Em pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (17), o deputado federal Raul Henry (PMDB-PE), afirmou que o País assiste à ameaça “de virada de mesa” no julgamento da Ação Penal 470, mais conhecida como o caso do mensalão, de forma perplexa. Para o parlamentar, durante as manifestações de junho, onde milhares manifestaram indignação, havia o sentimento de que uma instituição estava preservada: o Supremo Tribunal Federal (STF).
Henry afirmou que o STF julgava, de forma inédita, escândalos de corrupção que nunca tinham chegado ao plenário daquela Corte. Em sua avaliação, de repente, a situação mudou. O peemedebista considerou que a virada de mesa é provocada pelos “ministros novatos” indicados pela presidente Dilma Rousseff (PT).
“É vergonhoso ver um processo de mais de oito anos, depois de um debate longo e extenuante, depois da análise de inúmeras provas nos seus mínimos detalhes, depois de todo esse esforço, voltar à estaca zero. Eis o definitivo triunfo da impunidade no Brasil”, disse.
E continuou: “Não se trata, como afirmou ironicamente um ministro novato, de julgar para satisfazer a multidão. Esse é um julgamento para servir à nação, porque as instituições que constituem o Estado foram criadas com a única finalidade de servir à nação. E a Constituição é explícita quanto a isso: todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”.
Henry afirmou ainda que o que está em jogo é um “jovem e sofrido processo de consolidação das instituições democráticas”. Ele também disse que é inaceitável a impunidade depois de um julgamento realizado transparentemente, diante de toda sociedade, assim como é inaceitável desmoralizar a Corte Suprema do País e anular completamente, através de um casuísmo, as consequências de um fato já julgado.
Blog Folhape
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