quarta-feira, 3 de julho de 2013

Dilma se recupera em 4 meses, prevê marqueteiro

A equipe de comunicação da presidente Dilma Rousseff avalia que ela levará quatro meses para reconquistar a popularidade perdida, mas não vê abalo irreversível em sua imagem. Em troca de e-mails com ministros e dirigentes do PT, o marqueteiro João Santana garantiu que Dilma tem todas as condições de se recuperar do “terremoto neo político” instalado no País com a onda de protestos e o clima de “tensão pré-eleitoral”.
A estratégia de reação consiste agora no lançamento de projetos em várias frentes, principalmente em saúde e educação. O assunto foi tratado na reunião ministerial de segunda-feira, na Granja do Torto, quando Dilma encomendou uma “força-tarefa” para tirar projetos da gaveta. “Eu quero resultados, coisas concretas. Não adianta só publicidade”, afirmou ela, de acordo com relato de ministros presentes à reunião.
O prazo de quatro meses para curar as feridas tem como base o tempo que projetos levam para ganhar visibilidade nas ruas e também o cenário previsto para a melhora de indicadores econômicos, apesar das dificuldades enfrentadas. O Planalto aposta no avanço de concessões e leilões neste segundo semestre.
A avaliação no núcleo político do governo é que a presidente reverterá o desgaste porque encarna o papel de líder forte, que abraça causas coletivas e acena para uma solução negociada. No diagnóstico do Planalto, a proposta do plebiscito sobre reforma política não teria aprovação tão alta nas pesquisas se ela tivesse uma imagem de descrédito. Os últimos levantamentos mostraram que a sugestão da consulta popular tem a simpatia da maioria da população.
Santana disse a Dilma e a um grupo seleto de petistas, nos últimos dias, que um “terremoto neopolítico” pode aparecer de repente, em qualquer governo, não se tratando de um movimento específico contra a presidente. Por esse raciocínio, os chefes do Executivo dos principais Estados e capitais foram questionados, sem levar em conta os partidos, como se as manifestações tivessem “efeito dominó” contra autoridades em geral.
Na análise enviada aos ministros, Santana também chamou a atenção para um dado importante: para ele, o caráter difuso das manifestações mostra que o poder central não foi abalado. O marqueteiro escreveu, ainda, que não há líder de oposição capaz de representar as insatisfações populares.
Apesar da tentativa de Santana de tranquilizar o PT, o governo admite que a campanha veiculada por partidos de oposição, escancarando na TV a alta de preços e a escalada inflacionária, foi bem sucedida. Folha

Senado aprova 'ficha limpa' para cargos públicos

O Senado Federal aprovou na noite desta terça-feira (2) uma proposta de emenda à Constituição que cria a "ficha limpa" para cargos públicos, sejam eles comissionados e de confiança ou efetivos (preenchidos após concurso). O projeto é semelhante à lei da Ficha Limpa, válida para cargos eletivos do Legislativo e Executivo.
A proposta impede a nomeação de condenados, em decisão colegiada da Justiça (segunda instância ou superior), ainda que o processo não tenha transitado em julgado (quando não há possibilidade de recursos), e de profissionais cassados por conselhos profissionais para cargos públicos.
A matéria foi apreciada pelo Senado em dois turnos: no primeiro, foi aprovada com 61 votos a favor, uma abstenção e nenhum voto contrário; no segundo, foram 54 votos favoráveis e nenhum voto contrário.

A proposta original --PEC nº 6/2012, de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT)-- previa a ficha limpa apenas para cargos comissionados e de confiança. Os senadores, inclusive Taques, concordaram em votar e aprovar um substitutivo do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), relator da matéria, que estende a regra para todos os servidores públicos.
Agora, a matéria vai à Câmara dos Deputados, onde também precisará ser submetida a duas votações em plenário para ser aprovada e entrar em vigor. Por ser uma PEC, a proposta não necessita de sanção presidencial para vigorar.
Ao plenário, Taques afirmou não ser razoável que condenados em segunda instância não possam se candidatar a cargos eletivos, mas possam ser indicados a cargos públicos de peso. "Ele não pode ser candidato a vereador, mas pode ser Ministro da Fazenda, secretário de Estado, presidente do Banco Central, da Casa da Moeda. isso não é razoável", disse.

Crime doloso

Em segundo turno, os senadores rejeitaram parte do substitutivo proposto pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) que proibia também que condenados por crimes dolosos ocupassem cargos públicos.
"Se aprovarmos esta parte, corremos o risco de condenar à morte civil cidadãos de bem", afirmou o senador Pedro Taques ao pedir para os colegas rejeitassem o trecho. "Além do STF (Superior Tribunal Federal) poder rejeitar a medida como inconstitucional, imaginemos um cidadão que avança o sinal vermelho com medo de um assalto, bate em outro carro e quebra a perna do ocupante do outro veículo e é condenado dolosamente por isso. Seria justo enquadrá-lo na Ficha Limpa?", questionou o parlamentar.
O relator e a maioria dos senadores concordou com o argumento de Taques. "O importante é que a medida aprovada visa defender o dinheiro público", disse Eunício de Oliveira. "Agora, a Ficha Limpa vale para todos os brasileiros", afirmou o senador. Bol

Gugu deve voltar ao SBT, mas não quer programa aos domingos

Afastado da TV há cerca de um mês, Gugu Liberato pretende voltar a trabalhar em breve, mas não aos domingos.
Cansado da guerra de audiência contra a Globo, o apresentador estaria interessado em um programa em outro dia da semana. Por enquanto, seu destino certo é o SBT. Folha

Ingressos para Fortaleza x CRB já estão à venda

O torcedor cearense que for a Sobral apoiar o Tricolor de Aço no jogo de sábado (6), quando o Leão terá pela frente o CRB de Alagoas, em jogo válido pela Série C do Campeonato Brasileiro, já pode adquirir o seu ingresso a partir desta quarta feira (3).
Os bilhetes já estão disponíveis na sede administrativa (Pici), na Fortaleza Store (Avenida Dom Luis, 10, Aldeota).
Em Sobral, os ingressos serão vendidos no sábado (6), na Farmácia do Hélio, na Churrascaria e Pizzaria Sobral Grill e no Estádio do Junco.

Os sócios devem pegar seus ingressos no Pici, até às 18 horas da sexta feira (5). Ao contrário do que ocorreu no jogo anterior, não haverá troca de ingressos de sócios no Junco. 

As gratuidades serão entregues a quem tem direito no próprio Estádio do Junco, no sábado, das 9 às 12 horas. 

Valor de Ingressos: 
Geral: R$ 10,00 (Inteira) - R$ 5,00 (Meia) 
Arquibancada: R$ 30,00 (Inteira) - R$ 15,00 (Meia) 
Promoção: Mulher paga meia em qualquer setor. 

Guimarães descarta volta de Lula em 2014

“É cômodo demais para o PT agora inventar volta Lula, quando o partido deve continuar apoiando a reeleição da presidente Dilma Rousseff”, disse o líder do PT, na Câmara dos Deputados, José Nobre Guimarães. Assim, descartou a possibilidade de substituição de Dilma Rousseff pelo ex-presidente Lula como candidato do PT na eleição do próximo ano.
Questionado sobre o assunto, após pesquisa do Datafolha, que apontou queda na popularidade da presidente, Guimarães comentou “não haver razão para pensar desta maneira”. “Eu não concordo com esse arranjo, porque temos que continuar o governo do PT com Dilma Rousseff reeleita por mais quatro anos, porque ela é competente para fazer o que o Brasil precisa”. Acrescentando, ainda, que não é por conta da onda de protestos, que tomou conta do País, que, agora, irão recuar e não debater as reivindicações. Ele lembrou que o PT já viveu momentos difíceis e sempre conseguiu dar a volta por cima. Agora, segundo ele, o momento é para iniciar o ciclo de mudanças e atender o “grito das ruas”. O Estado CE

Comissão da Câmara torna crime maus tratos contra cães e gatos

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou na terça-feira (2) um projeto que criminaliza maus-tratos praticados contra cães e gatos, segundo a "Folha de S. Paulo".
O texto segue para votação no plenário da Câmara. Pela proposta, quem provocar a morte dos animais será punido de 3 a 5 anos de prisão. Para quem cometer crime culposo (sem intenção), a punição será de três meses a um ano, além de multa.
Se a morte do animal for provocada por veneno, fogo, asfixia, espancamento, arrastamento, tortura ou outro meio cruel será considerado como situação agravante, elevando a pena de 6 a 10 anos de prisão. O projeto prevê ainda a aplicação da pena em dobro se o crime for cometido por duas ou mais pessoas ou pelo proprietário ou responsável pelo animal.
Há ainda punição para quem deixar de prestar assistência ou socorro a cão ou gato, promover luta entre cães.
Atualmente, a Lei 9.605/88 prevê sanções penais e administrativas a condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. De acordo com essa lei, os maus-tratos contra animais silvestres, domésticos ou domesticados devem ser punidos com detenção de 3 meses a um ano, e multa.
O período de detenção é aumentado de um sexto a um terço, se o animal morrer. Sofre a mesma pena quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. UOL

Procuradoria de Goiás denuncia mulher de Cachoeira por ameaçar juiz

A mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, foi denunciada pelo Ministério Público Federal em Goiás por ameaçar e oferecer vantagem indevida ao juiz Alderico Rocha Santos, magistrado responsável pela operação Monte Carlo. As informações são da "Folha de S. Paulo".
Trata-se do caso de suposta chantagem e ameaça feita por Andressa com o objetivo de atrapalhar a operação que prendeu Cachoeira em 29 de fevereiro de 2012.
Em 26 de julho do mesmo ano, Andressa esteve no gabinete do juiz em Goiânia. Segundo Anderico relatou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, Andressa tentou constrangê-lo, na tentativa de conseguir a revogação da prisão preventiva do marido.
Andressa teria anotado em um pedaço de papel o nome de pessoas que estariam com um suposto dossiê montado por Cachoeira com informações contra o juiz. O documento só não seria divulgado caso o magistrado determinasse a libertação do empresário.
Os crimes relatados na denúncia entregue ontem estão previstos no código penal. São eles: Usar de violência ou grave ameaça contra autoridade e oferecer vantagem indevida a funcionário público.
Antes da denúncia, a Polícia Federal chegou a indiciar Andressa por outro crime no mesmo caso, o de corrupção ativa. Para a PF, "o ato criminoso tinha como objetivo favorecer Carlos Augusto de Almeida Ramos mediante a sua soltura". Agora a justiça decidirá se abre ou não a denúncia contra Andressa.
Beneficiado por habeas corpus após ser condenado a quase 40 anos de prisão, o recém-casado Carlos Cachoeira (esq.) reapareceu no sábado (5), em uma pousada em Península de Maraú (BA), com a mulher, Andressa Mendonça.

OUTRO LADO

A Folha não encontrou o advogado de Andressa na noite desta terça-feira. Na ocasião do indiciamento dela pela PF, o advogado Ney Moura disse que o caso era "fruto de mera perseguição" contra sua cliente.
Segundo o advogado, se tivesse ocorrido algum crime, o juiz teria prendido Andressa em flagrante, o que não ocorreu.
"O próprio juiz Alderico, no ofício que mandou ao Ministério Público Federal, remetido à PF, e que deu causa ao indiciamento, informa que Andressa teria, tão somente, tentado constrangê-lo sem conseguir, porque as suas palavras não tinham idoneidade para intimidá-lo", disse o advogado na ocasião. Folha

Para Aécio, Dilma ‘não entendeu nada’ do que a população quis dizer

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem que a votação do plebiscito para fazer uma reforma política valer para as eleições de 2014 é “absolutamente inviável” do ponto de vista prático e uma matéria “diversionista” do governo Dilma Rousseff.
“A presidente da República quer dizer aos brasileiros que aquilo que os levou às ruas foram as propostas que interessam ao PT na reforma política. E a calamidade da saúde pública, a falência da mobilidade urbana, o aumento da criminalidade?
Mais uma vez, o governo mostra que não entendeu absolutamente nada que a população brasileira quis dizer”, afirmou. E acrescentou: “O que a presidente busca fazer é convidar o Congresso para um passeio de primeira classe numa cabine do Titanic”.
Provável adversário de Dilma pelas oposições em 2014, o senador tucano argumenta que os temas listados pela presidente na mensagem, como a discussão sobre o financiamento público e o fim voto secreto, “não respondem às demandas da população brasileira”.
O governo federal, segundo o presidente do PSDB, não quis conversar com a oposição e nem há mais sentido em ter essas conversas. “Nós apresentamos ao Brasil uma agenda positiva. A presidente não gosta do diálogo, prefere o monólogo. Para isso, fez uma reunião com governadores e prefeitos, constrangendo-os todos, apenas ela falou”, disse. Aécio destacou que a “agenda que interessa ao Brasil mais uma vez está sendo adiada pelo governo”.
‘Desrespeito’. O tucano lembrou que nas eleições presidenciais de 2010 a oposição somada venceu o primeiro turno e, no segundo, o então candidato do PSDB, José Serra, teve 44% dos votos. Por isso, classificou a apresentação do plebiscito como desrespeito “para com metade da população brasileira” que votou em outros candidatos. “É um gravíssimo equívoco do governo que parece que não entendeu absolutamente nada do que veio das ruas”, prosseguiu.
Na opinião do líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), o plebiscito proposto por Dilma não trará resultado prático para as eleições de2014, além de representar um gasto de quase meio bilhão de reais.
Caiado entende que “o plebiscito é um engodo”. “É um gasto a mais no bolso do brasileiro que não vai surtir nenhum efeito prático nem determinante para mudar as eleições de 2014. Ninguém é contra ouvir a população, mas a maneira como o plebiscito está sendo colocado é uma farsa”, concluiu Caiado.
Ele defendeu ainda que a população seja consultada com uma proposta abordando a sistematização da nova legislação eleitoral no País – e não com os pontos apresentados. Estadão

Queda forte da produção industrial

A queda na produção industrial em maio - de 2% sobre abril descontados os efeitos sazonais - divulgada ontem de manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou um quadro de fraca recuperação da economia em um cenário de inflação ainda elevada. Além de forte, a queda foi generalizada entre os setores em maio e criou dúvidas sobre o ritmo dos investimentos, até então uma das apostas mais firmes da equipe econômica para a recuperação da economia em 2013. A produção de bens de capital recuou 3,5% em maio sobre abril, com ajuste sazonal.
A queda de maio foi superior ao recuo de 1,1% esperado, na média, pelos economistas ouvidos pelo Valor Data. Esse resultado, associado às incertezas criadas sobre junho, pelos cenários externo e interno, reforçaram projeções mais fracas para o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano (ver matéria ao lado).
Além de ter sido bastante generalizado (20 dos 27 setores produziram menos em maio em relação a abril), o resultado de maio mostra retrações expressivas nos segmentos que refletem a intenção de consumo da população e indicam bens cuja demanda pode ser controlada ou evitada pelas famílias. A produção de móveis recuou 11,4%, a de vestuário caiu 4,9%, a de máquinas para escritório e informática, 9%, e a de calçados, 7,3%, sempre na comparação entre maio e abril, com ajuste sazonal. Para o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Luiz Macedo, a demanda interna vem sendo reduzida pelo endividamento das famílias. "A inadimplência está em um patamar elevado e as famílias estão com um alto grau de comprometimento da renda", disse.
No acumulado em 12 meses, a indústria ensaia uma lenta recuperação desde julho do ano passado. Nesses dez meses, ela acumula um crescimento de 2,5%. Mensalmente, contudo, a produção industrial tem oscilado. Ela subiu 2,7% em janeiro, caiu 2,3% em fevereiro, voltou a subir em março (0,8%) e abril (1,9%), e recuou forte em maio, sempre na comparação de um mês com o imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Para Julio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica e professor da Unicamp, a volatilidade das notícias sobre a economia está fazendo com que os empresários não apostem em um cenário de médio e longo prazo. "Quando o ambiente da economia e as expectativas não estão muito bem assentadas, qualquer sinal de acúmulo de estoque faz o empresário diminuir a produção", diz Almeida. "Quando o estoque cai, ele acelera a produção novamente. Esse tipo de comportamento também é típico de uma economia com inflação maior e certo grau de incerteza. Estão apostando menos no futuro e reagindo ao presente."
Macedo, do IBGE, também avalia que o acúmulo de estoques voltou a prejudicar a produção da indústria em maio. "O estoque pode justificar essa queda mais acentuada no mês. Com recuo das exportações, aumento das importações e a demanda não acompanhando a produção, os estoques sobem. O setor industrial tenta compensar isso segurando seu ritmo", disse.
Na avaliação do economista Flávio Combat, da Concórdia Corretora, o dado de maio aponta para um desgaste nas políticas de desonerações de incentivo ao consumo, em especial as isenções de IPI para produtos como automóveis e eletrodomésticos, que vêm sendo reeditadas pelo governo desde a crise de 2009. "Já se sabe que esse tipo de medida tem um impacto decrescente ao longo do tempo. Em um primeiro momento, incorpora uma série de pessoas que ainda não possuem aquele bem, mas depois se esgota", disse Combat.
Outro elemento da retração de maio e do resultado fraco do ano está associado à inflação e à exportação, avalia Macedo, do IBGE. "O aumento nos preços de alimentos ajuda a explicar o desempenho da produção do setor, mas não é o único fator. Uma parcela da produção de alimentos é exportada e, com a desaceleração da economia internacional, há menos demanda no exterior por alimentos", avalia.
Há quem veja um quadro menos negativo. Para o Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (Iedi), o recuo de maio foi puxado por ramos que apresentaram altas expressivas em abril e que, portanto, devolveram boa parte daquele desempenho. A tendência, porém, ainda é de crescimento, embora mais modesto. Valor

Opinião: Plebiscito é só embromação

A presidente Dilma Rousseff tem feito o possível para fazer do limão das multidões contra tudo nas ruas das cidades brasileiras a mesma limonada envenenada com que seu Partido dos Trabalhadores (PT) tenta em vão engabelar o País desde 2007. Há seis anos os petistas querem moldar as instituições republicanas aseus interesses específicos e impor a suas bases no Congresso Nacional uma reforma política que favoreça, se não uma imitação tupiniquim do bolivarianismo chavista, pelo menos a garantia de sua permanência no poder. Mas a acachapante maioria no Legislativo não bastou para aprovar o que os maiorais do socialismo caboclo consideram fundamental para manter suas "boquinhas". Agora o povo foi para a rua e a chefe do governo tentou incontinenti surrupiar suas palavras de ordem para convocar uma Constituinte exclusiva, capaz de satisfazer os caprichos que a reforma constitucional não possibilitou. O óbvio golpe sujo não colou, mas ela mantém idêntica embromação em forma de consulta popular, o plebiscito.
Acontece que as multidões ocuparam as ruas para reclamar, primeiro, da elevação da tarifa do transporte público. E daí em diante, sem oposição à altura que os represente na democracia, os manifestantes passaram a protestar contra o óbvio: a inflação, a impunidade, a violência, a corrupção e, sobretudo, a péssima prestação de serviços por um Estado que cobra um absurdo de impostos. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT (ou será o contrário?), foi rechaçada a pauladas de manifestação no Rio. E ninguém no País ouviu os gritos de "fascistas" com que militantes esquerdistas tentaram abafar o clamor apartidário que abortou a tentativa de infiltrar bandeiras do partido e camisas vermelhas numa passeata na Avenida Paulista. Esses invasores obedeciam à palavra de ordem do presidente nacional petista, Rui Falcão, que queria reverter a onda contra políticos numa manifestação a favor de Dilma e seus correligionários, alvos prioritários da insatisfação generalizada.
A resposta do governo foi de um cinismo atroz. Com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante Oliva, no papel de Richelieu do Cerrado, dona Dilma pediu ao povo na rua o aval para uma reforma política de interesse exclusivo de sua grei. O PT quer lista fechada de candidatos indicados pela oligarquia partidária para furtar do eleitor o direito de escolher seu parlamentar preferido. E financiamento público exclusivo para campanha eleitoral para extorquir do bolso do contribuinte despesas de propaganda de candidatos, cada vez mais altas. O cidadão já contribui para o tal Fundo Partidário e está com as finanças exauridas de tanto patrocinar vantagens e benesses dos "pais da Pátria".
Ao fazê-lo, ela diz que está ouvindo a "voz rouca das ruas". Mas o povo quer mudar tudo e ela só dará mais do mesmo. Enquanto seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciava que aumentará a carga tributária, com que o brasileiro não suporta mais arcar, para pagar promessas feitas para dissolver as passeatas das massas, ela reu-niu37 de seus 39 ministros, quase todos recrutados das bancadas dos partidos que alicia para seu palanque para a reeleição.
Talvez ela não tenha nomeado um ministro para cuidar das redes sociais porque o 40.° à mesa lembrará certo conto das 2.001 noites. Tal referência certamente não é nada agradável enquanto Rosemary Noronha, amiguinha íntima de seu padrinho e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, protagoniza um escândalo em que é acusada pela Polícia Federal (PF) de fazer parte de uma quadrilha que traficava influência na cúpula federal. Por que Dilma não aproveita a capacidade auditiva que nunca tinha demonstrado antes para dispensar seu ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, da condição de Maquiavel do Planalto para que ele solucione este caso e descubra quem lucrou com a tenebrosa transação da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobrás?
Mas ela preferiu foi se aproveitar com desfaçatez oportunista da conquista da Copa das Confederações, definindo a própria gestão, contestada em praça pública, como "padrão Felipão". Mesmo tendo o Datafolha revelado na véspera sua queda de 27 pontos porcentuais e a constatação de que já não ganharia a reeleição no primeiro turno. Em vez de reunir o Ministério, cujo número a incapacita de conversar com um por um, ela deveria tê-lo reduzido a 12, número fixado por Jesus Cristo como ideal para uma equipe administrável. Mas como esperar isso de quem convoca governadores, prefeitos, sindicalistas, gays e lésbicas para que a escutem, e não para ouvi-los?
Pelos decibéis de suas broncas em subordinados, que contrastam com o papel de boneco de Olinda (só que falante!) que ela desempenha em pronunciamentos públicos convocados para embromar os cidadãos, que trata como súditos, Dilma deve ter muita dificuldade em ouvir a própria voz. Quanto mais a dos interlocutores que convoca para... escutá-la! Seus berros de "otoridade", porém, não impedirão que os clamores da rua cheguem às casas dos brasileiros. A queda vertiginosa nas pesquisas deixa claro que as favas para a reeleição já não são contadas e, se ainda é cedo para prever sua eventual derrota no pleito, não custa lembrar que a galáxia de adesões obtidas com a barganha de cargos por apoio parlamentar pode encolher com os índices de prestígio.
De fato, seu antecessor e padrinho Lula caiu para 28 pontos (dois menos do que ela agora) na pesquisa Datafolha feita à época em que o mensalão foi denunciado e, ainda assim, se reelegeu. Só que agora o julgamento desse escândalo no Supremo Tribunal Federal STF) e a condenação de seus companheiros Dirceu e Genoino deram à Nação a certeza de que seu partido em nada contribuiu para reduzir a corrupção no País. E se ela continuar condescendendo com a inflação e a impunidade, os cidadãos poderão sair de suas casas e das ruas para votar contra a perenização do status quo que os deixa indignados. O Globo

terça-feira, 2 de julho de 2013

Vasco x Flamengo no dia 14 de julho na Arena Castelão ?

Repetindo do que aconteceu em 1995 e 1996, quando Botafogo e Flamengo se enfrentaram no Castelão, a capital cearense deverá receber mais um clássico carioca.

O jogo entre Vasco e Flamengo, marcado para o dia 14 de julho, pelo Campeonato Brasileiro tem grandes chances de ser realizado na Arena Castelão.

Acordo próximo

Com o aval da diretoria do Flamengo o Vasco da Gama, mandante da partida está negociando com a Arena Castelão. O secretário especial da copa, Ferruccio Feitosa, confirmou que as conversas estão bem encaminhadas, mas nada foi assinado. O Povo

Papa considera protestos no Brasil justos e em sintonia com o Evangelho

O papa Francisco, que chegará ao Brasil no próximo dia 22 para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, foi informado diretamente sobre os protestos das últimas semanas em várias cidades brasileiras. O Pontífice já tinha seu discurso para o evento pronto, mas reescreveu uma parte para comentar as manifestações, as quais considera justas e em sintonia com o Evangelho, segundo reportagem do jornal espanhol El País.
Francisco foi informado pessoalmente por três altos prelados brasileiros sobre o que ocorreu no país. O primeiro a se encontrar com o Papa no Vaticano foi Dom Orani João Tempesta, responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude.
Quinze dias antes, o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, se reuniu com Francisco e, na semana passada, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno. Segundo o El País, todos foram conversar com o Papa sobre a situação de tensão em várias cidades brasileiras por causa dos protestos. Terra