cresce à medida que aumenta o desemprego.

Sob efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, do recuo nos investimentos do governo federal e de paralisia nos programas-vitrine do governo PT, como o Minha Casa Minha Vida, o Nordeste perdeu 152 mil vagas de emprego nos primeiros cinco meses do ano, a maior taxa de demissões de todas as regiões.

Na Bahia, foram fechadas 16.493 vagas a mais do que todas as contratações. Salvador é a região metropolitana com a maior taxa de desemprego, segundo o IBGE, 11,3%. A segunda maior, também está no Nordeste: Recife, com 8,5%. No País, o desemprego subiu para 6,7% em maio.

Segundo pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Região Nordeste, onde a petista tradicionalmente tinha seus melhores índices de aprovação, foi onde a popularidade da presidente mais caiu: de 18% em março para 13% em julho. No País, em média, a aprovação ficou em 9% (quando era de 12% em março) e a reprovação, em 68%.

O boom de empregos no Nordeste ocorreu no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), mas os nordestinos ainda tiveram um período próspero no primeiro governo de Dilma, entre 2011 e 2012, com incremento na renda. No início deste segundo mandato da presidente, porém, a região perdeu terreno, especialmente, em áreas intensivas em mão de obra, como a construção.

Grandes obras de infraestrutura, como a ferrovia Oeste-Leste, "joia" do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o estaleiro Enseada do Paraguaçu - sociedade de Odebrecht, OAS, UTC, empresas investigadas pela força-tarefa da Lava Jato, e o grupo japonês Kawasaki -, são responsáveis por boa parte das demissões. A ferrovia demitiu 4 mil trabalhadores e o estaleiro, mais de 5 mil operários.

Como consequência, corte de vagas em outros setores, como comércio e serviços. O desemprego atinge até mesmo o Polo Industrial de Camaçari. Inicialmente prevista para ser inaugurada este ano na área, a fábrica da JAC Motors, por enquanto, está só na promessa.

Logo após o 1.º turno da eleição do ano passado, Dilma viajou para a Bahia e subiu a escadaria da Basílica do Nosso Senhor do Bonfim para agradecer pela votação recebida - 2 milhões de votos a mais do que o adversário do PSDB. Ela chegou a se declarar "pardinha" e pediu uma vaga no Olodum, um dos mais tradicionais blocos afros de Salvador.

"A Bahia e o Nordeste todo ajudaram a empurrar o carro ladeira acima, mas a piloto nos jogou no precipício", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav), o deputado federal Bebeto Galvão (PSB). "A curva ascendente do emprego estava relacionada com os investimentos públicos federais. A crise é consequência do amadorismo com que a presidente conduziu a economia", critica.

Desde que o PT chegou ao Palácio do Planalto, a Bahia nunca tinha fechado mais vagas em maio do que aberto. Neste ano, a diferença ficou negativa em 7.419 postos de trabalho. Quase 60% deles na construção civil. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção na Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos, afirma que o setor vem demitindo pela redução drástica no número de lançamentos e pela paralisia no programa Minha Casa Minha Vida.

Na fase 1, ainda no governo Lula, foram 90 mil moradias construídas no Estado. Na fase 2, de Dilma, foram 60 mil. A fase 3 ainda é uma incógnita. As contratações para as famílias mais pobres, com subsídio de até 95% do imóvel, pararam. Os atrasos no pagamento das obras pelo governo federal complicaram a vida das empresas, que passaram a demitir os funcionários.

"As pessoas colocaram o pé no freio. Percebemos mudanças de consumo de marcas premium para intermediárias e dessas para populares", afirma João Cláudio Nunes, presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase) e do grupo Redemix. O segmento esperava crescer até 3% acima da inflação no início do ano; agora, a meta é fechar 2015 com 1% de expansão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.