segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

80% das prefeituras do Ceará não irão pagar o 13º

O presidente da Associação dos Municípios do estado do Ceará (APRECE), Expedito José do Nascimento, disse que 80% dos municípios cearenses não conseguirão pagar o 13º de acordo com a data estabelecida. “Enquanto não for resolvida a questão política e, depois, financeira do país, a situação dos municípios é critica. O pior é que, como a situação lá em Brasília está difícil, você não tem ninguém para reclamar”.

Segundo Expedito, em novembro, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) - parte dos impostos recolhidos pela União destinados aos municípios - caiu 37,7% em relação ao ano passado. “Esta é maior taxa de todos os tempos. Com o difícil cenário politica e econômica que o País enfrenta, para o próximo ano, a expectativa é muito ruim. Acredito que será ainda pior do que 2015”.

A renda do brasileiro cai

A crise econômica afetou a renda do brasileiro e fez o país cair pela primeira vez desde 2010 no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Entre 2013 e 2014, o Brasil passou da posição 74 para a 75. A lista inclui 188 nações. O levantamento considera indicadores de saúde, educação e renda. A pesquisa não levou em consideração o agravamento dos índices econômicos neste ano.

A crise da segurança pública em Iguatu e região Centro-Sul

A região Centro Sul enfrenta atualmente diversas situações de violência e criminalidade. Diversos municípios travam uma luta com o Governo do Estado para assegurar melhores condições e estruturas para combater, ou pelo menos amenizar, a situação, reivindicando aumento do contingente policial, mais equipamentos e, em alguns, até a construção de cadeias públicas e delegacias regionais.

Em outros, é preciso implantar ou melhorar o serviço de policiamento civil, com a implantação de delegacias ou disponibilização de delegados e agentes civis. A população de diversos municípios está assustada com a retomada da onda de violência, devido à ação audaciosa de elementos que estão praticando furtos e assaltos a mão armada a estabelecimentos residenciais e comerciais, em plena luz do dia, além de arrombamentos a estabelecimentos públicos e praticando homicídios.

Em Catarina, o reduzido contingente policial reforça a situação de insegurança dos moradores. Pedro Roberto de Oliveira, morador do município, denuncia que a situação de insegurança é um fator preocupante que deixa a população intranquila.

 “Nós estamos aqui vivendo nosso dia a dia como reféns dos bandidos, temos medo até de ficarmos muito tempo na rua, não temos mais a tranquilidade de sentar na calçada de nossas casas porque tememos ser assaltados ou mortos. Eu já fui vítima de assalto a mão armada, levaram alguns bens que eu tinha. Os comerciantes então trabalham assustados, sempre que chega alguém de fora em nossa cidade, já tememos que possa ser assaltantes que venham promover arrastões, ou mesmo cometerem homicídios”, disse o popular.
Em Saboeiro também enfrenta um grande desafio: o uso e tráfico de drogas tomou conta da cidade, que, nos últimos dois anos, tem presenciado diversos crimes com requinte de crueldade.

Até menores de idade consomem drogas livremente nas ruas, e mesmo com ações intensas da Polícia Militar, a população enfrenta medo constante. A delegacia civil não possui delegado, nem funciona aos finais de semana, dias em que as ações delituosas se intensificam. Também são registrados em Saboeiro muitos assaltos, furtos e roubos.
O chefe do destacamento policial de Saboeiro, cabo Almeida, diz que precisa contar com a ajuda da população, que, por medo, se omite a fazer denúncias, e não colabora com a polícia.
Em Antonina do Norte sofre também com muitos assaltos, roubos e furtos. Um fato agravante é que o município não tem cadeia pública. Os detentos têm que ser levados para o presídio de Araripe, a uma distância de 170 quilômetros.
Em casos de flagrantes, os boletins de ocorrência têm que ser feitos em Iguatu. O contingente policial, portanto, é pequeno, e tem que se ausentar muito do município, deixando a população desassistida nesses períodos.
Aqui em Iguatu neste final de semana teve início uma rebelião dos presos na Delegacia Regional, após uma tentativa de fuga frustrada pelos inspetores, o delegado Jerffison Pereira falou sobre o caso e afirma que a situação está insustentável.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Projeto que destina multas de trânsito a hospitais públicos segue para o Plenário



Parte do dinheiro arrecadado com multas de trânsito poderá ser repassada para hospitais. A medida está prevista em Projeto de Lei (PL) 3920/08, do Senado, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. O projeto será analisado pelo Plenário da Casa. 

De acordo com a Agência Brasil, pelo texto, 15% da arrecadação devem ser repassados para as Santas Casas de Misericórdia e hospitais públicos credenciados pelo SUS, que façam atendimento de emergência às vítimas de acidentes de trânsito. Além disso, a receita arrecadada com o pagamento de fianças relativas a infrações de trânsito, quando não houver possibilidade de restituição ao infrator, serão integralmente destinadas ao Fundo Nacional de Saúde. 

O relator da proposta, deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB), destacou que os recursos são fundamentais, inclusive em repasses aos estados e municípios para investimentos no Samu e Corpos de Bombeiros. "Tenho absoluta certeza que esse percentual vai ajudar nos episódios que requerem um pronto atendimento, um atendimento feito por pessoas qualificadas, bem treinadas, bem aparelhadas; investimentos que vão salvar muitas", afirmou o relator. A votação não foi unânime na CCJ. O deputado Luiz Couto (PT-PB) foi um dos que votou contra o projeto. Ele explica que apoiava a proposta original, que destinava os recursos apenas para o resgate e salvamento de vítimas de trânsito. Segundo Luiz Couto, haverá esforço para rejeição da matéria quando o projeto for analisado em Plenário.

Michel Temer barra ação do Planalto no PMDB

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Estadão Conteúdo – Em uma ação para barrar a articulação do Planalto para tentar reconduzir Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara, o vice-presidente Michel Temer interveio ontem e determinou que todas as novas filiações de deputados deverão passar pela Executiva Nacional. A ala pró-impeachment do partido também se movimenta para precipitar o rompimento do PMDB com o governo.
Durante conversa na noite de quarta-feira (9) com a presidente Dilma Rousseff, o vice também pediu que a petista não interferisse na disputa interna da bancada, pois isso poderia aumentar a pressão para convocação antecipada da convenção nacional da sigla, que é presidida por Temer.
“O vice-presidente Temer já fechou o cerco e determinou que qualquer deputado que se filiar ao partido vai ter que passar pela aprovação da Executiva Nacional”, afirmou o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) ao jornal O Estado de S. Paulo O novo líder do PMDB disse que está acompanhando de perto a movimentação de Picciani para tentar conseguir maioria e voltar a ser líder do partido novamente. “Já fritei o peixe, agora estou vigiando o gato”, disse o parlamentar.
Picciani foi destituído do cargo anteontem, após um grupo de deputados do PMDB protocolar uma lista com 35 assinaturas pedindo a indicação de Quintão para a liderança. O movimento, avalizado por Temer, começou na última segunda-feira, após Picciani se recusar a indicar peemedebistas pró-impeachment para ajudar a compor as oito vagas a que o partido terá direito na Comissão Especial sobre o impedimento de Dilma.
Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ter a informação de que pelo menos 15 diretórios estaduais da legenda querem antecipar a convocação da convenção. Ou seja, mais da metade dos 27 existentes. Caso a articulação ganhe força, o desembarque do PMDB do governo pode ocorrer mais cedo do que espera o Planalto.
Cunha afirmou que o agravamento da crise política está provocando um movimento pela convocação extraordinária da convenção. “Está muita confusão dentro do PMDB. Certamente o PMDB vai querer discutir se continua ou não apoiando o governo”, disse. Para ele, a legenda está “em ebulição” e o partido rachado. O peemedebista afirmou que a convocação da convenção se dá ou pela Executiva Nacional ou por um terço dos diretórios regionais.
O presidente da Câmara condenou a movimentação da bancada do PMDB do Rio e do Planalto para fazer com que deputados licenciados reassumam o mandato ou para que parlamentares de outras siglas mudem para o PMDB, para restituir Picciani à liderança da legenda na Casa.
Contraponto
Para se contrapor à ala do PMDB mais favorável ao impeachment, o governo aposta no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em jantar oferecido pelo líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), na noite de anteontem, Renan defendeu a permanência de Dilma no cargo. Em conversas reservadas, ele reconheceu o momento de “fragilidade” por que passa a presidente Mas não deu mostras de apoiar, ao menos por ora, a assunção de Temer ao Palácio do Planalto. “Melhor segurar ela”, disse ele, segundo relato obtido pela reportagem.
Desafetos históricos no partido, Temer e Renan sempre disputaram espaço na cúpula do PMDB. Em uma das conversas, próximo ao fim do encontro que terminou na madrugada de ontem, o presidente do Senado chegou a mencionar, em tom de reprovação, a proximidade entre Temer e Cunha, responsável por admitir a abertura do impeachment na semana passada e que ontem conseguiu, pela sétima vez, conseguiu adiar a abertura do processo de que pode levá-lo a ter o mandato cassado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PF prende uma pessoa no Ceará por desvios na transposição do São Francisco

Quatro pessoas nos estados do Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal foram presas, nesta sexta­ feira (11), pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Vidas Secas ­ Sinha Vitória, que investiga desvios de R$ 200 milhões em obras da transposição do Rio São Francisco. 

A PF, no entanto, não divulgou ainda detalhes da prisão, como o nome dos detidos. Cerca de 150 policiais federais cumpriram 32 mandados, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão nos Estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e em Brasília. 

As investigações apontam que empresários do consórcio formado por OAS, Galvão, Barbosa Melo e Coesa Engenharia utilizaram empresas de fachada, dentre elas as do doleiro Alberto Youssef e do lobista Adir Assad, ambos presos na Lava ­Jato e condenados por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, para desviar recursos que deveriam ser destinados à transposição, uma das maiores obras executadas pelo governo federal.

Estado Islâmico fatura e muito por mês

O Estado Islâmico comercializa cerca de 40 milhões de dólares de petróleo por mês, segundo um cálculo divulgado pelo governo dos Estados Unidos. Uma autoridade do Tesouro americano também garantiu que um grande volume desse petróleo é negociado com o presidente da Síria, Bashar Al-Assad. Outra parte do produto chega a cruzar a fronteira em direção à Turquia.    

TSE garante votação eletrônica nas eleições de 2016

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou nesta quinta-feira, 10, que as eleições municipais do ano que vem serão feitas com urnas eletrônicas.
Segundo o tribunal, após o Congresso aprovar o projeto de lei que mudou a meta fiscal de 2015, o Ministério do Planejamento fez uma nova estimativa de receitas que garantem a votação por meio eletrônico.
Com a nova meta, a Justiça Eleitoral terá R$ 267 milhões garantidos. A equipe econômica manteve corte de R$ 161 milhões.

No dia 3 de novembro, o tribunal informou que não teria recursos para custear a eleição com urnas eletrônicas, devido ao contingenciamento de R$ 428 milhões do orçamento da Justiça Eleitoral para aguardar a decisão que mudaria a meta fiscal. Dessa forma, os eleitores brasileiros voltariam a escolher seus representantes pelo voto de papel.

Leonardo Araújo critica PEC que reorganiza previdência dos servidores

O deputado Leonardo Araújo (PMDB) criticou, no primeiro expediente da sessão plenária desta quinta-feira (10/12), na Assembleia Legislativa, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 7.909, que reorganiza o texto da Constituição Estadual na parte que trata da previdência dos servidores públicos e militares estaduais.
O parlamentar considerou a proposta “perversa” para os trabalhadores do Ceará. “Na véspera do Natal, o Governo do Estado manda para os trabalhadores que buscam estabilidade um presente amargo e traiçoeiro”, apontou.
Segundo o deputado, a PEC, entre outras definições, impede as viúvas de policiais de receberem pensão. “A tentativa é de punir os trabalhadores. Isso não é justo. Devemos cuidar dos servidores, principalmente, dos aposentados”, assinalou.
Leonardo Araújo ressaltou que o Brasil é visto mundialmente como o País da corrupção. “A proposta é para o povo pagar a conta do Governo. Só vejo projetos chegando a esta Casa para punir os trabalhadores. Não vejo projetos de melhorias na saúde, educação e segurança. O Governo do Estado segue os mesmos passos traiçoeiros do Governo Federal”, frisou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) classificou a PEC de perversa. “Jamais poderia me posicionar contra as viúvas e os órfãos. Atitudes assim envergonham o Estado”, pontuou.
O deputado Capitão Wagner (PR) destacou que não é justo penalizar uma viúva porque seu cônjuge morreu. “Se um policial perde sua vida a serviço do Estado, a sua esposa fica com pensão apenas por quatro meses. Isso é absurdo. O Governo precisa ter responsabilidade”, salientou.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) também se posicionou contra a PEC. “Temos que ter consciência. Não podemos aprovar algo que vai prejudicar os cidadãos”, afirmou.
O deputado Agenor Neto (PMDB) criticou as mensagens que tramitam em regime de urgência. “Essa PEC está tramitando em urgência. Isso não nos dá nem a oportunidade de estudar a proposta”, disse.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) frisou que a proposta não tem nada de positivo. “Tudo o que essa PEC representa é maldade para os trabalhadores”, disse.
GM/CG

PF faz operação contra suspeitos de superfaturar as obras de transposição do Rio São Francisco

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (11) a Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória, que investiga o superfaturamento de obras de engenharia executadas por empresas em dois dos 14 lotes da transposição do Rio São Francisco. Empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas.
Os valores eram destinados à transposição do rio, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões.
Segundo a PF, as investigações apontaram que algumas empresas ligadas à organização criminosa estariam em nome de um doleiro e também envolvem um lobista, ambos investigados na Operação Lava Jato.
Estão sendo cumpridos 32 mandados judicias, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão, em Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio grande do Sul, Bahia e Brasília. Cerca de 150 policiais federais participam da operação.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.
A PF explicou que o nome da operação, Sinhá Vitória, representa a mulher do sertão, que não se rende à miséria. Uma personagem descrita no livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, como uma mulher forte, que fazia as contas do pagamento recebido do dono da fazenda onde trabalhavam sempre chegando à conclusão de que eram roubados.

EBC

Alagoas e Piauí decretam estado de emergência devido ao Aedes aegypti

Subiu para seis o número de estados no Nordeste em situação de emergência por causa do Aedes aegypti. Os últimos dois decretos foram anunciados pelos governos de Alagoas e Piauí. A região sofre com um surto de microcefalia, que tem ligação com o zika vírus, transmitido pelo mesmo mosquito da dengue. A má-formação cerebral pode gerar problemas no desenvolvimento da criança.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Pedaladas de Dilma bancaram mais empresários do que programas sociais afirma o site Contas Abertas

A presidente Dilma Rousseff voltou a defender as chamadas pedaladas fiscais como necessárias para o pagamento de programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida. No entanto, como o Contas Abertas já divulgou, a maior parcela dos recursos oriundos das manobras foi destinada ao subsídio para as grandes empresas, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, e empréstimos para empresas do agronegócio, por meio do Banco do Brasil. O versão de Dilma já havia sido usada pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. 

A nova defesa aconteceu em discurso durante a entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida. A presidente afirmou que uma das razões para estar sendo julgada é porque “eles acham” que parte dos recursos não deveria ser usada para o programa. “É o que eles chamam de ‘pedaladas fiscais’. O governo federal é dono da Caixa Econômica Federal. Quando o governo federal passa o dinheiro para a Caixa, a Caixa paga a empresa e, através da escolha pública, o apartamento vai para vocês. Não há nesse processo nenhum desvio, não é essa a questão que levantam contra nós”, declara Dilma Rousseff, presidente da República.


De acordo com o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) a “omissão dos passivos da União decorrentes de atrasos nos repasses de recursos federais impactaram as contas da dívida pública em cerca de R$ 40 bilhões no exercício de 2014”. O TCU apontou que o Bacen não computou, no cálculo da Dívida Líquida do Setor Público, passivos da União junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 

Do total de “pedaladas”, R$ 12,16 bilhões são referentes ao montante da equalização de taxa de juros devido pela União ao BNDES no âmbito do PSI. O programa foi criado para estimular a produção, aquisição e exportação de bens de capital e a inovação. O grande empresariado não só gostou, como fez fila para pegar recursos do PSI. No entanto, o programa gerou essa dívida de R$ 24,5 bilhões acumulada com o BNDES, mas o custo não é só esse. 

O PSI é realizado com taxa supersubsidiada, porém todos os empréstimos do BNDES são com taxas mais baixas do que as que o Tesouro paga. Já os valores devidos pela União ao Banco do Brasil relativos aos itens “Tesouro Nacional – Equalização de Taxas – Safra Agrícola” e “Título e Créditos a Receber – Tesouro Nacional”, inscritos na contabilidade da instituição financeira. Conforme demonstra o TCU, ao final de junho de 2014, os saldos a pagar referentes às subvenções agrícolas e às demais subvenções alcançavam, respectivamente, as expressivas montas de R$ 7,95 bilhões e R$ 1,80 bilhão. Juntos, o Banco do Brasil e o BNDES somaram omissão de registro de passivos da União na ordem de R$ 21,9 bilhões, o que representa cerca de 54,4% do total de R$ 40 bilhões das “pedaladas fiscais”. 

Quanto ao FGTS, que tem como agente operador a Caixa Econômica Federal, além do saldo relativo a adiantamentos efetuados pelo FGTS à União no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, foram identificados dois outros créditos junto à União. Um deles, com saldo de R$ 638,4 milhões ao final em setembro de 2014, representa valores relacionados à Resolução do Conselho Curador do FGTS 574/2004. 

O outro, com saldo de R$ 10,05 bilhões, é decorrente da arrecadação da contribuição social de que trata a Lei Complementar 110/2001. A Lei Complementar n° 110/2001 autorizou a CAIXA a realizar créditos nas contas vinculadas do FGTS, referentes ao complemento de atualização monetária da aplicação dos percentuais de 16,64% do Plano Verão (janeiro de 1989) e 44,8% do Plano Collor I (abril de 1990). “Vê-se, portanto, que, por parte do governo federal, restou prejudicada a ação planejada e transparente propugnada na LRF, uma vez que não foram prevenidos os riscos, tampouco corrigidos os desvios que ocasionaram o “desequilíbrio” das contas públicas da União em cerca de R$ 40 bilhões no exercício de 2014, tendo sido geradas e omitidas dívidas em desobediência às condições impostas pela mesma LRF, desrespeitando-se, pois, o princípio constitucional da legalidade, bem como os pressupostos do planejamento, da transparência e da gestão fiscal responsável”, aponta o Tribunal. 

Entre as razões pelas quais esses passivos devem ser registrados na DLSP, o Tribunal menciona a existência de financiamento concedido à União, os montantes já são devidos pela União e os valores estão registrados nos ativos do Banco do Brasil, do BNDES e do FGTS. Dessa forma, o discurso de Dilma, que já foi proferido pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e tenta justificar o fato de o governo ter desrespeitado a Lei de Responsabilidade Fiscal, com o argumento de que o fizeram para atender aos mais pobres, é falho. Das pedaladas de R$ 40 bilhões, apenas R$ 6 bilhões foram de atrasos à Caixa Econômica para o pagamento de programas como Bolsa Família.

Contas Abertas