terça-feira, 20 de novembro de 2012

Jogo do bicho rende R$ 500 por minuto no Rio Grande do Sul

O jogo do bicho é a mais rentável atividade criminosa no Rio Grande do Sul. Existe há 120 anos, tem ramificações em todas as regiões, corrompe investigadores da Polícia Civil, compra oficiais da Brigada Militar, financia políticos e se infiltra na vida social ao movimentar milhões de reais.

Em média, a cada minuto R$ 500 ilegais irrigam os cofres das 18 famílias que comandam o bicho na Capital e na Região Metropolitana.



O faturamento dos 18 do Forte, como os contraventores são chamados, chega a R$ 270 milhões por ano livres de impostos, naturalmente — um pouco menos do que o orçamento da prefeitura de Santa Cruz do Sul (de R$ 276 milhões), importante cidade agroindustrial de 118 mil habitantes.
É impossível identificar, com precisão, o volume envolvido nas operações dos bicheiros em todo Estado. Os dados apresentados por Zero Hora são projeções que têm como referência apreensões e operações realizadas pelo Ministério Público e pelas polícias Civil e Federal.
O grupo dos 18 do Forte também explora caça-níqueis (máquinas especializadas em ludibriar apostadores), mas inexistem informações confiáveis acerca da quantidade de aparelhos que operam e do montante de dinheiro que movimentam. É possível afirmar, sem margem de erro, que os lucros aferidos são muito superiores aos obtidos apenas com a exploração do bicho. Na região da Serra, uma investigação da Polícia Federal revelou que quatro quadrilhas de contraventores, responsáveis por 60 mil caça-níqueis, faturavam R$ 600 milhões anuais.
No último dia da série de reportagens, Zero Hora apresenta o perfil de dois bicheiros: Jorge Ivan Fontela Liscano, 56 anos, o Mão Branca, um dos 18 do Forte, e a história de Orlando Jacob Bellinaso, 80 anos, no ramo há meio século, que arrecada R$ 60 mil por dia com 104 pontos espalhados pela Fronteira.
Zero Hora

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