sábado, 11 de fevereiro de 2017

Fernando Hugo critica abertura de cursos de Medicina no Brasil

O deputado Fernando Hugo (PP) criticou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa desta sexta-feira (10/02), a criação de faculdades de Medicina no País. Segundo ele, cursos foram criados “a toque de caixa”, sem nenhuma condição de oferecer a formação adequada aos alunos. Para o parlamentar, essa política educacional deve ser revista, para que a população não seja prejudicada.
De acordo com Fernando Hugo, mais três cursos de Medicina foram implantados no Ceará, sem a menor condição de funcionamento. “Foi apenas uma política eleitoreira. Claro que toda cidade quer uma faculdade para a formação de médicos, mas não se pode criar cursos de qualquer maneira, como aconteceu”, avaliou.
O parlamentar explicou que o Conselho Regional de Medicina de São Paulo fez uma análise com 2.500 médicos recém-formados em São Paulo. Sessenta por cento foram reprovados nesse teste. “Assustei-me quando verifiquei os números. Uma das perguntas era como atender um paciente com pressão alta, em uma emergência. A grande maioria não soube fazer uma sequência de procedimento para evitar a agudização da crise hipertensiva”, assinalou.
Fernando Hugo também frisou que mais da metade dos médicos que se submeteram ao exame não sabia avaliar uma radiografia do tórax. “Imagine um profissional desse atendendo a seu filho. Os números de erros médicos são assustadores”, afirmou.
Segundo o deputado, há profissional que se forma em Medicina que nunca examinou um paciente, porque não existem hospitais-escolas que alberguem alunos. “Não sabem nem o que é uma ausculta pulmonar. Formam-se 20 mil médicos no Brasil, mas só há quatro mil vagas de residência médica, causando a deficiência na formação", observou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PSD) disse que a antiga geração, quando conseguia o diploma, já encontrava um lugar no mercado de trabalho. “Hoje o que temos é uma quantidade enorme de pessoas saindo das universidades sem o mínimo de conhecimento. Na Medicina encontramos os mais talentosos alunos. Mesmo assim, estamos a ver que eles não conseguem resolver provas simples. Há faculdades que são verdadeiras bodegas vendendo diplomas”, denunciou.

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