segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Erro no projeto do avião pode ter causado o acidente de Eduardo Campos

A poucos dias de completar um ano do acidente aéreo que vitimou o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas, as investigações sobre a causa caminham para erro de projeto do modelo da aeronave Cessna. À Folha de Pernambuco, o irmão do ex-governador, o advogado Antônio Campos, revelou que há procedimentos em curso para uma ação contra a Cessna, pois a empresa já teria sido notificada pelas famílias do piloto e co-piloto, embora os advogados deles se neguem a comentar o assunto, bem como seus familiares. Há suspeitas de erro de projeto no modelo Cessna Citation, que em determinadas circunstâncias teria apresentado problemas em mais de uma situação, como descreve Antonio Campos na entrevista que pode ser lida na edição desta segunda-feira (3) da Folha.
O advogado Josemeyr Oliveira, representante das famílias de Marcos Martins e Geraldo Magela, respectivamente piloto e co-piloto da aeronave, afirmou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) estão abrindo novas investigações sobre o equipamento do avião. Ainda segundo o advogado, os familiares aguardamos resultados.
Os parentes contrataram um perito para cuidar dos levantamentos do projeto da aeronave, a fim de verificar possíveis falhas. No entanto, o representante não quis tratar sobre a possibilidade de um processo contra a fabricante ou sobre as investigações. Oliveira é membro da Academia Brasileira de Direito Aeronáutico e já trabalhou em casos envolvendo acidentes com aeronaves da TAM e da Airfrance.
Antônio acredita que a causa do acidente que vitimou seu irmão foi um erro no projeto do estabilizador horizontal do avião. A falha teria colocado a aeronave em posição Nose Down (nariz para baixo), o que a teria feito se auto-comandar, levando-o a “mergulhar” bruscamente. O advogado relata que há precedentes de problemas idênticos em outras aeronaves da Cessna.
Segundo matérias publicadas na imprensa nacional, na época da tragédia, o risco da manobra é citado no manual do Cesnna Citation 560 XL. Nas instruções, haveria um alerta para a possibilidade de a aeronave ser puxada para baixo quando os flaps (dispositivo para dar sustentação ao avião em baixas altitudes) forem recolhidos em alta velocidade. O relatório da Força Aérea Brasileira sobre o acidente que vitimou Campos confirmou que a aeronave estava como trem de pouso e os flaps recolhidos no momento do acidente. Com o intuito de evitar a falha, a Cessna teria criado um dispositivo para impedir que o nariz do avião seja jogado para o solo quando estiver em velocidade alta.
Procurada pela reportagem, a Cessna Aircraft Company afirmou que trabalha junto às autoridades governamentais de aviação responsáveis por investigações relacionadas ao acidente e não comenta as investigações em andamento.Além de Campos, do piloto e do co-piloto, morreram no acidente os fotógrafos Alexandre Severo e Marcelo Lyra, o jornalista Carlos Percol e o assessor Pedro Valadares.
Folha de Pernambuco

Quadrilha explode agência bancária em município de São Luis do Curu

Menos de uma semana após o ataque à agência do Banco do Brasil em Jaguaretama, cidade que fica a 240 km de Fortaleza, agora foi a vez de bandidos atacarem e explodirem a sede do banco no município de São Luis do Curu, localizado a 84 km da capital cearense.
Leia a reportagem completa clicando aqui

Conheça os apelidos de quem era investigado na "Operação Lava Jato"

Desde o início das investigações sobre o maior esquema de corrupção no País, o Ministério Público e a Polícia Federal tentam desvendar não apenas o caminho percorrido pelo dinheiro desviado da Petrobras como o codinome adotado por envolvidos nas irregularidades na empresa. O objetivo era dificultar ao máximo a identificação dos personagens da trama. A estratégia foi incorporada por doleiros, operadores, executivos das grandes empreiteiras e da Petrobras, além dos próprios políticos.
Segundo relatórios de inteligência, os integrantes do esquema do petrolão tinham cautela, “no sentido de não mencionar expressamente nomes e assuntos tratados, optando pela utilização de apelidos e siglas”. Considerado umas das principais peças do escândalo, o doleiro Alberto Youssef, que virou delator, era conhecido no mundo político e entre empreiteiros como “primo”. Essa era a senha utilizada por seus operadores na entrega de dinheiro a políticos.
Braço direito de Yousseff, Rafael Angulo Lopes era chamado e se identificava em suas missões como “véio”. Segundo revelou aos investigadores, o apelido foi escolhido pelo doleiro, por ser seu funcionário mais antigo. Angulo contou ainda que o colega João Procópio Junqueira Prado, outro servidor apontado como operador, era Vô ou JP.
Youssef, que quase brigou com políticos e operadores pela distribuição de suposta propina, ainda era tratado nas planilhas de Angulo como BBB. O auxiliar teria repassado aos investigadores uma “agenda BBB” detalhando movimentações do chefe.
A escolha de siglas, no entanto, não era apenas uma referência a iniciais de nomes envolvidos: o grupo de Youssef decidiu batizar os políticos de “bandidos” e registrou em planilhas e na contabilidade os pagamentos feitos com a denominação “band”, seguida das iniciais dos políticos beneficiados. Assim, “band JP” era uma referência a pagamentos para o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC). “Band MN” indicava como destinatário o ex-ministro Mario Negromonte. Os dois são alvos do Ministério Público e da PF.
Inocentado por falta de provas da acusação de pertencer à organização criminosa e praticar lavagem de dinheiro, Adarico Negromonte -irmão do ex-ministro- era tratado como “olheiro”. Funcionário de Youssef, ele era considerado internamente como um “espião” do irmão. Segundo relatos, o salário de Adarico seria, inclusive, rachado entre o ex-ministro de Dilma Rousseff e o doleiro.
Ex-assessor do PP e apontado como um dos principais arrecadadores do partido, João Claudio Genu recebeu um apelido específico: o gosto por carros da Mercedes-Benz rendeu a ele o codinome “Seu Mercedão”. Segundo delatores, ele também era identificado como João, Gordo ou Ronaldo na planilhas do esquema de corrupção.
Brahma
O uso de referências também foi um recurso adotado por executivos de empreiteiras e da Petrobras. O ex-presidente Lula era o “Brahma”, para diretores da OAS. Na Petrobras, a escolha era feita em tom de deboche.
Renato Duque, ex-diretor da estatal, era chamado de My Way por Pedro Barusco, em homenagem à canção consagrada na voz de Sinatra. Barusco, ex-gerente da estatal, ficou conhecido como Sabrina, nome de uma ex-namorada.
Outra figura feminina escolhida foi a de Angelina Jolie -o nome da atriz era utilizado pela doleira Nelma Kodama em mensagens de e-mail. A proximidade com Yousseff rendeu um tratamento “carinhoso” ao ex-deputado Luiz Argôlo, que era chamado de “bebê Johnson”.
Apesar da lista extensa de apelidos identificados após mais de 500 dias da Lava Jato, os investigadores ainda tentam desvendar alguns codinomes, especialmente de emissários de propina.
Do Folhapress

Polícia Federal prende José Dirceu

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso em casa, em Brasília, e levado para a Superintendência da PF (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é um dos alvos da nova fase da Operação Lava Jato, que acontece na manhã desta segunda-feira (03) em Brasília e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo advogado do ex-ministro, Roberto Podval.
Os policiais discutem com os advogados se Dirceu pode ou não ser levado a uma detenção já que ele se encontra em prisão domiciliar, cumprindo pena por causa do processo do mensalão.
Seria necessário que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizasse a remoção.

O ex-ministro foi citado pelo ex-executivo da Toyo Setal Julio Camargo durante depoimento dele à Justiça Federal do Paraná. Camargo afirmou que entregou R$ 4 milhões em dinheiro vivo a Dirceu a pedido do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, presos em Curitiba (PR).
O advogado Roberto Podval, que defende Dirceu, negou que ele tenha recebido propina e disse que o delator não falou a verdade. O depoimento de Camargo complicou a situação de Dirceu, que é alvo de um inquérito da Lava Jato por causa dos pagamentos que recebeu de empreiteiras que tinham negócios com a Petrobras.
Camargo colabora com as investigações sobre corrupção na Petrobras desde dezembro do ano passado e já prestou vários depoimentos às autoridades, mas esta é a primeira vez em que falou no assunto.
Nova fase
Ao menos 200 policiais federais cumprem 40 mandados judiciais, sendo 26 de busca e apreensão, 3 de prisão preventiva, 5 de prisão temporária e 6 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente). Entre os crimes investigados estão: corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Essa é a 17ª fase da Lava Jato, denominada de Pixuleco, em alusão ao termo utilizado para designar propina. O foco principal desta fase são os beneficiários de pagamento de propinas envolvendo contratos com o Poder Público, incluindo beneficiários finais e "laranjas" utilizados nas transações. Também foram decretados ainda sequestro de imóveis e bloqueio de ativos financeiros.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal.
Folhapress

domingo, 2 de agosto de 2015

Ceará já tem mais casos de dengue que todo o ano 2014

O Ceará registrou nos sete primeiros meses de 2015 mais que o dobro de casos de dengue que os confirmados em todo o ano de 2014. Os dados da última semana epidemiológica, divulgados ontem em boletim pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), indicam que o Ceará confirmou 37.601 casos de dengue. O número já representa aumento de 106% em relação aos 12 meses do ano anterior, que foi de 18.243 casos. Somente em Fortaleza estão concentrados 50,5% (18.955) dos casos de todo o Estado em 2015.
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O boletim aponta o registro de 613 casos graves da doença no Estado, sendo que 34 evoluíram para óbitos – 14 deles na Capital. Outras 37 mortes ainda estão sendo investigadas. Ao contrário de 2014, em que três sorotipos da enfermidade circulavam, em 2015 o sorotipo 1 (Denv1) é responsável por 97,6% do casos. Esta é uma das explicações dadas pelo técnico da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, Osmar do Nascimento, para o elevado número de casos este ano.
No Estado, o titular da Sesa, Henrique Javi, adianta que já começa a planejar as ações para 2016. “Neste segundo semestre, vamos destacar as melhores práticas – porque nós tivemos municípios com índices zero de dengue – para difundí-las nos demais municípios. Nossa equipe está toda voltada para garantir que teremos melhores resultados que 2015”, garante.
(O POVO Online)

Remédio que evita infecção por HIV pode ser distribuído gratuitamente em 2016



A partir de 2016, o Truvada, medicamento de uso contínuo que praticamente elimina o risco de contaminação pelo vírus HIV durante sexo sem camisinha, pode entrar para a lista de remédios distribuídos gratuitamente pelo SUS. A droga já foi aprovada pela Anvisa, mas ainda não está à venda no Brasil. O Ministério da Saúde estuda a aceitabilidade dos usuários e do funcionamento no SUS para incorporar o medicamento na política pública nacional, o que ainda não é feito por nenhum país do mundo, embora haja países que vendam o Truvada regularmente, como é o caso dos Estados Unidos, Tailândia e Malásia. Quando tomado diariamente, o Truvada, ou Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), pode zerar o risco de contágio mesmo durante sexo sem camisinha com um soropositivo. O remédio bloqueia a possibilidade de que o vírus ultrapasse as membranas celulares do organismo, se reproduza e atinja a corrente sanguínea do paciente.

Farc quer encontro com o Papa Francisco



A equipe responsável pela negociação das Farc informou, neste domingo (2), que deseja uma reunião com o papa Francisco durante sua visita a Cuba, marcada para setembro. Há dois anos, o país caribenho é palco das conversas de paz entre o governo da Colômbia e a guerrilha. "Gostaríamos muito, seria algo extraordinário", afirmou à imprensa o chefe-negociador e número 2 da guerrilha, Ivan Márquez, no fechamento de um novo ciclo dos diálogos de paz em Havana. "Imaginemos o impacto que tem um apoio como o do papa Francisco a esse esforço coletivo que todos nós colombianos estamos fazendo para conseguir finalmente nossa reconciliação depois de décadas de confronto", acrescentou. Mesmo assim, Márquez assumiu que não houve nenhum tipo de contato com o pontífice e explicou que, por enquanto, o encontro é apenas “uma aspiração”. O papa Francisco deve visitar a ilha cubana entre 19 e 22 de setembro, antes de seguir viagem para os EUA.

Petrobras já deve R$ 10Bi ao Bradesco



Às vésperas de estourar a Operação Lava Jato, um empréstimo de R$ 4 bilhões foi viabilizado pelo Bradesco para financiar as obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no Rio. O financiamento marcou o ritmo exponencial com o qual o banco passou a ficar exposto ao risco Petrobras. Em menos de dois anos, foi um salto de 12.250%, saindo de R$ 85 milhões, em setembro de 2013, para R$ 10,5 bilhões, em junho deste ano. O último balanço do Bradesco, divulgado na semana passada, já traz contabilizado o mais recente empréstimo dado pelo banco à estatal. Foram cerca de R$ 3 bilhões, uma operação com alguma polêmica, uma vez que a decisão do empréstimo foi tomada antes da publicação do balanço anual da Petrobras. Havia sérias dúvidas se a empresa conseguiria cumprir o prazo para fazer a publicação, com a chancela de uma auditoria independente e, assim, colocar em ordem sua contabilidade. Se a Petrobras não cumprisse o prazo, seus credores poderiam exigir que US$50 bilhões em dívidas fossem pagos imediatamente, o que seria inviável para a empresa e deixaria o Bradesco, a Caixa e o Banco do Brasil - que deram empréstimos à estatal às vésperas da publicação do balanço - em má situação. O empréstimo dos três bancos, no valor total de R$ 9,5 bilhões, está sendo contabilizado agora. Mas apenas o Bradesco divulgou seus números referentes ao segundo trimestre. Isso significa que Caixa e BB também terão suas contas relativas à Petrobras infladas quando divulgarem seus balanços. Os bancos e a Petrobras não quiseram comentar o assunto.

Semana começa com pautas carregadas no Congresso



Em meio a uma pauta carregada de temas importantes, deputados e senadores retomam as atividades nesta segunda-feira (3). Entre os desafios está destravar a pauta do Congresso Nacional. Desde 11 março até o início do recesso branco, em 18 de julho, por falta de quórum, todas as sessões conjuntas da Câmara de Deputados e do Senado terminaram sem deliberação sobre os vetos da presidenta Dilma Rousseff a propostas aprovadas pelo Legislativo. Entre os 22 vetos totais ou parciais pendentes de votação estão o que trata do sigilo das operações financeiras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES e de suas subsidiárias, das regras para a fusão de partidos, o da regulamentação dos direitos dos empregados domésticos e o que flexibiliza o fator previdenciário – para evitar mais gastos, o governo considera imprescindível que os vetos sejam mantidos. Segundo a Agência Brasil, só depois de limpar essa pauta será possível votar outros projetos de lei sobre temas orçamentários que já estão prontos para análise no plenário do Congresso.

Dilma diz que pediu colaboração a governadores para país voltar a crescer

Da ABr  – Três dias depois de se reunir com governadores de todos os estados do país, a presidenta Dilma Rousseff avaliou neste domingo (2) o encontro, destacou que, assim com ela, os representantes dos estados foram eleitos democraticamente para mandatos de quatro anos e defendeu a necessidade de colaboração entre o governo federal e os estados para o país voltar a crescer.
“Gostei muito da reunião com os governadores. Apresentaram posições, sugestões e encaminhamentos importantes para o País. Nós temos em comum a eleição pelo voto popular majoritário e a responsabilidade de cumprir, no mandato de quatro anos, nosso programa de governo”, escreveu Dilma em sua conta na rede social.
É a primeira avaliação da presidenta sobre o encontro com os governadores, na última quinta-feira (30), no Palácio da Alvorada. Na reunião, Dilma explicou aos governadores as causas da queda da arrecadação e propôs aos estados uma parceria para enfrentar problemas e superar crise.
Em resposta, os governadores comprometeram-se a ajudar o governo a evitar a aprovação de projetos da chamada pauta-bomba, em tramitação no Congresso Nacional que, segundo o Executivo, podem gerar gastos adicionais, comprometendo o ajuste fiscal.
“É nossa obrigação, mesmo com as diferenças partidárias, dialogar para que o país saia com rapidez de suas dificuldades. Para que volte a crescer, com equilíbrio fiscal, inflação sob controle, gerando empregos e prosperidade para os cidadãos e suas famílias”, avaliou Dilma, pelo Twitter.

Governo brasileiro trabalha proposta para reduzir efeito estufa

Da ABr – O governo brasileiro está trabalhando na elaboração do projeto que será encaminhado ao secretariado da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21) até o dia 1º de outubro.
A data foi definida como prazo final para a apresentação das propostas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) pelos países que fazem parte da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Esses gases são considerados a principal causa do aquecimento global. A COP21 ocorrerá em Paris, França, entre 30 de novembro e 11 de dezembro deste ano.
O diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adriano Santiago, disse que, embora houvesse uma chamada para que os países que tivessem condições encaminhassem seus relatórios até o primeiro trimestre deste ano, o Brasil mantém o prazo de 1º de outubro “para trabalhar com calma e apresentar números realmente consistentes”.
Santiago lembrou que na Conferência de Varsóvia, em 2013, o governo brasileiro sugeriu que a formulação da contribuição nacional fosse aberta também à consulta da sociedade. No ano passado, sob a coordenação do Itamaraty, foi iniciada uma série de consultas eletrônicas e presenciais que resultou no fechamento de um relatório, em abril deste ano, tornado público desde então na página do Itamaraty.
A pedido da presidenta Dilma Rousseff, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, fez consultas adicionais a atores importantes da sociedade civil, englobando academia, setor privado e outros ministérios, visando obter contribuições à proposta que será levada pelo Brasil à COP21.
“Isso tudo para poder apresentar uma proposta que seja robusta”, apontou o diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do MMA. Ele salientou que o pedido é para que se tenha algo ambicioso e justo, que proteja os interesses nacionais, interesses sociais e econômicos, geração de emprego e desenvolvimento tecnológico. “A gente está falando de uma necessidade de desenvolvimento, por isso a cautela de fazer toda essa consulta para poder apresentar algo forte e sem pressa”, enfatizou.
Recomendações
O relatório poderá ainda incluir sugestões. Pretende-se, ainda, que se reconheça o que o Brasil já fez nessa área de mudança do clima, acrescentou Santiago. “O esforço do Brasil até o momento é muito forte, principalmente na redução do desmatamento na Amazônia. Com essas ações, nós conseguimos atingir uma redução de emissões de gases de efeito estufa entre 2005 e 2012 da ordem de 41%”, lembrou.
Isso significou sair de cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente para 1,2 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. “Não houve, no mundo, país que tenha feito tamanha redução”. Nos Estados Unidos, a redução alcançou 10%.
Adriano Santiago ressaltou também que algumas mensagens do governo brasileiro já aparecem na declaração conjunta Brasil/Estados Unidos feita durante visita da presidenta da República àquele país em junho passado. O Brasil se comprometeu a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares, o que equivaleria a quase o território da Inglaterra. Outro compromisso é com o desmatamento ilegal zero até 2030.
Na área de energia, a meta é promover a participação de fontes de energia renováveis entre 28% e 33% na matriz energética. O recurso hidrelétrico não foi incluído nessa conta. Para a matriz elétrica, os dois países se comprometeram a chegar a 2030 com 20% de recursos renováveis, também além de recursos hidrelétricos.
Para os Estados Unidos, isso vai significar triplicar a participação dessas fontes na matriz elétrica, enquanto o Brasil duplicaria. “Esse é um desafio forte. Foi uma ação ambiciosa colocada e, certamente, fará parte da contribuição brasileira (à COP21)”. Segundo Santiago, os compromissos constantes na declaração conjunta com os Estados Unidos “formam a base para a declaração maior (do Brasil à COP21), sim”. Outros números serão anunciados posteriormente pelo governo brasileiro.
O diretor do MMA assegurou que o Brasil prioriza os investimentos em fontes renováveis. Disse que hoje, essas fontes limpas têm 40% de participação na matriz e, mesmo assim, o país está se comprometendo a expandir essas energias. Observou que o leilão de energia previsto para ocorrer em novembro próximo envolve propostas que somam 39 gigawatts (GW) de capacidade instalada, sendo 21 GW de energia solar fotovoltaica e 18 GW de energia eólica.
“É um recorde para esse tipo de fontes renováveis em um leilão de energia”. Informou que em comparação ao leilão que ocorrerá em agosto, houve incremento de cerca de 70% de propostas de energia solar fotovoltaica e de quase 70% de capacidade instalada desses projetos. “Mostra que país tem um grande interesse em investir nessas energias, sim, ainda que a gente já conte com uma participação importante de renováveis, tanto na matriz energética, como na matriz elétrica”, manifestou Santiago. O esforço, insistiu, é forte para o país continuar investindo em renováveis.

sábado, 1 de agosto de 2015

Governo do Ceará reduz o número de professores nas escolas

O segundo semestre escolar começará com menos professores na rede estadual de ensino. A Secretaria da Educação (Seduc) determinou às escolas que haja redução imediata do número de contratos temporários de docentes nos laboratórios de Ciências e Informática, no Serviço de Assessoramento Pedagógico e no Programa Mais Educação. A medida, conforme O POVO apurou, é justificada pela pasta como indicação de órgãos de controle social e de gestão da administração pública. Outras ações do tipo poderão ser executadas em 2016.

"O universo do apoio pedagógico é complementar à sala de aula. Quando se retira professores da biblioteca, deixa-se de fortalecer a prática da leitura. No laboratório de informática, se enfraquece um dos principais pilares de aprendizagem do século. O campo do estudante pode se restringir a quatro paredes", avaliou o diretor de uma das escolas estaduais do Estado, que preferiu não se identificar. Para ele, a redução de contratos temporários demonstra a deficiência financeira do Governo. "Em julho, o governador anunciou o reajuste salarial equivalente ao piso. Mas agora demonstra que não tinha capacidade financeira", avaliou o professor.

Conforme O POVO apurou, a Seduc identificou que o Sistema Integrado de Gestão Escolar (Sige) do Estado possui uma grande proporção de carga horária fora da regência, ou seja, fora da sala de aula. Foram registradas 227 mil horas semanais (equivalente a 5.675 contratos temporários de 40 horas) e, destas, 104 mil horas estão vinculadas a professores de contrato temporário. As outras 123 mil horas são de professores efetivos que estão em atividades fora de sala de aula, o que impacta na necessidade de contratação.


O POVO solicitou à Seduc a quantidade de professores demitidos e a razão da medida. Através de nota, a secretaria afirmou que está fazendo "um ajuste de lotação" junto às Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação (Credes) e Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor) e esclareceu que a ação não afeta a regência de sala de aula e os serviços de apoio pedagógico existentes. "No momento, cada Crede/Sefor faz um estudo de sua realidade para redimensionamento da lotação", cita a nota.

O presidente do Sindicato dos Professores e Servidores do Ceará (Apeoc), Anízio Melo, afirmou que, desde o início do ano, a categoria sabia sobre uma redução de 20% no custeio da Educação. Conforme ele, o sindicato ainda está mapeando o total de profesores temporários que serão demitidos. "Não temos um levantamendo ainda, mas situações pontuais. Mas a medida não pode afetar a continuidade dos trabalhos nos laboratórios", destacou. O POVO