O engenheiro Luiz Carlos Martins, ligado à Camargo Corrêa e delator da Operação Lava Jato, relatou compromisso de R$ 21 milhões em propina com PT e PMDB sobre as obras da Usina de Belo Monte. O engenheiro fechou delação premiada na Lava Jato em meados do ano passado e prestou novo depoimento em 30 de março deste ano. Martins afirmou ainda que cogitou comprar R$ 1 milhão em suco de fruta para maquiar suposta propina ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), nas obras da usina. No depoimento prestado à Polícia Federal, em Brasília, no fim de março, ele detalhou que a "operacionalização dos pagamentos" a Lobão e envolveu a empresa AP Energy Engenharia e Montagem LTDA. Lobão era então ministro de Minas e Energia.
O parlamentar explicou que a Uece é a sétima universidade do País em termos de qualidade e pesquisa, subindo para a primeira posição quando se considera apenas as regiões Norte e Nordeste.
De acordo com Capitão Wagner, o Governo do Estado deixou de executar cerca de R$ 17 milhões do orçamento previsto para a Universidade em 2015, enquanto em 2016 apenas 37% do orçamento foi executado. “São dados que comprovam o descaso do Governo com as universidades”, disse, lembrando que a instituição encontra-se em estado de greve e “ninguém ouve uma notícia sobre a situação no Parlamento”, pontuou.
Da mesma forma, o parlamentar informou que dos investimentos direcionados à Urca em 2015, apenas 35% foram executados.
Sobre a paralisação da Uece, Capitão Wagner apresentou a pauta dos grevistas e pontuou, entre as principais demandas, a nomeação de novos professores, a autorização para a reforma e ampliação da sede de Itapipoca, o reajuste salarial e a equiparação salarial dos professores substitutos com os efetivos.
Capitão Wagner afirmou que os grevistas querem “apenas que o governador honre seus compromissos”. Segundo ele, o que ocorre “é um discurso do Governo de que o Ceará não é uma ilha, e, portanto, não está fora da realidade de crise do País”. Ele questionou, ainda, que se a situação é a mesma no Ceará e em outros estados, “porque não tomamos as mesmas medidas que os outros estados para reduzir os custos e atender as demandas da população?”.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PSD) disse temer que todas as políticas aplicadas na área de educação “sejam apenas fumaça”. “Digo isso porque estamos vendo, por anos, investimentos em tecnologia e educação serem desviados de sua finalidade, e espero que não tenhamos que mostrar a população que isso continua acontecendo”, refletiu.
PE/CG