domingo, 12 de julho de 2015

Daniel Alves questiona trabalho da CBF com a seleção brasileira



No início da semana, em entrevista ao programa 'Bola da Vez', da ESPN Brasil, o lateral-direito Daniel Alves revelou que o treinador Pep Guardiola, antes da Copa do Mundo de 2014, teve o interesse de comandar a seleção brasileira. No entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não quis contar com o trabalho do técnico espanhol. O jogador do Barcelona encerrou a semana de entrevistas no Brasil da mesma forma: criticando os responsáveis pela gestão do futebol brasileiro. Desta vez no programa 'Altas Horas', da TV Globo, Daniel Alves colocou em dúvida o interesse da entidade em cuidar somente do futebol do país.  "Hoje em dia, acredito que a seleção brasileira é mais os jogadores do que qualquer outro poder. Fica um pouco no ar se, realmente, o futebol, os jogadores e o povo brasileiro são importantes para a CBF, às vezes, tenho um pouco de dúvida", declarou. Daniel Alves, no último mês, foi convocado pelo treinador Dunga de última hora, após lesão de Danilo, e fez parte da campanha vergonhosa da seleção brasileira na Copa América, eliminadas nas oitavas de final.

Após reduzir mortalidade infantil em 24%, ECA pode ser reinterpretado com redução



O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 25 anos nesta segunda-feira (13), mas pode passar por mudanças de interpretação após a redução da maioridade penal. Segundo a Agência Brasil, a mudança de 18 para 16 anos abre precedentes para uma reinterpretação do ECA, que pode "revogar" a proteção do estatuto para adolescentes entre 16 e 17 anos. "Vejo que seria um duro golpe contra o ECA. Pode provocar uma fragilização, porque a interpretação que pode ocorrer é que aqueles entre 16 e 17 anos, por terem a maioridade penal, não seriam mais sujeitos à proteção especial. Por exemplo, como considerar vulnerável diante da exploração sexual uma adolescente de 16 ou 17 anos que já pode responder até criminalmente por seus atos?", questionou o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos em São Paulo. Segundo ele, ainda pode haver discussão sobre a proteção do adolescente ao consumo de bebidas alcoólicas. "Como impedi-lo de consumir bebidas alcoólicas, como punir quem fornece bebidas para aquele com idade entre 16 e 17 anos se ele é considerado imputável?", diz. Após a sanção do estatuto, o Brasil conseguiu reduzir em 24% a mortalidade de crianças até um ano de idade. De acordo com um levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base em dados do Ministério da Saúde, a taxa atual é de 12 para cada mil crianças nascidas vivas. O número previsto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 10 mortes para cada mil nascimentos. "No tema mortalidade infantil, o Brasil fez um grande avanço e o [ECA] salvou a vida de muitas crianças, garantindo seu desenvolvimento", apontou Mário Volpi, coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef.

Jumentos invadem aeroporto no Ceará; veja vídeo

Dois jumentos foram flagrados no aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza (CE), na noite de sexta-feira (10). Um vídeo que circula na internet registrou o momento em que um funcionário do aeroporto tenta tirar a dupla do terminal de embarque. A Infraero de Ceará informou que os animais conseguiram ter acesso ao terminal por causa da porta automática do local, mas a permanência dos jumentos não durou mais do que um minuto.

Ibope atesta "volume morto" do lulismo


Se disputasse hoje uma eleição presidencial contra o tucano Aécio Neves, Luiz Inácio Lula da Silva venceria apenas no eleitorado de menor renda e escolaridade, e em algumas das áreas geográficas que tradicionalmente votam no PT. O lulismo, além de menor, está menos diverso: em quase duas décadas, este é o momento em que o apoio ao ex-presidente mais se concentra na população mais pobre.

Os dados são de pesquisa Ibope, realizada na segunda quinzena de junho, que mostra que Lula seria derrotado por 48% a 33% em eventual 2º turno com Aécio - em votos válidos, sem contar os indecisos e os que não optariam por nenhum dos dois, o resultado seria 59% a 41%. Se o adversário fosse o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, haveria empate técnico: 40% para o tucano e 39% para o petista - ou 51% a 49%, em votos válidos.

Na segmentação do eleitorado por sexo, idade e tamanho do município, Aécio venceria em todas as faixas. Na divisão por renda e escolaridade, Lula ficaria à frente, de forma isolada, apenas entre os eleitores que ganham até um salário mínimo e que têm até quatro anos de estudo. A geografia do voto mostra que o petista ganharia apenas na Região Nordeste.

É como se a pesquisa desse sentido numérico à citação de Lula, feita durante encontro com líderes religiosos, em junho, de que ele e o governo estão no "volume morto" - uma referência à reserva técnica de água que só é consumida em situações de crise.

O levantamento do Ibope mostra um refluxo do apoio ao petista mesmo no eleitorado de baixa renda: Aécio ganharia de Lula até entre os que ganham de um a dois salários mínimos (53% a 47% dos votos válidos). A vantagem do tucano aumenta à medida que cresce a renda, até chegar a 72% a 28% na faixa dos que ganham mais de cinco salários.

A popularidade de Lula chega ao fundo do poço em um momento em que se combinam os estragos econômicos provocados pela alta da inflação e do desemprego e as turbulências políticas decorrentes da Operação Lava Jato, que investiga corrupção e desvios em torno de obras contratadas pela Petrobras.

Essa combinação é o que o cientista político Marcus Melo, da Universidade Federal de Pernambuco, costuma chamar de "tempestade perfeita". "No Brasil, o choque informacional representado pelo escândalo do petrolão potencializou brutalmente o efeito da derrocada da economia. A experiência cotidiana da população quanto à péssima qualidade dos serviços, por exemplo, aumenta a credibilidade da informação recebida sobre corrupção."

O encolhimento da base lulista fica ainda mais evidente quando se analisa sua distribuição geográfica. No conjunto de municípios que a pesquisa do Ibope classifica como "pró-PT" - aqueles em que o partido venceu no 2º turno das três mais recentes eleições presidenciais -, Dilma colheu quase dois terços dos votos válidos em 2014. Agora, uma hipotética candidatura de Lula teria 52% nessas mesmas cidades, ante 48% para Aécio - o que configura um empate técnico.

Nas cidades consideradas volúveis, onde o PT foi derrotado em uma ou duas das três mais recentes eleições, Lula sofreria hoje uma derrota significativa para o ex-governador de Minas Gerais: 63% a 37%. Nas áreas anti-PT, onde o partido perdeu em 2006, 2010 e 2014, o tucano teria vantagem de 72% a 28%, segundo a pesquisa.

Nem no berço do PT a situação de Lula é confortável. Na conversa em que se referiu ao "volume morto", ele fez críticas à presidente Dilma Rousseff e citou pesquisa, feita a pedido do PT que mostrava 75% de rejeição ao governo em São Bernardo do Campo e Santo André, segundo reportagem do jornal O Globo.

Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope, observa que, em 2002, Lula teve votação bastante homogênea em diferentes segmentos sociais e regiões do País. Foi em 2006 que o eleitorado lulista se concentrou nas classes e regiões mais pobres. Essa clivagem se repetiu nas vitórias de Dilma, em 2010 e 2014.

Tanto em 2002 quanto em 2006, Lula venceu com cerca de 61% dos votos válidos, 20 pontos porcentuais a mais do que os obtidos na pesquisa Ibope, se descontados os indecisos e os eleitores que anulariam ou votariam em branco. "É preciso levar em conta que o número de indecisos, hoje, é muito maior do que seria se, de fato, estivéssemos perto de uma eleição", alerta a diretora do Ibope. "É fato que a base de Lula diminuiu, mas não se pode dizer que ele esteja morto, em termos políticos."

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em todo o País. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais.

Só vai ser eleito quem for muito rico, diz deputado sobre reforma política


Citado na delação premiada de Ricardo Pessoa, o deputado federal Júlio Delgado (PSB) defendeu nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, o fim do financiamento empresarial de campanha e comentou a reforma política aprovada recentemente pela Câmara.

"Votei de novo contra o financiamento de pessoa jurídica a políticos e campanhas para acabar com essa situação nefasta. A reforma política de ontem é para a acabar com a campanha eleitoral. Só vai ser eleito quem for muito rico, por exemplo, pastor que tem igreja ou policial que tem sua corporação para apoio ou até personalidades (artistas e jogadores de futebol). Quem é deputado que não é empresário ou mesmo tem causas aleatórias, serão cada vez mais escassos", declarou.

Ele confessou que está "quase desanimado", mas quando encontra um projeto ou causa real para defender, "se levanta de novo". "Estamos com ausência de liderança no País. E há uma fragilidade de poderes", falou.

Delgado falou ainda sobre as acusações de que recebeu dinheiro caixa 2 da empreiteira UTC. Em seminário sobre modernização das relações de trabalho promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham-BH), o político reafirmou que não recebeu o montante, que foi destinado à ao diretório mineiro de seu partido para a campanha eleitoral de candidatos na eleição passada.

"Eu não estou envolvido nessa história. No pinçamento para me jogar na vala comum, tentam me acusar. Nunca fui do governo, sempre fui de oposição. Como eu conseguiria serviço para alguém? O dinheiro não foi depositado na minha conta, foi na do partido. (...) Eu não seria louco de convocar alguém na CPI da Petrobras que poderia me acusar", desabafou, em participação no evento. Em delação premiada a investigadores da Operação Lava-Jato, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa teria entregado uma planilha à Procuradoria-Geral da República (PGR) com repasses de propina e caixa 2 que a UTC teria feito a campanhas e a políticos. Segundo a revista Veja, Delgado seria citado no documento como destinatário de R$ 150 mil.

Delgado reiterou que permanecerá na CPI até a ida de Pessoa no colegiado, que inclusive vai inquiri-lo e que pedirá licença da CPI para se defender e cumprir o que exigiu de outros citados na Operação Lava-Jato: a saída da comissão. Entretanto, confessou que, se o não-envolvimento dele for confirmado e ele se sentir confortável com todo o processo, ele pode voltar a continuar seu trabalho na comissão. "Não posso ser incoerente com os meus colegas parlamentares que estavam citados os quais pedi para se desligarem da CPI. Mas se nada se confirmar, vou continuar sim. Com a minha consciência tranquila, a qual já tenho", afirmou.

Eleições 2016

Sobre as movimentações do PSB-MG para as eleições de 2016, Delgado disse que não há nada definido. "Há uma insatisfação de alguns setores de como a forma como se deu a mudança aqui do partido em MG, mas estamos vendo ainda como vai ser o processo das eleições", disse, em relação à saída dele da presidência do diretório estadual e a entrada do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ele lembrou que há uma decisão da executiva nacional de que o partido tem que ter candidato próprio em municípios que mais de 100 mil eleitores, o que representa cerca de 40 cidades mineiras. "Não é porque das minhas querelas com o Marcio ou com qualquer que seja, vou deixar de atender o PSB-MG. Eu tenho um compromisso com o partido", ressaltou.

Questionado se há um interesse em se candidatar à prefeitura de Belo Horizonte, Delgado desconversou. "Eu me coloquei à disposição do partido nesse período todo, tenho esse compromisso. Se essa for a decisão do partido, estamos aí para cumprir missões partidárias", afirmou.

Estadão

Aprovação a Dilma cai no Nordeste após corte de recursos federais


A queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, região que lhe garantiu as maiores votações proporcionais nas eleições presidenciais, é um dos sinais mais eloquentes da crise política que atinge o PT e sua principal representante. Na Bahia por exemplo, reduto petista, onde a presidente obteve 70% dos votos em 2014 enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou com 30%, a rejeição à presidente cresce à medida que aumenta o desemprego.

Sob efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, do recuo nos investimentos do governo federal e de paralisia nos programas-vitrine do governo PT, como o Minha Casa Minha Vida, o Nordeste perdeu 152 mil vagas de emprego nos primeiros cinco meses do ano, a maior taxa de demissões de todas as regiões.

Na Bahia, foram fechadas 16.493 vagas a mais do que todas as contratações. Salvador é a região metropolitana com a maior taxa de desemprego, segundo o IBGE, 11,3%. A segunda maior, também está no Nordeste: Recife, com 8,5%. No País, o desemprego subiu para 6,7% em maio.

Segundo pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Região Nordeste, onde a petista tradicionalmente tinha seus melhores índices de aprovação, foi onde a popularidade da presidente mais caiu: de 18% em março para 13% em julho. No País, em média, a aprovação ficou em 9% (quando era de 12% em março) e a reprovação, em 68%.

O boom de empregos no Nordeste ocorreu no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), mas os nordestinos ainda tiveram um período próspero no primeiro governo de Dilma, entre 2011 e 2012, com incremento na renda. No início deste segundo mandato da presidente, porém, a região perdeu terreno, especialmente, em áreas intensivas em mão de obra, como a construção.

Grandes obras de infraestrutura, como a ferrovia Oeste-Leste, "joia" do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o estaleiro Enseada do Paraguaçu - sociedade de Odebrecht, OAS, UTC, empresas investigadas pela força-tarefa da Lava Jato, e o grupo japonês Kawasaki -, são responsáveis por boa parte das demissões. A ferrovia demitiu 4 mil trabalhadores e o estaleiro, mais de 5 mil operários.

Como consequência, corte de vagas em outros setores, como comércio e serviços. O desemprego atinge até mesmo o Polo Industrial de Camaçari. Inicialmente prevista para ser inaugurada este ano na área, a fábrica da JAC Motors, por enquanto, está só na promessa.

Logo após o 1.º turno da eleição do ano passado, Dilma viajou para a Bahia e subiu a escadaria da Basílica do Nosso Senhor do Bonfim para agradecer pela votação recebida - 2 milhões de votos a mais do que o adversário do PSDB. Ela chegou a se declarar "pardinha" e pediu uma vaga no Olodum, um dos mais tradicionais blocos afros de Salvador.

"A Bahia e o Nordeste todo ajudaram a empurrar o carro ladeira acima, mas a piloto nos jogou no precipício", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav), o deputado federal Bebeto Galvão (PSB). "A curva ascendente do emprego estava relacionada com os investimentos públicos federais. A crise é consequência do amadorismo com que a presidente conduziu a economia", critica.

Desde que o PT chegou ao Palácio do Planalto, a Bahia nunca tinha fechado mais vagas em maio do que aberto. Neste ano, a diferença ficou negativa em 7.419 postos de trabalho. Quase 60% deles na construção civil. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção na Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos, afirma que o setor vem demitindo pela redução drástica no número de lançamentos e pela paralisia no programa Minha Casa Minha Vida.

Na fase 1, ainda no governo Lula, foram 90 mil moradias construídas no Estado. Na fase 2, de Dilma, foram 60 mil. A fase 3 ainda é uma incógnita. As contratações para as famílias mais pobres, com subsídio de até 95% do imóvel, pararam. Os atrasos no pagamento das obras pelo governo federal complicaram a vida das empresas, que passaram a demitir os funcionários.

"As pessoas colocaram o pé no freio. Percebemos mudanças de consumo de marcas premium para intermediárias e dessas para populares", afirma João Cláudio Nunes, presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase) e do grupo Redemix. O segmento esperava crescer até 3% acima da inflação no início do ano; agora, a meta é fechar 2015 com 1% de expansão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.