Quando se olha para as principais economias da América Latina, o que se vê é que, quase sempre, os números têm vindo abaixo do esperado. E que o crescimento econômico tem sido pior do que o imaginado nos últimos meses.
Um relatório feito pelo Itaú Unibanco mostra como vão as coisas em alguns países, como Brasil, México, Colômbia e Chile. Dos quatro, o único que supera as expectativas é o último. Por isso, usei acima "quase sempre". Mais adiante eu explico por que ele é a exceção.
Comecemos pelo Brasil. O PIB do terceiro trimestre, como se sabe, teve alta de 0,6%, metade do que se esperava. E, para o Itaú Unibanco, a composição desse PIB também preocupa:
- O crescimento foi bastante dependente do setor automotivo, que recebeu estímulo direto do governo. O investimento, fundamental para a expansão sustentada da economia, recuou pelo quinto trimestre seguido - diz a nota, assinada pelo economista Luka Barbosa.
O banco acha que este ano o país crescerá só 0,9% e, em 2013, 3,2%.
O México também surpreendeu um pouco, para pior. A economia perdeu força no fim do terceiro trimestre. O índice que mede o PIB mensal de setembro, por exemplo, avançou 1,3% em relação ao ano anterior, quando se esperava alta de 3,2%. O resultado da produção industrial de outubro também jogou um balde de água fria nos mais otimistas: a queda foi de 0,9%, puxada, principalmente, por manufatura e construção.
Ainda assim, o país deve crescer este ano 3,8%, segundo previsão do Itaú Unibanco, bem mais do que o Brasil.
De acordo com Luka Barbosa, quando se fala em atividade econômica, as maiores decepções vêm da Colômbia. Com a desaceleração do crédito, o consumo doméstico perdeu força. Além disso, a produção caiu em setembro.
A boa notícia vem do Chile. O economista explica que "os fortes ganhos de renda real (descontada a inflação) sustentam o consumo e o investimento resiste a oscilações de curto prazo nos preços do cobre".
- O crescimento econômico chileno continua superando as expectativas - diz o banco.
Enquanto as previsões de crescimento do PIB de muitos países são revisadas para baixo, a do Chile segue caminho inverso: subiu de 4% para 5,5%.
Mirian Leitão
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