O governo federal utilizou, até o mês de abril, R$ 22,9 bilhões ou 17,6% do total de R$ 130,4 bilhões autorizados no Orçamento da União para 2013, segundo dados do Relatório do Tesouro Nacional. O montante foi maior que o despendido no mesmo período do ano passado, de R$ 21,1 bilhões, apesar de menor proporcionalmente, já que o valor de 2012 representa 22,58% dos R$ 93,4 bilhões autorizados. Na comparação com o ano passado, o Ministério dos Transportes, carro-chefe das obras de infraestrutura, teve redução no aporte, de 13,28% para 12,85%. Na Integração Nacional, os investimentos recuaram de 14,03% para 9,69% do valor aprovado pelo Congresso e, no Ministério das Cidades, o valor pago caiu de 49,17% para 29,53% do autorizado. Em nota, o Ministério do Planejamento ressaltou que, em termos nominais, o valor empenhado cresceu 10% de janeiro a abril — de R$ 11,6 bilhões para R$ 12,8 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2012. O órgão observou que, apesar da demora na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que ocorreu só em abril, não houve “prejuízos à execução, liquidação e pagamento de investimentos plurianuais em andamento”. Informações de O Globo.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Três em cada cinco brasileiros souberam de boatos sobre Bolsa Família
A pesquisa Datafolha feita entre quinta e sexta-feira da semana passada mostra que três em cada cinco brasileiros tiveram conhecimento dos recentes boatos sobre mudanças no programa Bolsa Família.
Segundo o levantamento, 59% responderam que souberam do episódio. O percentual sobe para 67% na região Nordeste. Dos entrevistados, 26% disseram receber o Bolsa Família ou ter alguém em casa beneficiário do programa do governo.
Há três semanas, boatos sobre um possível fim do Bolsa Família causaram confusão em várias cidades brasileiras. Muitos correram para agências da Caixa Econômica Federal para tentar sacar o dinheiro às pressas. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o episódio.
Rússia proibirá adoção de crianças por casais homossexuais
O Parlamento russo iniciou nesta segunda-feira (10) os trâmites para implantação de uma lei que proíbe a adoção de crianças por casais homossexuais no país. Na quinta-feira (13), reunião dos comitês de família e assuntos internacionais também tratará do tema, com a presença de ativistas franceses contrários à legalização do casamento gay. Na semana passada, na cúpula Rússia-União Europeia, o presidente russo, Vladimir Putin, adiantou que promulgará a proibição da adoção, apesar de negar que haja no país "discriminação" das minorias sexuais. "Estou farto desses casais homossexuais. É preciso mostrar menos agressividade e não aumentar o problema. Assim será melhor para todos. Acho que nossa legislação é muito liberal nesse sentido", declarou. De acordo com o presidente da Câmara, Sergei Narishkin, as medidas para apresentação do projeto devem ser tomadas na próxima semana. Informações da EFE.
Alckmin venceria até Lula na disputa pelo governo paulista
A um ano das convenções partidárias que definirão os candidatos ao governo paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lidera a corrida ao Palácio dos Bandeirantes, de acordo com pesquisa concluída pelo Datafolha no fim da semana passada.
O governador aparece com ampla vantagem em todos os cenários analisados pelo instituto, até mesmo quando seu oponente é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Governador alcança 52% de aprovação
Vera Magalhães: onda de violência pode explicar pior desempenho na capital do Estado
Embora sua candidatura seja improvável, Lula é o adversário que teria melhor desempenho contra o tucano. O petista obtém 26% das intenções de voto e Alckmin, 42%.
A entrada do ex-presidente na disputa estadual foi sugerida em novembro do ano passado pelo marqueteiro do PT, João Santana, em entrevista à Folha, mas Lula nunca manifestou interesse em se candidatar.
Santana disse considerar Lula o nome ideal para unir os partidos que compõem a base da presidente Dilma Rousseff na tentativa de apear o PSDB do poder em São Paulo, onde os tucanos mandam há quase 20 anos.
Alckmin, que planeja se candidatar à reeleição, está em seu terceiro mandato como governador do Estado. Seu governo tem hoje 52% de aprovação, segundo o Datafolha, mas sua popularidade é menor hoje do que era no fim dos mandatos anteriores.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), aparece em segundo lugar nos cenários pesquisados, com percentuais que oscilam entre 13% e 16%.
Skaf apareceu várias vezes no horário nobre da televisão desde dezembro, em comerciais veiculados pela Fiesp para defender medidas tomadas pelo governo para reduzir o custo da energia elétrica e reformar os portos do país.
Com outros nomes do PT no páreo, Alckmin também desponta como favorito, oscilando de 50% a 52% das intenções de voto, o que seria suficiente para ele liquidar a disputa no primeiro turno.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que diz ter desistido da disputa, teria 11% das preferências e ficaria tecnicamente empatado com Skaf na segunda colocação.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, teria 5%, e o da Saúde, Alexandre Padilha, hoje o favorito para a indicação petista, somaria 3%.
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), que já expressou publicamente o interesse em se candidatar, obtém de 6% a 9% das menções.
O Datafolha entrevistou 1.642 eleitores em 43 municípios do Estado, na quinta e na sexta-feira da semana passada. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na sondagem espontânea, em que os eleitores manifestam suas preferências sem que o Datafolha apresente nomes de possíveis candidatos, Alckmin alcança 19% das citações. O ex-governador José Serra (PSDB), antecessor de Alckmin no cargo, é o segundo mais lembrado, com 4%.
Lula, Mercadante, a ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), o ex-deputado federal Celso Russomano (PRB), o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e Paulo Skaf aparecem, cada um, com 1% das citações. De acordo com o Datafolha, 63% dos entrevistados não souberam mencionar o nome de nenhum candidato na pesquisa espontânea. (FÁBIO ZAMBELI)
Personalidades globais pedem mais combate à corrupção e evasão fiscal
Promotores públicos, "caçadores de corruptos" e agora também bispos da Igreja Católica conclamam os líderes do G-8, reunindo as maiores economias desenvolvidas, a endurecer o combate à corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal, durante a cúpula que ocorrerá na semana que vem na Irlanda.
Um grupo de promotores de vários países enviou carta ao G-8 no fim de semana pedindo para adotarem medidas especialmente contra empresas de fachada, registradas em paraísos fiscais, que julgam serem usadas para esconder corrupção e lavagem de dinheiro.
O grupo fala de saques do Estado por políticos e funcionários inescrupulosos, e sugere que uma parte da solução é os governos coletarem informações e saberem precisamente quem está atrás de todas as companhias. Exorta o G-8 a enviar um sinal forte aos seus bancos que é inaceitável fazer negócios com políticos corruptos.
Entre os signatários estão Baltasar Garzon, jurista espanhol; Mark Pieth, chefe do Grupo da OCDE contra Suborno e apontado pela Fifa para investigar a corrupção no futebol; Manuel Garrido, ex-juiz anti-corrupção na Argentina, além do promotor público de São Paulo Sílvio Antônio Marques, que investigou dinheiro do ex-prefeito Paulo Maluf em bancos no estrangeiro.
Também bispos da Igreja Católica dos países do G-8 - EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Canadá, Japão e Rússia - pediram aos líderes do G-8 para atacarem decisivamente a evasão fiscal e declararem que "pagar sua parte dos impostos é uma obrigação moral".
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, colocou a liberalização comercial, evasão fiscal e transparência na agenda da cúpula do G-8, que se reúne na semana que vem na Irlanda. Recentemente, ele disse ser favorável à publicação dos nomes dos beneficiários finais dos donos de empresas registradas em paraísos fiscais.
A avaliação é de que isso ajudaria a combater políticos corruptos, sonegadores e bandos organizados que usam empresas de fachada para esconder suas identidades e lavar dinheiro roubado.
A questão, no entanto, é se os governos são capazes de realmente cumprir o que prometem publicamente. Organizações não governamentais reclamam que boa parte dos trilhões de dólares escondidos em paraísos offshore estão em território britânico ou debaixo de sua jurisdição direta. Valor Econômico
A peculiar geografia do PT e do PMDB
A pouco mais de um ano do início oficial da campanha eleitoral de 2014, a indefinição ainda assombra a aliança entre PT e PMDB em oito unidades da Federação. Em contrapartida, é provável que as duas legendas fechem um palanque comum em 10 estados, e já se desenha um ambiente de divisão em outros nove. As indefinições e os rachas, entretanto, representam, em alguns casos, somente disputas regionais e não impedem que, mesmo em palanques diferentes, as duas legendas trabalhem para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Já em outras localidades, as dúvidas giram em torno da decisão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em sair candidato à Presidência ou não. Nesses casos, é essa definição que determinará se haverá nome próprio dos dois partidos ou unidade.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, a possibilidade de aliança entre as duas legendas é zero. O governador Tarso Genro (PT) tentará a reeleição e não conseguiu atrair o PMDB para o palanque. Ainda não há definição, mas podem ser candidatos o ex-ministro da Agricultura Mendes Ribeiro (PMDB) ou o ex-governador Germano Rigoto (PMDB). Como os prováveis outros candidatos são o deputado federal Vieira da Cunha (PDT) e a senadora Ana Amélia (PP), Dilma Rousseff poderá contar com até quatro palanques no estado considerado seu berço político.
No Maranhão, o cenário é de conflito interno no PMDB. Sabe-se que haverá aliança com o PT e que a legenda apoiará a reeleição de Dilma, mas não há candidato. O partido no estado é dominado pelo clã Sarney, e a atual governadora, Roseana Sarney (PMDB), não poderá tentar reeleição. Uma ala peemedebista defende apoio ao presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), que, apesar de também integrar o governo Dilma, faz oposição à família Sarney no estado.
Há outros casos em que o racha pode custar um palanque à presidente Dilma, como no Rio de Janeiro. Apesar de alguns peemedebistas ainda acreditarem na possibilidade de conversas em torno da candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o senador Lindbergh Farias (PT) já declarou que não abre mão de ser candidato. Não havendo diálogo, o atual governador, Sérgio Cabral (PMDB), chegou a ensaiar uma aproximação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve ser o principal rival de Dilma em 2014.
O fator PSB
As principais dúvidas, entretanto, estão relacionadas ao futuro político de Eduardo Campos. Enquanto o presidente do PSB não se decide se será candidato ao Planalto, alguns estados ficam incapacitados de articularem as alianças. No caso do Amapá, por exemplo, a vice-governadora, Dora Nascimento, é petista, e o governador, Camilo Capiberibe, é do PSB. Caso Eduardo Campos concorra à Presidência, ainda não se sabe como essa questão será equacionada. Por enquanto, Capiberibe defende abertamente que Campos adie a pretensão presidencial para 2018. Outro pessebista que defende a manutenção da aliança com Dilma é o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que também veria as alianças que o elegeram quebradas para a reeleição.
Caso Campos insista com a candidatura, há locais em que PT e PMDB planejam construir um palanque mais sólido contra o governador de Pernambuco. Nessa linha, uma aliança que está cada vez mais consolidada está no Ceará. Com a impossibilidade da reeleição do governador Cid Gomes (PSB), ferrenho defensor de Dilma, as três legendas já começam a costurar um acordo para viabilizar o senador Eunício Oliveira (PMDB) como candidato.
Correio Braziliense
Com 55 honrarias, Lula lidera lista de homenagens a presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente a 29 meses e desde então recebeu 55 prêmios e honrarias. Títulos de doutor Honoris causa já foram entregues 24, número que supera o que todos os demais ex-presidentes vivos receberam depois de deixar o cargo. Na soma, só não entrou o atual senador Fernando Collor (PTB-AL), sem nenhum.
Como a conta inclui apenas ex-presidentes vivos, ficou de fora da lista Itamar Franco, que governou de 1992 a 1994.
Lula deu um "grande salto"" nessa lista, com oito títulos recebidos em maio, de universídades argentinas, e outras três na semana passada - uma no Peru e duas no Equador. Do total desse tipo de homenagem, 13 são de instituições internacionais, como o Instituto de Estudos Políticos de Paris Sciences Po.
Se a contagem considerasse o tempo anterior à saída da Presidência, FHC seria o líder das titulações. Entre 1970 e 2002, o sociólogo e professor acadêmico recebeu 20 títulos de doutor Honoris causa, um deles de uma universidade brasileira, a Cândido Mendes, do Rio de Janeiro. Na condição de ex-presidente, ele recebeu outros nove.
Enquanto na Presidência, Lula recebeu um. No Brasil, a Universidade Federal de Viçosa, abriu a série, seguida depois de cinco instituições do Rio de Janeiro, três de Pernambuco, em seguida Bahia e Ceará. "Mais do que um reconhecimento pessoal, é uma homenagem ao povo brasileiro", costuma dizer Lula no agradecimento, em so1enidades de entrega.
Tradicionalmente, o título de doutor Honoris causa é atribuído a acadêmicos, mas em tempos recentes passou a ser oferecido também a personalidades que se destacam em atividades políticas, sociais e diplomáticas, Os nove títulos de FHC são todos de instituições estrangeiras, Entre os países que o homenagearam estão Estados Unidos, Itália, Alemanha e Israel. O mais recente por ele recebido foi o do Instituto Universitário de Lisboa, em Lisboa, em 2002.
Já o senador José Sarney recebeu três, sendo um da Universidade Estadual do Maranhão e dois de universidades romenas. Estado de São Paulo
Dilma Rousseff em Portugal
A presidente Dilma Rousseff reúne-se nesta segunda-feira com as autoridades portuguesas em uma breve visita a Portugal para estreitar as relações bilaterais e participar da entrega do Prêmio Camões ao escritor moçambicano Mia Couto.
Dilma chegou neste domingo a Lisboa, embora sua agenda oficial se desenvolva nesta segunda-feira centrada em atos de caráter cultural e reuniões com o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, nas quais as privatizações portuguesas são consideradas um dos temas a tratar.
Os dois países, segundo fontes oficiais, concordam no interesse de promover o comércio bilateral e os investimentos, que duplicaram na última década mas ainda são, respectivamente, pouco relevantes.
Dilma deve visitar uma das instituições da extensa comunidade de brasileiros que mora em Portugal, a Casa do Brasil, e encerrar os atos de troca cultural organizados nos últimos meses por ambos os países dentro do "Ano de Portugal no Brasil" e do "Ano do Brasil em Portugal".
A segunda visita feita pela presidente brasileira à antiga metrópole tem um forte acento cultural porque coincide com a comemoração do Dia da Língua Portuguesa, no aniversário da morte do pai da literatura portuguesa, Luís Vaz de Camões (1524-1580).
O prêmio literário mais importante da língua portuguesa, que organizam alternativamente a cada ano Portugal e Brasil, leva o nome do poeta e será entregue nesta segunda pelos chefes de Estado dos dois países em cerimônia no Palácio de Queluz, nas proximidades de Lisboa.
Dilma se encontrou neste domingo com o líder da oposição portuguesa, Antonio José Seguro, secretário-geral do Partido Socialista (PS).
Segundo informou o partido, que precedeu no poder o atual Governo conservador e é de novo favorito das pesquisas para as eleições de 2015, a reunião durou cerca de uma hora e abordou temas como os investimentos e o papel que o Brasil pode representar para ajudar Portugal a superar sua grave crise econômica.
domingo, 9 de junho de 2013
Livro "Dirceu" esgotou-se nas livrarias
A primeira edição de Dirceu, a biografia escrita por Otávio Cabral, que chegou às livrarias na tarde de anteontem, esgotou-se hoje. Um total de 15 000 exemplares vendidos. Amanhã, a Record roda mais 10 000 exemplares.
Até ontem José Dirceu dizia a interlocutores próximos que não havia lido o livro. Acredite, se quiser.
Por Lauro Jardim
Vereador é preso acusado de facilitar fuga em peniteciária
A Polícia Militar prendeu neste sábado (8), o vereador Raimundo Nonato Dias Mota da Silva (PDT), que também é vice-presidente da Câmara Municipal de Pedra Branca do Amapari, distante 180 km da capital. O parlamentar, também conhecido como 'Neguinho', é acusado de auxiliar a fuga de Belton de Sena Gomes que está preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) em Macapá e estaria providenciando cerca de R$ 10 mil para a facilitação.
A prisão preventiva foi expedida sexta-feira (7) pelo juiz da Vara Única da Comarca de Pedra Branca do Amapari, João Matos Júnior, a pedido do promotor de justiça do município, Marco Valério. O magistrado determinou ainda que o vereador seja encaminhado ao Iapen.
Sustenta o promotor que Raimundo Nonato seria o mentor dos crimes de dano e perigo comum na Ação Penal que responde, juntamente com os réus Belton Gomes, Bruno Pablo Viana Veiga, que também está no Iapen e, Carlos dos Santos Mendes, este último respondendo em liberdade.
Segundo a polícia, Bruno Pablo confessou que ateou fogo no automóvel Palio Strada Working CD, pertencente a Gilvan da Mota Castro, com a ajuda de Belton Gomes e outro suspeito identificado como Carlinhos de Tal. O crime teria sido praticado no fim do pleito eleitoral de 2012, a mando do vereador por conta de divergências políticas. Ainda segundo a polícia, Bruno e Belton já estiveram presos por outros crimes.
De acordo com o sargento Jorge Sá, que conduziu o vereador à Delegacia de Polícia de Pedra Branca, Raimundo Nonato não reagiu à prisão. O cumprimento da decisão judicial foi encaminhado para os autos da Ação Penal que tramita no Ministério Público do Amapá.
A reportagem procurou a defesa do acusado, que não foi localizada. O cunhado do vereador, Cícero de Souza, disse que Nonato nega as acusações. G1
Decisão pode pôr em risco Lei Ficha Limpa
Na semana que a Lei Ficha Limpa completou três anos de existência, uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em favor de um candidato ficha-suja gerou polêmica entre advogados e especialistas em legislação eleitoral, que consideraram a decisão um precedente que coloca em risco a efetividade da lei. O tribunal autorizou o registro de candidatura de Décio Gomes (PT) e confirmou sua posse como prefeito de Balneário Rincão (SC), que ficou inelegível quando tentava a reeleição em 2004, ao ser condenado por conduta vedada e abuso de poder. A decisão poderá ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF).
O petista foi punido em 2004 com afastamento por três anos das disputas eleitorais, mas, com a aprovação da Ficha Limpa, ele ficou inelegível por mais cinco anos, completando os oito anos previstos na nova lei. O período longe das urnas acabou em dezembro de 2012, mas Gomes disputou a eleição municipal em outubro do ano passado e venceu com mais de 50% dos votos. Antes de sua posse em janeiro, o TSE confirmou sua inelegibilidade e barrou seu registro. Como o candidato havia recebido mais da metade dos votos, a eleição foi anulada e um novo pleito marcado para março deste ano, período em que ele estaria livre para disputar eleições.
Gomes, então, foi eleito novamente para chefiar o Executivo do município catarinense, mas seu adversário recorreu ao plenário do TSE alegando que a Lei Eleitoral veda que o candidato que provocou a anulação da votação participe da nova disputa. Na terça-feira passada – exatamente três anos depois que a Ficha Limpa foi sancionada pelo ex-presidente Lula, em 2010 – o TSE rejeitou o recurso do adversário e deferiu a candidatura do petista.
Na avaliação do juiz Marlon Reis, presidente do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e um dos idealizadores da iniciativa popular que resultou na aprovação da Ficha Limpa, a decisão do TSE não coloca em xeque as novas regras, uma vez que se tratou de um caso particular. “O caso do prefeito catarinense foi uma situação excepcional e, se esse tipo de situação voltar a ocorrer, os juízes perceberão a tentativa de fraude”, analisa Reis.
“A decisão do TSE revela mais um dos vários problemas decorrentes da aplicação da Lei Ficha Limpa”, alerta Ulisses César Martins de Sousa, secretário-geral adjunto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Maranhão. EM
A fada madrinha de Marina Silva
Herdeira do Itaú, Maria Alice Setubal capta recursos para o novo partido da ambientalista, em processo de coleta de assinaturas Reservada, fala pausada, estatura alta (1,76 metro) e elegante, Maria Alice Setubal também é conhecida por Neca, de "boneca". O apelido foi dado pelo pai, o falecido dono do Banco Itaú, Olavo Setubal, encantado pela única filha mulher, nascida em 1951, a segunda de outros seis, todos homens.
Maria Alice não nega suas origens de herdeira - a fortuna da família é avaliada em mais de R$ 5 bilhões -, mas procura ir além disso. Dirige uma fundação, a Tide Setubal, e fundou o Centro de Pesquisa para Educação e Cultura (Cenpec), entidade de referência no setor. Doutora em Psicologia da Educação pela PUC de São Paulo, ela também administra, ao lado do marido, um hotel-fazenda no interior paulista chamado Capoava (diárias a partir de R$ 1 mil). Atualmente, tem se dedicado a ajudar a ex-senadora Marina Silva a construir seu novo partido: a Rede Sustentabilidade. - A Marina (Silva) fala que nós duas viramos amigas porque fomos contra os nossos destinos. Porque era para a Marina ser uma moça pobre do seringal do Acre e eu, uma moça rica da alta sociedade paulistana. Temos uma amizade muito bonita - diz. A união improvável gerou frutos políticos: Maria Alice é articuladora essencial - cuida da captação de recursos -, uma espécie de fada madrinha, da Rede Sustentabilidade.
O movimento está em processo de recolher as 500 mil assinaturas necessárias para se tornar um partido, o que deve ser concluído na próxima semana. Ela coloca ao dispor da amiga suas condições de intelectual e articuladora de posses e amigos importantes. O objetivo parece claro: lançar a candidatura de Marina à Presidência no ano que vem, investindo nos insatisfeitos com "este atual modelo de país, que bateu num teto", comenta a empresária. Garantindo ter doado somente como pessoa física, "nada muito significante", para a criação da Rede, Maria Alice promove encontros e eventos para Marina. São desde cafés da manhã com empresários e outros interessados, passando pela venda de camisetas e produção de eventos, como um recente show em São Paulo de Adriana Calcanhotto e Nando Reis. - Depois que o partido se estabelecer, vamos mobilizar doações via internet.
A ideia é expandir e elaborar minucioso plano de capacitação de recursos - adianta Maria Alice, que diz acreditar que a coleta de assinaturas seja concluída na próxima semana. O prazo para o trâmite no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é setembro. Segundo Maria Alice, as assinaturas ainda precisarão ser validadas e o material, enviado pelos Correios: - Existe toda uma burocracia a seguir. A política é uma adrenalina, é muito bom de fazer quando você acredita numa pessoa e num projeto. Maria Alice e Marina se conheceram em 2007, e a amizade cresceu às vésperas da campanha presidencial de 2010, quando o cineasta Fernando Meirelles convidou a empresária para participar de um vídeo em apoio a Marina.
Ela acompanhou a então candidata do Partido Verde (PV) em viagens pelo Brasil, fez doações para a campanha, elaborou um plano de governo na área de Educação e disse ter ficado cada vez mais "impressionada com o carisma e o carinho que Marina desperta". Em abril último, as duas estiveram em Paris. Encontraram-se com intelectuais, empresários e políticos. Para Maria Alice, a maior parte das lideranças do Brasil e do mundo não enxerga a "horizontalidade da política". - A mesma coisa acontece com a Educação. Assim como a construção do conhecimento hoje é colaborativa, na política ela também deve ser. O nosso modelo político é um modelo do século XIX e não se adequa às condições do mundo atual. É corajoso tentar fazer alguma coisa, mesmo sem reforma política nenhuma. A herdeira do Itaú frisa que "uma coisa é ela com a Rede e com Marina; outra coisa é ela com sua fundação e o Cenpec (referência nacional na produção de material didático, formação de professores e avaliação das escolas); e outra é o banco". O Itaú doou, segundo informações da época, R$ 1 milhão para a campanha de Marina em 2010, e a própria Maria Alice já admitiu que o banco pode voltar a participar em 2014, embora ainda seja cedo para qualquer definição. marina diz que amiga virou militante da rede Planos para o Brasil são o que aparentemente unem esta integrante da alta sociedade paulistana - mãe de três filhos e avó de dois - e a filha de seringueiros que virou senadora, ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula e presidenciável que obteve 20 milhões de votos na última eleição. Marina retribui os elogios à amiga. - Somos duas pessoas com trajetórias em contextos diferentes, cujo ponto comum para a aproximação foi a Educação. O que nos levou a uma profunda amizade, compartilhando ideias e projetos, inclusive no espaço da política. Maria Alice agora é militante da Rede Sustentabilidade - afirma Marina Silva.
Maria Alice diz que a amiga "também vê como questões" eventuais restrições a uma candidatura sua, que passam por temas como religião. Será que Marina conseguiria separar o fato de ser evangélica de um Estado laico? - Ela sempre defendeu o Estado laico. Marina nunca misturou sua fé, algo muito pessoal, com política; ao contrário de muitos outros que estão por aí - responde a empresária, para quem a amiga, se for mesmo candidata em 2014, também precisará "ter em torno dela pessoas que traduzam sua visão de estadista em políticas concretas, em implementação, que ela terá que mostrar". O Globo
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