O advogado Rogério Tolentino, ex-sócio do empresário Marcos Valério, criticou ontem o seu julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Ele afirmou que não poderia ser julgado na ação penal do mensalão (470), mas em outra, a 420, que trata dos empréstimos feitos pelo banco BMG e que está na primeira instância, em Minas. "Isso é uma heresia jurídica."
"Ali [ação penal 420] você pode me mandar para Guantánamo [prisão dos EUA] se você quiser", afirmou. "Não pode é na 470. Condene o Tolentino à forca, mas na 420."
Amigo de Valério, o advogado é acusado de ter usado sua empresa para receber empréstimo de R$ 10 milhões do BMG para o mensalão.
Na semana passada, ele foi condenado por lavagem de dinheiro e ainda será julgado por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Tolentino deu as declarações ao deixar o escritório em Belo Horizonte, onde Valério às vezes cumpre expediente.
JEFFERSON
A defesa dos acusados condenados ontem pelo relator do mensalão criticaram a decisão. O advogado de Roberto Jefferson, Luiz Francisco Barbosa, afirmou que os R$ 4 milhões repassados pelo PT ao PTB eram para uso nas eleições municipais de 2004.
Segundo ele, Barbosa deixou de abordar várias questões, entre elas a previsão da lei para a transferência de recursos entre partidos.
O advogado Marcelo Bessa, defensor de Valdemar Costa Neto, diz que seu cliente recebeu dinheiro como presidente do extinto PL, e não por ser deputado.
A defesa de Jacinto Lamas diz que ele não tinha "consciência do caráter ilícito do saque". A defesa do ex-deputado Carlos Rodrigues afirma que a tese da acusação é "inverossímil e ilógica".
Folha
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