quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dilma Rousseff convoca reunião de emergência para amanhã

Depois de acompanhar boa parte dos protestos do dia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu convocar uma reunião de emergência para as 9h30 de amanhã com seus principais ministros para discutir os efeitos das manifestações por todo o Brasil.
Na reunião, Dilma irá avaliar relatos da extensão dos atos nas cidades brasileiras. A partir daí será decidida uma conduta de governo, como por exemplo medidas ao alcance do Ministério da Justiça ou até um pronunciamento oficial da presidente.

Até aqui, Dilma só fez uma referência pública aos protestos, na terça-feira, durante o lançamento da proposta do Código de Mineração. Nela, a presidente apoiava as manifestações de cunho pacífico.
Na hora em que Dilma deixava o Planalto, o Itamaraty era atacado pelos manifestantes. O palácio presidencial está protegido fortemente por policiais e militares.

Vídeo: manifestantes ateiam fogo no Itamaraty

"Isso é próprio da juventude", diz Cid Gomes sobre manifestações

O governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, esteve presente na solenidade, realizada no Centro de Eventos, na manhã desta quinta-feira, 20, para a entrega de 60 carros aos 20 municípios da região que mais se destacaram no Selo Unicef - Município Aprovado. Cid aproveitou a ocasião e falou sobre a manifestação ocorrida na última quarta-feira, 19. 

Sobre a operação de segurança no protesto, o governador classificou como "louvável" a ação dos manifestantes de lutarem por seus direitos. "Acho louvável, respeitável o direito das pessoas se manifestarem. "Isso é próprio da juventude. "A gente sabe que tem muito o que melhorar no mundo, no Brasil e no Ceará".

Cid também comentou sobre os conflitos entre policiais e manifestantes. "A orientação é evitar qualquer tipo de conflito. O caso de ontem (quarta-feira, 19) é porque tinha um evento no Castelão que tinha que acontecer. Não foi nada contra a manifestação. A gente tem que proteger algumas coisas. Respeito muito quem critica: em vez de construir estádios, deveria construir escolas. As coisas não são excludentes".

Câmara adia votação da PEC 37, que limita poder de investigação do MP

A votação da PEC 37, projeto que limita o poder de investigação do Ministério Público, que estava marcada para o próximo dia 26, foi adiada pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por falta de acordo entre procuradores e delegados.
A PEC 37 também tem sido alvo dos protestos de manifestantes em várias cidades do país, que pedem a rejeição da matéria. Na quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que pediria ao presidente da Câmara que adiasse a votação da proposta.
Isso porque as discussões do grupo de trabalho formado por representantes do Ministério da Justiça, do Ministério Público e das policias Civil e Federal para discutir a PEC terminaram sem consenso. Está marcada para a próxima terça-feira uma nova reunião dos integrantes do grupo com o presidente da Câmara. Representantes do Ministério Público criticam a proposta e a classificam como "PEC da Impunidade". Para os procuradores, a PEC é uma retaliação ao trabalho desempenhando pelo Ministério Púbico no combate à corrupção.
Já representantes da polícia argumentam que a proposta não restringe a atuação do MP, mas retoma o texto da Constituição de 1988, organizando as atribuições de todos os atores responsáveis pelas investigações. Na avaliação dos delegados, o MP só pode atuar na investigação de forma extraordinária, quando houve omissão da polícia, por exemplo.A PEC 37 foi apresentada em junho de 2011 pelo deputado federal e delegado de polícia Lourival Mendes (PTdoB-MA). O texto altera trecho da Constituição, indicando que a apuração das infrações penais é função privativa das polícias Civil e Federal. A medida impedirá o Ministério Público de assumir a investigação de crimes, prática usual desde que a instituição teve os poderes ampliados na Constituição de 1988.

Deputados e senadores se mobilizam para protestos

O presidente interino da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), convocou para 15h de hoje (20.jun.2013) uma reunião com todos os líderes partidários para discutir o que fazer a respeito dos protestos de rua que estão sendo realizados em todo o país.
André Vargas está preocupado, sobretudo, com a manifestação programada para hoje em Brasília. Na última vez, os manifestantes quase invadiram o Congresso.
No Senado, um grupo de senadores se mobiliza para ficar dentro das dependências da Casa no momento da manifestação. Estão nesse grupo, entre outros, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT), Pedro Simin (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF). A direção do Senado orientou a todos os funcionários que retirem seus carros da imediação antes do final da tarde e do início dos protestos. Fernando Rodrigues

Cid Gomes anuncia novos investimentos em segurança para o Ceará

A população dos bairros Dias Macedo, Boa Vista e adjacências recebeu na noite desta terça-feira (18), as novas instalações do 16º Distrito Policial, localizado na avenida Alberto Craveiro. A inauguração foi realizada pelo governador Cid Gomes, acompanhado do secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Bezerra; do delegado chefe da Polícia Civil, Luis Carlos Dantas, com a presença do ministro Leônidas Cristino, da Secretaria dos Portos da Presidência.

O equipamento, 16º recuperado e modernizado pelo Governo do Estado, compõe o conjunto de ações desenvolvidas dar ênfase na pasta de segurança e proporcionar mais tranquilidade  para a população do Ceará e Turistas, principalmente em eventos da grandeza da Copa das Confederações e Copa do Mundo de Futebol. Para tanto, o equipamento recebeu investimentos da ordem de R$ 803.499,88, incluindo a reforma completa do prédio, aquisição de três viaturas (sendo uma de grande porte, uma modelo sedan e uma motocicleta) e toda a infraestrutura para o atendimento da população.

"É um prazer entregar o 16º Distrito Policial reformado, para somar com outros 45 implantados e construídos. Tenho a convicção que nunca houve no Ceará, um governo que tenha investido tanto em segurança, tanto em pessoal, quanto em equipamentos", enfatizou Cid Gomes.

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"Em breve, a população do Ceará contará com novos investimentos em segurança: um novo tipo de carteira de identidade, com sistema biométrico, até o final do ano; um novo sistema de comunicação, criptografado e com melhor alcance; câmeras de segurança; mais um Centro Provisório de Privação de Liberdade (CPPL) e mais três unidades prisionais", concluiu o chefe estadual do Executivo no Ceará.


Participaram ainda da solenidade de inauguração o perito chefe da Perícia Forense do Estado do Ceará, Maximiliano Chaves; o deputado Zezinho Albuquerque, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará; o deputado Lucílvio Girão; o secretário Chefe da Casa Civil, Danilo Serpa; Quintino Vieira, superintendente do Departamento de arquitetura e Engenharia (DAE); o prefeito de Saboeiro, Marcondes Ferraz; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Werisleik Matias e o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronelcomando da delegada Marília Ferreira Fernandes, que contará com  Joaquim Neto, dentre outras autoridades.

Dilma vai se encontrar com Felipão em Salvador para receber camisa

A presidente Dilma Rousseff vai se encontrar nesta sexta-feira com Luiz Felipe Scolari, treinador da seleção, na base aérea de Salvador.

Felipão vai entregar uma camisa oficial do time brasileiro à presidente, que acompanhou do estádio a estreia do time nacional na Copa das Confederações, em Brasília -3 a 0 sobre o Japão. Dilma foi vaiada quando anunciava a abertura oficial do evento. Não há previsão de encontro com os jogadores.

O treinador tem uma relação antiga com o governo federal. A convite do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, foi consultor da pasta.

José Maria Marin, presidente da CBF e com quem Dilma evita manter relação, não deve participar do encontro. Diário do Nordeste

Diego Hypolito: 'O Brasil segue morto em investimentos para Olimpíadas'

Diego Hypolito tenta reunir forças e se concentrar apenas em seus treinos. Os problemas fora do tablado o atormentam. Desde o início de março, quando foi dispensado pelo Flamengo, o ginasta anda estressado, fazendo seus exercícios no ginásio do Pinheiros, e morando em um hotel em São Paulo. Ele tentará colocar essas dificuldades de lado neste fim de semana, na etapa portuguesa da Copa do Mundo de Ginástica, em Anadia, para voltar a defender a seleção brasileira em uma competição internacional pela primeira vez depois dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. O período com a seleção servirá para Diego fugir um pouco da complicada rotina. Ele, porém, sabe que terá de encarar tudo de novo quando retornar ao Brasil.
- O fato de esquecer um pouco não significa que eu não tenha que resolver isso depois. Este ano tem sido o de maior problema na minha carreira, porque aconteceram muitas coisas adversas. Eu ainda não estou sabendo lidar. Tenho ficado muito estressado. Tem Copa do Mundo agora, treinamento com a seleção, enquanto isso minha vida tem de ser resolvida no Brasil. A questão do clube é uma situação que me preocupa muito, porque vejo que estamos no início de um ciclo olímpico, e o Brasil segue morto em relação a investimentos gerais para as Olimpíadas. O Rio de Janeiro principalmente tinha grandes atletas da seleção de ginástica e agora não tem mais ninguém de referência, tem só as atletas futuras. O Rio tinha de acordar para isso - disse o ginasta.
Uma medalha no solo ou no salto em Portugal será lucro. Diego vê a prova como mais um passo no caminho rumo a seu grande objetivo: brilhar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
- Essa Copa do Mundo é uma grande experiência para eu voltar ao cenário internacional e ser visto pelos árbitros, para mostrar que eu estou almejando competir nas próximas Olimpíadas, querendo uma medalha. É para um objetivo mais a longo prazo. Eu ainda tenho o sonho e o objetivo de ser um medalhista olímpico, ainda acredito que posso. Agora, não tenho nenhum intuito de chegar lá e querer ganhar. Meu grande objetivo deste ano é retornar às competições e voltar a me sentir adaptado. No final do ano passado fiz alguns reajustes no meu próprio corpo - disse Diego.
Diego Hypolito treina no Pinheiros (Foto: Marcos Guerra)Sem clube, Diego Hypolito treina no Pinheiros (Foto: Marcos Guerra)
Não bastasse estar sem clube, amparado apenas pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), o bicampeão mundial do solo teve de passar por três cirurgias depois de Londres - ele fez oito em sua carreira. O ombro e o pé direito o tiraram dos treinos por seis meses, o que fez o ginasta engordar 8kg. Diego já voltou ao seu peso ideal, mas ainda não está no ritmo.
- Um dos meus objetivos é treinar com menos dor, sem tomar remédio, fazendo muita fisioterapia e manutenção. Nesses meses, eu fiz muito trabalho de academia. Isso tem me ajudado a manter meu corpo sem lesões. Quero disputar de quatro a cinco competições por ano. Antes eu competia umas dez. Quero voltar a me mostrar presente. Começar a me lesionar menos, porque em todos os ciclos, eu cheguei muito arrebentado no ano mais importante. Não pode ser assim. Tenho de caminhar devagar para chegar bem ao meu objetivo final - declarou o ginasta.
Diego chegou às Olimpíadas de Pequim 2008 e Londres 2012 como candidato ao pódio do solo, mas quedas o impediram de ser medalhista olímpico. Ele deu seu primeiro passo rumo ao Rio 2016 no mês passado, quando participou do Troféu Brasil de ginástica artística.
- No Troféu, eu ainda não estava nem perto de estar bom. Competi para ver como iria me portar. Eu fiquei muito nervoso antes de entrar nos aparelhos pela volta, por estar competindo em mais aparelhos além do solo e salto. Na Copa do Mundo de Portugal, quero conseguir fazer a série que apresento nos treinamentos, que é de nota de partida 16,50 pontos, sem me cobrar tanto.
No Mundial da Antuérpia, na Bélgica, entre 30 de setembro e 6 de outubro, Diego espera fazer uma série ainda mais forte. A competição é o maior objetivo dele no ano.
- Ainda está distante do Mundial. Estou fazendo minha série bem, está bonita, mas ainda tem muitas mudanças até chegar o Mundial. Se eu for convocado mesmo, meu objetivo é fazer uma série de 16,80 pontos, que é uma nota de partida alta. A média está 16,50 pontos. Já é um diferencial, mas quero me sentir mais seguro.
diego hypolito ginástica trofeu brasil (Foto: Divulgação)
Diego Hypolito se sentiu nervoso no Troféu Brasil,
sua 1ª competição após Londres (Foto: Divulgação)
'Nenhuma luz'
O chão de Diego Hypolito desmoronou pouco a pouco. Primeiro, o ginásio do Flamengo foi destruído por um incêndio. Depois, o centro de treinamento do COB no Velódromo, construído para o Pan de 2007, foi desativado para dar lugar a uma outra pista em novo local do Parque Olímpico. O golpe final foi o desligamento do Fla, em março. Junto com Sergio Sasaki, Petrix Barbosa e Caio Campos, o ginasta se viu obrigado a se mudar do Rio de Janeiro para hotéis de São Paulo para poder treinar no Pinheiros, em um acordo do COB com o clube paulistano. O campeão mundial não vê um desfecho claro para seu turbilhão.
- Não vejo nada que esteja claro de para onde os atletas desempregados vão. Estamos em um ginásio que não é nosso, ginásio de um clube diferente, que nos recebeu muito bem, mas acho que temos de dar um passo adiante. Muitas pessoas me ligam, perguntando por uma solução. Eu não sei o que fazer. Não sou empresário, não sou gestor. Só sei que tem alguma coisa muito errada. Não consigo ter o entendimento de atletas que têm chances de serem medalhistas olímpicos não consigam se manter. O Ministério tem um plano de medalhas, mas estamos em junho e nada aconteceu. Tudo está atrasado. Tem de existir um movimento do Rio. Parece que somos os pedintes, mas deveria ser uma obrigação. O ciclo olímpico começou e não vejo ainda nenhuma luz - finalizou.

Dilma Rousseff e os jovens: Não é apenas um problema de comunicação

O blogueiro Altamiro Borges costuma falar sobre a capilaridade dos grandes conglomerados de mídia do Brasil apontando para as agências de distribuição de fotos e notícias, que espalham o conteúdo gerado no Rio de Janeiro ou em São Paulo mesmo para os pequenos jornais ou emissoras de rádio do interior de Goiás ou da Amazônia.
Quando a Secom, a Secretaria de Comunicação ligada à Presidência da República, diz que mudou a distribuição de verbas publicitárias para fomentar e apoiar órgãos locais e afirma que isso contribuiu para a democratização de conteúdos, está falando uma meia verdade: isso pode até resultar na contratação de jornalistas locais, mas não garante que a pauta seja distinta da dos grandes meios, que ocupam espaço nas publicações com seus colunistas e ditam o que é ou não pauta nacional.
De minha parte, tenho escrito sobre o paradoxo da chamada “crise da mídia”. As empresas demitem jornalistas e reduzem custos ao mesmo tempo em que aumentam sua influência sobre o público através da apropriação das ferramentas disponíveis aos usuários das redes sociais.
No passado, o leitor de Arapiraca, em Alagoas, provavelmente teria de esperar o dia todo até receber sua edição de O Globo impressa no Rio de Janeiro. Agora, via Facebook, ele recebe o artigo do Merval Pereira pregando a prisão de José Dirceu disseminado pelos próprios internautas. Mais que isso, recebe o artigo recomendado por um parente ou amigo, o que acrescenta um peso — vamos dizer, “emocional” — ao conteúdo.
O poder dos conglomerados se ampliou na medida em que eles dispõem de mais recursos para disputar espaço nas redes sociais.
Surgiu, no entanto, uma inédita capacidade dos mais jovens, antenados e digitalizados, de influir na pauta nacional através da formação de redes de opinião múltiplas e não necessariamente ligadas a partidos políticos.
Como tenho dito desde o primeiro Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, a disputa agora já não é apenas pelo controle dos meios de produção de notícias, que de fato se democratizaram pelos padrões capitalistas (montar um blog e comprar uma câmera digital exige muito menos capital que o que Roberto Marinho usou para montar uma rede de TV). A disputa hoje é também sobre a capacidade de disseminar em rede conteúdos de seu interesse.
O erro do Partido dos Trabalhadores em geral e do governo Dilma em particular foi descuidar da informação na era da informação.
Lembro-me de quando Ronald Reagan, o Grande Comunicador, estava em minoria no Congresso dos Estados Unidos e decidiu falar diretamente aos eleitores, por cima dos mandatos distritais, usando para isso a visibilidade garantida ao púlpito presidencial.
Donald Regan, assessor de imagem do presidente norte-americano, bolava os eventos. Reagan desembarcava no interior do Texas e, ao lado de fardos de feno, falava sobre a política agrícola, garantindo espaço na mídia local e regional.
A presidente Dilma aparentemente não gosta de usar o púlpito para fazer política, ou seja, para contestar as versões sobre os fatos apresentadas como verdades absolutas pela mídia (como o apagão elétrico que, afinal, nunca aconteceu), para defender suas próprias ideias e influir na pauta de debates.
Com isso, perante a opinião pública, está sempre na defensiva. Ainda que o apagão tenha, afinal, se mostrado uma ficção midiática, a nova dinâmica das redes sociais disseminou fortemente a impressão de um governo acuado, sem respostas, vacilante — com implicações para a imagem deDilma que podem ter tido algum impacto inclusive nas pesquisas de opinião.
Ossificado, o PT parece não ter entendido até agora a importância da batalha da comunicação. Em desvantagem nos espaços da grande mídia, o partido já deveria ter desenvolvido uma estrutura para produzir e disseminar conteúdos nas redes sociais.
Falo de discursos, notas oficiais e posicionamentos individuais dos parlamentares do PT, partido que dispõe ainda de um amplo corpo de técnicos e intelectuais que poderiam influir nos debates nacionais e se contrapor à pauta proposta pelas grandes redações.
É irônico que Dilma tenha sido vaiada justamente no estádio mais bonito dos que foram construídos para a Copa das Confederações e que, dizem os que estiveram lá, deveria servir de orgulho para a engenharia nacional.
O que me leva ao segundo ponto. Não se trata apenas de um problema de comunicação, mas também e principalmente de prioridades políticas.
Ao abraçar as empresas de telefonia — sejam quais forem os motivos para isso — e engavetar um Plano Nacional de Banda Larga baseado na universalidade, no investimento público e no livre acesso em praças ou pontos de encontro de jovens, o governo Dilma fechou as portas para que milhões de seus apoiadores ingressassem no mundo digital, disseminando suas ideias e opiniões nas redes sociais. A culpa é de Paulo Bernardo?
Ao abraçar os ruralistas — sejam quais forem os motivos para isso — e demolir a Funai, o governo Dilma se afastou dos indígenas, causando o desgosto de centenas de milhares de jovens internautas com grande capacidade de mobilização nas redes. A ironia suprema é que hoje a direita usa a causa indígena… para atacar um governo cujo partido principal de sustentação sempre teve compromisso histórico com os indígenas. Culpa da Gleisi Hoffmann?
Ao abraçar os fundamentalistas — sejam quais forem os motivos para isso — e cancelar campanhas de esclarecimento sobre a AIDS, além de demonstrar ambiguidade na questão do Estatuto do Nascituro, o governo Dilma perde o apoio de outro tanto de jovens militantes políticos que também são militantes digitais capazes, articulados e influentes. Culpa do Alexandre Padilha?
Ao abraçar Gulherme Afif Domingos, o vice-governador de Geraldo Alckmin, e torná-lo ministro — sejam quais forem as justificativas para isso –, além de prometer apoio federal para a repressão a um movimento social em São Paulo, o governo Dilma se distancia profundamente de sua própria base (a Juventude do PT, saibam, faz parte das manifestações). Culpa de José Eduardo Cardozo?
Notem, portanto, que não se trata apenas de um problema de comunicação.
O fato é que existe uma nova dinâmica da informação, comandada em parte por jovens inconformados, que querem mudanças.
Porém, os compromissos do governo Dilma contribuiram para alijar das redes sociais uma parcela significativa de seus apoiadores, que se encontram entre os excluídos digitais.
Além disso, deram motivo para que militantes com poder de influência multiplicassem as críticas aos rumos da coalizão cada vez mais conservadora liderada pelo PT.
É como se houvesse um choque geracional entre o mundo digital e o mundo analógico (na observação de gente como Marcelo Branco e Sergio Amadeu) — com o PT encarnando, sem reação, o papel de um governismo conservador e desatento às pressões sociais que, lá atrás, estiveram na origem do próprio partido
Luiz Carlos Azenha é jornalista, editor do site Viomundo.

Mesmo com redução das tarifas de transporte, ao menos 40 cidades protestam hoje pelo Brasil

Moradores de ao menos 20 capitais brasileiras e de pelo menos 21 cidades espalhadas pelo interior do Brasil vão às ruas nesta quinta-feira (20), a partir das 17h, protestar contra o preço e a qualidade do transporte público no país. O ato sucede anúncios de revogação de aumento de tarifa feitos nessa quarta (19) em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo  após pressão popular, além de Aracaju (SE). Na terça-feira (18), quatro capitais já haviam anunciado a redução do preço das passagens de ônibus: Recife, Porto Alegre, João Pessoa e Cuiabá.

Na cidade de São Paulo, a manifestação será a sétima do gênero organizada pelo Movimento Passe Livre e acontecerá na Praça do Ciclista, na avenida Paulista. Até a noite dessa quarta, mais de 170 mil pessoas confirmavam presença no ato. Segundo o MPL, a ação servirá para "comemorar a vitória do povo na rua".

No Rio, o ato acontece na região central da cidade após o protesto da última segunda (17), que terminou em conflito com a polícia depois que um grupo tentou invadir a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Em Brasília, o protesto foi batizado de "Ato Nacional contra o Aumento das Passagens, as Violações da Copa e a Criminalização da Luta Popular no DF" e terá concentração a partir das 17h na rodoviária do Plano Piloto, no centro da capital.

Outras capitais que tiveram manifestações do tipo confirmadas foram Teresina (PI), Recife (PE), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB), Cuiabá (MT), Aracaju (SE), Maceió (AL), Campo Grande (MS), Salvador (BA), Natal (RN), Manaus (MA), Florianópolis (SC), Palmas (TO), Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e Recife (PE).

Em cidades do interior, há protestos marcados também em cidades como Mosqueiro (PA), Guaraí, Gurupi e Tocantinópolis (TO), Rio Largo (AL), Jequié, Petrolina e Juazeiro (BA), Sorocaba e Ribeirão Preto (SP), Salgueiro e São Raimundo (PE), Londrina (PR), Esperantina, Parnaíba, Floriano, São Raimundo Nonato, Picos, São João do Piauí e José de Freitas (PI) e Timon (MA).

No Recife, a manifestação está marcada para as 16h, com concentração no Derby. "No dia 20 de junho, o Brasil vai parar, e vai parar pra exigir melhores condições a todos, vai parar pra exigir que parem com as roubalheiras, vai parar pra, enfim, começar a andar", diz a publicação.

Em Porto Alegre, onde o prefeito de José Fortunati (PDT) enviou na terça-feira, à Câmara de Vereadores, um projeto de lei que isenta as tarifas de ônibus do ISS (Imposto sobre Serviços), PIS e Cofins, 25 mil pessoas haviam confirmado presença até a tarde desta quarta-feira na manifestação --cuja concentração ocorre às 18h em frente à Prefeitura de Porto Alegre. O roteiro da passeata será definido no local.

A redução de dez centavos no preço das passagens também não intimidou os manifestantes em João Pessoa (PB). Até a tarde desta quarta, mais de 31 mil pessoas haviam confirmado participação no ato.

"Pedimos que todos e todas sejam agentes da garantia disso: não provoquem policiais e, caso haja algum tipo de provocação, não cedam. Estimulem seus colegas a manterem a mesma postura, isso é muito importante! Nosso objetivo é estar nas ruas e manifestar nossa indignação, isso é suficiente para nosso objetivo", diz publicação na página do Facebook.

Em Cuiabá, o protesto desta quinta-feira pede a redução da tarifa do ônibus, o passe livre para estudantes, mais qualidade no transporte público e a municipalização do transporte, contra as concessões.

Em Aracaju, mais de 23 mil pessoas tinham confirmado, pelo Facebook, participação no protesto desta quinta-feira. Os líderes afirmam que o protesto será pacífico.

Alexandre Padilha diz que não haverá disputa interna no PT

Provável candidato do PT ao governo de São Paulo em 2014, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse que quem “apostar” em uma eventual disputa dentro do partido para a escolha do candidato fracassará. “O PT vai ter muita tranquilidade para tomar essa decisão. O PT está bastante maduro. A coisa boa é que não vai ter disputa dentro do PT, não existe mais disputa, nem clima de disputa, quem apostar em clima de disputa vai estar fracassado dentro do PT”.
A escolha do nome, na opinião do ministro, vai ocorrer por consenso -mas sob a liderança da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula.
  O ministro disse que o PT tem “excelentes candidatos” para o governo do Estado, como os ministros Aloizio Mercadante (Educação), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Marta Suplicy (Cultura). Padilha referiu-se ao ministro da Educação como “candidato natural” na sigla por ter disputado outras eleições em São Paulo.
Padilha reiterou que “não tem pressa” para a definição do processo eleitoral em São Paulo. “Tenho 41 anos, estou muito empolgado com o Ministério da Saúde, como médico estou bastante animado em enfrentar os vários desafios que nós temos”.

O “Painel” da Folha de S.Paulo revelou hoje que Padilha deu o primeiro e essencial passo para se candidatar ao governo de São Paulo ao transferir o seu título eleitoral de Santarém (PA) para a capital paulista. O petista agora está cadastrado na 1ª zona eleitoral, seção 238, no tradicional colégio Caetano de Campos.
Padilha antecipou a mudança do título graças a uma resolução do PT segundo a qual, para ser candidato, um filiado precisa participar de ao menos três plenárias em sua base.  “O PT mudou suas regras de participação interna, não teve nenhuma ligação com qualquer possível candidatura. Fui dirigente do PT de São Paulo, participo do PT de São Paulo, minha casa é em São Paulo, e para poder votar internamente no PT de São Paulo, na eleição desse ano, você tem que participar de três atividades no diretório onde você mora”, afirmou.
Protestos
Padilha disse que trabalha no ministério para a melhoria dos serviços públicos, na direção do que reivindicam os milhares de manifestantes que se espalham pelo país. “As ruas estão nos falando da importância que esses jovens estão dando para a melhoria dos serviços públicos, e oferecer um serviço com mais qualidade. É nisso que estou focado e estou bastante empolgado com isso, com esse desafio, é nisso que temos que caminhar”.

Segundo o ministro, o governo está “sensível” aos pedidos da sociedade e considera positivo o ato de sair às ruas para protestar pelos seus direitos de forma pacífica.
“Manifestação sem violência, de qualquer uma das partes, seja da polícia ou dos manifestantes, faz muito bem à saúde. O governo está atento, está ouvindo, a presidente Dilma disse claramente que o Brasil acordou mais forte depois dessas grandes manifestações”, disse.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Popularidade do governo Dilma cai 8 pontos, indica CNI/Ibope

A avaliação do governo Dilma piorou em junho na comparação com março, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira, 19. O levantamento aponta que a proporção da população que considera o governo ótimo ou bom caiu de 63% para 55% no período. A proporção de pessoas que consideram o governo ruim ou péssimo cresceu de 7% para 13% - o que, segundo a CNI, é o maior porcentual desde o início do governo. Os outros 32% consideram o governo regular. A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 11 deste mês e foram entrevistadas 2.002 pessoas em 143 municípios.