Contrariando as mais variadas análises dos "especialistas" da grande mídia, que se apressaram em apontar a derrota do PT nessas eleições, as urnas mostraram que somos o partido que mais cresce no Brasil, tanto em número de prefeituras, quanto em votos.
O Partido dos Trabalhadores elegeu candidatos em 624 prefeituras e irá ao segundo turno em 22 das 50 cidades médias e capitais que ainda não decidiram o pleito.
Com este resultado, os mesmos analistas agora são obrigados a reconhecer - já que os números não mentem - que o partido é o único que, a cada nova eleição, elege mais prefeitos. Nossos candidatos receberam 17,2 milhões de votos, ante os 16,5 milhões de 2008, votação mais expressiva dessas eleições.
O PMDB perdeu quase 10% de seu eleitorado, em comparação à última eleição, e contou com 16,7 milhões de votos. O PSDB, atrás, também teve queda de 4,3% em sua votação e recebeu 13,9 milhões de votos.
Em número de prefeituras, o PT foi o único a aumentar seus quadros: em 14%, passando das 550 conquistadas em 2008 para 628 agora. Já o PMDB e o PSDB diminuíram o número de mandatos, 14% e 12%, respectivamente, em relação à última eleição.
Mas a pior derrota foi a do DEM, que detinha 495 prefeituras e conseguiu eleger prefeitos em apenas 275, uma queda de 44%, provavelmente provocada pelos votos que perdeu para o PSD, partido recém fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Também no Legislativo, o PT é a legenda que mais cresceu e que terá o maior número de vereadores nas capitais e nas cidades com mais de 200 mil eleitores, a partir de 2013.
Em 2004, o partido elegeu 3.681 vereadores; em 2008, 4.168; e, nestas eleições, aparece como o terceiro com maior número de cadeiras nas Câmaras municipais, 5.067.
O PMDB e o PSDB, embora ainda sejam o primeiro e o segundo partidos com maior número de vereadores no país, perderam espaço também na vereança nestas eleições. Em comparação com 2008, o PMDB teve queda de 8%, e o PSDB, de 13%.
O PPS, partido linha auxiliar do PSDB também caiu 16% no Legislativo municipal brasileiro, enquanto o PCdoB, partido da base de apoio ao governo federal, cresceu 56%, elegendo 952 vereadores.
Deste saldo muito positivo para o PT merece destaque a reeleição em primeiro turno do prefeito Paulo Garcia, em Goiânia, e a passagem dos candidatos petistas para o segundo turno em seis capitais: São Paulo, Salvador, João Pessoa, Fortaleza, Rio Branco e Cuiabá. Em Manaus e Curitiba, os candidatos apoiados pelo PT também continuam na disputa.
A ida de Fernando Haddad para o segundo turno em São Paulo é uma vitória política importantíssima, porque confirma a força do PT na capital paulista e a liderança do ex-presidente Lula.
Ademais, José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) lideraram a corrida eleitoral e chegamos às vésperas do primeiro turno da eleição com o cenário bastante indefinido.
A conquista de Haddad tem também o peso de ter enfrentado a máquina tanto da prefeitura quanto do Estado, além de grande parte da mídia que apoiou ostensivamente seu principal concorrente, José Serra.
Mas não apenas a passagem de Haddad ao segundo turno confirma nossa vitória incontestável no Estado de São Paulo: foram 63 prefeituras conquistadas, praticamente 10% dos municípios paulistas. Dentre as 25 maiores cidades do Estado, o partido saiu vitorioso em sete - cinco com candidatos próprios e duas com coligações - e irá para o segundo turno em outras oito.
O partido obteve votações muito expressivas em São Bernardo do Campo, onde o atual prefeito Luiz Marinho se reelegeu com 65,8% dos votos; em Carapicuíba, com Sérgio Ribeiro, que conquistou 67,7% e até mesmo em São José dos Campos, cidade há 16 anos sob o comando dos tucanos e reduto político do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Neste que é o maior município do Vale do Paraíba, Carlinhos Almeida (PT) obteve 50,99% dos votos.
Em Osasco, Jorge Lapas (PT), que obteve o maior número de votos válidos (138.435), aguarda a decisão definitiva do TSE sobre a impugnação da candidatura de seu adversário, o ex-prefeito tucano Celso Giglio, enquadrado na Lei da Ficha Limpa, com base na rejeição pela Câmara Municipal das contas de sua última administração (2000-2004) no município.
O PT segue na disputa ainda em Santo André, Diadema e Mauá, cidades do ABCD que constituem seu berço político, e em Guarulhos, a segunda maior cidade do Estado. Disputará o segundo turno também em Taubaté, Jundiaí e Campinas.
O PSDB perdeu espaço em São Paulo e passou de 205 prefeituras conquistadas em 2008 para 173 agora, uma queda de 15% e um sinal claro de que o povo paulista está cansado da má gestão tucana e quer renovação.
E não foi só em São Paulo que as urnas foram implacáveis com os tucanos. No Sul e no Centro-Oeste, o PSDB teve resultados pífios e não venceu em nenhuma capital.
Os resultados alcançados pelo PT no primeiro turno não foram fáceis, mas nos motivam a ir para o segundo turno com mais garra e disposição para discutir com a população as questões das cidades, apresentar nossos programas e projetos e conquistar o voto de cada eleitor.
As urnas não apenas desmentiram previsões de encolhimento do partido, mas também mostraram o vigor de uma legenda que obteve o maior e melhor resultado de sua história, fruto da força de sua militância, dos exemplos bem sucedidos de suas administrações em todo o Brasil e, mais ainda, da esperança e da vontade do povo brasileiro de continuar mudando.
José Dirceu, 66, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
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