Caso Ciro Gomes aceite concorrer ao Senado, a tendência é que o candidato apoiado por Cid Gomes (Pros) ao Governo seja de outro partido da base aliada. A afirmação foi feita pelo governador na noite de ontem, durante cerimônia de entrega da Medalha da Abolição. Os homenageados foram o jornalista Demócrito Dummar (in memoriam), presidente doO POVO de 1985 a 2008, o empresário Airton Queiroz, chanceler da Universidade de Fortaleza e diretor executivo do Grupo Edson Queiroz, e o artista plástico Sérvulo Esmeraldo.
A honraria é concedida pelo governo anualmente, e visa homenagear cearenses que contribuem para o crescimento do Estado. A medalha é entregue em 25 de março, em alusão ao pioneirismo cearense na abolição da escravidão em 1884 - quatro anos antes do resto do Brasil.
Na cerimônia de ontem, ainda ecoava o burburinho depois que o governador admitiu, na véspera, a possibilidade de renunciar em abril para permitir que Ciro seja candidato. “Se há uma decisão do Ciro, que é do Pros, em ser candidato a senador, que é um dos três cargos majoritários, não é razoável que o Pros tenha outro cargo majoritário, quer seja governador ou vice-governador”, disse Cid, citando PT, PMDB, PDT e PCdoB como siglas que poderiam indicar nomes.
Ainda segundo o governador, a candidatura do irmão ao Senado depende somente do próprio Ciro. “Se o Ciro desejar ser candidato ao Senado, eu tenho de renunciar ao governo. Se ele não quiser, ficarei até o final (...). Vai haver muita pressão sobre ele, e ele vai definir se vai ou não. A primeira posição dele foi de não ser, mas tem muita gente ponderando que o Ceará precisa de uma presença forte no Senado”, disse.
Eunício e PT
A fala de Cid tanto alimenta o desejo de Eunício Oliveira (PMDB) disputar o governo com apoio do Palácio da Abolição quanto fortalece setores do PT que defendem candidato próprio. Na noite de ontem, no entanto, o governador evitou antecipar mais indicações.
“A única coisa que tem de ser decidida agora é a candidatura do Ciro, por conta dos prazos. Tudo mais pode ficar para junho, o que é melhor, porque temos demandas do Estado”, disse Cid, afirmando que se reunirá com o peemedebista nesta sexta-feira.
Presente no evento de ontem, Eunício evitou comentar possível renúncia de Cid. Ele reforça que o PMDB priorizará manter unidade da base aliada de Dilma Rousseff (PT) no Estado, mas não nega interesse em ter candidato à sucessão.
O deputado Camilo Santana (PT), frequentemente cotado como candidato do PT ao governo, também evitou comentar o assunto. Segundo ele, posição do partido é conduzida por José Guimarães (PT), que hoje defende candidatura do PT ao Senado. ( O POVO)
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