sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Marina condena “guerra virtual” de olho nas eleições

Provável vice da chapa do PSB que será encabeçada pelo governador Eduardo Campos na corrida pelo Palácio do Planalto, a senadora Marina Silva escreveu um artigo para o jornal Folha de São Paulo condenando a guerra virtual que se instalou nas redes sociais neste início de 2014. A neossocialista classificou como intolerável o tipo de crítica que prefere focar no ataque pessoal e que é construída por meio de calúnia e difamação.
Confira a íntegra do artigo escrito por Marina Silva:
É intolerável a situação que vivemos em anos eleitorais, marcados por uma degradante agressão verbal contra candidatos e lideranças políticas. Não bastassem a indústria dos dossiês, as notinhas maldosas nos jornais e as “reportagens” encomendadas para expor fraquezas reais ou inventadas, temos agora a guerrilha virtual que cria territórios inóspitos na internet. Calúnia, difamação, injúria e ofensas formam uma espécie de enxurrada que arrasta o Brasil para o atraso onde prosperam várias modalidades de protofascismo.
Todos sabemos quem são os responsáveis por essa guerra. Eles estão na direção dos partidos mais poderosos, cujos militantes, geralmente remunerados, seguem sua pauta e comando no ataque aos alvos definidos. E chamam isso de tática e estratégia numa disputa supostamente ideológica entre esquerda e direita.
No final, todos perdem. O Brasil é derrotado. Quando as multidões foram às ruas no ano passado disseram claramente: essa política não nos representa. Na verdade, os que a fazem não representam nem a si mesmos. Não adianta ficarmos dois ou três anos nos tratando com cortesia diante das câmeras e preparando novos ataques para o período eleitoral.
Também sobre isso o Brasil necessita de um acordo, um pacto de não agressão. Críticas e divergências expostas com firmeza e veemência ajudam. Ninguém precisa ficar melindrado, o debate é próprio da democracia. Mas a linguagem chula dos desaforos anônimos ou “fakes” não devem ser estimulados nem acobertados. Assumimos um compromisso assim em 2010 e o levamos a cabo durante toda a campanha, insistindo que era um debate, não um embate. Por isso sei que é possível.

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