O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da Comissão Especial daquela Casa que debate o Projeto de Lei (PL) 236/12 que pode instituir um novo Código Penal do País, afirmou que a população brasileira já apresentou mais de sete mil sugestões para proposta que pode instituir novo Código Penal.
De acordo com o senador cearense, a população brasileira já apresentou mais de 7,7 mil sugestões de mudanças sobre os temas polêmicos do Código Penal, como aborto, eutanásia, homofobia e drogas. Ele informou, ainda, que desde agosto, a página do Senado na internet abriu espaço para receber propostas e opiniões, como por exemplo, Aline Queiroz, de Ubajara, no Ceará, que afirma que a maconha não deve ser descriminalizada, pois é a porta de entrada para drogas mais pesadas.
Eunício Oliveira explicou, também, que o novo Código Penal traz novidades como os crimes de bullying e o jogo do bicho. E propõe mudanças em temas polêmicos, como aborto, eutanásia, homofobia e drogas. Ele destaca que o projeto mexe com a vida dos brasileiros e considera fundamental o debate com a sociedade.
“Essa participação é importante para tirar deste contexto a média do que pensa e do que deseja a sociedade. Essas mudanças influenciam diretamente na vida de cada um”, afirmou o senador peemedebista.
O presidente da Comissão Especial afirmou, em tempo, que os parlamentares vão analisar as sugestões e críticas enviadas pela sociedade na elaboração da nova lei penal. Desde agosto, o colegiado abriu um espaço na página do Senado na internet para receber as propostas e diferentes opiniões sobre o projeto. O endereço é www.senado.gov.br/alosenado
Quem quiser enviar sugestões sobre alterações no Código Penal que é datado de 1940, pode se manifestar também pelo telefone 0800612211. A ligação é gratuita. O novo Código Penal deve ser analisado pela Comissão Especial até o final do ano. Se aprovado, o PL 236 será encaminhado à Câmara dos Deputados.
SANÇÃO – Eunício destacou, ainda, a sanção da presidenta Dilma Rousseff a Lei 12714/12 que cria o sistema de acompanhamento de execução penal. De acordo com ele, a nova legislação já em vigor vai propiciar ao governo a criação de um banco de dados para registrar as informações sobre os presos e as penas dos condenados. A nova Lei, foi relatada pelo parlamentar cearense, quando em tramitação no Senado Federal.
O senador lembrou que o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, com aproximadamente 500 mil presos e que o número de detentos mais do que dobrou nos últimos dez anos. E, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cerca de 200 mil são presos provisórios, ou seja, não foram condenados pela Justiça.
Oliveira acredita que a nova Lei irá racionalizar o atual sistema penal. Atualmente os presídios e cadeias sofrem com um déficit de mais de 150 mil vagas. Para preservar os direitos dos presos e impedir que eles fiquem detidos ilegalmente, o governo vai criar um sistema nacional com informações atualizadas sobre a execução das penas, sobre os casos de prisão cautelar e de medida de segurança.
Para ele, o sistema deverá conter dados como o nome dos presos, o crime cometido e o tempo de condenação. O senador citou que o novo banco de dados que está sendo criado também deverá estar programado para informar de maneira automática aos juízes, promotores, advogados e detentos sobre o término do cumprimento da pena, o uso de equipamentos de monitoração eletrônica e as datas previstas para benefícios como progressão de regime, liberdade condicional e indultos.
“Tal medida possibilitará a toda pessoa presa e submetida a medida de segurança o efetivo acesso à Justiça assegurando o direito à soltura e outros benefícios legais. A lentidão da Justiça criminal em razão do grande número de processos acaba por resultar no aumento desnecessário do gasto público com a manutenção de pessoas custodiadas que já cumpriram suas penas”, comentou.
A nova Lei determinará que os diretores dos presídios serão responsáveis por informar os dias de trabalho ou estudo dos presos, atestar o comportamento e a ocorrência de faltas graves. O sistema deve entrar em vigor em um prazo de um ano.