sábado, 4 de fevereiro de 2017

Unimed demite médico que comentou procedimento para tratar dona Marisa

A Unimed São Roque, no interior paulista, divulgou na noite desta sexta-feira comunicado em que "repudia veemente" o vazamento de de dados sigilosos sobre o diagnóstico da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva, que morreu hoje. A nota, publicada também no perfil da instituição no Facebook, informa ainda que o neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis não faz parte do quadro de cooperados, que é terceirizado, e seu contrato "está em vias de ser rescindido".(Veja comunicado abaixo).


O vazamento do diagnóstico de dona Marisa, de acordo com matéria publicada pelo jornal o Globo, ocorreu por meio da médica Gabriela Munhoz, do Hospital Sírio-Libanês, que compartilhou em um grupo de WhatsApp de ex-colegas de faculdade o resultado dos exames de dona Marisa. Nas conversas reveladas por O Globo, Ellakkis fez comentários sobre o tratamento dispensado a dona Marisa no Sírio-Libanês: “Esses fdp vão embolizar ainda por cima”, escreveu, em referência ao procedimento de provocar o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em determinado local. “Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”, escreveu Ellakkis.

O Sírio-Libanês também comunicou o deligamento de seus quadros a médica Gabriela Munhoz, suspeita de divulgar em redes sociais resultados de exames da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu uma sindicância para apurar se houve violação ao Código de Ética por parte da profissional ou participação de médicos em supostas ofensas contra a mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Outro caso

Este foi o segundo vazamento de resultados de exames de Marisa Letícia em redes sociais. Na semana passada, o hospital Assunção, em São Bernardo do Campo, onde a ex-primeira-dama recebeu o primeiro atendimento depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), afastou preventivamente todos os profissionais que participaram do procedimento e abriu sindicância para apurar a divulgação de vídeo e foto da tomografia à qual ela foi submetida.

O Cremesp também instaurou um procedimento para averiguar o caso. O Código de Ética Médica proíbe a divulgação de informações sem consentimento do paciente ou de seus familiares. A quebra do sigilo médico é considerada infração grave. Segundo o Cremesp, o resultado das sindicâncias deve ser conhecido em até seis meses.

"O exercício da medicina deve respeitar e preservar todos os aspectos do doente: físico, emocional e moral, transcendendo tabus, crenças e preconceitos, em nome da fidelidade ao compromisso de tratar e cuidar de todos, sem qualquer distinção. Sob o juramento hipocrático e os princípios fundamentais da medicina, todo médico deverá 'guardar absoluto respeito pelo ser humano e atuar sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade'", diz a entidade.


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