quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Técnico brasileiro na Seleção
O Brasil já importa coco da Indonésia, café torrado da Suíça e até o principal ingrediente do prato nacional, o feijão-preto, vem da China. Agora, entre a saída de Mano Menezes e a chegada de Felipão, apareceu a idéia de contratação do espanhol Pepe Guardiola para a Seleção. Há muitos jogadores de fora, alguns até viraram ídolos da torcida, porém a aquisição de treinadores, mesmo estrategistas como o paraguaio Fleitas Solich e o húngaro Bella Guttmann, na década de 1950, ficou restrita a clubes.
Só o argentino Filpo Nuñez teve a glória de ser o único estrangeiro a dirigir a Seleção brasileira. Era técnico do Palmeiras quando o alviverde vestiu a camisa canarinho para representar o Brasil na inauguração do Mineirão, em 7 de setembro de 1965, e venceu o Uruguai por 3 a 0. A última experiência, do argentino Daniel Passarela no Corinthians, em 2004, foi mal sucedida.
Eram outros tempos, outros costumes. O Brasil é referência no futebol. Além dos melhores jogadores do mundo, também exporta técnicos, sinal de que tem uma escola de treinadores reconhecida. Martim Francisco foi, para muitos, o inventor do 4-2-4, e Didi teve carreira vitoriosa no Peru. Citando apenas alguns que estão em atividade, Vanderlei Luxemburgo esteve no Real Madri, Abel Braga no Olympique de Marselha, Luís Felipe Scolari na seleção de Portugal, Joel Santana na da África do Sul, Zico na do Japão.
Os técnicos brasileiros ganharam cinco Copas da Fifa e dezenas de outros torneios internacionais. Introduziram inovações táticas que revolucionaram o esporte. Se merecem crítica é pela subordinação do talento à transplantação mecânica de esquemas defensivos dos europeus. Mas é deles o emprego ao mesmo tempo mais fácil e mais difícil do mundo: têm os melhores jogadores e 190 milhões de concorrentes.
Aldo Rebelo é ministro do Esporte
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