segunda-feira, 29 de julho de 2013

Opinião: Francisco mostrou aos políticos que tem mais militantes e mais poder

Os dias são agora de ressaca. Depois da bebedeira na balada religiosa, temperada pelo mar gelado, filas imensas, show das “vadias” e rebuliço antigoverno estadual e, talvez, federal, a antiga capital da República quer colocar os pés de molho. Foi uma semana catártica, vivida como algo muito mais interessante que o carnaval.
O carnaval, cá entre nós, está ficando cada vez mais chato, uma vez que o inusitado já não tem mais vez. A miscelânea festiva da semana passada não! Ela tinha agenda, mas apenas com rabiscos. O que ia mesmo ocorrer, ninguém sabia. Realmente houve emoção de todo lado e todo tipo. Aliás, em determinado momento, tudo isso deve ter deixado Obama maluco. Ele, espionando tudo, deve ter dito: “what the hell is this?”.
Enquanto o papa pedia para os jovens saírem às ruas, fazendo a juventude católica chorar de emoção, ali do lado havia um bocado de jovens alheios a qualquer reverência à religião institucional, ainda nas ruas, gritando contra o governador Cabral. No mesmo contexto, apareceram as “vadias”, umas repetindo a performance das marchas anteriores, com seios de todo tipo de fora – e até alguns belos e resistentes à gravidade –, enquanto outras exibiam um teatrinho de rua em que esfregavam crucifixos nos sexos e quebravam imagens de santos. Deus e o demônio em Copacabana – quer melhor lugar para duas figuras tradicionais que, enfim, nem sabem mais como ganhar uma alma? Afinal, nesse tabuleiro, o que é agora pecado?
Mas o Brasil emergente disso não tem forças para contabilizar o saldo, se é negativo ou positivo, e quem saiu de fato ganhando. A ressaca é realmente brava. Nunca se gastou energia de modo tão diversificado como dessa vez. Foram muitas “maiorias” e “minorias” no desejo de participar de um país que finalmente está vivendo a democracia que nunca conseguiu viver. Todos os pequenos períodos democráticos que tivemos antes mostraram manifestações hegemonizadas por algum grupo ou ideário ou conflito com cartas marcadas. Agora, a marca é a diversidade e os interesses em várias direções mostram a batuta e dão o tom.
Os políticos e os partidos, com seus militantes (pagos, claro), estão sem saber como lidar com isso tudo. É engraçado vê-los, os políticos e seus funcionários-militantes, como baratas tontas, isto é, mais tontas do que já são corriqueiramente. Nas redes sociais essa confusão chega a ser uma boa comédia: a esquerda e a direita tradicionais não se entendem mais com seus chefes e com seus destinatários, pois não sabem quem atacar. Perderam o rumo uma vez que não possuem mais o controle da democracia, das ruas e até mesmo das pesquisas de opinião. Como sorte, talvez em algum momento deste ano ainda, possamos dar uma de cachorro peludo molhado, chacoalhando todo o corpo, jogando pulgas partidárias atordoadas bem longe. Quem sabe até o final do ano isso não ocorra, fazendo-nos livres de determinados parasitas?
Na ressaca, isso parece pouco plausível. Estamos todos cansados. Mas na quinta-feira já teremos recuperado o fôlego, e novas jornadas de rua terão sua vez. Não há cidade que não tenha tido o seu protesto de rua. E não há lugar que inusitadas manifestações não continuem surgindo. Há uma inquietação no ar. Qualquer novo vinte centavos pode ser o elemento detonador, até porque, no cotidiano, nada está realmente calmo e parado. Todo dia é dia de uma greve aqui ou acolá ou uma manifestação de um grupo com reivindicações novas.
Todo papa diz “quero trazer paz e conforto”. Mas um papa argentino jamais iria dizer isso de coração. É próprio do argentino trazer confusão. Esse papa gosta disso. Ele gosta de ser papa, de fustigar, de mostrar aos líderes políticos que ele tem mais militantes que eles. Ele gosta mesmo de mostrar que a Igreja Católica pode fazer um estardalhaço que outras forças, com mais dinheiro, armas, propaganda doutrinária e aparente abraço com a história, não conseguem nem iniciar. Durante todo o tempo aqui no Brasil, no encontro com políticos, Francisco fez questão de exibir-se assim, com poder. Dilma e sua colega Argentina perceberam isso. Também elas estão de ressaca.
*Paulo Ghiraldelli Jr., 55, f

Nove cidades terão eleições para prefeito no domingo

Nove cidades brasileiras, quatro no Estado de São Paulo, voltam às urnas neste domingo, 4, para escolher seus prefeitos. Os eleitos em outubro de 2012 não puderam tomar posse por decisão judicial ou foram cassados pela Justiça Eleitoral.
O novo pleito é necessário porque os eleitos e não empossados tiveram mais de 50% dos votos válidos. No total, 220 mil eleitores estão aptos a votar. No Estado de São Paulo, as eleições acontecem em Oswaldo Cruz, Itaí, Boa Esperança do Sul e Pedrinhas Paulista.
Em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, haverá um esquema especial de segurança para coibir crime eleitoral. O policiamento será reforçado. No Pará, eleitores de Marituba voltam às urnas também sob forte esquema de segurança. O mesmo deve ocorrer em Pedro Canário, no Espírito Santo, por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Também ocorrem novas eleições em Ponte Serrada, em Santa Catarina, e em Jaquirana, no Rio Grande do Sul.
Desde o início do ano, eleitores de 42 municípios de 18 Estados brasileiros tiveram de votar outra vez. Também estão marcadas para 1º de setembro eleições em Taipas do Tocantins, em Tocantins; Santana de Cataguases, em Minas Gerais, e Augusto Pestana, no Rio Grande do Sul.
Estadão

Telexfree: MP pede que investidores não entrem com ação individual

O Ministério Público (MP) do Estado do Acre divulgou nota nesta segunda-feira pedindo aos investidores da Telexfree que não entrem com ações individuais contra a empresa na Justiça. De acordo com a nota, a promotoria promoveu uma ação para que todo o valor investido seja ressarcido, não sendo necessário outro processo com o mesmo propósito.

A nota ainda esclarece que para que o ressarcimento seja feito "é de fundamental importância que (os investidores) guardem todos os comprovantes dos pagamentos feitos à empresa, o contrato firmado com a Telexfree e comprovantes de investimentos feitos pela via eletrônica, sem os quais não conseguirão provar os valores investidos".
Na semana passada, o advogado Samir Badra Dib, de Rondonópolis, no Mato Grosso (MT), conseguiu que a Justiça da cidade garantisse a devolução do valor de R$ 101.574 investido por ele na Telexfree no dia 19 de junho, mesma data em que as atividades da empresa foram suspensas pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Acre por suspeita de formação de uma pirâmide financeira.
A pirâmide financeira, que é uma prática criminosa, ocorre quando o organizador da empresa remunera seus antigos sócios com taxas de adesão cobradas dos novos e não com o lucro do empreendimento. Segundo a decisão da 3º Vara Cível, ainda em caráter provisório e passível de revisão, a empresa deverá fazer a restituição do valor investido pelo advogado no prazo de dez dias, sob pena de ter que pagar multa diária de R$ 1 mil.
Entenda
A Justiça do Acre impediu em junho a atividade da TelexFree sob pena de R$ 100 mil a título de multa por nova adesão por considerar que a empresa atuava com o intuito de formar uma pirâmide financeira.

No início de julho, os advogados da empresa levaram o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tentativa de derrubar a liminar, mas o STJ decidiu que ainda falta esgotar a instância judicial local para que o STJ possa avaliar qualquer medida urgente relativa ao caso.
A empresa alega que a atividade não é "pirâmide financeira", mas sim marketing de rede, fato que o STJ não pode avaliar no processo porque envolve análise de circunstâncias factuais. De acordo com a medida cautelar pedida pela empresa, a TelexFree atua desde 2012 e tem alto grau de satisfação entre usuários e divulgadores. Para a empresa, a ação civil pública movida pelo Ministério Público do Acre seria com base em "ocorrências isoladas" registradas no Procon local. A medida cautelar impediria "grave dano", como a quebra da empresa.
Segundo o Ministério da Justiça, a empresa estaria ofendendo os princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever de transparência e boa-fé nas relações de consumo, além de veiculação de publicidade enganosa e abusiva. Caso seja confirmada a violação aos direitos e garantias previstos no Código de Defesa do Consumidor, a empresa poderá ser multada em cerca de R$ 6 milhões.

Terra

ÁUDIO: Ciro Gomes diz que Dilma tem equipe de quinta categoria

Esta foi uma entrevista concedida na última semana ao grupo Verdes Mares em Fortaleza, o ex-Ministro fala sobre a polêmica dos médicos estrangeiros, também comenta situação do Hospital Regional Norte, em Sobral, que em parte não funciona porque não possui profissionais e muito mais....

Confira as cidades com as 10 maiores e 10 menores rendas do País

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta segunda-feira a renda per capita mensal das cidades brasileiras. A cidade de São Caetano (SP) lidera o ranking, com R$ 2.043,74 de renda per capita mensal. Na outra ponta da tabela aparece a cidade de Marajá do Sena (MA), com R$ 96,25.
De acordo com o Pnud, das dez primeiras cidades, três são do Estado de São Paulo e duas de Santa Catarina. Completam a lista uma cidade dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Já entre as piores rendas, oito cidades são do Maranhão e duas de Roraima.
O Pnud também divulgou nesta segunda-feira que a renda per capita mensal dos brasileiros teve ganho de R$ 346,31 entre 1991 e 2010.

Confira as 10 cidades com a maior renda per capita mensal:
MunicípioRenda per capita
São Caetano do Sul (SP)R$ 2.043,74
Niterói (RJ)R$ 2.000,29
Vitória (ES)R$ 1.866,58
Santana do Parnaíba (SP)R$ 1.858,69
Florianópolis (SC)R$ 1.798,12
Porto Alegre (RS)R$ 1.758,27
Nova Lima (MG)R$ 1.731,84
Brasília (DF)R$ 1.715,11
Santos (SP)R$ 1.693,65
Balneário Camboriú (SC)R$ 1.625,59
Confira as 10 cidades com a menor renda per capita mensal:
CidadeRenda per capita
Marajá do Sena (MA)R$ 96,25
Fernando Falcão (MA)R$ 106,99
Belágua (MA)R$ 107,14
Cachoeira Grande (MA)R$ 110,65
Amajari (RR)R$ 121,32
Santo Antônio do Içá (AM)R$ 122,21
Uiramutã (RR)R$ 123,16
Serrano do Maranhão (MA)R$ 123,44
Humberto de Campos (MA)R$ 125,91
Jenipapo dos Vieiras (MA)R$ 127,24

CNJ realizará Mutirão Carcerário no Ceará

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizará, de 7 de agosto a 6 de setembro, Mutirão Carcerário no estado do Ceará, em dois polos: Fortaleza e Juazeiro do Norte. Serão inspecionadas unidades prisionais e reexaminados cerca de 18 mil processos, de condenados e presos provisórios. O objetivo do mutirão é avaliar as condições de encarceramento e verificar se há prisões ilegais. A coordenação dos trabalhos é do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), do CNJ. O supervisor do DMF, conselheiro Guilherme Calmon, participará da cerimônia de abertura do mutirão no estado.
Esta será a terceira edição do Mutirão Carcerário no Ceará. A primeira foi em 2009, e a segunda, em 2011. Segundo o coordenador do DMF, juiz auxiliar da Presidência do Conselho Luciano Losekann, além dos mutirões do CNJ, o Ceará tem realizado as próprias inspeções, contribuindo para desafogar o sistema penitenciário local.
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, disse que o Tribunal fará todos os esforços necessários para que o novo mutirão seja realizado com sucesso. “Vejo com muito bons olhos a iniciativa do CNJ de fazer esses mutirões. Trata com muita sensibilidade o problema dos presos no Brasil”.

Jorge Vasconcellos 
Agência CNJ de Notícias com informações do TJCE

Pesquisa diz pouco, mas anima atores políticos no Ceará


A pesquisa do Ibope, conhecida na última semana, sobre a sucessão no Ceará, mesmo com uma relativa distância do pleito, a acontecer em outubro de 2014, agradou deveras a tucanos e peemedebistas em razão das posições alcançadas por Tasso Jereissati e Eunício Oliveira. O primeiro, preferido dos eleitores tanto para a eleição de governador quanto a de senador, e o segundo , líder na disputa pelo Governo do Estado, o seu principal projeto, quando confrontado com Domingos Filho, o vice-governador do Estado, Leônidas Cristino, ministro da Secretaria dos Portos, e Mauro Filho, secretário estadual da Fazenda.

Ex-senador Luiz Pontes, presidente estadual do PSDB, vai conversar sobre alianças para a chapa majoritária com o PMDB e o PSB FOTO: MARÍLIA CAMELO
O levantamento agora feito por aquele especializado Instituto, diferentemente dos que são efetuados nos cursos das campanhas eleitorais, pela falta da definição de candidatos e da incerteza do quadro nacional, influenciador da montagem das alianças, não passa de um elemento animador dos atores da política, e de instrumento para manter lembrados os nomes das lideranças partidárias. O PMDB, patrocinador da pesquisa, sabe muito bem qual o seu peso na conjuntura atual e sob como poderá render para o seu projeto.

O senador Eunício Oliveira, cuja candidatura à sucessão estadual é anunciada em todos os pontos do Ceará por seus correligionários - ele próprio evita tratar a questão de público -, fora do Brasil, no momento da publicação da pesquisa, talvez até por estratégia, quando voltar ao Interior, no próximo mês, nos encontros partidários por ele promovidos, com frequência, no decorrer deste ano, certamente terá auditórios mais repletos e plateias entusiasmadas a estimulá-lo a assumir, de já, a candidatura por ele almejada.

No PSDB, os números da pesquisa deram mais força aos tucanos envolvidos no processo de fazer ressurgir o partido, hoje realmente fragilizado em razão dos resultados das últimas eleições, para sensibilizar o ex-senador Tasso Jereissati a disputar novamente uma vaga no Senado. Até o senador Aécio Neves, provável candidato do partido à Presidência da República, está imbuído desse propósito, e sobre isso já tratou com o próprio Tasso, segundo correligionários de ambos, sem contudo ter alcançado êxito.

Otimismo

O ex-senador Luiz Pontes, hoje presidente do PSDB no Ceará, um dos tucanos locais mais próximo de Tasso, fala com otimismo sobre uma postulação do seu líder dentro de uma composição representada por um forte candidato ao Governo do Estado.

O partido dele está convencido de ter apenas um nome para a disputa majoritária, portanto descarta a possibilidade de apresentar um postulante apenas para fazer-se representar, como aconteceu em 2010, no Estado, e em 2012, na eleição municipal de Fortaleza.

Pontes, quer conversar sobre aliança com lideranças de outros partidos, a começar com o próprio Eunício Oliveira, presidente estadual do PMDB, embora os acertos com este ou qualquer outro grêmio tenham como barreira, de difícil transposição, a sucessão presidencial. Luiz Pontes entende, também, ser imprescindível a participação de Tasso como candidato para o projeto do partido de eleger uma bancada de pelo menos quatro deputados estaduais e dois federais.

Pretensa

Os tucanos ainda incluem, embora com certo ceticismo, os seus três atuais deputados estaduais: Fernando Hugo, João Jaime e Téo Menezes, na pretensa chapa a ser apresentada para a disputa de vagas no Legislativo estadual. De fato, eles já não estão mais no PSDB, os dois primeiros negociam suas novas filiações, e o terceiro, forçado a permanecer onde está, não tem mais uma intensa vida partidária, e tudo indica não postulará reeleição.

O quadro sucessório estadual, animado pela pesquisa em questão, ainda experimentará vários outros momentos, embora sua concretização só venha a acontecer no início do próximo ano, tanto em relação a escolha de candidatos quanto de alianças partidárias, tudo condicionado ao processo da disputa presidencial, também até nebuloso, embora com a existência de um potencial candidato à reeleição, a presidente Dilma.

Diário do Nordeste

Leia a entrevista exclusiva do Papa Francisco concedida ao repórter Gerson Camarotti

Blog publica na íntegra a transcrição da entrevista do Papa Francisco para o programa Globo News Especial. Leia:
-  Papa Francisco, o senhor chega ao Brasil e tem uma receptividade muito calorosa dos brasileiros. Há uma rivalidade histórica Brasil e Argentina pelo menos no futebol. Como é que o senhor recebeu esse gesto de afeto dos brasileiros?
 PAPA FRANCISCO: Eu me senti recebido com um afeto que desconhecia, de forma muito calorosa.  O povo brasileiro tem um grande coração. Quanto à rivalidade, creio que já está totalmente superada. Porque negociamos bem: o Papa é argentino e Deus é brasileiro.
 - Uma grande solução, não é Santo Padre?
 PAPA FRANCISCO: Acho que me senti muito bem recebido, com muito carinho.
- Santo Padre, no Brasil o senhor utilizou ao chegar e continuou utilizando um carro de modelo muito simples. Há notícias de que o senhor inclusive condenou padres que usavam carros de luxo pelo mundo. Eu queria saber o senhor inclusive optou por morar na casa Santa Marta. Essa sua simplicidade é uma nova determinação a ser seguida por padres, por bispos e por cardeais?
PAPA FRANCISCO: São coisas diferentes, é preciso diferenciá-las e explicar. O carro que estou usando aqui é muito parecido com o que eu uso em Roma. Em Roma uso um Ford Focus azul. Simples, do tipo que qualquer um pode ter. Sobre isso, penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade – eu diria, inclusive, de pobreza. Nosso povo exige a pobreza de nossos sacerdotes. Exige no bom sentido, não pede isso. O povo sente seu coração magoado quando nós, as pessoas consagradas, estamos apegadas ao dinheiro. Isso é ruim. E realmente não é um bom exemplo que um sacerdote tenha um carro último tipo, de marca. Acredito que… Isso, digo aos párocos, em Buenos Aires dizia sempre: é necessário que o padre tenha um carro, é necessário. Porque na paróquia há mil coisas a fazer, deslocamentos são necessários. Mas tem que ser um carro modesto. Isso quanto ao automóvel. Quanto à decisão de viver em Santa Marta, não foi tanto por razões de simplicidade. Porque o apartamento papal é grande, mas não é luxuoso. É lindo, mas não tem o luxo que tem a biblioteca dos andares de baixo, onde recebemos as pessoas. Lá há muitas obras de arte, é muito bonito… Mas o apartamento é simples. Mas a minha decisão de ficar em Santa Marta tem a ver com o meu modo de ser. Não consigo viver só. Não posso viver fechado. Preciso do contato com as pessoas. Então costumo explicar da seguinte forma: fiquei em Santa Marta por razões psiquiátricas. Para não ter que estar sofrendo essa solidão que não me faz bem. E também para economizar, porque caso contrário teria que gastar muito dinheiro com psiquiatras… E isso não é bom. Mas é para estar com as pessoas. Santa Marta é uma casa de hóspedes em que vivem uns 40 bispos e sacerdotes que trabalham na Santa Sé. Tem uns 130 cômodos, mais ou menos, e há sacerdotes, bispos, cardeais, e leigos que se hospedam em Roma ficam lá. Eu como no refeitório comum a todos. Café da manhã, almoço e jantar. E a gente sempre encontra gente diferente, e isso me faz bem. Essas são as razões. E agora, a regra geral. Acredito que Deus está nos pedindo, neste momento, mais simplicidade. É algo interior, que Ele pede à Igreja. Já o Concílio tinha chamado atenção para isso: uma vida mais simples, mais pobre também. Isso de maneira geral. Acho que respondi suas perguntas? Sobre o carro, sobre Santa Marta, e sobre as regras gerais. Certo?
 - Me chamou muita atenção o senhor estar canonizando o Papa João XXIII. É um modelo que o senhor quer resgatar?
 PAPA FRANCISCO: Creio que os dois Papas que serão canonizados na mesma cerimônia são dois modelos de Igreja que se complementam. Os dois deram testemunho de uma renovação da Igreja, enquanto mantiveram a tradição da Igreja. Os dois abriram portas ao futuro. João XXIII abriu a porta do Concílio que até hoje nos inspira, mas que ainda não foi posto totalmente em prática. Para se colocar em prática as decisões de um Concílio demora, em média, 100 anos. Então estamos na metade do caminho. E João Paulo II pegou a mala, correu o mundo. Foi um missionário, saiu espalhando a mensagem da Igreja. Um missionário. São dois grandes homens para a Igreja atual. Por isso, pra mim, será uma grande felicidade ver os dois proclamados santos no mesmo dia, na mesma cerimônia.
 - Muito simbólico, achei muito importante também. Santo Padre, quando o senhor chegou ao Rio de Janeiro houve falhas na segurança. O seu carro foi levado ali para o meio da multidão. O Papa Francisco ficou com medo? Qual foi o seu sentimento naquele momento?
 PAPA FRANCISCO: Eu não sinto medo. Sou inconsciente, não sinto medo. Sei que ninguém morre de véspera. Quando for minha vez, o que Deus permitir, assim será. Mas, antes de viajar, fui ver o papamóvel que seria trazido para cá. Era cercado de vidros. Se você vai estar com alguém a quem ama, amigos, e quer se comunicar, você não vai fazer essa visita dentro de uma caixa de vidro? Não. Eu não poderia vir ver este povo que tem um coração tão grande, por trás por uma caixa de vidro. E nesse automóvel, quando ando pela rua, baixo o vidro. Para poder estender a mão, cumprimentar as pessoas. // Quer dizer, ou tudo ou nada. Ou a gente faz a viagem como deve ser feita, com comunicação humana, ou não se faz. Comunicação pela metade não faz bem. Eu agradeço - e nesse ponto tenho que ser muito claro – agradeço à segurança do Vaticano, pela forma como preparou esta visita. O cuidado que sempre tem. E agradeço à segurança do Brasil. Agradeço muito. Porque aqui também estão tendo todo o cuidado comigo, ao evitar que haja algo desagradável. Pode acontecer, pode acontecer de alguém me dar soco… Pode acontecer. // As duas seguranças trabalharam muito bem. Mas as duas sabem que sou um indisciplinado, nesse aspecto. Mas não por agir como um menino levado, não. E sim porque vim visitar gente, e quero tratá-las como gente. Tocando-as.
 -  Papa Francisco, seu grande amigo cardeal Claudio Hummes, aqui do Brasil, me falou algumas vezes da preocupação com a perda de fiéis aqui no continente. Brasil, principalmente, para outras religiões -  principalmente para religiões evangélicas. Aí eu lhe pergunto:  por que acontece isso e o que pode ser feito?
 PAPA FRANCISCO: Não conheço as causas, e tampouco as porcentagens. Não as conheço. Ouvi falar sobre esse tema em dois sínodos de bispos. Estou falando em 10 anos… Em 2001, com certeza, e depois em outro sínodo. Essa preocupação com a evasão de fiéis. Não conheço a vida do Brasil o suficiente para dar uma resposta. Acho que o cardeal Hummes foi um dos que falaram, mas não tenho certeza. Mas se você está dizendo, sabe. Não saberia explicar esse fenômeno. Vou levantar uma hipótese. Pra mim é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe… Dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta. Não sei se foi isso o que aconteceu no Brasil. Não sei, mas sei que em alguns lugares da Argentina que conheço, isso aconteceu.  Essa falta de proximidade… A falta de sacerdotes. Faltam sacerdotes, então alguns locais ficam desassistidos. E as pessoas buscam, sentem necessidade do Evangelho. Um sacerdote me contou que foi como missionário a uma cidade no sul da Argentina onde não havia um sacerdote há quase 20 anos. Evidentemente, as pessoas ouviam o pastor. Porque sentiam a necessidade de escutar a palavra de Deus. Quando ele foi até lá, uma senhora muito culta disse a ele: “Tenho raiva da Igreja porque nos abandonou. Agora vou ao culto todos os domingos ouvir o pastor, que foi quem alimentou nossa fé durante todo esse tempo.” Ou seja, a falta de proximidade. Falaram sobre isso, o sacerdote a ouviu, e quando ia se despedir, ela disse: “Padre, um momento, venha”. E foi até um armário, onde havia a imagem da Virgem. E disse a ele: “Eu a escondo aqui, para que o pastor não a veja.” Essa mulher ia ao pastor, respeitava o pastor, ele falava a ela de Deus, e ela aceitava. Porque não tinha seu sacerdote. Mas as raízes de sua fé, ela as conservou escondidas num armário. Estavam lá. Esse é o fenômeno para mim mais sério. Este episódio me mostra muitas vezes o drama da fuga, desta mudança. Falta de proximidade. Vou repetir esta imagem. A mãe faz assim com o filho: cuida, beija, acaricia e o alimenta. Não por correspondência.
 - Tem que estar próximo, não é? Nas cercanias.
PAPA FRANCISCO: Proximidade. É uma das pautas pastorais para a Igreja hoje. Eu quero uma Igreja próxima.
 -  Papa Francisco, quando o senhor foi escolhido no conclave, a Cúria romana especificamente era alvo de críticas – inclusive críticas internas, de vários cardeais. E o sentimento que eu percebi, pelo menos dos cardeais com quem eu conversei, era um sentimento de mudança. Esse sentimento está correto?
 PAPA FRANCISCO: Vou abrir parênteses, um momento. Quando fui eleito, tinha ao meu lado meu amigo, o cardeal Hummes. Porque, pela ordem do mais antigo, estávamos um depois do outro. E foi ele quem me disse uma frase que me fez tanto bem: “Não se esqueça dos pobres.” É lindo. Quanto à Cúria romana, ela sempre foi criticada. Às vezes mais, à vezes menos. A Cúria se presta a críticas, e tem que resolver muitas coisas. Algumas coisas as pessoas gostam, outras não, alguns trâmites estão bem direcionados, outros estão mal enfocados, mal direcionados. Como em toda organização. Eu diria isto: na Cúria romana há muitos santos. Cardeais santos, bispos santos, sacerdotes, religiosos, leigos  santos… Gente de Deus, que ama a Igreja. Isso não aparece. Faz mais barulho uma árvore que cai do que um bosque que cresce. Se ouvem os ruídos dos escândalos. Agora mesmo temos um. Escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de monsenhor. Belo favor faz esse senhor à Igreja, não é? Mas é preciso reconhecer que ele agiu mal, e a Igreja tem que dar a ele a punição que merece, pois agiu mal. Há casos desse tipo. No momento do conclave, antes temos o que chamamos congregações gerais – uma semana de reuniões dos cardeais. Naquela ocasião, falamos claramente dos problemas. Falamos de tudo. Porque estávamos sozinhos, e com o objetivo de saber qual era a realidade e traçar o perfil do novo Papa. E dali saíram problemas sérios, derivados em parte de tudo o que vocês conhecem: do Vatileaks, e assim por diante. Havia problemas de escândalos. Mas também havia os santos. Esses homens que deram sua vida para trabalhar pela Igreja de maneira silenciosa no Conselho Apostólico. Também se falou de certas reformas funcionais que eram necessárias. Isso é verdade. E foi pedido ao novo Papa que formasse uma comissão de fora, para estudar os problemas de organização da Cúria romana. Um mês depois da minha eleição, eu nomeei essa comissão de 8 cardeais, um de cada continente – para a América, 2, um da América do Norte e outro da América do Sul – com um coordenador que também é latino-americano e um secretário italiano. Essa comissão começou a trabalhar, a buscar opiniões de bispos, de Conferências Episcopais, buscando opiniões sobre reformas na dinâmica dos sínodos. E já chegaram muitos documentos obtidos pelos membros das comissões e que estamos examinando. Teremos uma primeira reunião oficial sobre isso nos dias 1,2, e 3 de outubro. E discutiremos algumas pautas. Não creio que sairão decisões definitivas, porque a reforma da Cúria é muito séria, e as propostas são muito sérias, precisam ser amadurecidas. Calculo que sejam necessárias outras 2 ou 3 reuniões mais, antes de que apareça alguma reforma.  Por outro lado, os teólogos dizem – não sei se desde a Idade Média – em latim, dizem: “A Igreja sempre precisa ser reformada”. Para não ficar para trás. Então isto é importante não só pelos escândalos do Vatileaks, conhecidos em todo o mundo, mas porque a Igreja sempre precisa ser reformada. Há coisas que serviam no século passado, para outras épocas, outros pontos de vista, que agora não servem mais, e é preciso reorganizar. A Igreja é dinâmica e responde às coisas da vida. E tudo isso foi pedido nas reuniões prévias dos cardeias. Falou-se disso muito claramente, foram feitas propostas muito claras e muito ricas. Iremos nessa linha. Não sei se respondi a sua pergunta?
 -Respondeu muito bem, de forma muy rica. Papa Francisco, nesse momento o senhor chega eu queria saber da sua mensagem aos jovens brasileiros. Estamos na jornada mundial da juventude – Sua mensagem num momento em que os jovens estão nas ruas do Brasil, protestando e demonstrando insatisfação de uma forma muito ampla. Eu queria saber qual a mensagem pra esses jovens?
 PAPA FRANCISCO: Em primeiro lugar, tenho que deixar claro que não conheço os motivos dos protestos dos jovens. Então se digo algo a respeito sem tomar conhecimento, faço mal, faço mal a todos, pois estaria dando uma opinião sem fundamento. Com toda a franqueza, não sei bem por que os jovens estão protestando. Primeiro ponto. Segundo ponto: um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruím. A utopia é respirar e olhar adiante. O joven é mais espontâneo. Menos experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! Isso é algo comum a todos os jovens. Então eu diria que, de uma forma geral, é preciso ouvir os jovens, dar lugares de se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados. Porque há tanta exploração de pessoas -  trabalho escravo, por exemplo – há tantos tipos de exploração… Eu me atreveria a dizer uma coisa, sem ofender. Há pessoas que buscam a exploração de jovens. Manipulando essa ilusão, esse inconformismo que existe. E depois arruínam a vida dos jovens. Portanto, cuidado com a manipulação dos jovens. Temos sempre que ouvi-los. Cuidado. Na família, um pai, uma mãe que não escutam o filho jovem, o isolam, geram tristeza na alma dele. E não experimentam uma troca enriquecedora. Sempre há riqueza. Evidentemente, com inexperiência. Mas é preciso ouvi-los. E defendê-los de manipulações diversas – ideológica, sociológica. O caminho é ouvir, dar-lhes voz. Isso me leva a outra problemática – que hoje, de alguma maneira, explicitei na Catedral, quando me encontrei com o grupo argentino. // Quando recebi um grupo de embaixadores que vieram me apresentar suas credenciais, disse que o mundo atual, em que vivemos, tinha caído na feroz idolatria do dinheiro. E que há uma política mundial, mundial, muito impregnada pelo protagonismo do dinheiro. Quem manda hoje é o dinheiro. Isso significa uma política mundial economicista, sem qualquer controle ético, um economicismo autossuficiente, e que vai arrumando os grupos sociais de acordo com essa conveniência. O que acontece então? Quando reina este mundo da feroz idolatria do dinheiro, se concentra muito no centro. E as pontas da sociedade, os extremos, são mal atendidos, não são cuidados, e são descartados. Até agora, vimos claramente como se descartam os idosos. Há toda uma filosofia para descartar os idosos. Não servem. Não produzem. Os jovens também não produzem muito. São uma carga que precisa ser formada. O que estamos vendo agora é que a outra ponta, a dos jovens, está em vias de ser descartada. O alto percentual de desemprego entre os jovens na Europa é alarmante. Não vou dizer quais são os países europeus, mas vou citar dois exemplos, de dois países ricos da Europa, sérios, sobre desemprego. Um deles tem um índice de desemprego de 25%. Mas nesse país, o índice de desemprego juvenil é de 43%, 44%. 43%, 44% dos jovens desse país estão parados. Outro país tem um índice de trinta e tantos por cento de desemprego geral. Enquanto o desemprego entre os jovens já passou de 50%. Nós vemos um fenômeno de jovens descartados. Então para sustentar esse modelo político mundial, estamos descartando os extremos. Curiosamente, os que são promessa para o futuro. Porque o futuro quem nos vai dar são os jovens, que seguirão adiante, e os idosos, que precisam transferir sabedoria aos jovens. Descartando os dois, o mundo desaba. Não sei se me expliquei bem…Falta uma ética humanista em todo o mundo, estamos falando de um problema mundial. Nesses termos, conheço o problema. Os detalhes de cada país, nem tanto. E se me der um minuto a mais, direi algo mais sobre esse tema. No século XII, e você já vai me lembrar de São Tomás de Aquino… No século XII havia um rabino muito bom que escrevia. O rabino explicava à sua comunidade, com fábulas, os problemas morais que havia em algumas passagens da Bíblia. Uma vez, explicou a torre de Babel. O rabino medieval, do século XII, explicava assim: qual era o problema da torre de Babel? Por que Deus o castigou? Para construir a torre, era preciso fabricar os tijolos. Trazer o barro, cortar a palha, amassá-los, cortá-los, secá-los, cozinhá-los, e depois levá-los ao alto da torre, para ir construindo. Se caia um tijolo, era uma catástrofe nacional. Se caia um operário, nada acontecia. Hoje, há crianças que não têm o que comer no mundo. Crianças que morrem de fome, de desnutrição, basta ver fotografias de alguns lugares do mundo. Há doentes que não têm acesso a tratamento. Há homens e mulheres que são mendigos de rua e morrem de frio no inverno. Há crianças que não têm educação. Nada disso é notícia. Mas quando as bolsas de algumas capitais caem 3 ou 4 pontos, isso é tratado como uma grande catástrofe. Compreende? Esse é o drama desse humanismo desumano que estamos vivendo. Por isso é preciso recuperar os extremos, crianças e jovens. E não cair numa globalização da indiferença em relação a esses dois extremos que são o futuro da população. Perdoe se me estendi e falei demais. Mas acho que com isso lhe passei o meu ponto de vista. O que está acontecendo com os jovens no Brasil não sei. Mas, por favor, que não os manipulem, que os escutem, porque  esse é um fenômeno mundial, que vai muito além do Brasil.
 Muito interessante. É um pensamento mais amplo mesmo. Papa Francisco, queria talvez a última pergunta, qual a mensagem ou o que o senhor falaria para os brasileiros católicos, mas também para os brasileiros que não são católicos – ou seja, de outras religiões. Por exemplo, esteve aqui domingo o rabino Skorka, seu amigo lá de Buenos Aires. Qual a mensagem que o senhor deixaria para um país como o Brasil?
 PAPA FRANCISCO: Creio que é preciso estimular uma cultura do encontro, em todo o mundo. No mundo todo. De modo que cada um sinta a necessidade de dar à humanidade os valores éticos de que a humanidade necessita. E defender esta realidade humana. Nesse aspecto, acho que é importante que todos trabalhemos pelos outros, podar o egoísmo. Um trabalho pelos outros segundo os valores da sua fé. Cada religião tem suas crenças. Mas, dentro dos valores de sua própria fé, trabalhar pelo próximo. E nos encontrarmos todos para trabalhar pelos outros. Se há uma criança que tem fome, que não tem educação, o que deve nos mobilizar é que ela deixe de ter fome e tenha educação. Se essa educação virá dos católicos, dos protestantes, dos ortodoxos ou dos judeus, não importa. O que me importa é que a eduquem e saciem a sua fome. Temos que chegar a um acordo quanto a isso. Hoje a urgência é de tal ordem que não podemos brigar entre nós, à custa do sofrimento alheio. Primeiro trabalhar pelo próximo, depois conversar entre nós, com muita grandeza,  levando em conta a fé de cada um, buscando nos entender. Mas, sobretudo hoje em dia, urge a proximidade. Sair de si mesmo para solucionar os tremendos problemas mundiais que existem. Acredito que as religiões, as diversas confissões, prefiro falar assim, não podem dormir tranquilas, enquanto exista uma única criança que morra de fome, uma única criança sem educação. Um só jovem ou idoso sem atendimento médico. Mas o trabalho das religiões, das confissões não é beneficiência. É verdade. Mas pelo menos, na nossa fé católica, e em outras fés cristãs, vamos ser julgados por essas obras de misericórdia. Não vai adiantar nada falar de nossas teologias se não tivermos a proximidade de sair para ajudar e dar acolher ao próximo, sobretudo neste mundo em que se cai tanto da torre e ninguém diz nada.
Muito obrigado, Papa Francisco, muito obrigado pela entrevista, pela mensagem ao Brasil…
 PAPA FRANCISCO: Eu agradeço a você, a sua gentileza. E é um povo maravilhoso. Maravilhoso.
 - Apesar do frio que o recebeu…
PAPA FRANCISCO: Pra mim não, venho de um país mais ao sul. Conheço o frio de Buenos Aires. É uma temperatura de outono normal para mim. 
 - Mas o senhor não estranhou o frio? Porque o Brasil é mais tropical que a Argentina. O senhor não esperava um pouco mais quente o Brasil?
 PAPA FRANCISCO: Não. Talvez esperasse um pouco mais de calor, mas não senti frio.
- Que bom!
 PAPA FRANCISCO: Muito obrigado.
 - Eu que agradeço.
Blog do Camarotti

MPF quer suspender autorização para obra de viadutos no Cocó

O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) ajuizou, nesta segunda-feira, 29 de julho, ação civil pública com pedido de liminar contra a Prefeitura de Fortaleza e a União. A ação, proposta pelo procurador da República Oscar Costa Filho, pede a suspensão dos efeitos jurídicos da autorização para o prosseguimento das obras do viaduto no cruzamento entre as avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales, no Cocó. O MPF requer, ainda, a elaboração dos estudos prévios de impacto ambiental, em atendimento ao que estatui a legislação ambiental. 

De acordo com o procurador Oscar Costa Filho, a ação civil pública foi proposta após ser instaurado procedimento administrativo embasado em laudo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) que atestou a ilegalidade da intervenção iniciada em área equivalente a sete metros do parque do Cocó. Na ação, o procurador enfatiza que a legislação ambiental vem sendo ignorada pela União, quando autorizou a continuidade da intervenção, e pela Prefeitura de Fortaleza, desde a concepção do projeto dos viadutos. 

"A obra, potencialmente agressiva ao meio ambiente, especialmente por incidir em terrenos de mangue, não pode dispensar um detalhado estudo de impacto ambiental, acompanhado do respectivo relatório (EIA/Rima)", pontua o procurador. De acordo com ele, a intervenção no Cocó foi iniciada tendo apenas um Plano de Controle Ambiental (PCA), "que sequer de longe atende às exigências próprias de um Estudo de Impacto Ambiental". 

No laudo emitido pelo Ibama, técnicos ambientais colocam a elaboração do EIA/Rima como condição sine qua non para o andamento da intervenção, não podendo ser substituído pelo PCA - como ocorreu na obra do Cocó. O procurador Oscar Costa Filho aponta também que a intervenção segue sem licenciamento ambiental válido, já que para que a licença seja emitida, precisa ter como pré-requisitos os respectivos estudo e relatório de impacto ambiental da intervenção, e não o PCA. 


Obras de construção do VLT Parangaba-Mucuripe ultrapassam os 30% de execução

Com o objetivo de acompanhar o andamento das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ramal Parangaba-Mucuripe, o governador Cid Gomes reuniu nesta segunda-feira (29), no Palácio da Abolição, as equipes da Secretaria de Infraestrutura, DER, PGE,  construtoras e órgãos envolvidos na execução da obra. A reunião tem o objetivo de fazer a checagem de cada trecho e cada frente de serviço com o intuito de destravar empecilhos e resolver entraves pontuais que podem retardar o cronograma. Toda semana o Governador reúne as equipes com a mesma finalidade durante cerca de três horas. As obras do ramal VLT Parangaba-Mucuripe já ultrapassaram os 30% de execução.

VLT Parangaba Mucuripe
 
O novo modal vai operar em via dupla e fará conexão ferroviária de 12,7 km entre a Estação Parangaba e o Porto do Mucuripe, sendo 11,3 km em superfície e 1,4 km em elevado e se constitui em uma das grandes  obras estruturantes no conceito de mobilidade urbana em Fortaleza para  a Copa do Mundo da FIFA no Brasil em 2014. O VLT cruzará 22 bairros de Fortaleza e beneficiará cerca de 100 mil pessoas por dia quando em operação. Estão sendo investidos no novo modal recursos da ordem de R$ 276,9 milhões. São 20 frentes de obras em execução ao longo de todo a linha Parangaba-Mucuripe.

Projeção para crescimento do PIB fica em 2,28%

Agência Brasil (Brasília) – Depois de dez quedas seguidas, a projeção para o crescimento da economia, este ano, estabilizou-se em 2,28%. A estimativa é de instituições financeiras consultadas todas as semanas pelo Banco Central (BC).
Para 2014, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, também ficou estável em 2,60%.
A estimativa para a expansão da produção industrial também não foi alterada: 2,10% para este ano e 3%, em 2014.
A projeção das instituições financeiras para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB segue em 35% para este e foi ajustada de 34,90% para 35%, no próximo ano.
A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 2,24 para R$ 2,25, no final de 2013, e segue em R$ 2,30, ao fim de 2014.