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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A injustificável folga do Congresso Nacional

É básico à democracia representativa que nela funcione um Congresso Nacional acreditado, que se faça respeitar pela sociedade como fórum adequado de debate sobre os grandes problemas do País. Necessidade que se torna ainda maior em momentos de crise, como esta de alta complexidade que o Brasil atual vivencia, exigindo urgência na busca das soluções possíveis.

Neste contexto, parece incompreensível a opção dos comandos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal por postergarem o reinício efetivo dos trabalhos no parlamento após o período de Carnaval, como se a situação não estivesse a exigir, no sentido contrário, que o ritmo seja acelerado.

Configura-se um erro político de proporções gigantescas ampliar a folga dos parlamentares, exigindo que retornem às atividades normais, que envolvem as importantes sessões em plenário de debates e votações, apenas no dia 16, a próxima terça-feira. Uma atitude que se, por um lado, expõe descompromisso com a busca efetiva de saídas para a crise, ao mesmo tempo reforça argumentos críticos a um Congresso já complicado pelo fato de vários dos seus integrantes, a começar pelos presidentes das duas Casas – Renan Calheiros, pelo Senado, e Eduardo Cunha, pela Câmara, ambos do PMDB –, enfrentarem sérias acusações e, até, terem os nomes envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato.

O momento brasileiro exige pressa, e cada dia desperdiçado representa mais custo social e econômico e menos perspectiva de recolocar o País no trilho da normalidade com a rapidez necessária. Claro que se deve ponderar que o mandado parlamentar está longe de se resumir apenas àquilo que acontece nas sessões, aliás, espaço político também desperdiçado mais recentemente por meio de debates pouco frutíferos quando mensurados pelo que resultaram em termos de mudanças efetivas na vida dos cidadãos. Fala-se muito e vota-se pouco, e nem sempre com a qualidade suficiente para ajudar na superação dos desafios que a dura realidade impõe.

A retomada da credibilidade pelo Congresso Nacional é uma condição necessária para superação da crise, que apresenta um fundamento político de forte influência. Sem que o ambiente da política tenha restabelecida a normalidade de uma discussão que envolva governo e oposição, mas preserve a linha do interesse público comum, será impossível à economia dar conta sozinha do encaminhamento das soluções. 

O POVO

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O Brasil com os pés fincados no atraso

Qualquer pesquisa acerca das instituições da democracia chegará à mesma conclusão: o brasileiro não confia no parlamento, não confia no Poder Executivo, na chefe do Poder Executivo, nos partidos e nos políticos em geral. Portanto, há uma crise de confiança. É um dado que promove a seguinte questão: como instituições e pessoas não confiáveis serão capazes de mudar o rumo dos acontecimentos?

A crise de credibilidade não ocorre apenas por imperícia administrativa ou em função do lamaçal ético. É evidente que o modelo político do País entrou em profundo declínio. Novamente, a mesma questão: os alvos da justificada desconfiança são capazes de fazer as mudanças necessárias no sistema? É muito provável que não. É um quadro que fratura o contrato social do País.

É evidente que o papel do PT nesse caldo é relevante. Afinal, o partido chegou ao poder ancorado no ideal da mudança dos costumes políticos. Na oposição, passou anos a fio atacando a cultura política vigente e se colocando como a vestal que faria raiar um novo conjunto de comportamentos. No fim das contas, pelo contrário. Aprofundados, os vícios tornaram-se um metódico meio de se manter no poder e, para alguns, enriquecer.

Como estarão a política e a economia dentro dos próximos 30 dias? A falta de respostas claras é outro componente a colocar mais lenha e combustível na fogueira da crise de credibilidade. Quem acompanhou com atenção a fala da presidente na volta dos trabalhos legislativos ouviu apenas uma certeza objetiva: o Governo vai apresentar a proposta da CPMF.

Vai apresentar, mas não há nada que garanta que a medida será aprovada pelo Congresso. Porém, é possível extrair uma certeza dentro desse processo: o Governo vai jogar suas fichas para conquistar apoios. Que fichas? O de sempre: aquilo que o PT na oposição tratava como fisiologismo, uma das grandes velharias que persistem no País.
 
A palavra “fisiologismo” é chave para entender como se faz política no Brasil. A definição do termo se relaciona com “clientelismo” e “patrimonialismo”, dois outros termos profundamente estudados pelos cientistas políticos que remetem à formação e à fundação do País.

O que é fisiologismo (por Said Farhat): “A palavra fisiologismo é empregada, em política, em sentido sempre depreciativo. Indica a ação dos políticos, em geral, e dos parlamentares, em particular, condicionada e determinada, principal ou exclusivamente, pelos seus interesses pessoais ou pelos de sua clientela. Não é preciso dizer que, nem sempre ou quase nunca, tais interesses estão amparados pela ética, a lei, a moral ou os costumes”.

Mais: “Fosse possível fazer uma comparação, poderia concluir-se que a palavra ‘fisiologismo’ tem sentido ainda mais pejorativo que ‘clientelismo’, dado o componente de interesses pessoais mais presente no primeiro que no segundo”.( Fábio Campos/O Povo)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A Hora do Ângelus - 18 horas


Seis horas, esta é a hora do ângelus 

Hora da anunciação

A humanidade esquece por um momento a sua luta inglória,

Deixa de lado os pensamentos pecaminosos,

A perseguição desenfreada dos homens contra os próprios homens 

E contempla a paz da natureza, uma sombra pálida do olhar de Maria.

Nos templos, nas ruas e nos campos, as preces brotam espontâneas de todos os lares
Esta é a hora do ângelus

A hora da anunciação

Nós vos suplicamos Maria

Que olheis por nós, vossos filhos ingratos

Dai-nos a graça do arrependimento 

E a vossa benção materna,

Porém, mais do que nós, Maria,

Outros necessitam do vosso apoio, nessa hora 

Os que morrem de necessidade,

Os que blasfemam,

Os que não crêem.

Iluminai-os Virgem Santíssima

Vós que fizestes os homens semelhantes a Deus

Por que foste Mãe de Jesus,

Olhai para os que perderam a fé

Protegei-os, vislumbrai-os como um relâmpago aos olhos de Paulo

Lembrai-vos deles nessa hora, Maria 

E sede, para todo o sempre, louvada e bendita
Ave Maria Cheia de Graças

O senhor é convosco

Bendita sois vós entre as mulheres

Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Conheça o ‘Aedes brasilis’

O Aedes aegypti é um produto do Aedes brasilis: os brasileiros imprevidentes com saneamento e educação cívica. A consequência do casamento entre estes dois Aedes é o sofrimento de milhões de doentes contaminados com o vírus da dengue, e milhares com o vírus zika, que, possivelmente, provoca a tragédia da microcefalia.
O cérebro humano cresce três gramas por dia, durante o terceiro trimestre de sua gestação; depois, mais dois gramas diários durante os seis primeiros meses de vida, dependendo da alimentação e de estímulos físicos e educacionais. A partir daí, continua crescendo lentamente, ao longo de alguns anos iniciais de vida, mas seu potencial intelectual cresce indefinidamente graças aos diversos meios de educação, sobretudo na escola. Raramente, a natureza interrompe o crescimento natural do cérebro, mas no Brasil, nós o interrompemos pela omissão como tratamos o locus do seu desenvolvimento: na escola.
Desde a Proclamação da República, provocamos limitações intelectuais em dezenas de milhões de brasileiros, contaminados pelo Aedes brasilis que induz analfabetismo, impedindo brasileiros de reconhecer a própria bandeira, por não serem capazes de ler “Ordem e Progresso”. Este é o grau mais violento, mas não o único, na interrupção do crescimento intelectual do cérebro, provocado pelo Aedes brasilis.
Também é vítima do Aedes brasilis cada criança jogada para fora de uma escola de qualidade antes do fim do ensino médio. Ao longo de nossa história, a maioria da nossa população vem sendo contaminada por um zika social transmitido pelo Aedes brasilis. Ainda mais grave para um país que se diz republicano, o Aedes brasilis seleciona a vítima conforme a renda familiar. As crianças de alta renda dispõem de recursos para protegerem-se do vírus da microcefalia intelectual, são vacinadas em boas escolas, enquanto as crianças da baixa renda ficam condenadas ao vírus social.
A tragédia pessoal destes milhões de contaminados se transforma em tragédia histórica, porque, ao impedir a população de desenvolver plenamente seus talentos intelectuais, o Aedes brasilis limita o aproveitamento de centenas de milhões de cérebros, provocando uma microcefalia social que impede transformar o Brasil em um potente centro de desenvolvimento científico e tecnológico.
As consequências desta microcefalia social são o atraso econômico e social; além de dificultar o avanço político e a construção de uma sociedade democrática, eficiente e harmônica. Ainda mais, é a microcefalia intelectual que impede o Brasil de ter os sistemas de saneamento e de educação cívica propiciando o desenvolvimento do Aedes aegypti. O Aedes brasilis provoca microcefalia social, que termina sendo a principal causa das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e todas as demais formas de pobreza intelectual.
Por Cristovam Buarque

Dilma e os Ferreira Gomes


O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, já apontado pelo presidente de seu novo partido, o PDT, como pré-candidato à Presidência da República, em 2018, vai se cacifando, mais e mais, a cada dia, para a vaga, podendo contar, inclusive, com o apoio da presidenta Dilma. E não é para menos, afinal, ninguém mais que os irmãos Ferreira Gomes, a exceção do PCdoB, tem demonstrado tanta lealdade à presidenta, na defesa de seu mandato, nem mesmo a companheirada do PT.
Em recente entrevista coletiva, Dilma chegou a afirmar a jornalistas que aceitava de bom grado as críticas frequentes e contundentes de Ciro ao seu governo por um motivo inusitado: porque Ciro é especial. Ciro, ao mesmo tempo que tece críticas, convida Dilma, uma ex-brizolista, a participar da Convenção do PDT onde será ratificada a rejeição ao processo de impeachment e será prestada homenagem ao fundador da legenda, o ex-governador Leonel Brizola.
Nunca é demais lembrar que também ex-governador do Ceará, Cid Gomes, irmão do presidenciável, foi um dos que chegaram a sugerir que Dilma deveria deixar o PT, quiçá para retornar a sua antiga legenda ou mesmo para se manter equidistante da política partidária, como uma das maneiras de buscar a neutralização do processo de impeachment. O fato é que os Ferreira Gomes e Dilma parecem estar, a cada dia, mais próximos.

Juliana Brontee/O Estado CE

domingo, 24 de janeiro de 2016

Eleições 2016. Uma nova disputa pelo poder

Reforma política, crise econômica e escândalos de corrupção conferem às próximas eleições uma cara nova. Na prática, três fatores alteram drasticamente o quadro de disputa pelo poder: menos dinheiro, menos tempo e menos credibilidade dos partidos.
Ainda que tímida, a minirreforma, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no fim do ano passado, produz uma eleição diferente, em que candidatos dispõem de tempo escasso para fixar uma imagem e apresentar propostas. 
Entre as principais mudanças, está exatamente a redução no tempo de campanha (de 90 para 45 dias), a proibição da doação empresarial às candidaturas e um teto para gastos de cada candidato. Além disso, a doação de pessoa física se limita a 10% da renda relativa ao ano anterior. 
O objetivo do novo modelo é, sobretudo, evitar o uso de recursos de origem duvidosa (caixa 2) para o material de campanha.
Pesquisadora da reforma eleitoral na Universidade Federal do Ceará (UFC), a doutoranda Paula Vieira avalia que as mudanças recém-aprovadas representam pouco avanço. Segundo a pesquisadora, pontos como governabilidade, representação e participação permanecem inalterados.
“Continuamos com o presidencialismo de coalização, não foram criados de espaços de debate e, em relação à participação das mulheres, houve uma queda”, critica.
Para a socióloga, no entanto, a proibição de doação de empresas é um ponto positivo da reforma porque, a longo prazo, pode ter o efeito de baratear as campanhas, limitando os gastos de empresas nas eleições.

Criatividade

O publicitário Marcelo Lavor acredita que, com a redução do tempo de campanha, o material eleitoral de cada candidato deverá ser muito mais “criativo” e exigir profissionais “talentosos”. 

A criatividade, diz ele, deverá funcionar estrategicamente ao lado de transparência e objetividade, já que haverá limitações financeiras e de tempo. “Profissionais terão que ser muito mais criativos. Entretanto, essa criatividade passa pelo conhecimento dos planos de governo de cada candidato”, pondera.
Ainda segundo o publicitário, o “diferencial” dessa campanha eleitoral será a capacidade política dos candidatos de formatar propostas e estratégias eleitorais adequadas ao quadro modificado de disputa. O POVO

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Conheça a " Fossa Séptica" que atrapalha a segurança pública em Iguatu e região Centro Sul

O sistema carcerário em Iguatu e na região centro Sul está em total colapso, isto já apresentamos em nosso site o Iguatu.net nos últimos meses, onde acompanhamos o drama de policiais civis e militares que tentam executar seus trabalhos diariamente pelas ruas de Iguatu e outros municípios e estão sem poder prender autores de crimes, devido a falta de espaço em celas nas cadeias, destacamentos da PM e até em delegacias.
Mas o colapso do sistema prisional em nossa região Centro-Sul é simbolizado através de uma Fossa Séptica que já deveria estar concluída a sua construção e funcionando tranquilamente na Cadeia Pública de Iguatu, mas isto não está acontecendo e sendo assim a justiça não irá liberar a unidade prisional para o seu funcionamento na sua plenitude.
As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no esgoto. É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada, sobretudo, para a zona rural ou residências isoladas. Todavia, o tratamento não é completo como numa estação de tratamento de esgotos.
Esta fossa que é o gargalo da segurança pública neste momento em Iguatu, foi construída por uma empresa contratada pelo governo do Ceará, através da Secretaria de Justiça. Ao ser entregue para o seu funcionamento, ela deveria ter a duração de funcionamento de até 6 meses, mas acreditem, esta fossa durou apenas quatro dias e estourou, a preocupação dos representantes da justiça foi exatamente com a possibilidade de uma revolta interna dos presos, pois todo o esgoto produzido na cadeia iria retornar pela tubulação e o caos estaria novamente implantado na cadeia de Iguatu.
Em entrevista ao programa Plantão Policial da Rádio Liberdade 870 AM, o diretor da unidade prisional, Kelson, disse que não existe uma data prévia para a solução do problema e isto significa que a cadeia continuará interditada, que nossas delegacias superlotadas, nossos militares nas ruas ao prender os infratores, não saberão ainda onde coloca-los e finalmente, esta “fossa” colocará nossos policiais civis fora das ruas, trabalhando como agentes penitenciários cuidando de presos, ao invés de atuarem nas investigações de crimes.
Mas precisamos fazer alguns questionamentos neste momento, como uma empresa consegue construir uma fossa séptica que deveria ter a duração de no mínimo seis meses e dura quatro dias apenas? Com a palavra a secretaria de justiça do Ceará.
Na última semana acompanhamos o desespero de alguns inspetores que não suportavam mais a situação da Delegacia Regional que estava com uma superlotação de presos, uma fuga já aconteceu, cinco conseguiram fugir, uma tentativa de rebelião também já foi registrada e o clima é o pior possível para a atuação da polícia civil em Iguatu.

A justiça iguatuense faz o seu papel, na medida do possível auxilia os militares na tentativa de amenizar o drama, mas o que nos deixa perplexos neste momento é o silêncio do governo do Ceará que não demonstra uma ação eficaz e que poderia dar um basta neste problema, aí fico a pensar, como o Camilo Santana deseja ter um “ Ceará Pacífico” se o seu governo não consegue ao menos resolver o problema de uma cadeia ? Estamos literalmente numa “fossa”. 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Derrota acachapante mostra fragilidade do Planalto diante do impeachment

O resultado da votação para membros da Comissão Especial do impeachment mostrou a extrema fragilidade do Palácio do Planalto. A chapa da oposição venceucom 272 votos contra apenas 199 do governo.
A derrota acachapante da presidente Dilma Rousseff indica que houve erro de avaliação da conjuntura política por parte do governo nos últimos dias.
Todos os movimentos do Planalto foram de acordo com a seguinte lógica: 1) é necessário romper com Eduardo Cunha; 2) é bom para Dilma enfrentar de uma vez o processo de impeachment; 3) é fácil para o Planalto derrotar neste momento a tese do impedimento numa votação em plenário.
Por enquanto, os articuladores políticos de Dilma erram tudo. Subestimaram a reação de Eduardo Cunha após o rompimento. O presidente da Câmara triturou o Palácio do Planalto ao usar o regimento contra os governistas.
O suposto confronto do “bem” (Dilma) contra o “mal” (Eduardo Cunha) não deu um voto extra sequer para o Palácio do Planalto dentro da Câmara dos Deputados.
Por fim, o resultado da votação desta 3ª feira (8.dez.2015) demonstra que o futuro pode ser ainda mais sombrio para a presidente da República. Para evitar o impeachment no dia em que o assunto for de fato apreciado pelo plenário da Câmara, o Planalto tem de ter 172 votos, pelo menos.
Hoje, teve 199 apoios. Uma folga muito frágil de apenas 27 votos.
Tudo considerado, o governo entra nessa batalha do impeachment quase sem nenhuma gordura política para queimar ao longo do caminho. E há ainda um longo deserto pela frente.
Blog do Fernando Rodrigues

Carta de Michel Temer diz o seguinte; " Dilma vai procurar tua turma"

Michel Temer não dá boa tarde sem refletir dez vezes. Quando resolve fazer um “desabafo” é porque seu processador está sobrecarregado. Se o destampatório é despejado sobre três folhas de papel —“palavras voam, os escritos permanecem”— é sinal de que sua placa ferveu. A carta que o vice-presidente endereçou a Dilma Rousseff nesta segunda-feira é isso: a manifestação de um personagem que, com a paciência já derretida, cansou de guardar respeitoso silêncio sobre seus rancores.
“Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a
 necessidade da minha lealdade”, ralhou Temer, de saco cheio das indiretas que Dilma lhe dirige desde que o processo do impeachment foi deflagrado. “Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos.” Recebeu em troca a “absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB.”
Por quatro anos, Temer foi um “vice decorativo”, acionado apenas nas “crises políticas”. Ajudar nas “formulações econômicas ou políticas do país”? Nem pensar. “Éramos meros acessórios,
secundários, subsidiários.” Por quê? “Sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora
 e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB.”
Com o governo em pandarecos, cedeu ao apelo para que assumisse a coordenação política. “Quando se aprovou o ajuste,
nada mais do que fazíamos tinha sequência no governo. Os acordos a
ssumidos no Parlamento não foram cumpridos.” Houve mais: “Sou presidente do PMDB e a senhora
 resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um
 acordo sem nenhuma comunicação ao seu vice e presidente do partido.''
Temer foi ao ponto: “Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o país terá tranquilidade 
para crescer e consolidar as conquistas sociais.
 Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no 
PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção.”
O que o vice-presidente da República disse à presidente, com outras palavras, foi o seguinte: “Vai procurar a tua turma.” Temer parece já ter reencontrado a sua tribo: “Converso, sim, senhora presidente,
 com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento.
 […] Sou criticado por isso, numa visão 
equivocada do nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades 
ressaltei que deveríamos reunificar o país. O Palácio
 resolveu difundir e criticar.”
“Vai procurar a tua turma” pode ter vários significados. Nas entrelinhas da carta de Temer, a expressão tem duas acepções: “Vê se não chateia” e “some da minha frente”. A carta vale por um rompimento. É como se o vice, cansado do seu papel cenográfico, desejasse substituir Dilma em vez de socorrê-la. Resta agora esclarecer que, num hipotético governo Temer, a turma do neopresidente incluirá Renans, Barbalhos, Cunhas e outros atalho$.
Blog do Josias

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

As verdadeiras razões do impeachment de Dilma Rousseff

O PT e seu líder máximo, Luiz Inácio Lula da Silva, estão fazendo de tudo para reduzir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff a uma vingança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). É velho o truque de eleger um inimigo – com currículo carregado de suspeitas de corrupção – para desviar a atenção do que realmente importa para o País. O que importa, no entanto, é que Dilma deve ser julgada pela irresponsabilidade fiscal de seu governo, perfeitamente exposta na petição à qual Cunha deu seguimento.
Em meio ao embate político que ora se desenrola, não se pode perder de vista a essência desse grave momento. E a essência é que há carradas de evidências contra Dilma, conforme se lê no pedido de impeachment subscrito pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal.
Segundo lembra a petição, o Tribunal de Contas da União (TCU) demonstrou que, entre 2011 e 2014, o governo realizou diversas operações de crédito ilegais ao não repassar recursos a entidades do sistema financeiro controladas pela União, obrigando-as a usar dinheiro próprio para bancar os programas sociais e de estímulo ao investimento. Esses adiantamentos são uma forma de empréstimo à União, o que é vedado pelo artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal. O pedido de impeachment descreve de que maneira algumas dessas “pedaladas fiscais” continuaram a acontecer em 2015.

A peça também aponta que decretos editados por Dilma em 2014 e 2015 para abrir créditos suplementares sem autorização do Congresso contrariam o artigo 10 da Lei 1.079/50, segundo o qual são crimes de responsabilidade “infringir, patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária” e “ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal”.
Assim, conforme o pedido de impeachment, Dilma feriu o artigo 85 da Constituição, segundo o qual é crime de responsabilidade atentar contra a lei orçamentária e contra a probidade administrativa, e também violou a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei 1.079/50. Além disso, a petição informa que a Lei 10.028/2000 faz do descumprimento de determinações legais por parte do agente público mais do que uma infração administrativa: passa a constituir delito, tanto na esfera política – que enseja o impeachment – como nas áreas civil e criminal.

Diante disso, somente nos espíritos mais ingênuos ou condescendentes resta alguma dúvida a respeito da má conduta da presidente Dilma. O processo político ora deflagrado dará à petista ampla chance de se defender, embora a esta altura pareça impossível que surja alguma boa justificativa para os crimes que ela cometeu. Tanto é assim que o melhor argumento que a presidente apresentou até agora foi afirmar que seus antecessores também “pedalaram” suas contas – uma forma de dizer que, se todos cometeram um crime, então crime não é.

A estratégia de Dilma e de Lula, portanto, parece ser a de causar tumulto. A título de rebater as denúncias “improcedentes” do pedido de impeachment, a presidente disse que não tem conta no exterior, não ocultou bens nem coagiu ninguém para satisfazer seus interesses – acusações que não constam da petição, mas que têm sido feitas contra Eduardo Cunha. Ou seja: em vez de se defender do que está sendo efetivamente acusada, Dilma luta para desviar o foco para seu desafeto na Câmara. Na mesma linha foi Lula. Ele criticou “o comportamento de algumas pessoas que pensam muito em si e não pensam neste país” – óbvia referência ao presidente da Câmara – e chegou a dizer que o pedido de impeachment é uma “proposta do Eduardo Cunha”. Não se trata de ato falho – é confusão deliberada.



Assim, está claro que para o esfrangalhado PT, para a acuada Dilma e, principalmente, para o desmoralizado Lula, não restou alternativa senão tentar jogar areia nos olhos dos brasileiros, apostando mais uma vez em sua notória capacidade de iludir os incautos para se manter no poder.

Estadão

domingo, 6 de dezembro de 2015

Impeachment. O que influenciará os deputados

As contas estão sendo feitas. Governo e oposição se articulam para somar forças já na primeira batalha do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). A primeira queda de braço já ocorre na comissão especial da Câmara dos Deputados que terá seus integrantes anunciados amanhã. Dos 65 nomes, o governo detém ampla maioria, ao menos teoricamente. A oposição, dividida e desarticulada, apresenta minoria.

No entanto, um levantamento feito pelo O POVO.dom indica que um percentual representativo de parlamentares pode atrapalhar os planos do PT de resolver a pauta o quanto antes. A maioria expressiva na Câmara dos Deputados e no Senado Federal não foi suficiente para evitar inúmeras derrotas sofridas pelo governo no primeiro ano da segunda gestão Dilma. A infidelidade de partidários governistas, somada às pautas patrocinadas por Eduardo Cunha com o apoio da oposição, obrigou o governo a realizar reforma ministerial, há pouco tempo, para voltar a vencer as votações no Congresso Nacional. Por diversas vezes também a oposição perdeu votações importantes por infidelidade de deputados teoricamente contra o governo.

As vitórias nas últimas semanas, quando manteve-se os vetos mais importantes da presidente e aprovou-se a nova meta fiscal, tem tornado o Palácio do Planalto mais confiante para enfrentar o momento mais difícil do governo. Momento esse em que há concretamente a possibilidade da presidente reeleita há pouco mais de um ano perder o mandato e os direitos políticos pelos próximos oito anos.

Pelas contas prévias feitas pela reportagem, pelo menos 1/4 de deputados governistas e os chamados independentes, que devem compor a comissão, podem passar para o lado oposicionista na batalha, assim como se viu ao longo deste ano de 2015. Da mesma forma, a depender da conjuntura momentânea, deputados da oposição podem surpreender e votar com o governo, como já foi visto neste ano.

A cúpula governista, apesar da confiança do momento, sabe dos riscos e por isso trabalha para agir rápido. Diversas reuniões entre as lideranças partidárias do governo e suas bases marcaram este fim de semana para definir os titulares e suplentes da comissão especial. O maior receio de petistas é contar com um número alto de infiéis pelo lado do PMDB principalmente. PSD, PRB, PTB, PP e PSB ainda não se pronunciaram formalmente sobre o lado que estarão nesse processo na Casa. Ainda nesta semana, relatoria e presidência devem ser escolhidas pelos membros.


Indecisos
Membro suplente do Conselho de Ética da Câmara, o deputado Odorico Monteiro (PT) reconheceu o problema que o governo vai ter de enfrentar nos próximos dias. “Há deputados que têm essa conduta (infiel) o tempo todo, inclusive em votações estratégicas do Governo Federal”. Odorico, no entanto, fez questão de destacar as últimas vitórias do governo perante a oposição, principalmente à do PLN que alterou a meta fiscal do governo.(Colaborou Jéssica Welma)


Frases: 
“A abertura do processo é legal e constitucional. Agora, eu não vou prejulgar ninguém” Danilo Forte, deputado federal pelo PSB - partido colocado como independente

“A comissão tem uma grande responsabilidade. Vale muito mais a prudência”

Arnon Bezerra, deputado federal pelo PTB - partido da base governista

“É preciso ter acesso aos autos para fazer o juízo. Vai ser tudo analisado”

Ronaldo Martins, deputado federal pelo PRB - partido da base governista

Quanto vale o passe de Michel Temer ?

A presidente Dilma Rousseff pagaria qualquer preço pelo passe do seu vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Se ele quiser indicar o sucessor de Eliseu Padilha no Ministério da Viação Civil, indicará. Se quiser mais ministérios, eles lhe serão dados. Cargos no segundo e terceiro escalões do governo? Quantos ele quer?
Tamanha generosidade com Temer só lhe custaria uma coisa: o alinhamento sem restrições com a presidente em sua luta decisiva contra o impeachment deflagrado por Eduardo Cunha. Uma vez alinhado, Temer deveria, naturalmente, se esforçar para que o seu PMDB votasse a favor de Dilma.
Sabe de quanto é a chance de isso vir a acontecer? De zero. Ou de próximo disso. Afinal, nada é definitivo em política. Quem se lembra da maneira suja, baixa, como Fernando Collor derrotou Lula para presidente em 1989? Hoje, são aliados. Dilma e Lula são aliados. Mas, hoje, um não confia no outro.
A aliança de Temer com Dilma esgarçou-se para valer desde janeiro último. É fato que no governo anterior, Dilma jamais deu bola para Temer. Neste, só passou a dar quando se viu à beira do precipício. Aí foi Temer que passou a não dar bola para ela, a não ser quando constrangido a isso.
Há poucos meses quando Temer disse ser preciso aparecer alguém para unificar o país, ganhou a fama de conspirador dentro do PT e nas vizinhanças de Dilma. Sejamos mais diretos: Dilma também acha que ele conspira contra ela desde então. Nunca conversou com Temer sobre isso porque não seria o caso. Mas congelou-o. Os dois se limitam a respeitar as aparências e a cumprir o cerimonial do poder. Temer age como um reserva que não vê a hora de substituir o titular. Tem ampliado o número de interlocutores dentro de todos os partidos. Vez por outra solta comentários que funcionam como recados a quem interessar possa.
Se for obrigado pelo destino a substituir Dilma, está disposto a fazer um governo de união nacional. Os olhinhos do senador José Serra (PSDB-SP) brilharam quando ele soube. Serra é candidato a Fernando Henrique Cardoso. Quer dizer: candidato a ministro da Fazenda de um eventual governo Temer. Uma vez ali, imagina ser candidato à sucessão de Temer. Assim aconteceu com Fernando Henrique. Ele foi ministro da Fazenda do presidente Itamar Franco e o sucedeu em seguida.
Temer também tem dito que não seria candidato à reeleição. Ele poderia. Mas não quer. Ou diz que não quer. Assim, facilita o entendimento com aspirantes a presidente. O desafio de Temer no curto prazo é conseguir maioria dentro do PMDB para aprovar o impeachment de Dilma. Se não unir o partido em torno do seu nome como poderá unir a maioria dos demais partidos para governar?
Noblat

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Programa A Voz do Centro Sul desta terça-feira,01 de dezembro


Nesta terça-feira,01, no programa A Voz do Centro Sul na 870 AM acompanhe o drama de um casal que fala sobre a filha que sofreu uma tentativa de abuso sexual de um homem no Bairro Jardim Oásis em um local de estudos religiosos.
O acusado também fala sobre a ação e confirma que tentou algo com a menina, mas não concluiu e pede perdão.
Além desta reportagem, confira uma entrevista com o Bispo Dom Edson que fala sobre as festividades de final de ano em Iguatu. O vendaval que arrancou telhas da Cidade Universitária e o drama de uma comunidade que tem um poste prestes a desabar e pede ajuda a COELCE.
Notícias da região, Ceará, Brasil e do Mundo no maior giro de reportagens das manhãs. As 07h na Rádio Liberdade 870 AM, escute A Voz do Centro Sul e “De manhã fique sabendo de tudo”.
Acompanhe o programa através dos sites www.radioliberdadeam.com, www.iguatu.net, www.avozdocentrosul.com e www.pinheirinho.net ou baixe o nosso aplicativo e escute no seu celular:https://play.google.com/store/apps/details?id=com.elicast.AVozDoCentroSul&hl=pt_BR

domingo, 29 de novembro de 2015

Chegou a hora da verdade para o PT


Após Delcídio nos perguntamos, onde vamos parar ?

A crônica judicial vai levando os brasileiros diariamente de susto em susto, de incredulidade em incredulidade. A detenção pela primeira vez, e respaldada pelo Supremo, de um importante membro do Senado da República como Delcídio do Amaral, uma peça-chave do governo e do Partido dos Trabalhadores, junto com a do banqueiro André Esteves, símbolo do setor mais sofisticado e moderno dos bancos, foi um sério golpe na consciência da sociedade desorientada e amedrontada, ao descobrir que existem “organizações criminosas” no coração do Estado.

O Brasil está vivendo, de fato, um momento crítico e grave, difícil de definir e de contar dentro e fora do país. É uma mistura de terremoto político, cujo epicentro se encontra nos próprios fundamentos da República, e de esquizofrenia que impede a sociedade de entender se está vivendo na realidade ou no imaginário.

Um país que festejava há apenas dois ou três anos uma ascensão econômica e social inédita, inveja até de países desenvolvidos, que chegou a sonhar em sentar-se à mesa dos que dirigem os destinos do mundo, vive hoje uma espécie de miragem.

É como se, de repente, tivesse acordado de um sonho para tocar com a mão que a realidade crua e nua é muito diferente. O Brasil está gravemente doente politicamente.

E como no simbolismo da esquizofrenia, a sociedade se pergunta se a classe política vive na realidade, ou se se perdeu no marasmo de suas próprias alucinações e ilegalidades.

A prisão do senador Amaral, que foi uma das figuras que se distinguiu por seu senso crítico na já famosa CPI dos Correios, e que chegou a conquistar por isso o aplauso das ruas, é mais significativa e grave, se cabe, pela trama que estava tecendo na sombra da ilegalidade segundo as duras palavras do magistrado Mello, do Supremo: “O contexto que emerge do caso revela um fato muito grave: a captura do Estado e das instituições do governo por uma organização criminosa”.

Do santuário do Senado, que deveria representar a alma e a consciência dos Estados do Brasil, e do templo laico dos bancos mais sofisticados, simbolizada no jovem Esteves, que encarnava o sonho dos brasileiros aspirantes a milionários, surgem acusações de formação de uma equipe do crime.

Não deverá isso soar como um ataque de esquizofrenia aos cidadãos honrados, que amam este país, que se sacrificam para fazê-lo crescer e amar fora de suas fronteiras?

Já há quem se pergunte se com essas duas prisões simbólicas e reveladoras o tumor político é mais grave do que se imaginava, se se terá ou não chegado ao fundo do poço das responsabilidades que a sociedade tem o direito de exigir.

Os analistas brasileiros e internacionais se cansam de afirmar, todo dia, que a crise que agita este país continente é muito mais política que econômica. Mas os brasileiros estão sofrendo em sua carne, começando pelos mais fracos, uma crise econômica engendrada na corrupção da classe política que aparece atuar pelas costas da sociedade.

Uma classe política enredada cada dia mais em um novelo de ilegalidades e traições inconfessáveis que vai alargando o abismo aberto entre o Brasil real e o político, o Brasil que tem tudo para poder crescer e o que vai carcomendo e debilitando os fundamentos da República, sem que se vislumbre no horizonte uma saída para a catástrofe.

No meio dessa incredulidade, diante dos desmandos que a cada dia aparecem mais próximos do coração do poder, existe um perigo e uma esperança.

O perigo é que a sociedade perca sua capacidade de reação e renuncie a defender a república e suas instituições democráticas, reforçando assim a cobiça dos corruptos.

A esperança é que a lama da ilegalidade política que paralisa um país dinâmico como o Brasil chegue a tal ponto de gravidade que a realidade das coisas se imponha e force uma mudança que devolva a ilusão perdida e faça justiça aos brasileiros que, hoje envergonhados, não desistem de sonhar com dias melhores para eles e, sobretudo, para seus filhos.

Juan Arias, El País

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Programa A Voz do centro Sul desta terça-feira,24

Edição da Voz do Centro Sul desta terça-feira,24 de novembro:
Detalhes sobre um homicídio a bala que aconteceu em Icó.
Matadouro de Acopiara incomoda populares
Operação final de ano para evitar roubos e furtos no centro de Iguatu.
Família procura jovem iguatuense desaparecida e pede ajuda.

Tem alguma pauta? Envia para o nosso Wathsapp 88 9 8101 7862. 

Poderá ir ao ar nesta terça as 07h na Rádio Liberdade 870 AM. " De manhã, você sabendo de tudo! "

Escute o programa através dos sites: www.radioliberdadeam.com, www.iguatu.net, www.alexsantana.net, www.pinheirinho.net e www.avozdocentrosul.com.

Ou no celular, baixe o aplicativo neste link: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.elicast.AVozDoCentroSul&hl=pt_BR

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O dilema do corte no Bolsa Família

Terá forte impacto negativo na economia do Ceará o possível corte de R$ 10 bilhões no orçamento de 2016 do programa Bolsa Família. Segundo levantamento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Ceará seria o quarto estado com maiores perdas, tanto sociais quanto econômicas.
 A estimativa é que 1,6 milhão de pessoas diretamente beneficiadas no Ceará deixariam de ser atendidas pelo programa caso o relator do Orçamento da União no Congresso, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), concretize a anunciada intenção de cortar 35% da dotação financeira do programa prevista para 2016.
Os cortes ocorreriam em todo o Brasil, mas sabe-se que as populações situadas nos estados mais pobres, principalmente no Nordeste, serão as maiores vítimas. A Secretaria de Renda da Cidadania (Senarc) prevê que, no total, 23,2 milhões de pessoas deixariam o Bolsa Família. Dessas, 7,97 milhões entrariam na faixa de renda que caracteriza a pobreza extrema.

Hoje, o Bolsa Família atende 47,8 milhões de pessoas. Significa que 23% da população brasileira recebe esse apoio financeiro. Os números precisam ser vistos com cuidado. Nos últimos anos, o Brasil aprendeu a exaltar o aumento de beneficiados quando o ideal seria estabelecer metas para diminuir. Cada queda seria um sinal de emancipação de uma faixa de beneficiados. Porém, essa sequência positiva nunca se evidenciou.
O corte proposto pelo relator, além dos efeitos sociais, provocaria um novo rombo na já combalida situação econômica e financeira dos municípios mais pobres. Boa parte das cidades do Ceará tem sua dinâmica econômica dependente de recursos oriundos do Governo Federal, como o Bolsa Família e o FPM, este já em quedas contínuas.

Não é fácil vislumbrar uma solução. Fato sem precedentes, o Governo Federal apresentou ao Congresso um Orçamento com déficit para 2016. Do jeito que está, ficou nas mãos do relator reequilibrar a peça orçamentária. Os cortes seriam inevitáveis. Mas onde cortar? Não é uma decisão fácil, sabendo que haverá cortes em praticamente todos os setores. De todo modo, pela importância já destacada, esse corte não pode ser feito no Bolsa Família, uma vez que ele atingiria setores bastante vulneráveis da sociedade.
A dependência de uma grande parte da população do Bolsa Família comprova o quanto o Brasil ainda precisa avançar.

O POVO

terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Brasil paga o preço de três eleições petistas

Os desmandos desenfreados cometidos pela política econômica dos governos do PT estão saindo e vão sair por um preço astronômico. Quem adverte é o cientista econômico Flávio Giambiagi, em seu recém-lançado livro “Capitalismo – Modo de Usar”.  Trata-se de um trabalho notável, de quem acompanha e domina com maestria os momentos e etapas da economia da “Era PT”. Para ele, o Brasil está convivendo apenas com o início do retorno dos fantasmas dos anos 80, quando o país viveu o pesadelo de uma megainflação e do déficit público mais elevado da história. Na situação em que o País se acha, está passível da mesma tragédia financeira da Grécia, se não aceitar as regras de um capitalismo moderno, baseado na competição e não fizer urgentes reformas para aumentar o potencial de crescimento. O Brasil, diz Giambiagi, não respeitou o princípio de que estratégias econômicas para vencer eleições,  podem ser economicamente desastrosas. Pois foi o que ocorreu no Brasil, com resultados já mais do que visíveis, levando o país a “patinar” na pré-depressão econômica, e sem expectativas de recuperação ao menos em médio prazo. Há poucos anos, tínhamos uma política anti-inflacionária eficiente, com uma meta confiável de no máximo 4,5%. Mas, entre as medidas calamitosas tomadas depois de 2008, o governo petista politizou as agências reguladoras e órgãos setoriais. O resultado não poderia ser outro e o drama que estamos vivendo é o resultado de uma estratégia que levou o Governo a descuidar do equilíbrio macroeconômico para ganhar três eleições. “Agora, a conta, elevadíssima, chegou”, diz o economista.

Fernando Maia

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A eventual saída de Dilma Rousseff, da Presidência da República, é uma solução para a crise política e econômica?

SIM - Sim, a saída imediata da presidente Dilma seria o primeiro grande passo, para aplacar as graves crises econômica e política por que o País passa atualmente. A presidente já não reúne condições de governabilidade e não consegue dialogar com praticamente nenhum dos setores da sociedade nem do Congresso. Em verdade, a perda da credibilidade da presidente é irreversível, principalmente pela falta de humildade sua e de seu partido em reconhecer erros.
Quem quer que assuma, principalmente se houver novas eleições, seja pela renúncia da presidente e de seu vice, seja pela cassação da candidatura pelo Tribunal Superior Eleitoral, terá condições, em poucas semanas, de corrigir os rumos da economia, fazer uma reforma administrativa e, com o choque de credibilidade, acalmar o mercado, provendo condições para que o empresariado volte a investir no País.

Em relação à crise política, com exceção das bancadas do PT e do PCdoB, que hoje representam 76 deputados e 14 senadores, as quais, provavelmente, voltariam a ser contra praticamente todas as propostas que não fossem suas independente de serem ou não boas para o País, como ocorria até 2002, a tendência é de esfriamento dos ânimos e uma governabilidade assegurada ao novo presidente. 

Por mais que pairem dúvidas sobre os congressistas, vários já deram valiosa contribuição ao País e, com novo chefe do Executivo com quem possam minimamente dialogar, certamente terão responsabilidade com o crítico momento que o Brasil atravessa atualmente, pautando o que for necessário, para a retomada do crescimento do País.

A cada dia a mais da Dilma na Presidência da República, é um dia a mais de sofrimento do Brasil, principalmente dos mais humildes, tendo em vista a ausência de credibilidade ocasionada, principalmente, pela campanha mais sórdida da história do País. Eis os motivos pelos quais a imediata saída da presidente Dilma é medida que se impõe.
"A presidente já não reúne condições de governabilidade e não consegue dialogar com nenhum setor da sociedade"
Fredy Bezerra de Menezes
fredybmenezes@hotmail.com
Procurador do Estado do Ceará e conselheiro do Instituto Democracia e Ética (IDE)
NÃO - O horizonte desafiador que se desenha para o próximo período revelará, mais uma vez, quem são aqueles que realmente estão ao lado do povo. Há quem diga que a abreviação do mandato da presidente Dilma Rousseff seja o caminho para a solução da crise. Eu discordo. Acredito que o ataque à legitimidade de uma eleição democrática como foi a de outubro de 2014 apenas agravaria a situação do País.
Tenho a convicção de que a solução para a grave crise por qual o Brasil atravessa se dará pela estabilização do cenário político e a retomada do crescimento econômico, por meio de investimentos públicos e privados em setores estratégicos.

Não podemos transformar a disputa política, ou mesmo o Congresso Nacional, em um “Clássico-Rei”, onde torcidas adversárias querem o fim dos rivais. Esse famoso “sangue nos olhos” partidário só serve para o detrimento da nação. O Brasil é mais do que isso, precisamos unir o País para aproveitar a oportunidade única do bônus demográfico e dar formação qualificada à juventude para ser a classe trabalhadora de um país moderno e independente.

Um novo pacto pelo Brasil é urgente para reorganizar as relações entre as opiniões divergentes, os poderes da República, e para retomarmos o caminho do desenvolvimento econômico e social. Superar as contradições que ainda nos afligem – sermos a sexta economia do mundo e apenas o 88º colocado no ranking de educação da Unesco – passa necessariamente por mais investimentos nas universidades.

Hoje, só quem tem a capacidade política e o respaldo da população conferido nas urnas para conduzir isso é a presidente Dilma. Ela, inclusive, já provou que sabe o que fazer; afinal, foi em seu governo que o Ceará passou a ter três instituições federais de ensino superior, e o Ministério da Educação criou o programa Ciência Sem Fronteiras.

Que os nossos políticos tenham a capacidade e a grandeza de entender que com a nossa democracia não se pode vacilar. Que o Estado brasileiro siga ampliando as universidades, investindo em infraestrutura e combatendo a corrupção.

"Só quem tem a capacidade política e o respaldo da população conferido nas urnas é a presidente Dilma "

Ivo Braga
tesouraria@une.org.br
Tesoureiro Geral da UniãoNacional dos Estudantes (UNE)
O POVO

sexta-feira, 31 de julho de 2015

F. Gomes x Rodrigues: a luta entre as famílias em Sobral

A eleição para prefeito de Sobral, no ano que vem, tem tudo para ser a mais interessante do Interior cearense. O candidato governista deve ser Ivo Gomes (Pros), que será naturalmente o franco favorito. Em condições normais, a oposição nem gastaria muita energia numa disputa em Sobral contra um Ferreira Gomes. Mas não é o que acontece. O bloco anti-Ferreira Gomes está articulado, forte, com recursos. Organizado, sobretudo, em torno de outra família: os Rodrigues, que buscam disputar a hegemonia no maior município da Zona Norte.

Moses Rodrigues (PPS) já surpreendeu ao ser o deputado federal mais votado no Município em 2014. Teve seis mil votos de vantagem em Sobral sobre o ex-prefeito Leônidas Cristino (Pros), que concorria com apoio do então governador Cid Gomes. Atualmente, pressiona para tirar o PPS da base de apoio ao prefeito Roberto Cláudio (Pros) em Fortaleza.

O pai de Moses, Oscar Rodrigues, assumiu a presidência do PMDB de Sobral em maio passado, com as bênçãos de Eunício Oliveira (PMDB). Ele é empresário e dono das Faculdades Inta. No sábado passado, outro filho de Oscar, Daniel Rodrigues, que ocupa cargo na diretoria das faculdades, assumiu a presidência do PRB no Município. São assim três partidos em Sobral que estão sob controle doméstico dos Rodrigues.

Na última eleição municipal, o desempenho da oposição já foi impressionante. O hoje deputado estadual Dr. Guimarães (PV) conseguiu 42,7% dos votos válidos, contra 50,3% do prefeito Veveu Arruda (PT). Margem apertadíssima para os padrões dos Ferreira Gomes no reduto.

Ivo, em qualquer cenário, chega como forte favorito no ano que vem. Porém, a oposição se articula com muita força. Amparada por um grupo financeiramente poderoso e com respaldo de Eunício Oliveira, o bloco trabalha para, pelo menos, ter um bom desempenho no Município. E, assim, construir uma base forte para o senador peemedebista na sucessão estadual de 2018. Com todo simbolismo que envolve a eleição no reduto político do ex-governador.

É mais uma família que tenta assumir o controle da política sobralense. Desta vez, espalhada por três partidos.

O POVO