sábado, 2 de maio de 2015

A vida pelo Whatsapp

Há coisa de cinco anos li um texto que falava das maravilhas do indivíduo constantemente conectado. Descrevia uma cena em que, num escritório, de repente, um grupo, em silêncio, levantava e saía para almoçar. O feito era possível graças a mensagens entre seus integrantes, via terminais de computador.

De lá para cá, situações do tipo caducaram, de tão prosaicas. Antes, aquelas pessoas, pelo menos, dialogavam, efetivamente, quando sentavam à mesa. Eram momentos, geralmente, agradáveis, em que se percebia a vida para além do ambiente de deveres profissionais. Se o clima era mais festivo, ampliavam-se as possibilidades de interação interpessoal, sem a mediação de aparatos tecnológicos.

Atualmente, pessoas assim são uma espécie em extinção. O figurino atual manda o indivíduo não largar de seu dispositivo móvel. Onipresente, ele está em todos os quadrantes da vida, sempre a tiracolo e ao alcance da mão - quando não na própria mão. Resultado: aquela cena descontraída, de jogar conversa fora, está, aos poucos, desaparecendo.

Faça a experiência. Olhe para as mesas ao seu redor. Famílias, casais, amigos, quase todos estarão ligados na telinha, cabisbaixos, isolados do mundo real, dedilhando, lendo ou mostrando alguma coisa. O encontro vira um diálogo de mudos. Os invisíveis em reuniões de trabalho atravessaram a rua.

Não cabe aqui discutir a relevância do que transita entre os perfis ou grupos nas redes sociais ou programas de mensagens instantâneas. Particularmente, no Whatsapp, a mania da vez. Mas desconfio se tratar de algum tipo de modismo, dependência ou até mesmo carência. Sempre penso nisso quando vejo uma pessoa segurando um prato numa fila de self service com uma mão, enquanto tentava digitar alguma coisa com a outra.

Nada contra hábitos novos.Gosto mais do mundo atual do que quando se escrevia na pedra. Tenho meus apps, gadgets e widgets. Mas adoro a sensação de que eles não mandam em mim e de que a janela de minha vida mede mais do que sete polegadas.

Erivaldo Carvalho
erivaldo@opovo.com.br 
Jornalista do O POVO

Prefeita de Tauá assumirá a presidência do PSD do Ceará

A prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, vai assumir a presidência do Partido Social Democrático no Ceará. Durante almoço realizado nesta sexta-feira em seu município, ela, que dará adeus ao PMDB, aceitou o convite que lhe foi formulado pelo atual dirigente estadual, Almicyr Pinto.
Na próxima segunda-feira, Almicyr viajará para Brasília onde comunicará oficialmente a mudança ao presidente nacional do PSD, o ministro Gilberto Kassab. Almicyr assumirá como vice do partido no Estado.
Kassab deverá vir ao Ceará, ainda neste mês, em breve para o ato de posse da nova cúpula partidária.
DETALHE – O PSD cearense foi montado com respaldo do ex-governador Cid Gomes (Pros). Surgiu como sigla alternativa para abrigar aliados que, por motivos de problemas em suas bases, não puderam ingressar no Pros.
Blog do Eliomar

Lula é alvo de investigação do MPF por tráfico internacional de influência

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo de uma investigação aberta pelo Ministério Público Federal (MPF) como suspeito de tráfico internacional de influência, segundo a reportagem publicada pela revista Época, na noite desta quinta-feira. De acordo com o MPF, o petista teria recebido vantagens econômicas da construtora Odebrecht, entre os anos de 2011 a 2014, para ajudar a empreiteira a ganhar contratos em países da América Latina e da África. O dinheiro usado para financiar as obras no exterior vinha de empréstimos obtidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de acordo com a publicação.

A denúncia do MPF, segundo a publicação, aponta que, desde que deixou o poder, o ex-presidente viajou diversas vezes para destinos como Cuba, Gana, Angola e República Dominicana, sempre bancado pela construtora Odebrecht. Nessas viagens, normalmente para dar palestras e se encontrar com chefes de Estado, o pestista teria intermediado contratos de obras bilionárias de interesse da empresa brasileira. Segundo a revista, “o BNDES fechou o financiamento de ao menos US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira”.

Segundo a reportagem, o MPF relacionou as viagens de Lula ao fechamento de contratos. “A papelada e os depoimentos revelam contratos de obras suspeitas de superfaturamento bancadas pelo banco estatal brasileiro, pressões de embaixadores brasileiros para que o BNDES liberasse empréstimos – e, finalmente, uma sincronia entre as peregrinações de Lula e a formalização de liberações de empréstimos bilionários do banco estatal em favor do conglomerado baiano”, conforme a revista.

Entre as obras realizadas pela construtora no exterior, há projetos como modernização de portos, aeroporto, rodovias e aquedutos, todas realizadas com os empréstimos de baixo custo do banco brasileiro. A publicação traz ainda a informação de que só no ano passado, a empresa recebeu US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no exterior – 42% do total financiado pelo BNDES, segundo um estudo do Senado.

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